sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade debate educação

A VI edição do evento vai ser realizada em maio, em Belo Horizonte

Neste ano, o Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, a ser realizado nos dias 26 e 27 de maio, em Belo Horizonte, abordará um assunto de extrema importância no presente e no futuro: a educação. Sempre baseado nos princípios da Carta da Terra - documento capaz de inspirar gerações a repensar atitudes e valores - o evento terá como tema vertical “O Futuro da Educação e a Educação do Futuro”. A proposta é expor soluções práticas adotadas no Brasil e no mundo para necessidades e problemas relacionados a essas questões, que merecem a atenção de todos os setores.

Voltado para a democratização de ideias e experiências construtivas que relacionam o desenvolvimento sustentável e a comunicação, o Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade propõe a discussão entre representantes das diversas áreas do conhecimento. Foi desenvolvido para gerar reflexão acerca dos direitos e deveres de cada pessoa, de acordo com o papel que exerce na sociedade, como cidadão, profissional, mãe, filho, amigo, em relação a tudo e todos que estão ao seu redor.

A Atitude Brasil, empresa que atua na área de comunicação social, cultural e ambiental, é responsável pela concepção e organização do evento, e optou pelo foco na educação porque acredita que o futuro é uma construção do agora. Ensinar é uma ferramenta essencial para garantir transformações culturais e sociais, e, consequentemente, um futuro baseado no real conceito de desenvolvimento sustentável.

A necessidade de se estabelecer o uso consciente dos elementos de valor intangível – como a água, o ar e a biodiversidade – requer a construção de novos hábitos para a preservação do planeta, aliando o desenvolvimento econômico, social e ambiental e sabendo que é possível crescer, se desenvolver e prosperar preservando a fonte da vida: o Planeta.

Fonte: Blog Comunicação e Sustentabilidade 27/04/2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Petrobras: quem aumenta a gasolina são as usinas

















A Petrobras está divulgando uma nota que não podia ser mais esclarecedora:
” R$ 1,05. É esse o preço do litro da gasolina, sem adição de etanol, vendida pela Petrobras desde 2009. Em 9 de junho daquele ano, houve reduçãode 4,5%. Desde então, não ocorreu mais nenhuma alteração no preço da gasolina vendida às distribuidoras na porta das refinarias.”
Isso representa 28% do preço pelo qual vem sendo vendido o combustível. A empresa diz que o resto são 40% impostos (dos estados) e  e 11%margens de lucro dos distribuidores e postos (privados) e 22% o preço do álcool misturado à gasolina à razão de 25%.
Portanto, em 10 litros de combustível vendido – a R$ 3 o litro, no posto -  há 7,5 litros de gasolina, que custam R$ 7,88.  E 2,5 litros de álcool, que custam R$ 6,06.
O litro da gasolina ( estatal) custa R$ 1,05 e o do álcool (privado) R$ 2,42.
Custava, há pouco mais de uma semana. Porque já está em R$ 2,72, segundo a cotação do mercado, hoje.
Reduzir a quantidade de álcool anidro (não é o mesmo que o hidratado, vendido nos postos) vai obrigar a Petrobras a importar, pois a nossa capacidade de refino de gasolina está esgotada e os investimentos da Petrobras em ampliar o número de refinarias – R$ 40 bilhões – são de maturação demorada.
Ou o Governo entra de sola sobre o setor alcooleiro ou leva a culpa que não tem pelo aumento dos combustíveis.
Enquanto isso as multis vão avançando sobre a indústria sucroalcooleira, dominando o processamento da cana.
Fonte: Tijolaço

domingo, 17 de abril de 2011

Estados e municípios poderão financiar laptops para alunos de escolas públicas

Alunos que receberam computadores pelo programa Um Computador por Aluno. Foto: Ricardo Stuckert/Arquivo/PR
O governo federal anunciou ontem (15/4) a oferta de linha de crédito destinada a financiar computadores portáteis a alunos matriculados na educação básica, dentro do Programa Um Computador por Aluno (Prouca). A linha de crédito será oferecida pela Caixa Econômica Federal e permitirá aos estados, municípios e o Distrito Federal financiar laptops para aos estudantes das escolas públicas de todo o país.
Segundo a Caixa, os equipamentos serão novos e com conteúdos pedagógicos que auxiliam o processo de ensino-aprendizagem. Para o vice-presidente de Pessoa Jurídica da estatal, Geddel Vieira Lima, a abertura dessa linha de crédito atende aos desafios estratégicos da empresa de consolidar-se como agente de políticas públicas, ampliando a relação com todos os entes da administração pública e a participação no mercado de crédito.
“Além disso, o programa é direcionado a um pilar do desenvolvimento do país: a educação. Tem como objetivo, qualificar e apoiar a capacidade de gestão das escolas públicas, com consequente melhoria do processo de aprendizagem e ensino”, explicou.
O Prouca conta com volume inicial de recursos de R$ 100 milhões para financiamentos. Os interessados no crédito podem obter informações no site do programa.
Características – Os laptops são equipados para acesso à rede sem fio e conexão à internet. Possuem tela de cristal líquido de 8,9 polegadas, bateria com autonomia mínima de 3 horas e peso de até 1,5 kg. Têm 1 GB (gigabyte) de memória RAM, e armazenamento de 4 GB, e material resistente a impactos e quedas. Os aplicativos, instalados nos equipamentos, são de software livre.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Conhecer para transformar

por Selvino Heck*

Tive a oportunidade de participar de seminário promovido pela Rede de Educação Cidadã do Distrito Federal e Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) do governo local. O painel de debate estava marcado para as 9h30 de uma manhã de domingo, trânsito nada complicado, e os painelistas, integrantes do governo do Distrito Federal, não chegavam. Ao justificar o atraso, confessaram que não achavam o local. Conheciam pouco ou nada o Quará 1, local do evento, público, Centro de Capacitação da Sedest.

O tema do seminário era Educação popular orientado a construção de políticas públicas. O objetivo, nos próximos quatro anos, é atingir 100 mil famílias do Distrito Federal, 400 mil pessoas, que recebem o Bolsa Família ou outros benefícios do governo federal e governo da capital federal, no combate à extrema pobreza, como propõe a presidente Dilma. Este é o número de pobres ou miseráveis de Brasília. E não estamos falando de uma capital ou cidade grande do Nordeste, mas sim da principal e mais rica cidade brasileira.

É preciso saber quem são essas 400 mil pessoas, onde moram, quais suas necessidades imediatas, como sobrevivem. A educação popular, na metodologia de Paulo Freire, parte da realidade, da vida, do que as pessoas pensam, dos seus problemas, valores, nunca da teoria. Abre-se um diálogo e uma reflexão com pessoas e comunidades: descobrir as causas da pobreza, porque ela acontece, quem são seus responsáveis, como aconteceu na história. Então, acontece uma construção coletiva, na organização de pessoas e comunidades, na consciência de sair de sua situação, e pode estabelecer-se uma parceria entre governo e sociedade. Discute-se um modelo de desenvolvimento que não produza mais pobreza e miséria e visualiza-se um projeto de sociedade solidário, com justiça social e igualdade.

O governo do Distrito Federal propõe a construção de uma proposta que respeita o saber do povo, com ele constrói políticas públicas e programas, com o povo e as comunidades organizadas e conscientes abre o diálogo. Não se quer fazer nada de cima para baixo, muito menos de forma assistencialista ou clientelista.

Como falou o Janjão, do MST, representante dos movimentos sociais no painel, é preciso fortalecer o protagonismo popular, incentivando a cidadania ativa, a construção de sujeitos de direitos e a autonomia de pessoas e comunidades na busca de uma vida digna. Os governos devem ser parceiros desses processos, para a construção de uma sociedade democrática, solidária e com igualdade social e econômica.

