quinta-feira, 27 de abril de 2023

Agricultura familiar valorizada, reforma agrária e paz no campo, defende o ministro Paulo Teixeira

 

Agricultura familiar valorizada, reforma agrária e paz no campo, defende o ministro Paulo Teixeira

Governo voltou a comprar alimentos da agricultura familiar para o PAA e para alimentação escolar, informou o ministro Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, em audiência na Câmara

Divulgação

No governo Lula, a agricultura familiar tem papel central no combate à fome e à desnutrição

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDAF), Paulo Teixeira, disse nesta quarta-feira (26) que sua pasta tem atuado para resgatar e implementar políticas públicas, esquecidas pelo governo anterior, voltadas à promoção de uma vida digna no campo.

Durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara, na qual apresentou as prioridades de sua pasta para o ano de 2023, o ministro destacou – entre outras ações – a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que adquirem parte da produção da agricultura familiar, além da volta da Reforma Agrária.

Em relação ao PAA, o ministro ressaltou que a retomada desse programa é um enorme desafio, principalmente porque foi esquecido pelo governo anterior nos últimos anos.

“Estamos voltando a comprar alimentos da agricultura familiar a preço de mercado, não apenas para o PAA, mas também para o PNAE. Queremos que o PAA seja um reforço de renda para a agricultura familiar e um meio de ajudar as famílias que estão em insegurança alimentar. Por isso o PAA voltou. Inicialmente com aporte de R$ 500 milhões, que desejamos triplicar nos próximos meses”, explicou.

Ainda sobre o PAA, o ministro Paulo Teixeira explicou que na medida provisória que trouxe a volta do programa, também estabelece que hospitais públicos, refeitórios de universidades e institutos federais e até as Forças Armadas, também deverão comprar 30% de seus alimentos diretamente da agricultura familiar.

Sobre o PNAE, o ministro destacou que houve uma correção de 37% nos recursos para o programa, que passam a alcançar R$ 1,5 bilhão em investimento federal. “Esse programa diz que 30% da alimentação nas escolas, da merenda escolar, venha da agricultura familiar. Hoje, somente 12% tem essa origem. Nosso desejo é chegar, no mínimo, no patamar de 30%”, avisou.

Retomada do Ministério

Além de desafio de reestruturar o ministério que havia sido extinto após o golpe de 2016, com a incorporação de órgãos como o Incra, a Conab e a Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), Paulo Teixeira destacou que nos primeiros dias do atual governo havia dificuldade de até mesmo emitir declarações e certidões voltadas aos agricultores familiares.

Como exemplo, o ministro explicou que nos primeiros 100 dias do governo o MDAF teve que prorrogar por mais um ano as Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP), que estavam próximo de vencer. Ele disse ainda que foi preciso trocar o sistema que expedia as Certidões da Agricultura Familiar (CAF), por conta de inúmeras reclamações.

“Trocamos o sistema e tudo passou a funcionar. Só ontem foram emitidas 5 mil CAF’s, e já temos mais 100 mil concedidas desde que assumimos”, observou.

Parceria com BNDES e Ministério da Indústria e Comércio

O ministro Paulo Teixeira adiantou ainda que sua pasta está conversando com o BNDES e o Ministério da Indústria e Comércio, com o objetivo de estimular a criação de agroindústrias. O objetivo é agregar valor aos produtos da agricultura familiar. “Queremos ainda voltar com o Plano Safra específico para a agricultura familiar e, nesse plano, estimular a produção de alimentos com crédito a juros menores”, afirmou.

Tecnologia para a produção familiar

E para agregar valor à produção, Paulo Teixeira disse ainda que sua pasta estuda formas de oferecer tecnologia à agricultura familiar, principalmente na captação de energia solar fotovoltaica. Segundo ele, além de fornecer energia para as residências e para as agroindústrias, o excedente da produção poderia ser comercializado pelos agricultores para complementar a renda.

O ministro adiantou ainda que o ministério já contatou a Embrapa para, em conjunto com universidades e institutos federais, forneça tecnologia para o uso de bioinsumos, que evitem a contaminação de agricultores e do meio ambiente com agrotóxicos e que permitam a produção de alimentos mais saudáveis.

Conflitos agrários

Em resposta a deputados bolsonaristas que questionaram o ministro sobre ocupações de terras realizadas pelo MST, o ministro destacou que seu ministério atua como mediador dos conflitos agrários. “Instituímos uma Ouvidoria Agrária e queremos que todos os conflitos sejam resolvidos em paz. Qualquer conflito queremos mediar na Ouvidoria e já estamos obtendo bons resultados”, explicou.

