

Comunicação ganha experiência e entusiasmo de Isaac Roitman
Professor da Biologia planeja aumentar o interesse dos brasilienses pela ciência produzida na UnB. Projeto integra reestruturação da SECOM
Da Secretaria de Comunicação da UnB
Entusiasmo de menino e responsabilidade de senhor marcam o perfil do novo coordenador de comunicação institucional da Universidade de Brasília. Isaac Roitman tem 71 anos de idade, meio século de vida acadêmica e sonhos de calouro. Quer usar a comunicação como instrumento de mudança do cotidiano no campus, planeja estratégias para divulgar os trabalhos da comunidade científica e despertar o interesse dos brasilienses pela ciência e pela cultura produzidas na UnB.
“Por um lado, os alunos e, muitas vezes, os professores não aproveitam todas as possibilidades que a universidade oferece. Queremos incentivar isso”, defende. “Por outro lado, a academia precisa melhorar o relacionamento com a população. Infelizmente, as instituições só olham para dentro de si mesmas”, ensina o professor.
Isaac não é jornalista nem comunicólogo nem publicitário. “Sou um apaixonado pela universidade”, resume o ex-decano da UnB de pesquisa e pós-graduação na gestão Cristovam, ex-diretor da SBPC e professor titular do Instituto de Biologia, onde chegou em 1972. “Essa universidade foi criada por Darcy Ribeiro para gerar mudança. A mudança foi interrompida e agora estamos retomando esse papel”, anuncia o biólogo.
Isaac já tinha um pé na Secom desde o lançamento da Revista Darcy, quando assumiu a presidência do Conselho Editorial da publicação. As ideias e os compromissos do professor com a educação científica conquistaram os jornalistas da Secom. Em abril, a secretária-executiva de Comunicação, Ana Beatriz Magno, jornalista formada na UnB e hoje aluna do doutorado, convidou Roitman para assumir a coordenação institucional da Secretaria.
“Isaac é um mestre que combina paixão, conhecimento e desprezo pelas mesquinharias políticas que ainda ecoam em algumas áreas isoladas da universidade”, afirma Ana Beatriz. “Ele terá um papel fundamental em nossa equipe. Vai estruturar a área de comunicação institucional pensando no futuro da universidade e não nas richas internas”.
PORTAL DA COMUNIDADE - Desde a posse do reitor José Geraldo, a Secom trabalha com a ideia de que a informação é um direito da comunidade universitária e de que os veículos de comunicação internos não pertencem a grupos. “A Secom não é do reitor nem da administração. É da universidade. O Portal deve abrir espaço para o contraditório, para o polêmico, para o debate respeitoso. E isso os jornalistas da Secom fazem com muito vigor” , diz o reitor.
A Secom é dividida entre o jornalismo e a área institucional. A parte institucional cuida das campanhas, dos eventos, da assessoria de imprensa da universidade e do boletim UnB Hoje. O jornalismo produz as notícias do Portal, a Darcy e, em breve, lançará o Portal de Ciência, com um banco de dados para as pesquisas científicas. O projeto está sob a responsabilidade da jornalista Ana Lúcia Moura e oferecerá notícias sobre as dissertações e teses da universidade, desejo antigo dos pesquisadores da UnB.
Além do Portal de Ciência, será criado o Blog da Comunidade e ampliada a cobertura de notícias diárias. Para isso, a equipe do jornalismo foi dividida em cinco editorias, incluindo a de Ciência, todas sob o comando do editor-chefe do Portal, o jornalista formado pela UnB Leonardo Echeverria. Ele vai coordenar a atualização do Portal, além de inserir a UnB nas redes sociais da internet. Para isso, contará com o apoio da jornalista Thássia Alves.