Daniel Seidel, secretário adjunto da Sedest-GDF, falou que a organização do povo quase foi destruída nos últimos anos em Brasília. Sobraram alguns focos de resistência, a serem (re)fortalecidos. Por isso, a participação popular, com o Orçamento Participativo e demais políticas, não será um passeio. “Não se muda o andar de uma carroça como essa facilmente e em pouco tempo. É preciso criar fóruns sociais nas cidades, estimular a participação social, fazer processos formativo-educativos nos valores da educação popular, para que a população veja resgatada sua autoestima e se sinta participante e construtora das políticas e estabeleça uma parceria governo-sociedade baseada na democracia, no respeito e na construção coletiva.”

A Rede de Educação Cidadã-DF, com seus educadores/as, lideranças sociais e comunitárias, coloca-se a serviço e busca contribuir com esta caminhada generosa, plena de sonhos de construir o novo e o diferente, resgatar a dignidade do povo que tanto sofre, mas vive na esperança e na luta por um mundo e uma sociedade melhores.

Conhecer e transformar são exigências recíprocas, dizia Paulo Freire. Mais que conhecer a geografia, chegando ao lugar certo na hora prevista, é preciso conhecer rostos, endereços, casas, a ausência de esgoto, a falta de alfabetização, o desemprego, as doenças das crianças, as perspectivas dos jovens, o cansaço dos idosos, como também desejos, valores, sonhos, para transformar. Transformar, sim, ruelas, becos, áreas de risco, mas sobretudo transformar vidas, sonhar a liberdade, criar utopias. Um pouco de tudo isso está (re)nascendo em Brasília, capital de todas as brasileiras e brasileiros.

*Selvino Heck é assessor especial da Secretaria Geral da Presidência da República.

Fonte:Jornal do Brasil

Aula de Inquietação na Universidade de Brasília

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Clube do Violeiro Caipira divulga música genuinamente caipira

Clube do Violeiro Caipira de Brasília

QOF (Setor de Oficinas) Conjunto C Lote 7
CEP: 71727 - 503
Candangolândia - DF
Telefone: 61 - 3301 5888
Fax: 61 - 3301 1267
Volmi Batista: 61 - 9964 7945
Geralda Luzia: 61 - 8451 8282
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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nova Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC promove encontros regionais com sua nova equipe


Encontros Rumo à Cidadania Cultural MinC faz série de dez reuniões regionais sobre os programas Cultura Viva e Brasil Plural
O Ministério da Cultura (MinC) começou, na quinta-feira, 7 de abril, uma série de dez encontros regionais com diversos segmentos sociais, como artistas, produtores, gestores, coletivos e grupos do setor cultural, universidades e participantes dos programas Cultura Viva e Brasil Plural. Batizadas de Encontros Rumo à Cidadania Cultural, as reuniões têm como objetivo discutir os caminhos para as políticas públicas no campo da cidadania e da diversidade cultural, além de apresentar as propostas da nova Secretaria da pasta(em processo de criação), resultado da fusão das secretarias de Cidadania Cultural (SCC) e Identidade e Diversidade (SID).


As discussões também se propõem a ampliar o diálogo com fóruns e dirigentes de cultura de estados e municípios de todo o país, a fim de fortalecer as parcerias existentes, repactuar estratégias e abrir novos caminhos. Para a secretária Marta Porto, “os encontros representam um primeiro momento de apresentação das diretrizes pensadas para a nova Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural, sendo ainda um espaço de afirmação do diálogo da nova gestão com a sociedade”, ressaltou.

O calendário foi definido em conjunto com os chefes das representações regionais do MinC, reunidos em Brasília no último dia 30 de março.


Calendário dos encontros

Os encontros começaram em Belo Horizonte (MG) no dia 7 de abril. No dia 12, será a vez de Salvador (BA). São Paulo (SP) será a terceira capital a receber o Encontros Rumo à Cidadania Cultural, no dia 14. E no dia 15, aproveitando o Encontro Nacional dos Mestres e Griôs que acontecerá no Rio de Janeiro, a nova secretaria discutirá com os cariocas as políticas à cidadania cultural. A região Sul encerra o mês de abril com dois encontros: Florianópolis (SC) no dia 19 e Porto Alegre (RS) no dia 20 de abril. Em maio, os encontros começam pelo norte do Brasil, chegando a Belém (PA) no dia 10. Recife (PE) terá a chance de dialogar com a nova SCDC/MinC no dia 17 de maio. O penúltimo encontro acontecerá em Goiânia (GO), dia 24. E fechando a agenda nacional, Manaus (AM) sediará o segundo encontro na região norte no dia 31. Essa agenda é apenas uma primeira etapa de encontros do MinC com a sociedade.

Uma nova fase será organizada a partir do mês de junho, chegando aos demais estados da federação. Informações sobre locais e horários dos Encontros Rumo à Cidadania Cultural estarão disponíveis na página web do MinC e através do perfis no Twitter @culturaviva e @culturagovbr.


Abril 2011

Dia 7: Belo Horizonte, MG

Dia 12: Salvador, BA

Dia 14: São Paulo, SP

Dia 15: Rio de janeiro, RJ

Dia 19: Florianópolis, SC

Dia 20: Porto Alegre, RS


Maio 2011

Dia 10: Belém, PA

Dia 17: Recife, PE

Dia 24: Goiânia, GO

Dia 31: Manaus, AM

FONTE: http://www.cultura.gov.br/site/2011/04/01/encontros-rumo-a-cidadania-cultural/

sábado, 9 de abril de 2011

Minc começa série de encontros sobre os programas Cultura Viva e Brasil Plural em Belo Horizonte


Encontros Rumo à Cidadania Cultural

Produtores, gestores de festivais, representantes dos fóruns da musica e audiovisual, Pontos de Cultura da região metropolitana e cidades do interior, além de representantes de prefeituras e empresas que investem em cultura estiveram presentes no primeiro, da série de encontros programados, realizado nesta quinta-feira (07) em Belo Horizonte (MG).

A série de Encontros Rumo à Cidadania Cultural tem como objetivo levar aos gestores culturais de todo o país as propostas de gestão da nova Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura – em processo de criação e resultado da fusão da Secretaria de Cidadania Cultural (SCC) e Secretaria da Diversidade Cultural (SID).

“Foi importante conhecer as novas perspectivas para a secretaria, para darmos continuidade ao processo de construção coletiva. Queremos que estas ideias em torno da cidadania e da diversidade tornem-se parte do vocabulário institucional do MinC”, avalia Leri Faria, membro do Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC) e gestor do Ponto de Cultura A Fábrica (MG).

Tela Fonseca, integrante da equipe de gestão cultural da Vivo, avalia como”essenciais, neste momento de transição, a disposição para a continuidade mas tendo em vista os avanços necessários para os programas Cultura Viva e Brasil Plural”. Ela acredita que a fusão das duas secretarias deve contribuir pra essa evolução. Além disso, “ouvir as pessoas que tem participado dos programas qualifica ainda mais a nova gestão: é um espaço de mediação necessário que fortalece as parcerias”, conclui.

Leia mais sobre o encontro de BH noTwitter (@mincmg).

A vez da Bahia

Aproveitando a abertura do Fórum de Políticas Culturais da Bahia, a edição do Encontros Rumo à Cidadania Cultural integra-se à programação do fórum, que acontece no dia 12 de abril (terça-feira), a partir das 19h, no Conselho Estadual de Cultura (Av. Sete de Setembro – anexo ao Palácio da Aclamação – Salvador). A participação é aberta ao público, respeitando a capacidade do local de encontro.

O Fórum tem como objetivo levar a visão do Ministério da Cultura para gestores, produtores, estudantes, acadêmicos e agentes culturais residentes na Bahia, sendo uma realização da Secretaria de Cultura do Estado e da Representação Regional da Bahia do MinC. Nesta edição, Marta Porto (indicada e ainda não nomeada para a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural), será a convidada.

“Queremos aproveitar para debater sobre cidadania cultural, ampliar os canais de diálogo na ponta e pensar sobre os rumos dos programas que coordenamos. A relação com os secretários de Estado da Cultura e com pensadores e movimentos culturais nesse momento é estratégica”, explica Marta Porto.