Reforma Agrária

E como forma de amenizar esses conflitos, o ministro anunciou que o governo do presidente Lula tem compromisso com a volta da Reforma Agrária, totalmente esquecida pelo governo anterior. O ministro destacou, por exemplo, que o atual governo está entregando agora terras que tinham sido desapropriadas em 2015 e 2016.

Ele informou ainda que, para amenizar o sofrimento das famílias de sem-terra acampadas em beiras de estrada, o governo Lula irá revogar um decreto do governo Bolsonaro que impedia que essas famílias tivessem acesso ao Cadastro Único de Programas Sociais.

“Temos crianças com 6, 7 e até 8 anos de idade que nasceram em acampamentos em beira de estrada. Temos que tratar essas famílias da mesma maneira que tratamos alemães, italianos, japoneses e poloneses que imigraram no passado para o Brasil e receberam terras para cultivar. Precisamos dar um futuro para essas famílias acampadas, com assentamentos sustentáveis, com energia elétrica, água, posto de saúde, escola, internet, agroindústria, crédito e assistência técnica”, explicou.

Os deputados petistas Bohn Gass (RS), João Daniel (SE), Merlong Solano (PI), Marcon (RS), Pedro Uczai (SC), Carlos Veras (PE), Josias Gomes (BA) e Valmir Assunção (BA) prestigiaram a presença do ministro na Comissão de Agricultura da Câmara.

Do PT na Câmara

No Senado, setor produtivo defende queda imediata dos juros para retomada do país

 

No Senado, setor produtivo defende queda imediata dos juros para retomada do país

Em debate, Campos Neto vê retórica do arrocho monetário desabar diante de senadores e representantes da indústria e dos transportes. “Estamos com vários setores da economia drasticamente afetados”, alertou Haddad

Foto: Alessandro Dantas

Haddad, no Senado, ao lado de Campos Neto: "Se a economia continuar desacelerando, por razões ligadas à política monetária, nós vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação vai ser impactada”

Habituado à bolha do capital financeiro, seu habitat natural, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, passou pelo constrangimento de ouvir relatos de agentes do setor produtivo sobre o estado da economia real, nesta quinta-feira (27), no Senado Federal. Pela segunda vez nesta semana, em debate promovido pela Casa sobre juros, inflação e crescimento, Neto viu sua retórica cair por terra diante dos fatos: o país não terá condições de atrair investimentos e se desenvolver com as taxas de juros abusivas de 13,75%. O patamar tem sido mantido por Neto de modo inexplicável, sobretudo em um ambiente de desaceleração da inflação.

Mesmo em queda, o índice tem sido usado por Neto para segurar os juros nas alturasVisivelmente nervoso, o burocrata procurou ancorar-se em uma espécie de ‘manual pessoal de boas práticas do mercado financeiro’, recorrendo a termos como “condições financeiras” e “credibilidade”, além de insistir no “diagnóstico” de que a inflação de curto prazo não tem caído na velocidade necessária para que os juros sejam reduzidos.

Assim como na audiência de terça-feira (25), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), não convenceu. Neto estava diante de senadores, representantes de setores essenciais da economia como indústria, transporte e comércio, além de economistas e os ministros Simone Tebet, do Planejamento, e da Fazenda, Fernando Haddad, representando o governo federal.

 “Se a economia continuar desacelerando, por razões ligadas à política monetária, nós vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação vai ser impactada”, alertou Haddad, na abertura do debate. “Não tem como dissociar o monetário do fiscal”, disse, ao defender uma harmonização entre política fiscal e monetária para reduzir a Selic e alavancar o crescimento brasileiro.

“Estamos com vários setores da economia drasticamente afetados, advertiu. “Recebo vários setores, dizendo das dificuldades, desde uma Santa Casa até uma companhia aérea, passando pelo varejo”, afirmou o ministro, ao apontar o desequilíbrio entre a política monetária do Banco Central e a política econômica.

“Temos uma agenda importante de recuperação da nossa capacidade de crescer, gerar emprego, renda, gerar desenvolvimento”, pontuou Haddad, lembrando que a matriz produtiva do país encontra-se “completamente defasada”.

Escassez de crédito

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, expôs o quadro de escassez de crédito ao setor produtivo, derivado da atual taxa Selic. “Não tem nenhuma atividade empresarial, industrial, que tenha capacidade de enfrentar uma situação dessa”, lamentou Andrade.