As mudanças integram um plano de reestruturação da Secom, iniciado sob a gestão do professor e jornalista Luiz Gonzaga Motta, afastado da secretaria desde março para se preparar para concurso de titular da Faculdade de Comunicação. Motta e Isaac seguem na Revista Darcy, que tem seu quarto exemplar com publicação prevista para o próximo mês. Coordenado pela secretária-executiva, o projeto de reorganização terá também o apoio da professora Maria Jandyra Cunha, da Faculdade de Comunicação, que comandará a interação de todas as áreas da Secom.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agênc
UnB: passado, presente e futuro (Artigo)
Isaac RoitmanCoordenador de Comunicação Institucional da Secretaria de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela concepção da Universidade de Brasília (UnB), considerava que a educação é um direito e não um privilégio. Sonhava com uma universidade transformadora. Concebeu em 1935, no Rio de Janeiro, a Universidade do Distrito Federal (UDF), que reuniu educadores de primeira linha, tais como: Afrânio Peixoto, Gilberto Freyre, Hermes Lima, Roquette Pinto, Josué de Castro, Heitor Villa-Lobos, Cândido Portinari e Sérgio Buarque de Holanda. A UDF, considerada como uma utopia vetada, teve vida curta. Em 1939 é incorporada na então Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Anísio, sonhador indomável, no entanto, manteve viva a sua utopia, que finalmente se concretizou na construção e fundação da UnB, por meio da Lei nº 3998 de 15/12/1961. Darcy Ribeiro, parceiro dos sonhos de Anísio, convocou intelectuais brasileiros, tais como Antonio Houaiss, José Leite Lopes, Luiz Fernando Labouriau, José Israel Vargas e Florestan Fernandes, para a conceberem uma universidade que teria como principal missão a transformação e modernização da educação brasileira. Assim como a UDF, o segundo sonho de Anísio é interrompido durante a ditadura militar. Esse episódio é analisado de forma notável por Roberto Salmeron, físico de renome internacional e o primeiro coordenador do Instituto de Física da UnB, em seu livro: A Universidade interrompida: Brasília, 1964-1965. A universidade destroçada foi lentamente reconstruída a partir do final da década de 1960. A reconstrução durou pelo menos duas décadas. Em 1995, Darcy, em discurso na cerimônia de outorga do título de Doutor Honoris Causa da UnB, destacou: "Antevejo algumas batalhas. A primeira delas é reconquistar a institucionalidade da lei original, que criou a UnB como organização não governamental, livre e autoconstrutiva... inclusive e principalmente seu caráter de universidade experimental, livre para reinventar o ensino superior de graduação e pós-graduação, fazendo deles instrumentos de liberação do Brasil". Infelizmente, a UnB tem enfrentado nos últimos anos obstáculos que causam atraso na concretização dos sonhos de Anísio e Darcy. As amarras de uma legislação não apropriada a uma instituição que tem a vocação de estar na vanguarda da sociedade prejudicam de forma sensível a sua missão de formação de recursos humanos e seu papel na produção do saber. Atualmente, a principal luta é pela conquista de autonomia plena, como já apontava Darcy em 1995: "Cumpre libertar-nos da tutela ministerial, assumindo plenamente a responsabilidade de nosso destino". É o momento de libertação da universidade das incoerências burocráticas capitaneadas por segmentos que não valorizam e nada entendem de educação. Citando mais uma vez Darcy, que creio ficaria feliz em ser coautor desse artigo, assim se expressou durante uma emocionante e merecida homenagem no câmpus universitário que leva o seu nome: "Essa não pode ser a concepção de uma universidade que se quer central e inspirada de um país que não deu certo. As classes dirigentes entre nós foram e são as responsáveis maiores por nosso fracasso histórico. São também culpadas pelo tipo de prosperidade mesquinha que temos, incapaz de estender-se ao povo. Em nossas circunstâncias, é tarefa da universidade criar intencionalmente elites novas. Elites orgulhosas do patrimônio que herdamos do passado - um território continental e um povo multitudinário, unificados em uma nação cheia de vontade de felicidade e de progresso, pronta para florescer como uma nova civilização. Mas, sobretudo elites cheias de indignação frente à realidade sofrida do Brasil. Elites fiéis ao nosso povo, prontas a reconhecer que nossa tarefa maior é nos elevarmos à condição de uma sociedade justa e próspera, de prosperidade e generalizada a todos". Esse é o nosso desafio. A universidade do futuro tem um compromisso de formar quadros adequados que sejam compatíveis com os avanços da ciência e tecnologia. Em adição, é fundamental que todos os estudantes que passarem por ela tenham ampla formação cultural e consciência de sua responsabilidade social com a população brasileira. As palavras do mestre Darcy e os novos desafios deverão iluminar os caminhos que levem a um futuro virtuoso que o povo brasileiro merece.