O encontro também se propõe a ampliar o diálogo com fóruns e dirigentes de cultura dos municípios, com objetivo de fortalecer as ações e programas já existentes, repactuar estratégias e iniciar futuras parcerias, preparando o caminho para a implementação do Sistema Nacional de Cultura (SNC).

Mais informações podem ser obtidas através do telefone (71) 3103.3447. Acompanhe a cobertura dos encontros pelos perfis de Twitter @culturaviva e @culturagovbr.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tecnologia, redes sociais e educação

Por Eduardo Chaves*

Tecnologia, na minha forma de ver, é tudo aquilo que o ser humano inventa para tornar sua vida mais fácil ou mais agradável. Ela inclui coisas tangíveis (hardware), como equipamentos, instrumentos e dispositivos diversos, e coisas intangíveis (software), como linguagens, sistemas numéricos, sistemas de notação (musical, por exemplo), métodos, procedimentos, princípios, regras de organização, etc. Assim, a linguagem verbal, que inclui a fala e a escrita, é tecnologia. Comunidade, embora possa parecer estranho a alguns, também é tecnologia.

Olhando o desenvolvimento da espécie, houve época em que os seres humanos se comunicavam por gestos, expressões faciais e grunhidos (como outros animais), não pela linguagem verbal, que foi uma invenção que surgiu em tempo oportuno. Primeiro o ser humano inventou a linguagem oral – a fala; depois de muito tempo, a linguagem escrita – o texto. Até hoje, porém, há sociedades que ainda vivem numa cultura exclusivamente oral, desconhecendo a escrita.

Olhando a questão do ponto de vista do desenvolvimento do indivíduo, nascemos sem saber falar, ler e escrever. Aprendemos primeiro a falar e, depois de algum tempo, a ler e a escrever. Alguns indivíduos, entretanto, passam a vida inteira sem aprender a ler e a escrever.

Embora, hoje, possa parecer natural viver em ambientes comunitários (cidades, bairros, condomínios), a história nos mostra que houve época em que o ser humano vivia como nômade, vagando de lugar em lugar em pequenos bandos familiares, e vivendo da caça, da pesca ou de árvores frutíferas, onde as encontrassem, não em comunidades semelhantes às que temos hoje, sedentárias, com divisão de trabalho, mercado para a troca de bens e serviços produzidos por cada um, forma própria de organização e governo, etc. Estas só foram inventadas a partir de determinado momento na evolução da espécie humana.

No nível macro, as comunidades de tipo mais genérico, criadas para atender aos vários interesses comuns ou afins de pessoas que não são ligadas por laços de sangue, custaram para aparecer.

No nível micro, levou mais tempo ainda para que os seres humanos inventassem comunidades de finalidade específica – como, por exemplo, as de aprendizagem (tanto as comunidades de artesãos e aprendizes como as chamadas em Inglês de communities of scholars).

Mas o que tudo isso tem que ver com a educação? Tem bastante.

Por muito tempo, a fala e a comunidade (em especial a comunidade familiar estendida) foram as principais tecnologias usadas na educação. Antes da invenção da escrita alfabética e da consequente invenção do texto, educava-se em família, com as pessoas vivendo juntas, conversando, explicando, mostrando como fazer as coisas.

Fora do âmbito familiar, Sócrates, que considero o maior educador que tivemos, usava apenas a fala como tecnologia no seu processo pedagógico focado no diálogo. Dispensava até mesmo a comunidade. Seus alunos vinham a ele individualmente e ele lidava com eles de forma personalizada, um a um. Apenas conversava com eles.

Pelo menos três características do método socrático são importantes aqui. Primeiro, Sócrates educava na praça – no lugar em que as pessoas viviam, não em um local separado, segregado da vida do dia a dia. Segundo, a conversa era centrada nos interesses dos seus interlocutores: não era pautada pelos interesses do mestre. Terceiro, os alunos tinham participação ativa no processo. Podemos dizer (usando conceitos atuais) que, com Sócrates, temos uma educação inserida na vida real, personalizada, centrada nos interesses dos alunos e focada na sua aprendizagem ativa e interativa.

É curioso (e até certo ponto triste) que não tenha ocorrido a Sócrates criar uma comunidade de alunos interessados nas mesmas coisas e questões para que eles se beneficiassem não só da interação com ele, o mestre-parteira, que os ajudava a dar à luz suas próprias ideias, mas também do diálogo uns com os outros – ou seja, da aprendizagem colaborativa. Tanto quanto sabemos, Sócrates nunca criou uma comunidade de aprendizagem, como uma escola…

É também curioso que Sócrates tenha optado por não usar, e mesmo rejeitar, os recém-aparecidos textos (livros manuscritos) na educação de seus discípulos. Na verdade, criticou o uso do texto como tecnologia educacional: o livro não traz nenhum benefício e prejudica a aprendizagem, enfraquecendo a memória e substituindo o diálogo…

É verdade que, logo depois de Sócrates, e sob a liderança de discípulos seus, apareceram liceus e academias, ou seja, escolas mais ou menos parecidas com as que hoje temos. Isso indica que, a partir dessa data, comunidades específicas de aprendizagem, compostas de pessoas com interesses de aprendizagem comuns ou afins, apareceram no cenário educacional. Essas comunidades de aprendizagem fizeram uso bastante eficaz da tecnologia da fala.

No período pós-socrático, e por muito tempo depois, a educação fez uso quase que exclusivamente das tecnologias da fala e da comunidade. No entanto, porque houve necessidade de racionalizar ou otimizar o processo, um mestre passou a se ocupar de vários alunos – e, com isso, perderam-se algumas características importantes da pedagogia socrática: a personalização, o foco no aluno e nos seus interesses, o diálogo… E a educação saiu da praça e passou a ter lugar dentro da escola, perdendo contato com a vida real.

Dessa forma, gradativamente, processos vitais e processos cognitivos foram se distanciando, a educação foi se despersonalizando, o foco foi se transferindo do aluno e seus interesses para o professor, seus interesses e especialidades, e a aula, unidirecional, não dialógica ou “discutitiva”, passou a ser a metodologia favorita, em lugar do questionamento dialógico (ou do diálogo questionador) de Sócrates. E, assim, os alunos deixaram de dar à luz as próprias ideias para adotar as ideias dos mestres…

De Sócrates até a invenção da prensa de tipo móvel, no século XV da era cristã, o texto foi muito pouco usado na educação. Livros manuscritos existiam, mas eram poucos e, por isso, tão preciosos que ficavam trancados (até mesmo acorrentados) em bem guardadas bibliotecas (vide O Nome da Rosa). Quase não eram usados na educação.

Com o aparecimento do livro impresso, a partir de 1455, isso mudou, e o uso do texto se disseminou rapidamente, o livro passando, gradualmente, a competir com a fala pela condição de principal tecnologia utilizada na educação. Mas a comunidade continuou a ocupar um papel totalmente secundário. Os dois, o livro e a fala, encontraram uma forma pacífica de convivência.

Com o livro impresso surgiu (a partir da Reforma Protestante) a escola moderna, organizada em torno de um currículo definido por uma autoridade central, com os professores ocupando o papel de protagonistas no palco principal. A vida escolar dos alunos passou a ser totalmente regimentada, com pouca ou nenhuma liberdade. Seu ofício passou a ser ficarem quietos, prestar atenção ao que dizia o professor, anotar os pontos relevantes e fazer, no tempo livre, até mesmo em casa, as leituras exigidas ou recomendadas pelo professor. Mais ou menos três séculos depois surgiu a escola pública, de massa, controlada pelo Estado, que adotou o mesmo modelo.

A escola moderna é, certamente, uma comunidade de aprendizagem. No entanto, a comunidade existente na escola moderna é, em grande parte, criada por imposição, não pela união de interesses comuns e afins. Nela, o protagonismo estudantil, a personalização da educação e o método dialógico, que imperaram sob Sócrates, se perderam totalmente, e o modelo de educação se consolidou.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) digitais, centradas inicialmente no acesso à informação escrita, e, logo depois, na comunicação um-para-muitos (o Telecurso, o Ensino a Distância, o site na Web, etc.), se prestaram muito bem, num primeiro momento, a reforçar o paradigma educacional da escola moderna, centrado na transmissão de informações de um (o mestre) para muitos (os alunos). Elas foram usadas para dar suporte e sustentação para esse modelo tradicional, bem como para estendê-lo cuidadosamente.

