terça-feira, 20 de junho de 2023

Matéria - Cata do Pequi - Paracatu MG 1.049 visualizações 13 de fev. de 2013 Colher o pequi para obter o melhor do fruto demanda algumas recomendações; como esperar que ele caia do pé, evitando que se danifique os galhos da árvore ao se quebrar os talos, prejudicando a nova florada e frutificação. Os registros foram obtidos no cerrado da Reserva Particular de Patrimônio Natural Fundação Acangaú, município de Paracatu MG. Reportagem de Alessandro Silveira, imagens de George Duarte, edição de Francys de Oliveira. Produção: Agências Locutores Online e Foccus. Apoio: Programando o Futuro e Cáritas Diocesana de Paracatu; Realização: Agência Escola - Rede Comunitária de Comunicação


1.049 visualizações 13 de fev. de 2013

Gleisi discute estratégia do PT para eleições municipais de 2024 em Goiás

  

Gleisi discute estratégia do PT para eleições municipais de 2024 em Goiás

Presidenta visita estados para organizar PT e definir tática eleitoral dialogando com dirigentes, parlamentares, prefeitos, Federação, mulheres e movimentos sociais

Crédito: Gabriel Souza

Presidenta Gleisi Hoffmann defende a definição ainda em 2023 da tática eleitoral do PT para as eleições municipais do ano que vem

A presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, visitou nesta segunda-feira (19) a cidade de Goiânia (GO) para uma série de encontros políticos visando a construção de candidaturas e a definição da estratégia do partido para as eleições municipais de 2024, com destaque à defesa e apoio às candidaturas de mulheres.

A sua primeira agenda, às 10h, foi uma entrevista ao vivo a Jackson Abrão e Cileide Alves, do Jornal O Popular. Em seguida, às 11h, a deputada federal pelo Paraná se reuniu com a direção executiva estadual do PT-GO, com a direção municipal de Goiânia, com as bancadas da Assembleia Legislativa, deputados estaduais e federais e prefeitos e prefeitas da região.

Acompanharam Gleisi nas agendas a presidenta estadual do PT de Goiás, Kátia Maria, a deputada federal Adriana Accorsi, a deputada estadual Bia de Lima, entre outros.

“A presença da presidenta Gleisi Hoffmann em Goiás fortalece a democracia, nossa organização interna e a  participação do PT nas eleições de 2024. Reunir com as reitoras e reitores das universidades e os institutos federais para organização da Jornada da Democracia será um marco no enfrentamento da guerra cultural que dissemina o ódio e retira direitos”, afirmou a presidenta Kátia Maria.

Gleisi participou às 13h, no Hotel Umuarama, de encontro com reitoras e reitores das universidades UFG, IFG, IG Goiano, UFCAT, UFJ e PUC-GO. Na pauta, o debate sobre o papel das universidades na guerra cultural entre a extrema-direita e a esquerda. Também participaram do evento os presidentes dos partidos da Federação Brasil da Esperança, da qual o PT faz parte com PV e PCdoB.

“Eu vim para cá exatamente para me reunir com o PT e com os partidos da Federação para a gente começar a discutir a tática eleitoral. A gente não pode deixar para o ano que vem. Essa definição tem que ser esse ano, mas isso não significa que o que for decidido neste ano necessariamente vai acontecer no próximo ano. A gente pode mudar, pode discutir, fazer composição, mas é importante que, neste ano, o PT defina a tática eleitoral, inclusive das candidaturas que podem acontecer nestas cidades”, falou Gleisi à tarde, em coletiva de imprensa.

Em seguida, às 15h, a presidenta do PT se reuniu, também no Hotel Umuarama, com representantes da Federação Brasil da Esperança. Às 16h, participou de encontro com as mulheres do PT e, às 18h, de uma grande plenária com a militância dos partidos da Federação e com movimentos sociais.

A presidenta Gleisi já visitou os estados de Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Minas GeraisSanta Catarina e, agora, Goiás organizando o PT para as próximas eleições. Em alguns estados, Gleisi é acompanhada nas agendas pela secretária Nacional de Organização do PT, Sônia Braga.