Luana Lleras/UnB Agência |
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por Carlos Saraiva*
É forçoso reconhecer que passamos por um momento impar da nossa história contemporânea. O povo pobre satisfeito por ter em parte suas necessidades satisfeitas, vislumbrando melhorias no horizonte.
A sociedade organizada nos movimentos sociais respirando um clima democrático, para suas reivindicações e crítica. Ao mesmo tempo que acumulam conquistas, aumentam a estima coletiva no protagonismo como atores de uma grande transformação. Por isto aprovam o governo e o presidente que o representa. A inserção do pais na geopolítica mundial, o respeito e o reconhecimento . O papel do presidente neste processo, transmite a todos os cidadãos brasileiros, que se sentem construtores desta nova história. O espírito de nação reforça, junto com a solidariedade internacional.
A oposição democráticamente faz seu papel. Lógicamente lançando mão dos instrumentos que lhe são peculiares; arrogância, preconceito e mistificação. Estes instrumentos se intensificam pela falta de discurso alternativo, proveniente da popularidade do presidente e a grande aceitação de seu governo. A tática da polarização com a comparação dos governos, tornou o candidato Serra, um verdadeiro candidato zumbi, indefinido. Pressionado, pelas circunstancias, vai aos poucos mostrando sua real face. As diferenças quando aparecem desmistificam o “propalado” continuísmo das ações “sérias”, “responsáveis” do governo Demotucano. A famosa “competência” e o “preparo” vão clareando “para quem” e em “beneficio” de quem. A diferença na condução da política externa não deixa dúvida. É a diferença entre a submissão e a obscuridade na geopolítica mundial da era FHC ou o protagonismo independente, soberano no desenho de uma nova geopolítica multipolar da era Lula. Esta atuação na política externa, esperamos que sirva de reflexão aos “oposicionistas de esquerda” e de alguns “ intelectuais” que se escondem em um “fundamentalismo doutrinário” ou na comodidade de uma crítica diletante, nostálgicos de uma militância revolucionária acadêmica. O nosso olhar deve,entretanto, estar direcionado, de maneira diferenciada aos variados segmentos da sociedade. O povo em geral, a massa ascendente e os movimentos sociais que lutam de maneira contingente e reivindicatória necessitam de uma forte mobilização de cunho ideológico. Esta mobilização serve não só para mostrar e enfatizar os grandes avanços deste governo no plano econômico-social mas sobretudo a importância da continuação com a companheira Dilma. Deixar claro que esta vitória significa ainda a possibilidade concreta de aprofundamento; “ pode mais quem fez mais e melhor”. Esta mobilização é feita pela militância e para isso a motivação é de suma importância. A motivação é dada não sómente na confiança no projeto, nas realizações e na capacidade da candidata mas sobretudo no sentimento desta militância no papel protagonista, coerente e sem constrangimentos que atinjam seu imaginário. Daí a importância das alianças e sobretudo as ambições do PMDB. Respeitado o projeto nacional o PT não pode ficar refém deste partido. Isto nos remete em conseqüência para o respeito, a consideração e a coerência ideológica com a esquerda comprometida, e solidaria com nosso projeto. Esses companheiros não podem se sentir preteridos por posições autoritárias, impositivas, das direções . Todo cuidado é pouco. Sabemos que o adversário à ser enfrentado e isolado é o PSDB. Sabemos que o DEM e o PPS, completam o triunvirato. Precisamos , entender também que a grande base do PSDB é S. Paulo. Precisamos saber e entender que nos outros estados e no DF, o PSDB se utiliza de outros partidos para representá-lo. Destes partidos, o principal é o PMDB. Sendo o PMDB um partido regional, de oligarquias em fase de extinção, tende a representar como um partido conservador, o projeto do PSDB. Alguns segmentos deste partido, movidos por um extinto de sobrevivência, para não serem engolidos como o foram DEM e PPS, pelo representante da nova Direita, o PSDB, aderem oportunisticamente à esquerda, em especial à seu maior representante, o PT. Este segmento, hoje necessita do PT, para sobreviver. Age entretanto, como se o inverso fosse verdade. A importância da eleição da companheira Dilma, faz reforçar as alianças e isolar ainda mais a direita, ou seja PSDB. Para isso o apoio do PMDB é importante. Esperamos e precisamos caminhar para a realização de rupturas, continuas, conseqüentes e determinadas. Assim é necessário ir se desfazendo e secundarizando nossa relação com o PMDB. A atuação firme, determinada do PT junto à esquerda, os movimentos sociais e a “intelectualidade”, ditará o rumo do processo.