O computador, o projetor multimídia, o telão, a lousa eletrônica e até mesmo a Internet (especialmente a Web) reforçaram o modelo, dando-lhe maior eficiência. A comunicação continuava a ser de um para muitos.

O Ensino à Distância permitiu que o alcance do modelo fosse ampliado, levando ao aparecimento de telecursos, teleaulas, ensino virtual, etc. – atividades que, exceto pela distância, eram bastante semelhantes às aulas presenciais.

Mas, um dia, surgiram as redes sociais, das quais Facebook é o exemplo mais completo. Ainda não sabemos, com precisão, como as redes sociais vão afetar a educação. O estabelecimento escolar tem resistido a elas, e (de sua perspectiva) com boa razão, porque elas representam uma ameaça significativa ao paradigma educacional vigente.

Vejamos por quê.

a) A rede social é uma ampla comunidade genérica que permite a criação de inúmeras comunidades específicas de pessoas com interesses comuns ou afins.

b) As comunidades específicas são criadas pelos próprios usuários a partir de seus interesses e os demais usuários agregam-se a comunidades de terceiros também conforme os seus interesses.

c) Na rede social, mesmo quando comunidades específicas são criadas para servir os objetivos de instituições, a comunicação rapidamente se torna muitos-para-muitos.

d) A rede social já incorporou a tecnologia do texto, da imagem, do vídeo, do e-mail, da mensagem instantânea, e muito em breve incorporará a tecnologia da fala.

e) Na rede social o texto é usado não só para a comunicação interpessoal (substituindo a fala, enquanto esta não está disponível) como também para a publicação ou republicação de textos, fato que faz das redes sociais não só redes de pessoas, mas, também, verdadeiras mídias sociais.

f) Os textos publicados na rede social em geral são curtos (nunca um livro, nem mesmo um ensaio), objetivos, relevantes e pertinentes ao foco de uma comunidade específica e geram imediata repercussão e discussão.

g) Consequentemente, a rede social é um ambiente extremamente adequado para uma educação personalizada, ativa, interativa, colaborativa, pautada pelos interesses dos participantes, em que, nas palavras de Paulo Freire, ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho, mas todos se educam uns aos outros, em diálogo e comunhão.

É apenas questão de tempo para que o paradigma mude. O processo de sua subversão está em curso. Sócrates, o subversor por natureza, se visse o que está acontecendo, daria pulos de alegria.

*Consultor e Professor de Filosofia (aposentado na UNICAMP e em atuação no UNISAL-Americana), em ambos os casos nas áreas de filosofia política, filosofia da educação e uso da tecnologia nos processos de aprendizagem.

Fonte: liberalspace.net (Publicado em 18/03/2011)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Personagem da Hora. Paula Gamper, nossa produtora número 1

Aprovação do ProCultura - Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura é defendida no Senado pela Ministra Ana de Hollanda

Agência Brasil
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, defendeu hoje (6), na Comissão de Educação do Senado, a aprovação do projeto de lei que institui o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (ProCultura). Em sua primeira visita ao Senado para falar sobre as diretrizes da pasta, a ministra afirmou que pretende manter os avanços da gestão anterior, mas também promover inovações em parceria com a sociedade.

O ProCultura, de acordo com o ministério, visa a atualizar a Lei Rouanet, desburocratizar o Fundo Nacional da Cultura (FNC), democratizar o acesso à produção do área e estimular o setor privado a investir na cadeia produtiva da cultura. Ana de Hollanda disse que a pasta está trabalhando para consolidar o Sistema Nacional de Cultura.

“Estamos trabalhando em várias frentes para superar as dificuldades encontradas por esta gestão e a primeira delas tem a ver com a quitação dos convênios e editais dos anos anteriores. Decidimos que essa seria a prioridade número um do ministério”, disse a ministra. “Nosso compromisso é com a continuidade dos avanços, mas também com as inovações pactuadas”, acrescentou.

Segundo a ministra, entre outras prioridades da pasta, em tramitação no Congresso Nacional, estão a Lei do Circo e mudanças na política para o audiovisual.

Amor e Revolução. A novela do SBT sobre os tempos da Ditadura Militar no Brasil estreou provocando polêmica

Fábio Villaverde, Marcos Breda, Jayme Periard estão em 'Amor e revolução' / Foto: SBT / Divulgação / Foto Lourival Ribeiro
"Amor e Revolução", aguardada produção teledramatúrgica do SBT sobre os Anos de Chumbo no Brasil, estreou ontem e já provoca celeuma, como mostram reportagem do Jornal Extra e  a crítica de Mauricio Stycer no UOL, transcritas abaixo juntamente com alguns comentários dos leitores.

Mergulho na política não esconde limitações de "Amor e Revolução"

MAURICIO STYCER

Crítico do UOL
 
Foto 5 de 8 - José Guerra (Claudio Lins) salva Maria Paixão (Graziela Schmitt) da bomba de gás lacrimogêneo jogada em assembleia da Une (União Nacional dos Estudantes). A cena deve ir ao ar no primeiro capítulo da trama, nesta terça (5/4/11) Mais Lourival Ribeiro/SBT

Uma boa novela, entre outras qualidades para cair no gosto do público, precisa estar sintonizada com o “espírito do tempo”. Não importa que se passe nos dias de hoje ou no século 18. Basta ser capaz de produzir uma sensação – a de que está tratando de temas próximos, de alguma maneira, ao cotidiano do espectador ou, mais simplesmente, presentes no ar.

Grande investimento do SBT, “Amor e Revolução” conta com esta enorme vantagem. Poucos momentos parecem tão propícios para uma novela ambientada durante os anos mais duros da ditadura militar (1964-1985). Por conta da eleição da presidente Dilma Rousseff, o tema está novamente no ar – assim como esteve, por outras razões, em 1992, quando a Globo exibiu a minissérie “Anos Rebeldes”.

Dilma, como se sabe, participou do combate ao regime numa organização clandestina de esquerda e, por sua atuação, foi presa e torturada barbaramente. Diferentemente do governo Lula, o novo governo dá sinais de que pretende aprovar a chamada Comissão da Verdade, destinada a esclarecer casos de violação de direitos humanos ocorridos durante o regime militar.

Igualmente como “Anos Rebeldes”, “Amor e Revolução” é uma história de amor ambientada nestes anos de chumbo. Mas 2011 não é 1992. Naquele ano, Gilberto Braga foi obrigado a reescrever alguns capítulos a mando do poderoso Boni porque “carregou demais” nas tintas políticas. Hoje, Tiago Santiago parece decidido a, sem perder de vista o “Romeu e Julieta” que imaginou, ir fundo na história política do país.

Essa posição ficou explícita no final do primeiro capítulo, encerrado com o emocionado depoimento da ex-presa política Maria Amélia Teles, cujos filhos, então crianças, a viram ser torturada.

Foi o momento mais impressionante em um capítulo frouxo, que deixou no ar a dúvida se “Amor e Revolução” será capaz, mesmo com todo o vento a seu favor, de seduzir o público.

O texto de Santiago não foi capaz de digerir toda a pesquisa que o embasou. Pareceu, muitas vezes, saído de um livro de história para crianças e, em outras, adotou uma solenidade de discurso de formatura.

Talvez por isso, ou por conta de uma direção pouco inspirada, os atores, em sua maioria, pareciam constrangidos em cena. Apesar do investimento anunciado, as cenas de ação, especialmente as de perseguição aos militantes de esquerda, foram toscas.

Lucia Veríssimo mostrou os seios numa cena romântica e seu companheiro, Licurgo Spínola, foi obrigado a atropelar o bom gosto: “Estamos só nós dois, como Adão e Eva. Vamos pecar no nosso Jardim do Éden”, disse o militante de esquerda para a sua companheira, às vésperas do golpe de 64.

