quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Dia D: participe da campanha nacional contra dengue neste sábado (2)

 

Dia D: participe da campanha nacional contra dengue neste sábado (2)

Mobilização reforça ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito transmissor em todo o país

Walterson Rosa/MS

Nísia: "Faço um chamamento a toda a sociedade para uma grande mobilização nacional neste sábado"

“O Dia D é fundamental para esta unidade que construímos aqui. Nenhum estado poderá estar fora desse esforço de mobilização. Sabemos que a população, o governo federal, governos estaduais, prefeituras podem e devem trabalhar juntos nessa ação. Vamos estar, de fato, com o Brasil unido contra a dengue”, disse a ministra da Saúde Nísia Trindade, na quinta-feira (29).

Nísia referiu-se à ação nacional encampada pelo governo Lula, englobando estados e municípios, para combater a dengue em todo o país, que ocorre neste sábado (2).

O chamado Dia D é resultado de uma portaria do Ministério da Saúde (MS), publicada na terça-feira (27), que autorizou o repasse de verbas para reforçar as ações contra a dengue.

Pioneiro na vacinação contra a dengue, o Brasil iniciou neste mês de fevereiro a imunização de crianças de 10 e 11 anos. Até o final do ano, a campanha será ampliada para adolescentes de 12, 13 e 14 anos residentes nas 521 cidades escolhidas. A seleção das cidades pelo MS é baseada na alta incidência da dengue tipo 2 (Sorotipo 2), que causa formas mais graves da doença.

Os lotes iniciais da vacina foram direcionados para áreas de maior risco, devido às limitações na produção e oferta do imunizante, desenvolvido pelo laboratório Takeda. Com a entrega de mais doses, a vacinação será estendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Leia mais: Graças ao SUS, Brasil é o 1º país a garantir vacina contra a dengue à população

O Ministério da Saúde adquiriu 5,2 milhões de doses para este ano e planeja comprar mais 9 milhões em 2025. A vacina Qdenga, como é comercialmente conhecida, foi registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, e sua incorporação ao SUS foi anunciada em dezembro do ano passado.

Situação de emergência

O Distrito Federal (DF), que acumula o maior número de casos no Brasil, vai receber R$ 5 milhões e 500 mil reais para ações de combate à doença. O DF tem 3.552 casos por 100 mil habitantes  em média. Outras nove cidades em quatro estados vão receber do governo Lula R$ 17 milhões de reais. 

Atualmente, seis estados, incluindo o Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Acre, Goiás e o DF declararam situação de emergência devido ao aumento dos casos de dengue. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, atribui esse aumento a fatores ambientais e à circulação de vários sorotipos do vírus em áreas anteriormente não afetadas.

“A dengue começa principalmente nas capitais, grandes cidades, o fator diferencial que eu quero chamar atenção aqui é o fato de nós termos agora em cidades médias e cidades pequenas também grande número de casos, em locais onde não havia antes a infecção por dengue, isso significa mais interiorização da doença, mais dispersão e portanto um desafio a mais para os sistemas de saúde lidarem”.

Leia mais: Ministério da Saúde acelera vacinação contra a dengue em todo o país

Combate nas escolas

O combate à dengue também envolve as escolas, por meio do projeto “Combate ao Mosquito nas Escolas”, uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação. 

O ministro da Educação, Camilo Santana, detalhou as ações a serem realizadas nas escolas para conscientizar os alunos e suas famílias sobre a prevenção da doença.

“A ideia é, nas próximas 20 semanas, fazer toda a mobilização numa rede, inclusive com a orientação de chamar trilhas de ações. Toda semana, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação irão informar ações para aquela semana e aí as escolas vão realizar gincanas, vão fazer murais, atividades dentro da escola, envolver a comunidade do entorno da escola, levar as crianças, levar informações para as suas casas, para os seus pais e para os seus familiares”.

Ouça o boletim da Rádio PT:

Centro de Operações de Emergência

Para ampliar e agilizar a organização de estratégias de vigilância, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergência – COE Dengue, em atuação coordenada com estados e municípios. A medida permite uma análise minuciosa, porém ágil, dos dados e das informações para subsidiar a tomada de decisão e definição de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento dos casos. 