*Carlos Saraiva é médico aposentado, integrante do Núcleo de Base Sérgio Buarque de Holanda, do Partido dos Trabalhadores-DF
Olá Amighos, Dia 22 de maio(sábado) a partir das 9:30 estaremos reunidos na Casa das Artes Dona Nilda Campos na Pracinha do Museu para aguardar o Encontro das Folias com música- cantoria do Divino Espírito Santo, mpb, ciranda,coco, samba de roda,catira, palestras, exibições de vídeos,exposições, poesias. Na oportunidade passaremos abaixo assinado dirigido ao Senhor Governador solicitando o Registro da Festa do Divino Espírito Santo de Planaltina-DF como Patrimônio Imaterial do DF na intenção de salvaguardar esse patrimônio tão importante para nossa cidade. Compareçam... Divulguem... Abraço |
Alunos da UnB incentivam jovens de Brazlândia a entrar na universidade
Projeto Conexões dos Saberes realizará oficinas sobre comunicação, meio ambiente e saúde com crianças e jovens de baixa renda
Juliana Braga
Hoje, ela ajuda jovens que passam por situação semelhante e também sonham em entrar na universidade. Há dois anos, Andrea é bolsista do projeto Conexões do Saberes. Financiado pelo Ministério da Educação, o projeto é tocado por 33 instituições de ensino superior, a UnB entre elas.
Nesta terça-feira, dia 18 maio, 45 alunos da UnB começam o trabalho de campo do projeto, com oficinas temáticas no Núcleo de Extensão da UnB em Brazlândia. O grupo é formado por 35 estudantes de baixa renda e 10 indígenas.
O Conexões de Saberes trabalha com as dificuldades de acesso e permanência de jovens de camadas populares nas universidades públicas, por meio de atividades de pesquisa, formação de jovens e extensão comunitária. Em Brazlândia, as oficinas serão desenvolvidas dentro de quatro eixos, em escolas de ensino básico. Cerca de 100 jovens serão atendidos.
ATIVIDADES - O primeiro eixo, Carta de Letras, ensinará a crianças a língua e a cultura francesas para que, no final do projeto, elas se correspondam por cartas e e-mails com crianças de outros países. O segundo será uma brinquedoteca na qual os alunos da UnB trabalharão com as crianças noções sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. No terceiro, os estudantes farão oficinas sobre cuidados com a saúde, dando ênfase à sexualidade dos jovens.
O quarto eixo do projeto, no qual Andrea vai trabalhar, chama-se Nas Ondas da Mídia. Alunos do ensino médio farão análise da construção do discurso das notícias e ao final farão seus próprios jornais, fotografias e vídeos. “Será trabalhada a formação política de jovens com mais de 14 anos, a partir da análise de notícias”, explica a coordenadora do programa Maria de Fátima Makiuchi.
Andrea ficou sabendo do Conexão de Saberes por meio de cartazes na universidade e se interessou pela bolsa de R$ 300 que o programa oferecia. “Não sabia direito do que se tratava. Mas a bolsa me ajudaria a pagar xerox e livros que eu precisava”, detalha a estudante.
BAIXA RENDA - A base do projeto é esta: financiar o estudo de jovens carentes. Em troca, eles incentivam outros jovens a entrar na vida acadêmica, inclusive colhendo subsídios para a formulação de políticas públicas do MEC. Andrea está animada para iniciar essa nova fase do projeto. “Estou um pouco receosa, porque com jovens é mais difícil, temos que nos esforçar para manter o interesse deles. Mas quando dá certo é muito gratificante”, conta.
O Conexão de Saberes oferece 35 vagas para alunos de camadas populares mais dez para estudantes indígenas para que eles tenham a oportunidade de pensar sobre o acesso e a permanência na universidade. O único pré-requisito é que tenham a tarde da sexta-feira livre para que possam fazer um acompanhamento das atividades.
Andrea conta que participar do Conexão dos Saberes já mudou sua visão sobre a situação do jovens de camada popular na universidade. “A gente percebe que isso tudo é um mito. Apesar da maior parte dos estudantes serem do Plano Piloto, a universidade é pública, é um direito deles também!”, argumenta. Segundo ela, é gratificante poder passar isso para os jovens, para que eles exijam também melhores condições de ensino.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
Carlos Saraiva*
A segunda metade do século XIX, caracterizou-se pelo fortalecimento do Liberalismo e a constituição de burguesias bem definidas tanto nos EUA como na Europa.