O primeiro capítulo de “Amor e Revolução” foi, enfim, frustrante. Um tema ótimo, num bom momento, não é o suficiente para segurar uma novela.

DinaArais
Assisti a novela do SBT, coisa que acho, nunca fiz. O tema me interessou. Realmente a produção comparada a uma super mega novela da Globo, é fraca. Mas sinceramente, prefiro assim. As "mega" produções da Globo estão pobres no quesito história. É sempre a msm coisa. depois da indigesta e nojenta novela das 9, "Amor e revolução" aparece como uma opção mais aceitável e agradável.

Ludmilla07
Verdade seja dita, o sbt faz boas histórias mas falta realismo. Creio que seja problema na direção. Durante o primeiro capitulo dava pra ver travas dos atores como se perguntassem "o que tenho q fazer agora?". A globo já ta um saco com essas novelas mas ta na frente pelos profissionais. SBT contrata um preparador de atores ou um diretor que preste. O mesmo aconteceu com "Uma Rosa com Amor" tinha tudo pra ser uma novela engraçada (etc), mas... Arrumam uns atores ruinsinhos d+, os caras falam pausadamente, é muito estranho. Nessa tem um elenco bom mas pelo que vi a direção precisa melhorar.

mauri2206
Não ví e não gostei!!!! Basta esses conunistas todos os dias na TV, posando de heróis, quando na verdade queriam uma nova Cuba no Brasil. Não perco meu tempo!

Cabrito Teves
assisti o capítulo ontem. Verei hoje, para ter uma idéia real da novela. Temas como este me interessam, pois fui militante do movimento estudantil pós-ditadura, participei do Fora Collor de modo relativamente ativo. A última novela do gênero que assisti (Cidadão Brasileiro, da Record), me agradou. Vou ver esta, pois não aguento mais os cafés mal-requentados da Globo e as novidades, com finais previsíveis.

contra o PIG
Por que todos os críticos adoram as marmitas reesquentadas da Globo??? A criatividade em baixa e os criticos adorando as reprises de textos tão velhos quanto a visão deles. Parábens SBT, Thiago e todo o elenco de AMOR E REVOLUÇÃO.

contra o PIG
Meus caros, ví e gostei muito do primeiro capitulo, seria de se estranhar que um críticuzinho como esse falasse bem de uma novela do SBT e que aborda o tema da Ditadura, será de que lado ele ficaria se esse horror estivesse acontecendo hoje, não se esqueça meu caro, que é por esses valorosos que enfrentaram a Ditadura que vc hoje tem liberdade de dizer um monte de abobrinha, tem um salário digno e está "vivo". Quando estreiou o besteirou mais recente da Recópia, todos os "críticos" adorarammmmmmmmmmmmmmmmmm. Por que???????

‘Amor e revolução’: Nova novela do SBT mostra as violências da ditadura, mas promete romance
Marcelle Carvalho

Tortura, perseguições, luta pela liberdade e um romance proibido durante a ditadura. Esses são os ingredientes de "Amor e revolução", nova novela do SBT, que estreia hoje.

— Vivi na época dos generais. Sou da classe média que não podia votar, havia repúdio à ditadura na minha família. Por isso, tenho vontade de falar dos anos de chumbo desde a adolescência — conta o autor Thiago Santiago, que diz realizar um sonho: — Queria fazer essa trama desde 1995. Estava na Globo quando propus a história, mas como não era autor, só colaborador, competia com quem era veterano.

As cenas de tortura são impactantes. O casal Carlo (Marcos Breda) e Odete (Gabriela Alves) são os primeiros a aparecerem massacrados. O autor afirma que estarão de olho na receptividade do público em relação à violência das cenas.

— Estaremos atentos para ver o que o telespectador vai sentir ao vê-las. Se houver repúdio, transformamos em algo mais palatável — garante Thiago, que pretende retratar o período de 1964 a 1972 e traz no fim de cada capítulo, depoimentos reais de gente que sofreu com o regime militar.

Mas não só de violência vive a trama. O foco central é a história de amor (quase) impossível de Maria (Graziella Schmitt) e José (Cláudio Lins). Ela é guerrilheira, ele, militar.

— É como um Romeu e Julieta na época da ditadura. Mas, por amor, a partir da metade da novela, ele deserta do Exército e se junta a ela na luta armada. Assim, o casal passa a ser perseguido. É bom dizer que há violência na trama, mas também muito amor, muito beijo na boca — avisa o autor.

Gerson

há 2 horas Uma novela dessas é mentirosa e absurda... Só mostra um dos lados da questão e não acrescenta absolutamente nada de cultura ao telespectador e exacerba sentimentos em relação a um passado já algo distante. Lamentável...

luani
há 3 horas adoroooooo......
Mariléia Regis
há 4 horas Parabéns ao SBT e ao(s) autor(es) pela excelente iniciativa, a novela tem que ser produzida para trazer cultura para os telespectadores, chega de novelas que só incentivam o consumo exagerado de bens materiais e a desvalorização da família...espero ter uma aula sobre a época da ditadura.
Rubens Ismael
Adorei a novela, o SBT arrembentou desta vez, o povo brasilieiro prescisa de novelas assim que mostre as verdades de nossa história, e não risadinhas, luxo, beijos e abraços. Viva o socialismo!!!!!!! Parabéns Silvio Santos!!!......... Não vou perder um capítulo, a audiência vai ser a primeiricima. nota mil.

maria simone
assisti e gostei da novela do sbt, espero que o povo descubra essa novela

Fabiana
há 15 horas Adorei a nova novela do SBT.. Temos que assistir historias verdadeiras. A verdadeira historia do Brasil.. Espero que esta novela tenha muito sucesso!!! Para não ficarmos só em realitis...
SÉRGIO BARRETO
TOMEI CONHECIMENTO DA NOVELA ATRAVÉS DE UM AMIGO DE TRABALHO. NO DIA 04/04 ASSISTI O ESPECIAL SOBRE A NOVELA. HOJE ASSISTI O PRIMEIRO CAPÍTULO. COMO É UMA OBRA DE FICÇÃO ALGUMAS PEQUENAS PARTES FORAM MUTIO "MELOSAS'. PORÉM, GOSTEI DO QUE ASSISTI E PRETENDO CONTINUAR E RECOMENDO AOS JOVENS PARA TOMAR CONHECIMENTO DA HISTÓRIA RECENTE DO BRASIL E QUE LEIAM SOBRE A HISTÓRIA POLÍTICA DO NOSSO PAÍS.

Romano
Precisamos ter mais novelas com esse conteúdos, para que a população saiba o Brasil que temos hoje ñ é um Brasil de big brother, de novela, onde somente ricos, aparecem, de jovens rebeldes sem nenhma causa.quer ser rebelde? tenha pela menos uma causa que faça valer a pena. big brother serve para cegar o povo e manipular ainda mais.

Lívia
O SBT ainda não perdeu a mania de novela mexicana. Olha os nomes dos protagonistas: Maria Paixão e José Guerra! Que falta de criatividade PELOAMORDEDEUS! Ainda vão mesclar um um beijo gay e sei lá mais o que à História do Brasil. Espero que o passado do nosso país não seja usado para manipular a população e colocá-la contra aqueles que são os responsáveis pela segurança nacional.

Edson
Precisou uma guerrilheira chegar a Presidência da República para que uma novela com tal conteúdo viasse a público com fatos reais. É importante que tudo seja revelado para que essa parte negra da nossa história não se repita jamais. Vivi aquela época e vi muitos morrerem sob o refrão "Avante Brasil" ou comememoração de copa do mundo encobrindo os sofrimentos. Parabéns SBT

Lylia
Já estava passando da hora de revelar para a nova geração os absurdos que suportamos durante a Ditadura Militar apoiada pelos EUA. Décadas que atrasaram a democracia em nosso país e até hoje sofremos suas consequências.