Da Redação, com informações do MS

UnB busca recursos para se proteger contra alagamentos

UnB busca recursos para se proteger contra alagamentos  

Reitoria quer evitar que novas inundações danifiquem equipamentos, muitos deles instalados no subsolo da instituição 

Com sistema de drenagem comprometido, a água escorre para a UnB e invade o subsolo de prédios da universidade -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)

As fortes chuvas que atingiram parte do campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), no último dia 9, revelam à população problemas de infiltração e drenagem que são velhos conhecidos pela instituição. Nos últimos anos, ela tem sofrido recorrentes cortes de verbas, e isso a impossibilita de realizar intervenções necessárias para resolver definitivamente essas deficiências em sua infraestrutura.  

No orçamento de 2024, previsto pelo Ministério da Educação, a UnB tem disponíveis R$ 48,2 milhões para seu funcionamento anual, 5,25% a menos do que recebeu no ano anterior. O montante é insuficiente para que sejam feiras obras que evitem alagamentos. Além disso, etapas do Drenar DF — programa do Governo do Distrito Federal (GDF) para acabar com inundações provocadas pelas chuvas em áreas da na Asa Norte — não contemplam a região do campus principal, como disse o professor Sérgio Koide, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC).  

"A chuva do dia 9 foi bastante incomum e, segundo especialistas da própria UnB, talvez possa demorar para enfrentar algo parecido como aquilo (novamente). No entanto, o que nos preocupa é que as águas (da Asa Norte) possam descer para a universidade. Isso é um problema antigo e as etapas do Drenar não contemplam a universidade", explicou Koide. 

Segundo ele, o sistema de absorção pluvial da capital federal é arcaico e, após a construção da avenida L3 Norte, os problemas com acúmulo de água dos temporais na Asa Norte se tornaram constantes. "As chuvas têm se intensificado nos últimos anos, e um bom sistema de drenagem absorveria parte da chuva, o que não ocorre hoje", lamentou. O professor comentou que foi determinado pela reitoria que seja feito o possível para enfrentar a situação, e avaliou que são necessárias ações por parte do Executivo local.  

"Estamos conversando com a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) para que haja um reforço na galeria que absorve a água para evitar alagamentos. O que estamos fazendo é diminuir os pequenos problemas. Nós não conseguimos evitar que a água entre na UnB, mas faremos o possível para que ela não chegue em excesso. O governo tem conhecimento desses problemas da universidade, mas a prioridade dele, por ora, acredito, é arrumar as áreas consideradas mais emergenciais", considerou.  

Ao Correio, o secretário de Governo, José Humberto Pires, lembrou que o Drenar DF realiza obras que vão da 402 a 408 Norte. De acordo com ele, concluídos esses trabalhos, a próxima ação do programa começará na 710 Norte e irá até as margens do Lago Paranoá. Segundo o secretário, a previsão é de que esse próximo passo se inicie ainda neste semestre.  

Apoios 

Além da promessa de envio de emendas parlamentares, por deputados da Câmara Legislativa, à Novacap para as ações estruturais que a UnB precisa, a universidade tem confirmados R$ 3 milhões dos distritais. Essa verba será destinada, via Fundação de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal, à compra de equipamentos para o Instituto de Física (IF), danificados pela tormenta do início de fevereiro.  

Outra medida defendida pela reitoria, caso as etapas do Drenar DF não contemplem mesmo o campus, é a construção de um prédio exclusivo aos laboratórios. Atualmente, a maioria, fica em áreas de subsolo. O valor estimado pela instituição para levantar esse edifício é de R$ 20 milhões — quase a metade do orçamento total para 2024.  

Em reunião realizada na semana passada com representantes da UnB, deputados distritais informaram que discutirão com os federais que integram a bancada do DF na Câmara dos Deputados a possibilidade de envio de emendas federais, pelo Ministério da Educação, para acelerar o processo da construção desse espaço.

 PG Pablo Giovanni postado em 28/02/2024 06:00 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Nivea Maria, uma atriz injustiçada pela Globo

 Nivea Maria, uma atriz injustiçada pela Globo


Nivea Maria completa 77 anos no próximo dia 7 de março

Imagem: Divulgação/TV Globo

Certamente, Nivea Maria é uma das grandes estrelas da teledramaturgia brasileira.

A atriz estreou em 1964, na novela ''A Moça Que Veio de Longe'', na TV Excelsior, e depois disso fez muitas outras tramas na principal emissora da época, como ''A Outra Face de Anita'', ''Melodia Fatal'', ''A Indomável''.

Após a Excelsior, migrou para a TV Tupi, onde estrelou ''O Preço de Uma Vida'', fazendo par romântico com o grande astro do teatro, Sérgio Cardoso.