Entrevista

A seguir, trechos da entrevista ao vivo de Gleisi Hoffmann ao Jornal O Popular. Fizeram parte da conversa os principais temas da política nacional.

“A gente tem uma caminhada para fazer. A eleição municipal de 2024 é nosso foco nesta visita. Estou aqui para conversar com o pessoal do PT e da nossa Federação sobre esses desafios”, afirmou a presidenta ao Jornal O Popular.

Gleisi disse que a divulgação de relatório da Polícia Federal (PF) sobre o roteiro do golpe encontrado no celular de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, reforça o debate em torno do ataque à democracia e que esse plano começou a ser gestado antes de 8 de janeiro, com o não reconhecimento do resultado das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República pelo terceiro mandato. “Temos de reforçar a defesa da democracia. Acredito que Bolsonaro se tornará inelegível”, ponderou, em relação ao início do julgamento do ex-presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (22).

Ao ser questionada sobre “erros do governo Lula”, a presidenta afirmou: “Não, muitos acertos”. E elencou as principais realizações do governo na reconstrução de políticas econômicas e sociais e na volta do Brasil à comunidade internacional.

“Veja, em cinco meses de governo, nós estruturamos quase todos os programas e projetos que nós tínhamos levado a efeito nos mandatos nossos, tanto do Lula como da Dilma, a começar pela reestruturação do Bolsa Família, lançamento do Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos, o reajuste da merenda escolar, o lançamento do PPA, a discussão do Plano Safra em outro patamar, o presidente se colocou para fazer investimentos e melhorar a economia brasileira, a mudança da política de preço da Petrobras, que já teve efeito nos preços dos combustíveis, o reajuste do salário mínimo, o reajuste da tabela do imposto de renda… Então, foram muitas coisas boas”, afirmou.

Gleisi defendeu o reposicionamento do Brasil no mundo porque isso traz investimentos para a nação. “O presidente Lula recolocou o Brasil em outro patamar. Então, eu acho que teve muito acertos.”

A presidenta falou sobre a importância do diálogo com a Câmara e o Senado. “O perfil do Congresso Nacional é muito diferente do que a gente já viveu anteriormente, então, vai exigir de nós mais esforço para fazer uma ação e aprovar os projetos de interesse do governo e do país.”

E defendeu o arcabouço fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a aprovação da reforma tributária que tramita no Congresso.

“A gente nunca teve desconfiança em relação ao Haddad, nem o PT, nem parte do PT. É natural do PT fazer as discussões sobre temas importantes para nós, como é a questão da economia, do arcabouço, que afeta a vida das pessoas. Nós fizemos uma campanha eleitoral dizendo que nós íamos ter o estado presente, como o indutor do processo da economia”, falou.

Outro tema importante abordado pela presidenta Gleisi foi a sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito do MST.  “Eu tenho as minhas posições políticas e as defendo, como o governador Caiado defende as dele. Eu faço política para defender posição, tentar fazer com que as posições que nós acreditamos possam ser colocadas na sociedade”, falou, em referência a embate com o governador do Estado.

Gleisi disse que respeita interlocutores e sabe da necessidade que alianças. “Aliás, essa aliança que elegeu o presidente Lula foi a maior aliança política construída para uma eleição. E eu era presidenta da PT.”

Como exemplo dessa importância, ela citou a conversa que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está tendo com a Fazenda sobre o Plano Safra 2023/2024, estimado em cerca de R$ 400 bilhões, para o agronegócio.

“Temos de ter um Plano Safra forte. Isso quer dizer: é o Estado presente na agricultura. O agronegócio é um dos setores mais subsidiados que nós temos. Está certo, porque outros países fazem isso”, defendeu Gleisi, alertando que é preciso considerar também os pequenos agricultores.

“Particularmente, olhando de fora e como presidenta de um partido, eu defendo tanto o Plano Safra do agronegócio, da grande agricultura, quanto o Plano Safra da agricultura familiar. Nós precisamos de financiamento para produzir mais comida, para baratear o preço, para dar acesso às pessoas, para melhorar a situação da inflação.”

