terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

O assunto do dia nesta terça-feira, 22 de fevereiro, é o aumento crescente da tensão no palco internacional, com a possibilidade de uma guerra por conta da crise na Ucrânia. A decisão de Putin de reconhecer duas regiões do país vizinho como Estados independentes e o envio de tropas ganha as manchetes de praticamente todos os jornais — inclusive os brasileiros. O governo Bolsonaro pede retirada de tropas russas da região, mas evita críticas a Putin.

Na mídia nativa, eis as manchetes de primeira página. FolhaPutin reconhece separatistas na Ucrânia e envia tropas de apoioEstadãoRússia envia tropas à Ucrânia após reconhecer duas regiões separatistas. O Globo: Putin envia tropas à Ucrânia e agrava criseValorGoverno vai lançar um novo pacote de crédito

A investida de Bolsonaro na economia é a tentativa de colocar sua candidatura em níveis mais competitivos. As medidas de desburocratização na contratação de crédito adotadas em 2020 devem ser reeditadas no pacote de R$ 100 bilhões. E o Planalto prepara anúncios diários com início após o carnaval. O presidente voltou a defender aumento para policiais rodoviários. Declaração foi feita em meio a pressões de outras categorias do funcionalismo que também cobram reajustes.

Sobre o agravamento da crise na Ucrânia, os desdobramentos na economia são imediatos, com o petróleo ultrapassando US$ 99 o barril — o que pode resultar em novos aumentos dos combustíveis pela Petrobrás — e a Alemanha anunciando a interrupção do gasoduto Nordstream 2, que abastece a Europa — leia mais em Internacional.

Na política interna, a notícia do dia é a nova rodada da pesquisa da CNT, indicando ampla vantagem de Lula na corrida presidencial. O ex-presidente lidera com 42,2%, Bolsonaro cresce a 28% e Moro cai, mostra pesquisa CNT/MDA. A notícia repercute fora do país, com reportagens em veículos como Reuters e o argentino Página 12 — leia mais em Lula, na próxima página. 

No EstadãoEliane Cantanhede comenta: Em vez de cair, Bolsonaro recupera pontos lentamente“Alta rejeição não define a derrota de Bolsonaro desde já, ele não é um adversário fácil. assim como o trumpismo nos EUA, o bolsonarismo está enraizado no Brasil”, observa.

No GloboMíriam Leitão entrevista o governador da Bahia: Rui Costa defende um pacto nacional. Ele acha que o PT deveria conversar com economistas de outras visões e com pessoas de todo o arco da sociedade, “porque para colocar o Brasil nos trilhos vai ser preciso a ajuda de muita gente e um pacto de governança”. Rui Costa concorda com o senador Jaques Wagner de que o PT precisa de humildade durante o processo eleitoral e, se ganhar, para governar o Brasil.

Ainda sobre as eleições, Folha noticia que o PT investe no trio São Paulo, Rio e Minas para dar estabilidade a possível governo Lula“Dirigentes do partido avaliam que estados serão importantes para governabilidade”, resume. A eleição de petistas e aliados para os governos do eixo ganhou prioridade nas articulações para a campanha de Lula. Segundo integrantes do PT, além dos 60 milhões de votos em jogo, esse triângulo pode ter governadores que atuem para conter eventuais abalos a uma gestão do ex-presidente — incluindo o risco de um impeachment.

Na economia, atenção à notícia de que a conta de luz pode subir com briga entre governo e térmica da J&F“Contratada no auge da crise hídrica, Âmbar pediu na Justiça R$ 740 milhões por energia; governo quer pagar R$ 19 milhões”, destaca a Folha. As distribuidoras de energia e grandes empresas estão se mobilizando para reunir milhões de reais e cumprir uma decisão judicial liminar de primeira instância que o governo não consegue reverter e pode pressionar ainda mais a conta de luz. O rateio milionário vai bancar um pagamento para a gaúcha Usina Termoelétrica Uruguaiana (UTE Uruguaiana), da Âmbar, empresa de energia do grupo J&F, o mesmo que é dono da companhia de carnes JBS.