Ainda voltou para a emissora de origem para atuar no grande sucesso ''Sangue do Meu Sangue'', de Vicente Sesso.

Conversei com Nivea para saber de seu mais novo trabalho no teatro: a peça ''Norma''.

A grande atriz fez mais de 50 novelas em sua carreira de 55 anos. Chegou na TV Globo em 1971, onde fez grandes sucessos, como ''O Primeiro Amor'', ''Uma Rosa Com Amor'', ''O Semideus'', ''A Corrida do Ouro'', ''Gabriela'', ''A Moreninha'', ''O Feijão e o Sonho'', ''Dona Xepa'', ''Maria, Maria'', ''Olhai Os Lírios do Campo'', ''Coração Alado'', ''Terras do Sem-Fim'', ''Padre Cícero'', ''Livre para Voar'', ''Anos Dourados'', ''Brega & Chique'', ''Vida Nova'', ''Celebridade'', ''Caminho das Índias'', ''A Casa das Sete Mulheres''.

Nivea foi casada, de 1976 até 2003, com o ator e diretor Herval Rossano. Herval pediu o divórcio, alegando querer ficar sozinho por causa de seus problemas de saúde - ele acabou falecendo três anos depois.

Após a separação e morte do ator, Nivea entrou em depressão. Sobre a doença, a atriz afirmou: ''Na época, quem percebeu e me ajudou foi minha filha Vanessa, que é psicóloga. Tive também muita ajuda da TV Globo''.

Ela contou que também teve um problema sério na voz, causado por um edema de glote, que felizmente foi resolvido.

O contrato da grande atriz com a TV Globo acabou em 2022, e não foi renovado, depois de 51 anos de casa. Questionei a ela por quê alguns atores (Susana Vieira, Rosamaria Murtinho, Mauro Mendonça) têm contrato vitalício com a emissora, enquanto outros grandes nomes, como a própria e Glória Menezes, não têm esse privilégio.

Nivea afirmou que não entende as regras da empresa e que talvez se arrependa de não ter feito contratos melhores na época, pois acabava se preocupando mais com seus papeis do que com a parte burocrática. Ela ainda disse que ficou um pouco magoada e triste com a situação. A atriz nunca teve um empresário, sempre preferindo tratar pessoalmente com as emissoras, mas que agora precisa brigar para receber pelas reprises de seus trabalhos.

Mesmo sem contrato fixo, seus trabalhos mais recentes foram as duas temporadas da produção do Globoplay, ''A Divisão''. Ainda rodou o Brasil com a peça ''Ensina-me a Viver''.

Atualmente, a atriz está ensaiando, às vésperas de completar 77 anos, a peça ''Norma'', que já teve uma montagem com Ana Lúcia Torre e Du Moscovis. É uma peça muito atual. Fala sobre uma mulher rígida, que rejeita o filho por ele ser homossexual.

Nivea explicou, emocionada, que acha importante falar sobre diversidade nas obras. Nesta montagem, ela contracena com Rainer Cadete, com quem já atuou na novela ''A Dona do Pedaço''. A peça é dirigida pelo, também talentoso, Guilherme Piva. Só craques!

''Norma'' estreia no próximo dia 15, no Teatro Vivo, em São Paulo. Vale muito conferir.

Leão Lobo

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

L U L A Por Gustavo Conde


L U L A
 
Por Gustavo Conde 

"Eu não queria dizer isso. Pode ferir sensibilidades, desmanchar castelos de areia, coisa e tal. Mas, que se dane. O fato, nu e cru, é que Lula vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica. Nem Che Guevara, nem Fidel Castro, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão. E essa consagração é insuspeita: não há maior prêmio nem maior insígnia do que ser perseguido e caçado com este nível de violência pelo aparelhamento judicial e financeiro em uníssono, com o auxílio de toda a imprensa e dos serviços de "inteligência" nacionais e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida que teve um sentido maior, léguas de distância do que a maioria de nós poderia sonhar. Nem todos os títulos honoris causa do mundo juntos equivalem a essa deferência: ser perseguido por gente do sistema, por representantes máximos do capital, da normatização social e da covardia intelectual, gente que pertence ao lado fascista da história. Não há Prêmio Nobel que possa simbolizar a atuação democrática de Lula no mundo, nem todos os prêmios que Lula de fato ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma das maiores do mundo). Porque a honraria mesmo que se desenha é esta em curso: ser o alvo máximo do ódio de classe e o alvo máximo do pânico democrático que tem fobia a voto. Habitar 24 horas por dia a mente desértica dos inimigos da democracia e povoar quase a totalidade do noticiário político de um país durante 40 anos, dando significado a toda e qualquer movimentação social na direção de mais direitos e mais soberania, acreditem, não é pouco. Talvez, não haja prêmio maior no mundo porque Lula é, ele mesmo, o prêmio. É ele que todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a rocha que ninguém quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, rouca, que carrega as marcas da história no timbre e na gramática. Há de se agradecer essa grande homenagem histórica que o Brasil vem fazendo com extremo esmero a este cidadão do mundo. Ele poderia ter sido esquecido, como FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade, para o Olimpo, não dos mártires, mas dos homens que lutaram e fizeram valer uma vida em toda a sua dimensão espiritual e humana." 
 Gente! Não basta curtir, é preciso compartilhar, como faz a extrema-direita!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