Da Redação

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Plenária com a militância dos partidos da Federação e movimentos sociais
Crédito: Gabriel Souza

 

TÓPICOS:

sexta-feira, 16 de junho de 2023

LPG EFAGO

Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022 - Lei Paulo Gustavo Distribuição para Municípios Goiás Decisão Normativa nº 196/2021

MUNICIPIO UF 

Art. 5º - Inciso I 

Art. 5º - Inciso II 

Art. 5º - Inciso III 

Art. 8º 

Total 

Tabela de Repasses por Município

UF NOME DO MUNICÍPIO GO Anápolis

Art. 6o- I Apoio a Produções Audiovisuais R$ 1.594.428,77 (Hum milhão, quinhentos e noventa e quatro mil...)

Art 6o – II Apoio a salas de cinema R$ 364.592,17

Art. 6o – III Capacitação,formação e qualificação no audiovisual; apoio a cineclubes e a festivais e mostras R$ R$ 183.070,08

Art. 8º Apoio às demais áreas da cultura que não o audiovisual R$ R$ 867.688,62

Total: R$ 3.009.779,64


Uirapuru GO 


Art. 6o- I Apoio a Produções Audiovisuais R$25.514,82 


Art 6o – II Apoio a salas de cinema R$ 5.832,10 



Art. 6o – III Capacitação,formação e qualificação no audiovisual; apoio a cineclubes e a festivais e mostras R$ 2.928,09 


Art. 8º Apoio às demais áreas da cultura que não o audiovisual R$13.884,34 


Total R$ 48.159,35



GOIÁS  GO 


Art. 6o- I Apoio a Produções Audiovisuais R$ 116.492,74


Art 6o – II Apoio a salas de cinema R$ 26.627,54


Art. 6o – III Capacitação,formação e qualificação no audiovisual; apoio a cineclubes e a festivais e mostras R$ 13.368,74


Art. 8º Apoio às demais áreas da cultura que não o audiovisual 

R$ 63.391,57 

Total R$ 219.880,59



ORIZONA  GO 


Art. 6o- I Apoio a Produções Audiovisuais R$ 83.328,63

Art 6o – II Apoio a salas de cinema R$ 19.046,99 

Art. 6o – III Capacitação,formação e qualificação no audiovisual; apoio a cineclubes e a festivais e mostras R$ 9.562,82 

Art. 8º Apoio às demais áreas da cultura que não o audiovisual 

R$ 45.344,74 

Total R$ 157.283,18


Itapuranga GO 129.245,11 29.542,44 14.832,21 70.331,00 243.950,76

Professor Jamil GO 26.916,67 6.152,53 3.088,96 14.647,18 50.805,34

Orizona GO 83.328,63 19.046,99 9.562,82 45.344,74 157.283,18

Ouvidor GO 40.436,02 9.242,74 4.640,45 22.003,97 76.323,18

Goiás GO 116.492,74 26.627,54 13.368,74 63.391,57 219.880,59

Crixás GO 93.151,01 21.292,16 10.690,04 50.689,76 175.822,97  

Alto Paraíso de Goiás GO 43.577,32 9.960,76 5.000,95 23.713,36 82.252,39


Caiapônia GO 101.107,02 23.110,72 11.603,07 55.019,17 190.839,98




terça-feira, 13 de junho de 2023

No Conversa Com o Presidente, Lula anuncia amplo programa de infraestrutura

No Conversa Com o Presidente, Lula anuncia amplo programa de infraestrutura

“Já sabemos o que fazer daqui para frente, nós sabemos que temos que fazer muito mais do que fizemos em qualquer outro mandato que tivemos, porque precisamos reconstruir o Brasil”, disse Lula, na estreia do programa, nesta terça (13)

Ricardo Stuckert

Lula, com o jornalista Marcos Uchoa, na estreia do Conversa com o Presidente

A live Conversa com o Presidente Lula estreou nesta terça-feira (13), como uma nova forma de comunicação entre o chefe do governo e a população. Entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, o presidente falou sobre as várias realizações de sua administração em apenas cinco meses, a exemplo do aumento real do salário mínimo e da recriação de programas sociais voltados à melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Ele também anunciou ações importantes que serão adotadas a partir de julho, como o lançamento de um amplo programa para o desenvolvimento nacional, com obras de infraestrutura.