Jorge C. de Souza
Vejo essa novela como uma afronta a nossas Forças Armadas que em defesa da soberania do país livrou-o do comunismo. Vejo também como uns puxa saco da presidência, porque não traz nada de útil que venha a contribuir mesmo como informação para alguem.Me adimira muito o Exercito permitir.

Mileide
 ESSA NOVELA GENTE TA SENDO MUITO BEM FEITA RESPEITEEM ISSO.

Mileide
Eu tenho certesa que vai ser sucesso assim como tudo o que acotence torcendo pra explodir de audiencia eu amo vcs do SBT fanatiiica vai ser muito boa essa novela. Parabéns para todos .

mikieline
adorei quando vi q teria uma novela falando sobre a ditadura q uma coisa muito pouco conhecida entre a populacao
mikieline
acho q tudo isso sera o maior sucesso do sbt parabes
mikieline
 acho q novela sera muito importante para q as pessoas saiba mais sobre a ditadura

viviane
 axo q a novela tera " barulho", sera apelativa..., acho que a novela tera um efeito de colocar a naçao contra os que tem o papel de defesa do pais, e que vem tentando ganhar o apoio da populaçao, que nao se da conta o quento precisamo s fortalecer nossa defesa. SBT ..francamente......

daniele
A NOVELA E MUITO INTERESSANTE , MAS PARA QUE MOSTRAR O BEIJO GAY, AGORA O POVO ACHA ISSO NORMAL. COMO PODE , A TELEVISÃO TÁ PODRE.

@andrediz
A novela fez muito barulho e ao ver ontem nao vi tudo isso, Tiago Santiago peca no texto ou a direção é oq atrapalha pois realmente os atores parecem estar em um seminario de ensino medio aonde decoram os textos e leem de forma robotica...
A historia deve ser contata mais os dialogos pareciam ter saido direto do livro de historia, vamos aguardar os proximos capitulos! mesmo com esses contras ainda acredito na novela rs..
Quanto ao comentario acima da querida "Daniele" a televisao ta podre? ou os seus conceitos que são?

terça-feira, 5 de abril de 2011

Livros ganham vida na Universidade de Brasília

Projeto Livro Vivo vai disponibilizar 800 obras pelo campus Darcy Ribeiro. Ideia é democratizar o acesso à leitura
Thássia Alves - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Leia, liberte, encontre. No banco de uma praça, na mesa de um café, no balcão de uma lanchonete, na parada de ônibus. Livros livres podem transformar uma cidade em uma biblioteca aberta. Podem democratizar o acesso à leitura em uma universidade. A partir desta terça-feira, 5 de abril, a Universidade de Brasília lança o projeto Livro Vivo. Oitocentas obras começam a circular pelos corredores do ICC, pelas salas de aula, pelos gramados e calçadas da Praça Maior e por onde mais quiserem. 
“A ideia é que a missão da editora deve ser não só de editar e comercializar livros, mas também educar leitores. Precisamos dar oportunidade para que as pessoas leiam”, afirma Lúcia Helena Pulino, diretora da Editora UnB. Parceira do projeto, a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar) doará 400 livros da coleção Darcy no Bolso, que apresenta 10 volumes em formato pocket com bastidores do pensamento e obra do gênio. Os livros distribuídos terão um carimbo na primeira capa com identificação do projeto.
O único compromisso de quem pegar um livro é passá-lo adiante. “Seja para um colega, um parente, um professor. É nessa hora que a existência do livro é justificada”, afirma a professora. “A intenção é que essas obras saiam das mãos de estudantes da UnB e invadam a cidade”, completa Lúcia. Segundo ela, o projeto deve ser levado em breve para os outros campi. “Ainda não acertamos uma data, mas faremos isso sim”, garantiu.
A distribuição dos livros começa amanhã em frente à loja da editora no Ceubinho, às 11h. Um cortejo musical e teatral com o espetáculo Lá Pirágua Errante convidará as pessoas a pegar as obras. “Será ao mesmo tempo uma reinauguração daquele espaço que está fechado e também o lançamento do projeto”, explica Lúcia. O espaço será aberto uma vez por semana para venda de livros da Editora. Para fortalecer o projeto, a professora afirma que em breve parte das obras editadas pela Editora UnB serão destinadas ao Livro Vivo. “Uma porcentagem das novas publicações poderá ser encaminhada para o projeto”, afirma.
O princípio do uso dos livros é mesmo do Bicicleta Livre. O projeto permite que qualquer pessoa tenha acesso aos equipamentos, sem a necessidade de apresentar documentos ou preencher cadastros. As bicicletas identificadas e pintadas de amarelo estão disponíveis por todo o campus. Criado em 2007, o Bicicleta Livre é uma iniciativa vinculada a um projeto de extensão de ação contínua da Faculdade de Educação Física.

domingo, 3 de abril de 2011

Mercado Brasil de Rendas e Bordados de Comunidades Artesanais

De 07 a 10 de abril, o Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart) realiza em Brasília o Mercado Brasil de Rendas e Bordados, mostra e venda de peças produzidas por 15 comunidades artesanais em que o Promoart atua, localizadas nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. O encontro é uma realização do Ministério da Cultura e do Iphan, por intermédio do Promoart+Cultura, em parceria com o BNDES e o Governo do Distrito Federal (Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal / Teatro Nacional).

Além da comercialização dos produtos, cuja renda será revertida para as comunidades expositoras, o evento promoverá mostra de documentários e demonstrações de técnicas do artesanato executadas pelos próprios artesãos. O Mercado Brasil de Rendas e Bordados representa uma importante parcela da diversidade e qualidade da produção artesanal nacional, revelando e beneficiando diretamente o talento nato de cerca de 2.000 artesãos dos estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Santa Catarina.

Os polos de artesanato que participam do encontro são das seguintes localidades e/ou municípios: Barreirinhas, MA - produtos confeccionados em fibra de buriti; Raposa, MA - técnica de renda de bilro; São Luis, MA - bordados com miçangas, paetês e outros do contexto do bumba-meu-boi; Morros da Mariana, PI - técnica de renda de bilro; Icapuí, CE - técnica de labirinto; Alcaçuz, no município de Nísia Floresta, RN - peças de renda de bilro; Campo de Santana, em Nísia Floresta, RN - peças de labirinto; Timbaúba dos Batistas, RN - peças de renda renascença; Chã dos Pereira, PB - técnica de renda labirinto; Marechal Deodoro, AL - peças feitas em renda filé, labirinto e singeleza; Ilha do Ferro, no município de Pão de Açúcar, AL - peças de bordado boa noite; Divina Pastora, SE - peças de renda irlandesa; Poço Redondo, SE - peças feitas em redendê, ponto de cruz e renda de bilro; Florianópolis, SC - peças de renda de bilro; e Itaiópolis, SC - bordados segundo a tradição ucraniana.

Sobre o Promoart

O Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart), integrado ao Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura, foi criado com a finalidade de apoiar grupos produtores de artesanato de tradição cultural, buscando o desenvolvimento desse setor da cultura brasileira, que, apesar de rico, permanece ainda pouco reconhecido e valorizado. Trata-se de destacar a qualidade e a importância dos saberes tradicionais específicos dos quais o artesão é portador, na promoção de um mercado que reconheça esse valor, oferecendo condições dignas de sobrevivência aos artesãos e estimulando a expressão de sua arte.

Realizado pela Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), por meio de convênio firmado com o Ministério da Cultura, o Programa conta com a gestão conceitual e metodológica direta do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP)/Departamento de Patrimônio Imaterial/Iphan, e com a parceria institucional e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Serviço:

Mercado Brasil de Rendas e Bordados Inauguração: 07 de abril, das 13h às 21h De 8 a 10 de abril, das 11h às 21h Local: Foyer da Sala Villa Lobos do Teatro Nacional - Setor Cultural Norte - Ed. Teatro Nacional, s/n° – Brasília, DF. Entrada Franca.