Vale a leitura da coluna de Cristina Serra, na página 2 da Folha, apontando como o Telegram poderá ser instrumentalizado para um ataque à democracia“Tudo indica que ele será o substituto, piorado, do que foi o WhatsApp em 2018”, aponta a jornalista. “O Telegram está no centro da discussão sobre ferramentas digitais de uso planetário que atuam à margem das autoridades e das leis dos países”. Ela diz que “não é mera coincidência que Bolsonaro tenha viajado à Rússia, país de origem do aplicativo, e à Dubai, sede atual do Telegram”. Leia a íntegra ao final deste briefing. 

LULA

Reuters distribui um informe global noticiando que Lula mantém liderança saudável na corrida presidencial do Brasil, mostra pesquisa. “O ex-presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda detém uma vantagem saudável na corrida presidencial deste ano sobre o titular de direita Jair Bolsonaro, de acordo com uma nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira”, resume.

O argentino Página 12 também destaca em reportagem de alto de página que Lula lidera nova pesquisa antes das eleições de outubro“O líder do PT venceria em todos os cenários do segundo turno”, ressalta. O ex-presidente do Brasil está à frente de nova pesquisa presidencial antes das eleições de 2 de outubro de 2022 com 42,2% da intenção de voto. A pesquisa da CNT revelou nesta segunda-feira que Lula supera as preferências do presidente Jair Bolsonaro, com 28%.

Na FolhaHélio Schwartsman escreve que, para Lula, governar pode ser mais difícil do que vencer“O que quer que Lula planeje fazer caso eleito sairá caro”, vaticina. “O que parece até mais preocupante do que o pleito para Lula é a governabilidade a partir de 2023. Nos últimos anos, os poderes da Presidência foram bem reduzidos. Os instrumentos que o Executivo tradicionalmente tinha para manter-se com a iniciativa política, como medidas provisórias quase ilimitadas e a possibilidade de liberar ou não emendas parlamentares, foram aos poucos transferidos para o próprio Legislativo. Hoje, os parlamentares se viram muito bem sem o presidente”.

Ainda sobre LulaFolha publica artigo de Flávio Bolsonaro acusando Sérgio Moro de ter soltado Lula da cadeia“Como ex-juiz não cumpriu a lei, STF reconheceu seus abusos de autoridade”, aponta. O texto é agressivo: “Quem soltou Lula foi Sergio Moro. Não faltaram provas de que Lula saqueou o Brasil, escalpelou estatais como a Petrobras, recebeu propina de empreiteiras, tomou decisões como presidente da República com o objetivo de abarrotar seus próprios bolsos e receber doações de campanha milionárias de empresas por ele beneficiadas em seu governo”.

E o Valor noticia que Lula tenta destravar acordo em São Paulo. O ex-presidente negocia com França candidatura única, com o lançamento de Haddad. O diário econômico ainda informa que o PSB oficializa apoio a Lula depois de aliança com PT em Pernambuco. “Apoio a ex-presidente é feito mesmo com entraves a uma federação entre siglas de esquerda”, resume o jornal.

Painel da Folha informa que o PC do B de São Paulo decidiu apoiar a candidatura de Fernando Haddad para o governo e gerou reclamação de Márcio França. Legenda comunista tomou decisão no último sábado e deve fazer anúncio nesta semana.

BRASIL NA GRINGA

Na Reuters, despacho destaca que Guedes diz que vai ficar no segundo mandato de Bolsonaro“O ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, disse estar pronto para permanecer no cargo para um potencial segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro, mas indicou que precisaria de apoio para sua agenda pró-mercado”, relata.

ABORTO

Ainda no plano internacional, outra notícia importante é que  o Supremo Tribunal da Colômbia descriminalizou o aborto. Em uma mudança histórica, o país se torna a terceira grande nação da América Latina a expandir o direito ao aborto em pouco mais de um ano, energizando ativistas do direito ao aborto em uma região fortemente católica.