A live foi transmitida nas redes sociais de Lula e na TvPT. A entrevista começou tratando de ações do governo que impactam diretamente o bolso dos trabalhadores, como o aumento real do salário mínimo, a correção da tabela do imposto de renda, a redução dos preços dos combustíveis, do gás de cozinha; o Minha Casa, Minha Casa, Minha Vida, a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas e o novo Bolsa Família.

Lula afirmou que a intenção do governo era recuperar políticas públicas que deram certo em seus dois governos anteriores e que foram desmanteladas nos últimos anos. “Como nós tínhamos uma quantidade enorme de políticas públicas que tinham dado certo, a gente, então, resolveu recriar essas políticas públicas para, a partir de agora, a partir do dia 2 de julho, lançar um grande programa de obras, um grande programa para o desenvolvimento nacional, com obras de infraestrutura em todas as áreas. É isso que vai acontecer no país, e por isso eu estou satisfeito com o trabalho que nós estamos fazendo”, acrescentou.

“Nós já sabemos o que fazer daqui para frente, nós sabemos que nós temos que fazer muito mais do que fizemos em qualquer outro mandato que nós tivemos, porque nós precisamos reconstruir o Brasil. Eu chego em estados por aí, em cada estado que eu chego eu pergunto se alguém lembra de alguma obra de infraestrutura feita pelo governo passado. Ninguém lembra”, disse o presidente.

“Em estado que eu vou, ninguém lembra de obra. Então nós temos que reconstruir. Só para você ter uma ideia, Uchôa, nós encontramos 14 mil obras paradas; só na educação são 4 mil obras paradas. No Minha Casa, Minha Vida, são milhares de obras que ficaram paradas desde o governo Dilma [Rousseff]”, sublinhou Lula, acrescentando que seu objetivo é, em 2026, “entregar o país melhor do que eu já entreguei em 2010”.

Perguntado sobre os resultados positivos na economia, como queda da inflação, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e diminuição da taxa de desemprego, o presidente reafirmou o que sempre disse durante a campanha eleitoral: para governar é preciso ter “credibilidade, estabilidade, e previsibilidade”, fatores que, segundo ele, aumentam a confiança tanto dos trabalhadores quanto dos empresários e investidores.

Acordo com União Europeia

Lula também falou sobre a reunião que teve, na segunda-feira (13), com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Palácio do Planalto. No encontro, um dos principais temas foram as negociações voltadas à conclusão do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

Durante a live, Lula reiterou que o Brasil não aceita a cláusula que abriria espaço para a inclusão de produtos europeus nas compras governamentais do país.

“Ela veio conversar comigo sobre o acordo do Mercosul e a União Europeia, e eu disse que nós temos um problema, que nós não aceitamos colocar compras governamentais no acordo, porque senão a gente mata a pequena e média empresa brasileira”, disse o presidente, defendendo a manutenção da exclusividade dos produtos nacionais nas aquisições do governo. Apesar do impasse, Lula disse estar otimista em relação às negociações. “Eu quero fazer o acordo, e, se Deus quiser, quero fazer até o fim do ano”, disse.

Viagem à Itália

Ainda na live, Lula falou sobre a visita que fará ao papa Francisco, durante viagem a Roma, na próxima semana. Ele informou que também terá um encontro com o presidente da Itália, Sergio Matarella, e pontuou que essa visita é importante, entre outros motivos, porque há muitos anos um governante italiano não visita o Brasil.

“Eu vou tomar a iniciativa. Eu quero não apenas me encontrar com o papa, mas eu quero me encontrar com o presidente da Itália, e depois vou participar de um encontro econômico em Paris. Vou fazer o encerramento de um encontro econômico”, disse Lula, sublinhando que o Brasil “tem 30 milhões de italianos e descendentes de italianos” e que é importante uma reaproximação com o país europeu.