“O banco que faz um empréstimo nessas condições, se está pensando na rentabilidade das empresas, está indo na direção errada”. Indiretamente, Andrade frisou que a inflação não pode ser usada como desculpa para o Bacen manter os juros elevados. “É claro que a inflação não pode ser elevada. Todos nós concordamos com esse ponto”, disse.

“Agora, nós também precisamos dosar esses juros, presidente Roberto Campos [Neto], para que atenda, claro, as questões da meta de inflação, mas que também não prejudique o crescimento e o desenvolvimento econômico”, observou Andrade.

Juros incompatíveis com setor produtivo

Ciente da impossibilidade de harmonizar aumento da produtividade com arrocho monetário, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, apontou para uma incompatibilidade da taxa Selic com o crescimento da atividade industrial.

“Sinto dizer que não há negócio capaz de fazer frente a tamanho custo de capital”, comentou Gomes. “O impacto na indústria tem sido devastador. O estoque de capital da indústria já foi superior a 20% nos anos 80 e hoje está em 11%. Os investimentos não cobrem nem a deterioração do maquinário na última década”, criticou.

“Estamos por tempo demais com o crescimento estagnado”, definiu o presidente da Fiesp. “Ao crescermos pouco, com taxas de juros nominais muito acima da taxa de crescimento da economia, precisamos de superávits maiores para reduzir o endividamento”, completou, lembrando que, só no ano passado, o país torrou 5% do PIB apenas com juros da dívida. Ele ainda sugeriu ao Senado promover um debate específico sobre a situação da indústria no país.

Selic afeta dívida e retira investimento em  transportes

Fernanda Schwantes, gerente Executiva da Confederação Nacional do Transporte (CNT), chamou a atenção sobre como a taxa de juros impacta negativamente nos investimentos em infraestrutura de transporte no Brasil. Schwantes destacou a perda da capacidade de investimento no setor por parte do governo federal, alcançando, em 2022, o menor nível nos últimos anos, menos de 1%.

“É uma preocupação grande para o setor a perda dessa capacidade. E a taxa de juros elevada prejudica investimentos privados em infraestrutura de transporte”, avaliou Schwantes. Ela utilizou ainda dados do próprio BC para mostrar que, a cada ponto percentual de elevação da Selic o custo de rolagem da dívida pública sobe em R$ 40,6 bilhões, mais de duas vezes o orçamento federal para investimentos no setor neste ano, da ordem de R$ 17,4 bilhões.

É preciso rever metas de inflação

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) voltou a defender um afrouxamento das metas dei inflação para harmonizar as políticas monetária e fiscal e, com isso, reduzir os juros no país. “Essa meta [3,25%] foi definida baseada em quê?”, indagou. “Por que temos uma meta de 3% se a inflação está prevista para 6%? Precisa rever para uma meta mais realista, isso abre espaço fiscal”, explicou.

“Não podemos pensar em um país em que não haja margem para o investimento público. Sem investimento público, não há investimento privado. O mundo todo sabe disso”, refletiu.

Da Redação


Piso da enfermagem: com aprovação do Congresso, Governo Lula faz justiça com categoria

 

Piso da enfermagem: com aprovação do Congresso, Governo Lula faz justiça com categoria

Ministério da Saúde utilizará o recurso previsto no PLN 5/23 para auxiliar municípios, estados e o Distrito Federal. Previsão é de que o pagamento dos pisos tenha início já em maio

Sérgio Lima

Por unanimidade, projeto enviado por Lula sobre piso da enfermagem é aprovado no Congresso Nacional. Foto: Sérgio Lima

Em pouco mais de 100 dias, o governo Lula conseguiu avançar e aprovar o piso da enfermagem no Brasil, uma luta que se arrastava desde 1989. Nesta quarta-feira, 26, o Congresso Nacional aprovou por unanimidade o Projeto de Lei do Congresso (PLN) enviado pelo presidente Lula no dia 18 de abril.

Deputados e senadores votaram pela garantia do pagamento do piso da enfermagem em reconhecimento à importância dos profissionais de saúde. De acordo com o PLN, que vai à sanção presidencial, está assegurado o valor de R$ 7,3 bilhões do orçamento criado pela Emenda Constitucional 124, aprovado em dezembro de 2022.

coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do PT, Eliane Cruz, celebra mais essa conquista do governo Lula:

Os profissionais beneficiados são os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, parteiras, profissionais de entidades filantrópicas e prestadores de serviço com atendimento mínimo de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pagamentos a partir de maio

O Ministério da Saúde (MS) utilizará o recurso previsto no PLN 5/23 para auxiliar municípios, estados e o Distrito Federal. A previsão é de que o pagamento dos pisos inicie a partir de maio.