Realização Promoart + Cultura (Ministério da Cultura, Iphan, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro)

Parceria institucional e apoio financeiro BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Parceria local Governo do Distrito Federal (Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal / Teatro Nacional)

Informações

Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural /Promoart (21) 2285-0441, ramais 235, 263 e 241 Wilmara Figueiredo: (21) 8608-2745 / 8300-0252 Cassiana Caparelli: (61) 92672700 contato@promoart.art.br wilmara.gestor@promoart.art.br Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular Rua do Catete, 179 (metrô Catete), Rio de Janeiro, RJ 22.220-000

Assessoria de comunicação: Márcia Shoo – (21) 7539-0593 / marcia.acamufec@gmail.com

sábado, 2 de abril de 2011

Respeitável Público

por João Carlos De Luca

É realmente fascinante esta possibilidade que a Internet nos traz de reunir um grande número de pessoas em torno de uma mesma causa. Formar grupos de afins e concentrar forças para que importantes ações se concretizem na sociedade. Teclando um simples computador de dentro de sua casa, pessoas podem expandir suas idéias para além do que imaginam.

Eu não acredito na multidão, na massa, pois elas tendem a seguir um padrão de comportamento e assim serem superficiais e vazias. Pensar o que todos pensam, dizer o que todos dizem, escutar o que todos escutam, se vestir como todos se vestem, querer o que todos querem; atitudes norteadas pelo senso comum para uma aceitação grupal. Imperam nelas a comodidade e a lei do mínimo esforço no que tange ao pensamento, ao questionamento e a mudança de atitude. Imerso neste grande contingente de pessoas, o indivíduo se sente livre pelo anonimato, o que pode ser muito perigoso, mas no fundo se sente solitário. Portanto como confiar nas atitudes geradas pela massa? Como não viver a ditadura desta maioria?

Uma ferramenta valiosa para nos dar uma perspectiva frente a este quadro é a Internet. Através dela, idéias profundas podem ser difundidas para abrirem novos caminhos e trazerem descobertas, juntando as minorias e somando energia para o esforço de pensar, de questionar, de refletir, de criar e de agir. Desta maneira, pode-se destacar da multidão e da massa, o público.

Diferentemente da massa, o público possui maturidade intelectual e psicológica para ser racional, crítico, para ser ele mesmo, exercendo sua individualidade, mas sem deixar de considerar o outro. Ele desenvolve argumentos pela própria reflexão de suas experiências, por um processo de individuação, não aceitando ser manipulado facilmente por modelos estipulados pela maioria. Precisamos de grandes porções de pequenos públicos!

Claro que os conceitos citados acima, de multidão, massa e público, são teoricamente idealizados. Na prática, todos nós podemos ter ações que representem porções diferentes das características de cada um deles.

De certa forma, na minha vida, escolhi levantar algumas bandeiras. Uma delas é tentar ao máximo proporcionar aos outros e a mim oportunidades de sermos mais público do que multidão, do que massa. Até a próxima!

João Carlos De Luca, músico e radialista. Mais informações: http://www.joaocarlosdeluca.com/

70% do que comem os brasileiros vem da agricultura familiar. Agronegócio não garante segurança alimentar

Foto: Tamires Kopp/MDA
Vitivinicultor da Paraíba, Luiz Cassemiro Perreira acessa o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

 No Assentamento Americana, no município de Grão Mogol, região norte de Minas Gerais, há de tudo um pouco - hortaliças, legumes, frutas, frutos típicos do bioma cerrado que cobre a região, criação de animais. De acordo com o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAANM), que presta assessoria aos assentados desde o início da ocupação da área, tecnicamente o que está sendo desenvolvido na região é o que se chama de sistemas agroflorestais e silvipastoris - ou seja, a conciliação de atividades agrícolas com a criação de animais e o extrativismo, de forma a garantir a preservação do bioma cerrado e também a produção de alimentos saudáveis. A situação dos moradores do assentamento Americana, onde, segundo eles próprios, "há de tudo um pouco", é um exemplo de como a agricultura familiar, sobretudo a prática agroecológica, podem garantir a segurança e a soberania alimentar.

Mas o que significa segurança alimentar? De acordo com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão consultivo ligado à Presidência da República, a concretização da segurança alimentar "consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis". Outra característica da produção em Americana que garante a segurança alimentar da população é que, além da diversidade de produtos e da convivência com o meio ambiente, os agricultores praticam a agroecologia - um conjunto de princípios que balizam a agricultura, entre eles a não utilização de agrotóxicos. A EPSJV participou da visita ao assentamento Americana durante a programação da Oficina Territorial de Diálogos e Convergências do Norte de Minas, que reuniu experiências dos agricultores familiares locais como etapa preparatória a um encontro nacional.

Na mesa dos brasileiros: resultados da agricultura familiar

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é a agricultura familiar a grande responsável pela alimentação da população brasileira, garantindo em torno de 70% do que é consumido. "É a agricultura familiar que produz feijão, arroz, leite, verdura, é a produção diversificada que consumimos todos os dias. Tem uma importância muito forte para a segurança alimentar e também para a soberania alimentar", afirma o secretário nacional de agricultura familiar do MDA Laudemir Muller. Ele diz que a produção da agricultura familiar tem crescido muito, acompanhando o consumo de alimentos, que também aumentou. Laudemir explica que a soberania alimentar também é garantida com este modelo de agricultura. "É a agricultura familiar que preserva as tradições, que tem uma produção diversificada, que mantêm a tradição das sementes. Então, na escolha do que nós comemos, a agricultura familiar é o grande bastião dessa diversidade, seja dos povos da floresta, do cerrado, dos grupos de mulheres", comenta.

Entretanto, dados do próprio Consea mostram que o agronegócio cresce mais do que a agricultura familiar e, de acordo os participantes da Oficina Territorial de Diálogos e Convergências do Norte de Minas, este modelo de produção tem ameaçado a segurança e a soberania alimentar do país por vários motivos. Entre os problemas do agronegócio estão a concentração de terras e, consequentemente, a diminuição das áreas destinadas à agricultura familiar; a baixa diversidade de produção, pois há regiões inteiras com apenas uma espécie plantada - como as monoculturas de eucalipto, cana de açúcar e soja; e a utilização de tecnologias como a dos agrotóxicos e transgênicos, que apresentam um risco para a saúde.

Um relatório do Consea lançado no final de 2010, que avalia, desde a Constituição de 1988 até a atualidade, a segurança alimentar e nutricional e o direito humano à alimentação adequada no Brasil, apresenta dados que confirmam este problema. De acordo com o estudo, o ritmo de crescimento da produção agrícola destinada à exportação é muito maior do que para o consumo interno. "A área plantada dos grandes monocultivos avançou consideravelmente em relação à área ocupada pelas culturas de menor porte, mais comumente direcionadas ao abastecimento interno. Apenas quatro culturas de larga escala (milho, soja, cana e algodão) ocupavam, em 1990, quase o dobro da área total ocupada por outros 21 cultivos. Entre 1990 e 2009, a distância entre a área plantada dos monocultivos e estas mesmas 21 culturas aumentou 125%, sendo que a área plantada destas últimas retrocedeu em relação a 1990. A monocultura cresceu não só pela expansão da fronteira agrícola, mas também pela incorporação de áreas destinadas a outros cultivos", diz o documento.

O relatório também faz um alerta sobre o uso de agrotóxicos. "O pacote tecnológico aplicado nas monoculturas em franca expansão levou o Brasil a ser o maior mercado de agrotóxicos do mundo. Entre as culturas que mais os utilizam estão a soja, o milho, a cana, o algodão e os citros. Entre 2000 e 2007, a importação de agrotóxicos aumentou 207%. O Brasil concentra 84% das vendas de agrotóxicos da América Latina e existem 107 empresas com permissão para utilizar insumos banidos em diversos países. Os registros das intoxicações aumentaram na mesma proporção em que cresceram as vendas dos pesticidas no período 1992-2000. Mais de 50% dos produtores rurais que manuseiam estes produtos apresentam algum sinal de intoxicação", denuncia o Consea.