Agronegócio

O jornalista Marcos Uchôa perguntou a Lula sobre a relação entre o governo e o agronegócio. O presidente disse não ter qualquer restrição aos grandes produtores rurais e citou ações importantes que ele adotou para o fomento do setor.

Eu nunca tive problema com o agronegócio. Eu governei por oito anos este país, e eles sabem o que nós fizemos por eles. Eles sabem que nós temos responsabilidade com o salto de qualidade que deu a agricultura brasileira por causa do financiamento que nós fazíamos, financiamento de máquinas”, disse o presidente.

“No nosso tempo, essas máquinas colheitadeiras grandes, que parecem um robô, essas máquinas eram financiadas com 2% de juros ao ano. Hoje eles estão pagando 14% ou 18% ao ano. Então eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não têm problema conosco, do ponto de vista do financiamento. O problema pode ser ideológico. Se é ideológico, paciência, a gente vai estar em campos opostos”, afirmou.

Lula também criticou setores que estimulam um conflito entre o agronegócio e os pequenos e médios produtores rurais. “Não há incompatibilidade entre o pequeno e médio produtor e o grande produtor. Não há incompatibilidade. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito, porque, na verdade, o Brasil precisa dos dois. Os dois são complementares, os dois ajudam o Brasil”, disse. “Nós vamos anunciar o Plano Safra, agora, tanto para a agricultura familiar quanto para o agronegócio, e eles vão perceber que, da parte do governo, não há nenhuma objeção a eles. O que nós queremos é que todos produzam, cresçam, e o Brasil cresça junto”, acrescentou o presidente.

Reforma agrária

Durante a live, o presidente reafirmou o compromisso do governo com a reforma agrária. “Nós temos aproximadamente 4,6 milhões de propriedades com menos de 100 hectares. Essas propriedades geram bastante oportunidades de trabalho, porque ninguém consegue produzir em 50 hectares sozinho, 100 hectares sozinho. Então, é preciso que as pessoas tenham gente que trabalhe. Isso é importante, porque o trabalho dá dignidade à pessoa”, disse Lula. “Então nós vamos fortalecer a pequena e média propriedade, nós vamos fortalecer o agronegócio, nós vamos continuar a fazer a reforma agrária, porque onde precisar assentar gente nós vamos assentar”, declarou

“Eu falei para o Paulo Teixeira [ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar]: ‘não precisa invadir terra. Se quem faz o levantamento das terras improdutivas é o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), é o Incra que comunica ao governo quais são as propriedades improdutivas que existem em cada estado brasileiro, e, a partir daí, nós vamos discutir a ocupação dessas terras’. É simples. Não precisa ter barulho, não precisa ter guerra. O que precisa ter é competência e capacidade de articulação”, afirmou.

O presidente disse ainda que, com base nas informações repassadas pelo Incra, o governo vai realizar a reforma agrária. “Então disse para o Paulo: ‘eu quero que o Incra me dê a quantidade de terras ociosas que ele acha que tem no Brasil’. É em torno disso que a gente vai discutir com a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), com os Sem Terra, com a Cetraf (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar), para que a gente possa fazer os assentamentos necessários com muita tranquilidade”, disse o presidente.

“Tem que colocar os trabalhadores que querem trabalhar para trabalhar. Não tem problema, não tem que haver luta, não tem que haver guerra. O que tem que haver é compreensão de que o Brasil precisa ter segurança alimentar e, por isso, o Brasil precisa muito, para que a gente tenha, inclusive, estoque regulador”, frisou. “Se tiver uma crise de alimentos no mundo, nós temos que ter a garantia de que não vai faltar nem o arroz nem o feijão para o nosso povo”.

Enem

Como fez em viagem recente a Pernambuco, o presidente voltou, durante a live, a convocar os estudantes a participarem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “É importante que todas as pessoas que têm idade para se inscrever para o Enem se inscrevam até o dia 16, porque o Enem estava muito desativado. O Enem estava um pouco desmoralizado, e nós precisamos recuperar a força do Enem, porque o Enem foi a coisa mais extraordinária. Nós chegamos a ter 16 milhões de pessoas inscritas”, disse. “Então, é importante que todo mundo que queira fazer universidade, se inscreva no Enem até o dia 16 de junho, para que você possa ter a oportunidade de entrar em uma universidade, fazer um curso e virar doutor ou doutora”.