Aproximadamente 867 mil profissionais de saúde serão beneficiados com a Lei 14.434/2022. Ela define que o piso salarial dos enfermeiros seja de R$ 4.750, dos técnicos de enfermagem o valor de R$ 3.325, e para os auxiliares de enfermagem e as parteiras, o piso de R$ 2.375.

Ouça o boletim da Rádio PT sobre a aprovação do piso nacional da enfermagem:

Da Redação, com informações da Agência Senado

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Chico Buarque finalmente recebe o Prêmio Camões, concedido a ele em 2019

 

Chico Buarque finalmente recebe o Prêmio Camões, concedido a ele em 2019

Maior prêmio da língua portuguesa não havia sido entregue ao cantor e escritor porque Jair Bolsonaro se recusou a assinar a documentação necessária

Ricardo Stuckert/PR

Chico Buarque recebe o Prêmio Camões de Lula e Marcelo Rebelo de Sousa

O cantor, compositor e escritor Chico Buarque finalmente pôde receber, nesta segunda-feira (24), o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, concedido pelos governos de Brasil e Portugal.

Chico havia sido agraciado em 2019, porém Jair Bolsonaro se recusou a assinar a documentação necessária para a entrega do diploma. Com a visita de Lula a Portugal, foi feita justiça ao artista.

“É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura. O Prêmio Camões deveria ter sido entregue a Chico Buarque em 2019 e não foi”, disse Lula (veja trecho abaixo e a íntegra da cerimônia no fim da matéria). 

“Sabemos por quê. O ataque à cultura foi dimensão importante do projeto que a extrema direita tentou implementar no Brasil”, completou o presidente brasileiro, lembrando que Chico também foi perseguido e censurado durante a ditadura militar.

Quatro anos em que “o tempo parecia andar para trás”

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou o simbolismo da data de entrega do prêmio de 100 mil euros ao cantor e escritor — 24 de abril de 1974 foi o último dia da ditadura salazarista em Portugal, encerrada no dia seguinte com a Revolução dos Cravos.

E ressaltou que, hoje, pouco importa se o prêmio de 2019 só foi entregue em 2023. “Ninguém cuidará de saber a que ano diz respeito. Diz respeito a todos os anos. Esperamos quatro anos como os amigos esperam uns pelos outros”, discursou.

LEIA TAMBÉM: Lula: “A cultura voltou de verdade neste país”

Por fim, o premiado falou. “Lá se vão quatro anos que o prêmio foi anunciado, e eu me perguntava se já me haviam esquecido”, brincou Chico. “No que se refere ao meu país, quatro ano de governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás”, acrescentou. 

E prosseguiu: “Hoje, porém, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula”.

Da Redação

sábado, 22 de abril de 2023

Lula, em Portugal: “Se você não fala em paz, contribui para a guerra”

 

Lula, em Portugal: “Se você não fala em paz, contribui para a guerra”

Lembrando da situação envolvendo a guerra do Iraque, Lula reafirmou a posição adotada na época. “Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome no Brasil. Essa é minha guerra”

Ricardo Stuckert

Presidente Lula com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Eu sei o que é invasão e o que é integridade territorial. Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz”, afirmou o presidente Lula em entrevista coletiva (veja abaixo) em Lisboa, neste sábado, 22, onde participa de diversos eventos oficiais.

O presidente Lula destacou que “nós estamos numa situação em que a guerra não está fazendo bem a humanidade”, citando a situação econômica da Europa que enfrenta dificuldades com abastecimento de energia e, assim como Brasil, de fertilizantes e comida.

“Em meu primeiro mandato eu fui aos EUA e o Bush pediu que o Brasil entrasse na guerra contra o Iraque”, lembrou Lula na entrevista. “Eu respondi que minha guerra era contra a fome no meu país. Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome no Brasil. Essa é minha guerra”.

Ainda na entrevista, Lula foi questionado pela imprensa sobre a afirmação de que União Europeia colabora para a manutenção do conflito”. “Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”, respondeu o presidente brasileiro”, reafirmando o papel do Brasil em defesa da negociação e da paz.

Lula citou a resposta adotada pelo Brasil ao pedido do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, para que o Brasil vendesse os mísseis para que ele doasse à Ucrânia. Na época do pedido, a posição do Brasil foi de recusar a venda dos mísseis, pois se assim o fizesse o país estaria entrando na guerra.