PT, 44 anos dedicados a garantir os direitos do povo brasileiro

PT, 44 anos dedicados a garantir os direitos do povo brasileiro

Sem o PT, até mesmo os não militantes precisam admitir, o Brasil não teria experimentado gestões com um olhar cuidadoso às necessidades da maioria de sua população

Sérgio Amaral/MDS

As políticas sociais do PT tiraram o Brasil do Mapa da Fome. E vão tirar novamente

“Não queremos tirar nada de ninguém. A única coisa que queremos é ter o que merecemos: respeito, dignidade, oportunidade.” A frase de Lula, dita em agosto passado, quando seu governo anunciava, no Amazonas, a retomada do programa Luz Para Todos, resume bem o ideal defendido pelo Partido dos Trabalhadores, que comemora, em 10 de fevereiro, 44 anos de existência.

LEIA MAIS: PT, 44 anos de defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil

Seja nas Prefeituras ou nos governos estaduais que comanda ou comandou, seja nos governos Lula e Dilma, o PT sempre atuou pensando na cidade, no estado e no país como um todo. Mas também sempre manteve um olhar mais atento aos mais pobres, àqueles que, historicamente no Brasil, tiveram direitos e oportunidades negados.

E isso faz do PT um partido necessário ao Brasil. Basta ver que foi apenas a partir de 2003, quando Lula se tornou presidente, que a fome passou a ser enfrentada de verdade neste país. 

O primeiro compromisso assumido pelo ex-metalúrgico após assumir o comando da nação foi justamente o de tomar providências para que todos os brasileiros tivessem café da manhã, almoço e jantar todos os dias. Dito e feito: em 2014, já durante o governo de Dilma Rousseff, a ONU declarou o Brasil fora do Mapa da Fome. 

Lamentavelmente, a retirada do PT do poder, por meio de um golpe, em 2016, fez com que a fome voltasse, mostrando o desprezo pelo povo das elites, que deram suporte ao impeachment fraudulento e aos desastrosos governos Temer e Bolsonaro.

De 2016 a 2022, vários outros retrocessos ocorreram. Programas sociais que garantiam um mínimo de dignidade e conforto aos mais humildes ou foram sabotados ou simplesmente deixaram de existir. 

Não é milagre, é vontade política

E não por milagre, mas por simples vontade política, voltaram a existir em 2023, com Lula mais uma vez presidente. Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos, Água Para Todos, Programa de Aquisição de Alimentos, Mais Médicos, Farmácia Popular e outros mais de 30 programas sociais foram retomados e ampliados em apenas um ano. 

E novos foram criados, como o Pé de Meia, que cria uma poupança para estimular adolescentes e jovens a concluir o ensino médio. Isso sem falar no retorno dos investimentos em educação e saúde e no compromisso de voltar a retirar o Brasil do Mapa da Fome.

Sem o PT, até mesmo os não militantes precisam admitir, o Brasil não teria experimentado gestões com um olhar cuidadoso às necessidades da maioria de sua população. E é isso que dá força a este partido, que tantos poderosos já tentaram, sem sucesso destruir. Como muito bem disse nossa presidenta nacional, Gleisi Hoffmann, recentemente: “O PT está vivo porque está no coração do povo brasileiro”.

Da Redação  

Por que a dengue pode matar? O que passar primeiro, protetor solar ou repelente? Médicos tiram as dúvidas sobre a infecção

 

Por  — São Paulo

O Brasil vive um preocupante aumento dos casos de dengue. Atualmente, as infecções estão concentradas principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, de acordo com o Ministério da Saúde. Dois estados – Minas Gerais e Acre –, o Distrito Federal e o município do Rio de Janeiro já decretaram situação de emergência pela doença.