Da Redação

domingo, 11 de junho de 2023

Benedita Casé: Como uma mulher surda pensa a diversidade?

Benedita Zerbini - João Pedro Januário/Arquivo pessoal

Benedita ZerbiniImagem: João Pedro Januário/Arquivo pessoalBenedita Casé*11/06/2023 Sons para mim são vibrações. As palavras me impactam mais pela intensidade do que pelo volume, ainda mais em tempos de pouco diálogo, onde querem falar mais do que ouvir. Eu fico à espera de palavras que vibrem em meu corpo ou voem pela mecânica da boca da pessoa de quem faço leitura labial. É assim que compreendo as palavras. Na interseccionalidade de uma mulher surda, com um irmão preto, e um filho com um homem preto, tenho atenção redobrada às vibrações das palavras e aos sentidos que elas produzem ou escondem.

Um dia desses um amigo me disse em alto e bom tom: "A escola forma pessoas horríveis". Logo pensei sobre o que havia escondido naquelas palavras que ecoavam fortes e traziam verdades. Na escola eu tive momentos muito felizes ao lado de pessoas maravilhosas. Mas também foi na escola que me senti rejeitada por ser uma mulher com deficiência auditiva. Foi na escola que disseram que talvez não estivessem bem preparados para me receber como aluna. Nas festas da escola sempre havia uma tensão para mim na hora da dança com música lenta. Nunca conseguia um par. Na escola que às vezes levava falta por não ouvir a chamada quando nenhum amigo estava por perto. Foi na escola que achei que não podia ser bonita, porque era sempre excluída dos competitivos rankings de beleza dos meninos; foi na escola que tentaram me dizer que futebol não era jogo para meninas. Foi na escola que falaram comigo através de mímicas e gritos.
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Porque no fundo não se trata somente de ter ou não opiniões sobre os outros e os outros sobre ele. As opiniões são a base de uma camada mais profunda: a camada do poder.

No ambiente escolar é onde crianças e adolescentes começam a querer ter poder. Quando a vontade de poder se mistura com as opiniões das pessoas é que a coisa fica ainda mais séria. Porque sempre penso no seguinte: como esse ambiente pode nos educar e nos preparar para enfrentar uma sociedade tão capacitista, machista, homofóbica e racista? Tudo na escola gira em torno de julgamento, poder e competição; e nós, mães, pais, professores e alunos alimentamos essa lógica.

O futebol me dava uma liberdade de não ter que estar atenta a tudo o que estavam falando. Não sofria na hora de escolher e ser escolhida para tirar o time de futebol, porque sempre joguei bem e era escolhida rápido.

Mas outro dia vi essa situação por outra perspectiva. Vi meu filho viver na pele esse momento e isso me trouxe uma reflexão mais profunda. Era uma comemoração de aniversário e eles fizeram um mini campeonato de futebol como atividade entre os colegas da escola. Naquele momento, o professor pediu que dois dos meninos escolhessem os times para perceber que ele estava muito nervoso e preocupado se seria o último a ser escolhido ou talvez ficar de fora. Ele me olhava tenso, e eu correspondia com uma cara como quem diz: "tá tranquilo filho, fique calmo, vai dar tudo certo."

Brás usa muito o recurso da leitura labial para falar comigo de longe em situações que não quer que mais ninguém veja ou escute. De longe ele me respondeu sem fazer qualquer som, mas articulando a boca, como sempre, e me disse: "Eu quero ser escolhido, mamãe." Pois é, eu também quis ser escolhida muitas vezes na minha vida, em diversas situações. Naquele momento me vi no meu filho.

Na escola somos definidos pelo que os outros acham de nós. E é só quando crescemos que vamos descobrir que isso tem muito a ver com a construção da nossa autoestima. Falar de autoestima está na moda, mas acho importante pensar nisso desde cedo: autoestima é a imagem que construímos de nós mesmos e as opiniões das pessoas contam muito nessa construção.