INTERNACIONAL

O agravamento da crise na Ucrânia ganha as manchetes em praticamente todos os jornais do mundo. Nos chineses Global Times e Diário do Povo, a escalada no leste europeu ganha centralidade das manchetes. No Global TimesPutin assina decretos reconhecendo duas "repúblicas independentes" no Donbass, leste da Ucrânia. No Diário do PovoMinistro das Relações Exteriores da China pede a todas as partes na questão da Ucrânia que permaneçam contidas, resolvendo disputas por meios pacíficos.

New York Times destaca na primeira página que Putin ordena forças para regiões da Ucrânia apoiadas pela Rússia e sugere objetivos militares mais amplos“Os movimentos do líder russo foram os mais flagrantes até agora em um confronto com o Ocidente que ameaça se transformar na maior ação militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, reporta. Na segunda chamada, o NYT informa que EUA oferecem resposta inicial limitada à Rússia, pois pesa sanções mais duras. “O presidente Biden enfrenta o desafio de manter a unidade com os aliados enquanto busca equilibrar a dissuasão e a punição ao lidar com o presidente Vladimir Putin, da Rússia”, ressalta.

Washington Post também coloca o aumento da tensão no leste europeu na manchete principal: Putin envia tropas ao leste da Ucrânia“A ação do presidente russo foi uma escalada dramática em uma crise que ameaça uma guerra em grande escala”, informa. “A ação de Putin – desafiando diretamente as advertências dos EUA e da Europa – foi rapidamente condenada por Washington e Bruxelas, com altos funcionários prometendo sanções em resposta ao reconhecimento das repúblicas autodeclaradas”

Wall Street Journal também é direto: Putin ordena envio de tropas para regiões separatistas na Ucrânia. O presidente russo reconheceu anteriormente sua independência, aumentando as tensões com o Ocidente. Em outra reportagem, o WSJ aponta o fim de jogo de Putin: desvendar os acordos pós-Guerra Fria que humilharam a Rússia“As forças militares de Moscou ameaçam a Ucrânia, mas o prêmio maior é a restauração da esfera histórica de influência da Rússia que se estende pelo Leste Europeu”, aposta. E no Financial TimesPutin ordena tropas no leste da Ucrânia após reconhecer repúblicas separatistas.

A reação do mercado e a possibilidade de sanções também são outros destaques do Financial TimesOcidente prepara sanções à Rússia após Putin ordenar tropas para a Ucrânia. “Ação será ‘primeira barragem’, diz primeiro-ministro britânico Boris Johnson”, relata o jornal. Enquanto isso, o mercado reage. As ações globais caem e o petróleo salta enquanto Putin coloca a Rússia em pé de guerra. O Times relata que as tensões empurram preço do petróleo acima de US$ 99 o barril pela primeira vez desde 2014.

Guardian destaca que Putin está “em rota de colisão” com o Ocidente ao declarar que as negociações estão “em um beco sem saída”. O Reino Unido deve anunciar sanções mais tarde, com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson dizendo que a decisão do Kremlin é um “mau presságio” para o conflito, relata o jornal.

Putin envia tanques para a Ucrânia é a manchete do Times, com o jornal chamando-a de “invasão militar de fato do canto leste da Ucrânia”. O jornal diz que as sanções do Reino Unido terão como alvo indivíduos e empresas com ativos na Grã-Bretanha, mas toda a gama de medidas não será implantada a menos que haja uma “invasão total”.

O francês Le Monde destaca em manchete na home page que, em choque, a Europa deve primeiro se limitar a sanções “direcionadas” contra a Rússia. Medidas contra Moscou podem ser decididas na tarde de terça-feira em uma reunião de chanceleres em Paris”, informa. E a Alemanha suspendei a autorização do gasoduto Nord Stream 2, em resposta aos anúncios de Putin no Donbass. O parisiense Libération opta por ofender Putin na manchete do site: O louco de Moscou“Emmanuel Macron está hoje diante de um Vladimir Putin, talvez levando um pouco longe a teoria do louco”, destaca.