Esse cenário, somado à iminência do Carnaval, que pode piorar o quadro, levou a uma corrida à rede privada em busca do imunizante. Segundo dados da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVA), repassados com exclusividade ao GLOBO, a busca pela vacina contra a dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, explodiu no Brasil.

Foram 4.923 doses aplicadas na rede privada em janeiro, um salto de 110,3% em relação ao número registrado em dezembro: 2.341. No entanto, diversas unidades do setor privado já relatam falta da vacina e não haverá reposição. Em comunicado, a Takeda, laboratório produtor da vacina, disse que o fornecimento na rede privada será restringido ao necessário para conclusão do esquema vacinal em quem já recebeu a primeira dose. A medida busca dar prioridade ao fornecimento de doses para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Diante disso, também crescem as perguntas da população em relação aos sintomas, tratamento e prevenção da dengue. O GLOBO ouviu especialistas e esclarece abaixo as principais dúvidas sobre a doença.

Quais são os principais sintomas da dengue?

Os principais sintomas da dengue são febre alta (39°C a 40°C), dor no corpo, dor de cabeça e a retro-orbital (atrás dos olhos), dor nas articulações, mal-estar e manchas vermelhas na pele.

Como saber se é dengue ou covid?

Os sintomas respiratórios são a principal diferença entre dengue e Covid. O médico O infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) explica que um paciente com Covid terá sintomas do trato respiratório alto, como tosse, espirro, dor de garganta, perda de olfato e paladar porque o Sars-CoV-2 envolve a infecção das células dessa região. Já a dengue não causa esses sintomas e tende a cursar com exantema, que são manchas avermelhadas pelo corpo, o que não tem na Covid.

Tenho sintomas de dengue, quando devo procurar o hospital?

A recomendação é procurar atendimento de saúde, no hospital ou na UBS, assim que começarem os sintomas e houver suspeita da doença. De acordo com o médico infectologista Julio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), isso é importante pois todo paciente com sintomas de dengue precisa ser acompanhado por uma equipe de saúde para monitorar os sinais de alerta que indicam gravidade da doença e possível necessidade de internação.

Como é feito o diagnóstico de dengue?

O diagnóstico da dengue é basicamente clínico, sem a necessidade de realização de exames específicos. Existe um exame sorológico capaz de confirmar a infecção, mas ele não é recomendado para diagnóstico da doença. Segundo Croda, esse tipo de exame é importante por razões de vigilância em saúde, como para identificar os sorotipos circulantes em determinada região durante períodos inter-epidêmicos.

Por que a dengue pode matar?

A dengue grave (antiga dengue hemorrágica) pode causar hipovolemia, que é a queda brusca da pressão arterial ou hemorragia. Essas duas complicações podem levar o paciente à morte em pouco tempo, por isso é importante procurar um serviço de saúde assim que começarem os sintomas.

— A dengue é uma doença que mata, principalmente pessoas que não tem o diagnóstico precoce. Ooque a gente vê são pacientes que demoram para procurar atendimento médico e já chegam em estado grave ou pacientes que tiveram manejo clínico inadequado — pontua Naime.

Croda completa que é fundamental a equipe de saúde saber identificar os sinais de alarme da doença, que são: dor abdominal, vômito persistente; acúmulo de líquido na barriga, no pulmão e na membrana que envolve o coração; sangramento em mucosa, confusão mental, tontura e irritabilidade.

Qual é o tratamento para dengue?

Não existe medicamento específico para dengue. De acordo com os especialistas, o manejo da dengue se baseia em hidratação. Na maioria dos casos, isso é feito com água e soros orais, que repõem sais minerais do organismo. Entretanto, nos casos graves, é necessária hospitalização para hidratação endovenosa.

Quais medicamentos são contraindicados em caso de suspeita de dengue?

A automedicação é contraindicada de forma geral, mas mais ainda em casos de dengue, pois existem medicamentos que podem agravar o caso. Os medicamentos contraindicados em casos de dengue são aspirina (ácido acetilsalicílico) e anti-inflamatórios como diclofenaco, nimesulida, ibuprofeno e cetoprofeno. Essas substâncias aumentam o risco de sangramento.

Tive dengue uma vez. Estou imunizado?

Não. Existem quatro sorotipos de dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DEN-V 4) e eles não dão imunidade cruzada. Ou seja, um mesmo indivíduo pode ter quatro episódios de dengue ao longo da vida.