Foi essa situação que me fez refletir sobre muitas das dinâmicas que causam traumas nos momentos decisivos das nossas vidas e que depois a gente reproduz nos comportamentos em sociedade. Como os currículos nas empresas são selecionados? Como somos escolhidos na hora da promoção para um cargo? Os amigos que você escolhe na escola, no time, seguem esses mesmos critérios de escolha. Estamos acostumados a escolher quem é mais parecido com a gente. Se existe uma pessoa com deficiência no grupo de pretendentes, certamente ela será a última a ser escolhida.

É importante lembrar que estou dividindo vivências com a consciência de que tenho uma passabilidade, a partir do momento em que a minha deficiência não é tão aparente. E sendo uma mulher cis branca, mais privilégios ainda. Quanto mais "invisível" a deficiência, mais aceita é a pessoa nos ambientes sociais. Então, quanto mais opiniões sobre o quanto alguém é "estranho", fora dos padrões do que é visto como normal, mais demorará para ser escolhido.

O ambiente da escola acaba sendo um laboratório de várias experiências que colocam de lado as pessoas mais "fragilizadas", ou melhor, que pelas opiniões são consideradas como as mais "frágeis". A sociedade nos enxerga como frágeis, quando na verdade não somos. Na verdade, eu te pergunto: as pessoas sem deficiência não têm suas "fragilidades" como todo ser humano, carente de cuidado, atenção, reconhecimento e amor? Por que então essas opiniões sobre nós insistem em nos colocar abaixo dos outros numa hierarquia autoritária de poder?

O que vivi com o meu filho Brás me fez lembrar de tudo isso. Para pessoas com deficiência é mais complicado, porque temos o famoso carimbo PCD. Se ele já tem essa preocupação, de querer ter amizades, coisas que a gente sabe que são muito importantes para nossa formação, imagine nós enquanto pessoas com deficiência.

O ambiente da escola é um período em que construímos relações afetivas importantes para nossa vida adulta. E é por isso que se torna uma responsabilidade nossa pensar na criança vivendo numa arena dominada por julgamentos e provas, sem musculatura para se defender do capacitismo velado e muitas vezes escancarado. A sensação que eu tenho é que está todo mundo correndo atrás de um tempo perdido, de algo que deveriam ter feito e entendido muito antes. As empresas, por exemplo, estão "preocupadas" com a diversidade muito mais por obrigação do que por acreditar que devem fazer uma escolha intencional pela diversidade. Parece que chegam tarde nesse rolê e que não resolvem essas questões quando devem ser resolvidas. Antes, bem antes. Talvez lá na escola!

Mas por que a gente só entende isso tão tarde? Por que será que a escola forma pessoas ruins? Hoje em dia cada vez mais se discute sobre o bullying e quando me perguntam qual é a coisa mais determinante para mim na hora de escolher a escola do meu filho, eu sempre penso em DIVERSIDADE.

Percebo que muitos pais estão preocupados com desempenho, números, competitividade dos seus filhos, e não se preocupam se seus filhos dizem obrigado ou se são gentis com os amigos. A preocupação com o desempenho é muito maior do que como ele será enquanto ser humano.Precisamos trocar a palavra competição por inclusão.

E mais do que isso: precisa ser intencional, precisamos querer, desejar, querer de verdade! E essa intencionalidade deve ser plantada desde cedo. Será que o nosso filho vai ser gente boa, vai tratar bem as pessoas, vai ter respeito, vai acolher as diferenças, vai ser um cara justo e, principalmente, que vai ser inclusivo no rolê? O meu desejo é que famílias e escolas se preocupem mais com isso, para que um dia eu possa dizer para o meu amigo, em alto e bom tom: "A escola forma pessoas boas!"

*Benedita Zerbini é diretora audiovisual, produtora de conteúdo digital e realizadora de documentários, peças publicitárias e programas de TV. Palestrante, formada em Design. Carioca de 33 anos, botafoguense, mãe do pequeno Brás e surda oralizada.