“O Brasil se recusou a vender os mísseis, porque se a gente vendesse os mísseis e esses mísseis fossem doados à Ucrânia e esses mísseis fossem utilizados e morresse um russo a culpa seria do Brasil. O Brasil estaria na guerra. E o Brasil não quer participar da guerra. O Brasil quer construir a paz”, disse Lula.

Já em Portugal, o presidente Lula informou que determinou a visita do chanceler Celso Amorim à Ucrânia. “Eu não fui à Rússia e não vou à Ucrânia. Eu só vou quando houver possibilidade de efetivamente ter um clima de construção de paz. Eu sempre fui uma pessoa que quer integridade territorial”, afirmou ele.

Na mesma entrevista, o presidente Lula pregou o combate ao extremismo, à desinformação e ao desmatamento ilegal, e defendeu uma nova governança mundial. Sobre a instalação da CPI, afirmou que a decisão do Congresso Nacional, dos parlamentares. Em relação ao destino do GSI, disse que tratará do assunto na volta ao Brasil.

Da Redação

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Lula libera recursos de R$ 2 bilhões para entidades filantrópicas de saúde

 

Lula libera recursos de R$ 2 bilhões para entidades filantrópicas de saúde

Investimento beneficiará 1,7 mil municípios e 3.288 instituições sem fins lucrativos, essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS) no país

Ricardo Stuckert

Presidente Lula libera R$ 2 bilhões de recursos para entidades filantrópicas de saúde. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou o repasse de R$ 2 bilhões de recursos para entidades filantrópicas, essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS) no país.

A portaria, que beneficia 1,7 mil municípios e 3.288 instituições sem fins lucrativos, foi assinada nesta quinta-feira, 20, em uma cerimônia no Palácio do Planalto.

Referências em média e alta complexidade de atendimentos, as entidades beneficentes operam de forma tripartite, garantindo o acesso universal à saúde. Conforme o Ministério da Saúde (MS), atualmente 60% dos atendimentos e internações de alta complexidade pelo SUS são feitos por entidades filantrópicas.

Essas instituições, ao longo da história, se tornaram referência, além de muitas serem hospitais de ensino tradicionais para a formação de médicos e outros profissionais da saúde.

Durante a solenidade, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que o SUS é patrimônio da sociedade e que a garantia da sua sustentabilidade é fundamental para o Brasil.

“O SUS não é um programa do Ministério da Saúde. É uma política de estado e o nosso governo tem trabalhado para garantir a sustentabilidade desse sistema, que é a política social mais inclusiva que o Brasil conseguiu até o momento. É o setor que pode contribuir para o desenvolvimento de ações sustentáveis, como temos discutido em relação a reduzir a nossa vulnerabilidade de vacinas, de medicamentos, de insumos, de tudo que é fundamental para a atenção à saúde da nossa população. O SUS tem muitos braços e um deles é o setor filantrópico”.

Crise financeira

De acordo com o MS, nos últimos anos, as entidades filantrópicas enfrentaram crise financeira, fechamento de serviços e a diminuição de atendimentos.

Do investimento total anunciado pelo governo Lula, mais de R$ 475,8 milhões já foram repassados devido a saldos remanescentes nos fundos de saúde dos estados, Distrito Federal e municípios.

Leia mais: Lula assina projeto de lei para estabelecer o Piso Nacional da Enfermagem

Governo Lula garante repasse imediato

O repasse de recursos para entidades filantrópicas foi definido pela Lei Complementar 197, de 2022. Ela permite que os saldos financeiros remanescentes, provenientes de repasses do MS nas contas abertas dos estados, Distrito Federal e municípios antes de 1º de janeiro de 2018 sejam aplicados para o custeio de serviços nas entidades até atingir o valor de R$ 2 bilhões.

Na gestão do governo de Bolsonaro, com a publicação de uma portaria, os critérios para o repasse passaram a dificultar o acesso de estados e municípios aos valores, com exigência de Certidão Negativa de Débitos e prazos curtos para a comprovação dos critérios.

Com o governo Lula, a portaria de Bolsonaro foi revogada. Agora, o repasse é imediato aos gestores e sem a exigência e critérios que tornavam sua execução difícil. A nova portaria traz a definição do valor máximo destinado a cada entidade filantrópica, considerando a proporção total de instituições registradas nas bases de dados dos Sistemas de Informações Ambulatoriais e Hospitalares, entre 2019 e 2021.

Da Redação, com informações do Ministério da Saúde