Isto facilitou a consolidação de um Estado Liberal e Democrático de Direito, onde puderam ser efetuadas Reformas burguesas consensuadas, com pouca disputa de cunho
Ideológico. A principal delas foi a Reforma Agrária. A necessidade de ordenar a vida no campo, preparando para enfrentar a forte industrialização e urbanização que se intensificava.
A necessidade de produção de alimentos de maneira mais organizada , racional e produtiva. A necessidade de retorno e melhor qualidade de vida do camponês, para um melhor equacionamento
da vida urbana. Estes fatores que desembocariam para o avanço do capitalismo , com melhora do nível de vida do campesinato e das condições de exploração do operariado, desideologizaram o processo.
A América do Sul e em especial o Brasil, viu passar o trem da história e não constituiu um verdadeiro Liberalismo. A nossa Burguesia não se definiu e o nosso Estado Liberal Democrático de Direito não se consolidou.A falta de uma burguesia nacional consolidada, resquício da colonização e do escravismo, não forneceu as ferramentas necessárias para o estabelecimento de um mínimo consenso , para a efetivação
De reformas em especial a Agrária. Este processo necessário, se não consensuado , constituiu-se em uma disputa fortemente ideologizada. A abolição da Escravidão, A República, A revolução de 30, não foram suficientes para a consolidação de uma efetiva Burguesia Nacional. A não resolução do problema do campo, contribue para que as nossas elites continuem fragmentadas, sem constituírem uma burguesia que possam consensuar reformas e muito menos consolidarem um Estado Liberal Democrático de Direito. Isto alem de aumentar a ideologização da disputa agrária dificulta o equacionamento de um capitalismo industrial, nacional e uma urbanização mais racional e humana. O Brasil caminha, histórica, política e sociológica de uma maneira completamente esquizofrênica.
Hoje, temos no campo um embate entre o chamado Agro Negócio e a Agricultura Familiar, traduzindo a disputa ideológica.
Esta disputa me parece falsa. Os velhos coronéis que representavam a oligarquia do campo estão em decomposição, assumindo este vazio, os novos profissionais urbanizados. A associação da técnica, do poder econômico e as multinacionais montaram uma estrutura poderosa e “moderna”. Esta estrutura, voltada para a exportação, passou a ter extraordinária importância na balança comercial brasileira. A agricultura familiar de suma importância na alimentação do povo brasileiro, alem de sadia, sustentável e sustentada, produz o maior número de empregos no campo. Infelizmente, táticamente cai na armadilha do chamado Agro negócio. O chamado Agro Negócio, usa o discurso da “modernidade” dentro do Estado de Direito e a força motriz da balança comercial contra o “atrazo” e a “baderna” dos que atuam na “ilegalidade” sem contribuírem para o “crescimento” do Brasil. Este discurso esconde o caráter ideológico da disputa. Acho que a Agricultura familiar com o enfoque ideológico que tem, deve também se constituir como um grande negócio do campo. Este Agro Negócio, sustentável, sustentado, limpo, cooperativo,associativo e solidário, tem de se fortalecer. Este fortalecimento se dará pela técnica, o profissionalismo e sobretudo pelo comprometimento social. A reforma Agrária está caminhando por ações marginais, paralelas, mas politicamente eficazes e eficientes. Alem do assentamento de famílias, cujo número não pode ser desprezado, ações que melhoram as condições de vida no campo, vão forçando as elites agrárias atuais à se reciclarem . Até como sobrevivência, pois uma nova hegemonia agrária poderá ganhar força para a costura de novos consensos que poderão resultar em uma Reforma Agrária de qualidade. Estas ações são o maior financiamento para a Agricultura Familiar. A educação , saúde e assistência técnica, O Bolsa Família, Luz para Todos e a Economia Solidária são instrumentos importantíssimos nesta direção. Este aparente paradoxo que alguns “intelectuais” de “esquerda”, chamam de “hegemonia às avessas”, ou seja “o dominado conduzindo a politica em beneficio do dominante”, poderíamos dizer ; “os dominados conduzindo a política que os dominantes não tiveram a capacidade de faze-la, para constituir uma nova hegemonia”. Os dominados agora não como coadjuvantes, mas como protagonistas. Uma nova hegemonia que pode forçar as classes dominantes à travarem uma luta de classe com espírito de nação fortalecido.