Porque o segundo caso de dengue é mais perigoso que o primeiro?

Isso acontece porque o sistema imunológico pode entender que nova infecção por dengue é igual à anterior, quando, na verdade, ela é causada por um sorotipo diferente. Nesse caso, o organismo produz anticorpos contra o invasor errado, o que gera uma resposta imune ineficiente, que não neutraliza o vírus. O vírus continua a se multiplicar e devido à essa alta viremia, há maior risco de hospitalização e óbito. No entanto, isso não significa que o primeiro caso da doença será necessariamente leve.

Quem são os grupos de risco da dengue?

O grupo de maior risco, segundo Croda, é o de idosos, em especial aqueles com mais de 70 anos e múltiplas comorbidades porque o sistema imunológico dessas pessoas responde de forma inadequada à infecção viral. Depois dos idosos, estão crianças e adolescentes.

Como prevenir a dengue?

Todos os especialistas são categóricos em dizer que o uso de repelentes aplicados na pele são a medida individual mais eficaz para se proteger contra a dengue e outras doenças causada pelo mosquito Aedes aegypt. No entanto, existem outras formas de prevenção, como a vacinação, e medidas adicionais aos repelentes, como acender vela de citronela, aplicar inseticida e usar repelentes de tomada.

Qual é o melhor repelente contra a dengue?

De acordo com Luciana Costa, professora associada e diretora do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes -UFRJ, existem dois tipos de repelente que têm eficácia comprovada contra a dengue. São eles: os produtos industrilizados à base de DEET e de icaridina. No entanto, segundo Barbosa, os mais eficazes são repelentes com icaridina na concentração de 25%. Diversas marcas comercializam produtos com essa especificação, basta ler o rótulo. Independente da escolha, é importante ressaltar que quanto maior a concentração do composto ativo, maior a proteção.

O que passar primeiro, protetor solar ou repelente?

A dermatologista Ana Maria Pellegrini, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que é sempre importante aplicar primeiro o protetor solar ou a maquiagem e, depois, o repelente. Inverter essa ordem reduz a eficácia do repelente.

— No caso dos protetores solares, é preciso lembrar ainda que devemos aguardar o tempo indicado pelo fabricante após aplicar o produto para que ele seja completamente absorvido e só então devemos aplicar o repelente. E o repelente deve ser aplicado inclusive sobre as roupas.

Qual é a diferença entre dengue e dengue hemorrágica?

Os especialistas explicam que desde 2009 não se usa mais o termo dengue hemorrágica. Atualmente, a doença é classificada como “dengue clássica”, “dengue com sinais de alarme” e “dengue grave”, que variam de acordo com a gravidade do caso.

Quem pode tomar a vacina de dengue no SUS?

Devido ao quantitativo limitado de doses que o laboratório consegue produzir, nesse primeiro momento o Ministério da Saúde priorizou jovens de 10 a 14 anos residentes de municípios com mais de 100 mil habitantes e alta transmissão de dengue. A previsão é que a campanha comece oficialmente neste mês.

Não estou entre o público prioritário do Ministério da Saúde. Como faço para tomar a vacina?

A Qdenga pode ser encontrada em laboratórios, clínicas de vacinação e farmácias. A vacina foi aprovada pela Anvisa para pessoas entre 4 e 60 anos, que já tiveram ou não a doença. Como os idosos são o principal grupo de risco, muitos médicos têm recomendado o imunizante de forma off-label (finalidade diferente da bula) para esse público, com base na aprovação europeia, que não determinou idade máxima para receber o imunizante. Entretanto, essa decisão fica a critério do médico, de acordo com a avaliação de riscos e benefícios para cada paciente.

A vacina também protege contra o Zika e o Chikungunya?

A Qdenga é exclusiva para a proteção contra a dengue. Não há proteção para outras arboviroses.

Quantas doses e com que intervalo deve ser aplicada a vacina?

São necessárias duas doses para alcançara a eficácia de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves, com um intervalo de três meses entre elas.

Com restrição da venda para focar no SUS, como fica para quem ainda não tomou a 2ª dose?

A Takeda, laboratório fabricante da vacina, diz que a limitação do fornecimento da vacina para o mercado privado vai garantir “o quantitativo necessário para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante na rede privada completem seu esquema vacinal”. Algumas instituições já se adiantaram e reservaram doses para garantir a segunda aplicação aos clientes que solicitaram a segunda dose.

(Colaborou Bernardo Yoneshigue)