O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca em manchete que Putin envia tropas ao leste da Ucrânia. E ressalta“Presidente russo fala do perigo de mais derramamento de sangue, enquanto Borrell ameaça com sanções”. Diz o jornal: “De acordo com um decreto assinado pelo chefe do Kremlin em Moscou na segunda-feira, as unidades devem garantir a paz nas ‘Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk’, que Moscou reconhece como estados independentes”, resume. 

No site do FAZ, a manchete é governo federal interrompe a certificação do Nord Stream 2“Devido à escalada da crise na Ucrânia, o chanceler Scholz decidiu suspender o comissionamento do oleoduto Nord Stream 2 no Mar Báltico. E a Comissão da UE aparentemente também está propondo sanções inesperadamente abrangentes”, reporta.

Mas o diário alemão diz que Moscou está se preparando para sanções“O presidente Putin diz que as sanções só tornarão a Rússia mais forte. Mas os economistas não pensam assim. Como está a economia do país?”, escreve Katharina Wagner.

NYT analise ainda a estratégia da Casa Branca: cortejando aliados, divulgando os planos de Putin: por dentro da corrida de Biden para evitar a guerraO presidente Biden tomou três decisões críticas sobre como lidar com as provocações da Rússia, com o objetivo de evitar conflitos armados na Ucrânia”, resume.

Em artigo no New York TimesThomas L. Friedman aponta que a guerra é de Putin, mas a América e a OTAN não são espectadores inocentes“O apego de Putin à Ucrânia não é apenas nacionalismo místico. Há dois troncos enormes alimentando esse incêndio. O primeiro registro foi a decisão impensada dos EUA na década de 1990 de expandir a OTAN após – na verdade, apesar – do colapso da União Soviética”, observa. “E o segundo e muito maior registro é como Putin cinicamente explorou a expansão da OTAN mais perto das fronteiras da Rússia para reunir os russos ao seu lado para cobrir seu enorme fracasso de liderança”.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Putin reconhece separatistas na Ucrânia e envia tropas de apoio

Estadão: Rússia envia tropas à Ucrânia após reconhecer duas regiões separatistas

O Globo: Putin envia tropas à Ucrânia e agrava crise

Valor: Governo vai lançar um novo pacote de crédito

BBC Brasil: Diplomata ucraniano diz esperar que Brasil contrarie Rússia sobre regiões separatistas

UOL: Após mandar tropas para a Ucrânia, Rússia diz que está pronta para negociar

G1: Na ONU, países condenam decisão da Rússia de enviar tropas a regiões separatistas da Ucrânia

R7: Após uma semana com novo site, BC ainda espera 5,8 milhões de consultas sobre dinheiro esquecido

Luís Nassif: Tem que se proibir as criptomoedas, enquanto é tempo

Tijolaço: Putin reconhece separatistas e crise da Ucrânia sobe outro degrau

Brasil 247: Pesquisa qualitativa revela que brasileiro vê Moro como juiz ladrão e Lula como saída para a crise econômica

DCM: Flávio Bolsonaro mobilizou receita contra caso das “rachadinhas”

Rede Brasil Atual: Putin ordena início de cooperação entre Rússia e repúblicas independentes. Ocidente vai falar em ‘violação de território’

Brasil de Fato: Governo Bolsonaro coloca sigilo em 23% dos custos de viagens, maior proporção da história

Ópera Mundi: Putin reconhece repúblicas separatistas no Donbass e reforça defesa contra Ucrânia

Vi o Mundo: Jeferson Miola: O general Azevedo e Silva desistiu ou “foi desistido” do TSE?