Cursos oferecidos pela Universidade Aberta do Brasil, em parceria com a UnB, enfrentam limitações tecnológicas. Internet lenta e falta de material didático são os maiores entraves
Isavela Azevedo - Da Secretaria de Comunicação da UnB
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi criada em 2006 para viabilizar ensino a distância de cursos oferecidos pelas universidades públicas. Os estudantes contam com o apoio de um tutor a distância e outro presencial. A parceria com a UAB permite que a UnB ofereça oito licenciaturas e um bacharelado via internet a 28 pólos espalhados por quatro estados do país. Mais de quatro mil alunos estão matriculados em Biologia, Música, Teatro, Artes Visuais, Geografia, Educação Física, Letras Português, Pedagogia e Administração Pública a distância. “Ainda existem problemas como pólos muito distantes e dificuldades de levar os professores às comunidades. O material didático ainda é uma grande dificuldade”, salienta a coordenadora Geral da UAB-UnB, Wilsa Ramos.
Os desafios do curso foram discutidos no IV Encontro de Coordenadores de Pólos do Programa Universidade Aberta do Brasil, nos dias 13 e 14 de março. “A questão da biblioteca é nosso calcanhar de Aquiles”, aponta o professor Instituto de Biociências e Coordenador de Tutoria da UAB-UnB, Carlos Alberto Gonçalves. Ele relata que há falta de materiais didáticos adequados e bibliotecas mal equipadas, o que aumenta as dúvidas dos alunos e exige mais dedicação dos tutores. O docente salienta, no entanto, que esse problema não é exclusivo do ensino a distância. “No ensino presencial, os estudantes utilizam mais os serviços de reprografia do que da biblioteca. Mas se universidade tem 500 anos e ainda não resolveu seus problemas, imagine a UAB, que existe há quatro anos”, questiona.
A internet é outro fator de entrave ao ensino a distância. Durante sua palestra, Gonçalves informou que a velocidade média da banda larga no Brasil é de 1,3 Mbps. Já na Coréia do Sul, esse número atinge 11,7 Mbps. “Temos um programa avançado que permite a conexão de 200 pessoas simultaneamente. Nos meus estudos, no entanto, conseguimos contato por vídeo com, no máximo, oito pessoas”, enfatiza Gonçalves. O professor também destacou o baixo valor da bolsa dos tutores, que recebem R$ 765 reais mensais, além da falta de ferramentas para avaliar o programa. “Não sabemos ao certo o número de evasões ou o quantidade exata de horas trabalhadas. Teríamos que avaliar a satisfação do aluno também”, aponta.
Apesar das dificuldades, a UAB é a melhor opção de ensino em muitas comunidades. A UnB, por exemplo, é responsável pela única licenciatura em Música oferecida em Tocantins. As aulas são coordenadas no Pólo de Porto Nacional. “Temos estudantes que percorrem 530 km quinzenalmente para vir até o polo. Eles são muito motivados”, ressalta Ana Lídia Vilela, coordenadora do Pólo. A UnB também é a única universidade pública que oferece gratuitamente o curso de Educação Física no estado.
ESTÁGIOS – A coordenadora de Integração das Licenciaturas da UnB, Isabel Montadon, aproveitou o encontro para enfatizar a importância do estágio nos cursos de licenciatura. Segundo a professora do Departamento de Música, o ensino à distância ainda precisa de uma regulamentação da prática do estágio, para melhorar a forma de supervisionar e acompanhar o aluno aprendiz. Ela ressalta, no entanto, que o ensino via computador não prejudica a atuação do estagiário. “O aluno pode fazer um vídeo da aula que está ministrando e enviá-lo ao seu professor. Eu dou aula de teclado com a ajuda de vídeos e não há nenhum problema”, explica.
A estrutura física dos pólos, porém, não é ideal para a gravação das imagens. “Há pólos que possuem apenas uma câmera de vídeo”, alerta Isabel. A coordenadora ainda aponta para a falta de comprometimento dos professores. “Ainda há docentes que não acompanham direito o aluno em estágio. Há casos também em que há muitos alunos por professor”, esclarece.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.