terça-feira, 6 de abril de 2010

Intervir ou não intervir?

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O escândalo do Mensalão do DEM, também chamado Panettone gate e Arruda gate, continua a causar incômodos para os cidadão de boa vontade do Distrito Federal (DF). Ficou um clima de desesperança e desconfiança no ar. Por isso, é o momento da justiça tomar providências para restabelecer a sensatez na pauta política deste lugar.

Por conta do impacto causado na sociedade, autoridades de executivo e do legislativo foram afastadas. Uma delas, no caso, José Roberto Arruda, não só pediu afastamento temporário do cargo de governador, como teve prisão decretada pela justiça. No seu lugar, assumiu o vice-governador Paulo Octávio. Fazendo o discurso da governabilidade, ele foi pedir ajuda ao presidente Lula. Sabiamente, este não expressou opinião, decidiu esperar pelas decisões da justiça. Octávio renunciou e os juízes eleitorais cassaram o mandato de Arruda.

O poder legislativo não ficou atrás. Alguns parlamentares também estiveram envolvidos no escândalo. Um deles, era o presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF) Leonardo Prudente. Pressionado e com medo da possível cassação, renunciou ao mandato. Uma nova eleição indicou seu substituto, o deputado Wilson Lima. Com a saída de cena dos atores Arruda e Octávio, Lima virou protagonista da tragico-média no palco do teatro Buritinga.

Paralelo ao duvidoso espetáculo, Roberto Gurgel, procurador-geral da república, solicitou a intervenção do governo federal. Seu pedido será apreciado dentro de 10 dias. Se aceito, um governador será nomeado para um mandato temporário pelo presidente da república. Alguns nomes correm por fora. Por exemplo, Reginaldo Castro e Sigmaringa Seixas estão entre os citados.

Outra possibilidade para encerrar a crise é a eleição indireta do novo governador para um mandato-tampão. Os eleitores deste pleito seriam os deputados distritais. Eles acreditam que esta é única maneira de garantir a governabilidade e fazer o DF retornar à normalidade democrática. Acreditando que colega vota em colega, Lima, agora no poder executivo, foi passear na CLDF. Visitou os ex-colegas e, veladamente, pediu votos caso a eleição seja confirmada pela justiça.

Há pessoas que são contra a intervenção federal. Os deputados distritais são os primeiros a endossar esse coro. Sem dúvida, seus interesses seriam prejudicados. Haveria perda de influência junto a um governador que não estará, necessariamente, compromissado com às negociações feitas na CLDF para ter projetos aprovados, etc, etc, etc. Os deputados engrossam o coro que na mídia tenta vende a idéia de que a intervenção é um desrespeito à soberania do DF e a dignidade dos brasilienses.

Todavia não é possível ignorar a ação do procurador Gurgel. O pedido de intervenção será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele está correto quando questiona a lisura das decisões que a CLDF pode vir a tomar sobre Mensalão do DEM. Basta recordar que, entre os envolvidos estão alguns distritais e seus suplentes. Estes senhores saberão ser éticos e pensar somente no resgate da dignidade política do DF?

Aguarde o desenrolar dos fatos. Que a decisão do STF seja um presente de mãe para o DFno mês em que Brasília chega aos 50 anos.




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