Fórum: Moro perto do fim: ex-juiz já pensa em desistir da candidatura

Poder 360: Rússia ordena envio de militares para Donbass, na Ucrânia

Congresso em Foco: Cidadania quer dialogar sobre candidatura de Dória após federação com PSDB

New York Times: Putin ordena forças para o leste da Ucrânia

Washington Post:  Putin envia tropas ao leste da Ucrânia

WSJ: Rússia ordena tropas para o leste da Ucrânia

Financial Times: Putin ordena tropas no leste da Ucrânia após reconhecer repúblicas separatistas

The Guardian: Putin coloca Rússia em rota de colisão com Ocidente sobre Ucrânia

The Times: Putin manda tanques para a Ucrânia

Le Monde: Ucrânia: última chance para a diplomacia

Libération: Libé volta à vida em dois

El País: Putin agrava a crise ao enviar tropas ao leste da Ucrânia 

La Vanguardia: Casado se enrosca ante a pressão interna para que se demita

Clarín: Putin envia tropas a Ucrânia e cresce a ameaça de um conflito bélico

Página 12: Para não pagar um sorgo

Granma: Crianças protegidas por Abdala e outros medicamentos cubanos

Diário de Notícias: Putin reconhece independência de Donetsk e Lugansk

Público: Alimentos dos animais aumentam 53% e ameaçar fazer disparar preço da carne

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Putin envia tropas ao leste da Ucrânia

Süddeutsche Zeitung: O que Putin pode estar planejando na Ucrânia

Moskovskij Komsomolets: Scholz instruído a interromper a certificação do Nord Stream 2

The Moscow Times: Scholz diz que Alemanha suspendeu Nord Stream 2

Global Times: Putin assina decretos reconhecendo duas "repúblicas independentes" no Donbass, leste da Ucrânia

Diário do Povo: Ministro das Relações Exteriores da China pede a todas as partes na questão da Ucrânia que permaneçam contidas, resolvendo disputas por meios pacíficos

 
LEITURA RECOMENDADA

Telegram e o ataque à democracia

Tudo indica que ele será o substituto, piorado, do que foi o WhatsApp em 2018

Cristina Serra | Folha

Reportagem de Marcelo Rocha, publicada nesta Folha, mostra que o aplicativo de mensagens Telegram tem representante legal no Brasil, desde 2015. O empresário russo Palev Durov, um dos fundadores da plataforma, contratou o escritório Araripe & Associados, do Rio de Janeiro, para representá-lo junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial, órgão do governo federal que faz o registro de marcas no país.

A revelação tira o Telegram da conveniente clandestinidade em que tentou permanecer até agora, ignorando esforços de contato das autoridades do Judiciário brasileiro. Há seis meses o aplicativo não responde a uma determinação do STF para remover publicação de Bolsonaro com ataques às urnas eletrônicas. Também ignora convite do TSE para discutir o combate a mentiras na campanha eleitoral que se aproxima. É como se dissesse: "E daí?".

O Telegram está no centro da discussão sobre ferramentas digitais de uso planetário que atuam à margem das autoridades e das leis dos países. O aplicativo não tem bons antecedentes. É a rede preferida dos terroristas do Estado Islâmico. Presta-se aos crimes de pedofilia, tráfico de drogas e de armas.

Tornou-se a fossa digital da extrema direita mundial. Aqui, tudo indica que será o substituto, piorado, do que foi o WhatsApp em 2018.

Não é mera coincidência que Bolsonaro tenha viajado à Rússia, país de origem do aplicativo, e à Dubai, sede atual do Telegram. Enquanto isso, o que faz a Câmara? O chamado projeto das fake news tramita a passos de cágado, sob a indulgência cúmplice de Arthur Lira e a pressão bolsonarista para evitar punições como suspensão, bloqueio ou banimento de plataformas que ajam acima da lei.

A Alemanha deu um bom exemplo de como enquadrar o Telegram. Diante da possibilidade de bloqueio, o aplicativo tirou do ar 60 canais usados por extremistas. A liberdade de expressão nas redes acaba quando a vida das pessoas está sob risco e a democracia por um fio.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/cristina-serra/2022/02/telegram-e-o-ataque-a-democracia.shtml

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