Para a presidente do Conselho Federal de Nutricionistas, Rosane Nascimento, não é necessário que o Brasil lance mão de práticas baseadas no uso de agrotóxicos e mudanças genéticas para alimentar a população. "Estamos cansados de saber que o Brasil produz alimento mais do que suficiente para alimentar a sua população e este tipo de artifício não é necessário. A lógica dessa utilização é a do capital em detrimento do respeito ao cidadão e do direito que ele tem de se alimentar com qualidade", protesta. Ela explica por que os transgênicos ameaçam a soberania alimentar. "O alimento transgênico foi modificado na sua genética e gerou uma dependência de um produto para ser produzido, então não é soberano porque irá depender de uma indústria de sementes para produzir aquele alimento, quando na verdade ele deve ser crioulo, natural daquela região, daquela localidade, respeitar os princípios da soberania", afirma.

Enquanto o MDA aposta na agricultura familiar e procura desenvolver políticas públicas para fortalecer esta atividade, segundo afirma o próprio ministério, outro ministério - o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), aposta no agronegócio. O MAPA confirma, por meio da assessoria de imprensa, o alto desempenho da agricultura para exportação no Brasil. "O Brasil alcançou recorde nas exportações brasileiras do agronegócio nos últimos 12 meses. O número chegou a US$ 78,439 bilhões, um valor 19,8% acima do exportado no mesmo período do ano passado (US$ 65,460 bilhões)", afirma o ministério. Segundo dados do MAPA, em janeiro de 2011, a exportação de carnes foi a mais lucrativa, seguida pelos produtos do complexo sucroalcooleiro (açúcar e álcool), produtos florestais (que incluem borracha, celulose e madeira), café e o complexo soja (farelo, óleo e grãos).

Questionado sobre o uso abusivo de agrotóxicos na agricultura brasileira, o MAPA responde: "O que podemos dizer é que, em 2010, os fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura analisaram 650 marcas de agrotóxicos, em 197 indústrias do país. Do total, 74 produtos apresentaram irregularidades, o que representou 428,9 toneladas apreendidas. O resultado aponta que 88,6% dos agrotóxicos estavam dentro dos padrões". E continua: "O papel do Ministério da Agricultura é assegurar que os agrotóxicos sejam produzidos por empresas registradas e entrem no mercado da forma que consta no registro. Fazemos a fiscalização para verificar, desde a qualidade química do produto até o processo de fabricação e rotulagem".

Já o MDA alerta que a monocultura de uma forma exagerada, com grandes proporções, pode trazer problemas. "O ministério tem trabalhado para apoiar e viabilizar, com políticas públicas, este modelo de agricultura familiar, que é um modelo diversificado. Nós não achamos interessante a monocultura, seja a grande monocultura ou a pequena monocultura. Para a nós a diversidade é muito importante. Para nós, o modelo mais adequado e mais necessário para o país é o da agricultura familiar", reforça Laudemir Muller. O secretário destaca também que é um entusiasta da agroecologia. "Nós sabemos que, infelizmente, o país está com este título (de maior consumidor de agrotóxicos do mundo), e isso é uma das conseqüências da expansão da monocultura em nosso país. É preciso apoiar firmemente quem quer produzir de uma forma agroecológica", diz.

Populações tradicionais e indígenas correm mais risco

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), as populações indígenas e quilombolas são as que mais sofrem com a insegurança alimentar e nutricional. O relatório elaborado pelo Consea critica a demora na demarcação das terras indígenas e quilombolas, o que prejudica o direito a alimentação adequada. "Verifica-se que a morosidade para a demarcação das terras indígenas tem impactado negativamente a realização do direito humano à alimentação adequada dos povos indígenas, desrespeitando a forte vinculação entre o acesso à terra e a preservação dos hábitos culturais e alimentares desses povos", diz o documento.

A secretária nacional de segurança alimentar e nutricional do MDS, Maya Takagi, afirma, por exemplo, que os índices de crianças com baixa estatura em relação à idade é maior nas comunidades indígenas e quilombolas, situação decorrente da quantidade insuficiente de alimentos. "Nesses grupos específicos ainda temos o problema da quantidade de alimentos. Mas nosso desafio é também o da qualidade, conseguir ofertar alimentos de maior qualidade, de forma que as famílias de modo geral possam se alimentar de produtos saudáveis e naturais. Então, temos ainda um problema duplo, com o problema da quantidade mais localizado por grupos e regiões", descreve.

Maya cita os dados presentes no próprio relatório do Consea, segundo o qual 6,7% da população brasileira de crianças abaixo de cinco anos sofre com problemas de insegurança alimentar. Indicadores, segundo ela, considerados aceitáveis internacionalmente. Entretanto, o problema se agrava quando o dado é analisado por região e por grupos. A região norte é a que apresenta mais risco, com 14,8% da população infantil sofrendo insegurança alimentar. O índice é de 26% na população indígena, 15% entre os quilombolas e 15,9% entre as famílias mais pobres. No caso dos adultos, o déficit de peso brasileiro diminuiu: passou de 4,4% em 1989 para 1,8% em 2010. Maya considera que é necessário haver muitas políticas públicas para resolver a situação. "Regularização fundiária, acesso à terra, apoio para a produção, banco de sementes, assistência técnica, políticas de proteção social. Um conjunto grande de políticas", elenca.

11,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar grave

O estudo do Consea mostra que os desafios para ser alcançada a segurança alimentar no Brasil ainda são grandes. "Em 2009, a proporção de domicílios com segurança alimentar foi estimada em 69,8%, com insegurança alimentar leve 18,7%, com insegurança alimentar moderada 6,5% e com insegurança alimentar grave 5,0%. Esta última situação atingia 11,2 milhões de pessoas".

O relatório também afirma que há diferenças na alimentação dos mais pobres e mais ricos. "Comparando-se a maior e menor faixa de rendimento, a participação dos alimentos é 1,5 vezes maior para carnes, 3 vezes maior para leite e derivados, quase 6 vezes maior para frutas e 3 vezes maior para verduras e legumes, entre os mais ricos. Além dessas diferenças, também ocorre maior consumo de condimentos, refeições prontas e bebidas alcoólicas à medida em que ocorre o crescimento da renda".

No assentamento Americana, onde não se pode dizer que as pessoas tenham alto poder aquisitivo, um almoço foi preparado pelos camponeses do local para receber os visitantes. Nas grandes panelas em cima do fogão à lenha, havia feijão andu - uma das quatro espécies de feijão produzidas no local - com farinha, arroz, carne de porco, mandioca e couve temperada com óleo de pequi. Para acompanhar, três tipos de suco de frutas e, de sobremesa, marmelada. De tudo o que foi servido, apenas o arroz não foi produzido na localidade. No entorno do assentamento, há muitas terras destinadas à monocultura do eucalipto. "Conseguimos avançar bastante e entendemos que para termos uma vida digna é preciso ter alimentação, educação e saúde", aposta Aparecido de Souza, assentado do local e diretor do Grupo Extrativista (do Cerrado, uma organização criada pelos moradores.

Para Rosane Nascimento, outro desafio é também garantir uma mudança no perfil de consumo de alimentos. "A pesquisa de orçamento familiar do IBGE corrobora uma tendência crescente do surgimento das doenças crônico-degenerativas, tais como diabetes, hipertensão, obesidade. São doenças causadas, principalmente, por uma má alimentação e estilos de vida não saudável. Com o crescimento econômico e uma possibilidade de promover o acesso a essa alimentação, temos uma classe que aumentou o acesso em termos de consumo, mas isso não foi associado a uma boa escolha dos alimentos que estão indo para a sua mesa", analisa, destacando, entretanto, que o problema da obesidade está em todas as classes. A nutricionista acredita que deve haver políticas públicas que ataquem o problema.

Lúcio Moreira, também morador do assentamento Americana, diz que na comunidade já há uma conscientização quanto a isso. "Não trazemos mais tanto refrigerante e dizemos para as pessoas que muitas vezes elas consomem veneno quando compram no supermercado", diz.

Por Raquel Júnia

Fonte: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio