segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

 

A semana começa morna no noticiário nacional. Jornais dão destaques nas capas com assuntos diversos. Na Folha, a manchete trata de alardear como a busca de nióbio na Amazônia cresce no governo BolsonaroEstadão informa que  São Paulo tem 2,2 milhões com 2ª dose da vacina atrasada, enquanto o Globo aborda o otimismo com a injeção de investidores no país: Mercado se recupera com R$ 35 bilhões de estrangeiros. Já o Valor é pessimista: Déficit aumenta na indústria, e exportações perdem sofisticação.

No Financial Times, o otimismo do mercado é explicado pela liderança de Lula nas pesquisas eleitorais. É o que diz a reportagem publicada no final de semana: o mercado de ações do Brasil está impulsionado pela mudança do cenário político do país. Um dos maiores jornais econômicos do mundo, o diário britânico reconhece: “ressurgimento de Lula oferece aos investidores motivo de otimismo”. O Brasil 247 faz alarde agora pela manhã em manchete: Financial Times aponta que Lula anima mercado e investidores no Brasil - mas O Globo insiste em dizer que não — leia mais em Lula, abaixo

Na economia, reportagem na Folha mostra que a refinaria privatizada na Bahia vende combustível mais caro que Petrobras. “Em dois meses, fundo árabe segue cotações internacionais mais de perto que estatal”, aponta o jornal. Sob gestão privada desde 1º de dezembro, a refinaria de Mataripe, na Bahia, promoveu em janeiro três reajustes e vende hoje gasolina e diesel a preços superiores aos praticados pelas refinarias da Petrobras. A diferença tem impacto no bolso do consumidor baiano e é criticada por opositores da privatização das refinarias da Petrobras, mas vista por outros agentes do mercado como um reforço na percepção de que a estatal vem segurando os repasses da alta no mercado internacional.

LULA

Reportagem do Financial Times no sábado noticia que o mercado de ações do Brasil está impulsionado pela mudança do cenário político do país“Aperto do ciclo monetário e ressurgimento de Luiz Inácio Lula da Silva oferecem aos investidores motivo de otimismo”, aponta o jornal. Lula, que cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2010, deve disputar eleições contra o atual presidente Jair Bolsonaro em outubro. Algumas pesquisas dão a ele uma vantagem de 20 pontos percentuais, embora a diferença pareça estar diminuindo. “Não atire no mensageiro: pessoas de fora gostam de Lula e não gostam de Bolsonaro”, disse Rogério Xavier, cofundador da SPX Capital, em evento nesta terça-feira. “Investidores estrangeiros veem uma chance do Brasil melhorar com Lula.”

Em artigo no espanhol El PaísJuan Árias escreve que é urgente que Lula diga o que faria com a Amazônia“O ex-presidente brasileiro alcançou importantes objetivos sociais e políticos”, lembra. “Se ele quer governar novamente, é urgente que cubra o maior vazio de seus períodos anteriores: a defesa do meio ambiente e da maior floresta tropical do mundo”.

Outro destaque no Painel é que Lula colocou o emprego no centro de seu programa, mas deve evitar meta numérica. Dirigentes petistas avaliam que foi um erro estipular números na primeira campanha vitoriosa do petista à Presidência, em 2002. O partido acabava sendo criticado por adversários sempre que o ritmo de geração de empregos era mais lento do que o desejado. Dirigentes do partido dizem agora que não repetirão o que avaliam ter sido um tiro no pé.

Valor destaca que o PT defende um novo marco trabalhista. Discurso é de que não basta revogar reforma de Temer; estudiosos enxergam ímpeto com ceticismo. A ideia que vem sendo amadurecida na órbita do ex-presidente é de que não basta revogar. Segundo essa interpretação, a legislação pré-Temer não serve para dar conta da nova realidade laboral, com informalidade crescente e introdução de tecnologias, fenômeno batizado como uberização.

Na FolhaPainel noticia que a declaração de presidente do PSB sobre federação gera mal-estar no partido e no PT. Carlos Siqueira disse que instrumento teria dificuldade de ser aprovado na sigla e é contestado por senador e governador. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), diz que a maior parte do partido apoia a ideia da federação, em sentido contrário à fala de Siqueira. “Apoio a federação e o governador Flávio Dino (Maranhão) também. Há uma maioria de diretórios estaduais a favor, em torno de 17”, afirma. Valor noticia que o Supremo retoma julgamento sobre validade das federações. Expectativa é de que plenário estenda o prazo para constituição dessa modalidade de aliança.

Folha insiste em abrir espaço para Ciro bater em Lula e no PT: o candidato do PDT defende aliança com Paes e diz que Lula ‘está destruindo os partidos’ de esquerda. PDT e PSD fazem acordo no Rio de Janeiro. Ex-ministro afirma que ter paciência para ampliar acordo nacionalmente. PDT e PSD fecharam uma aliança no Rio cuja cabeça de chapa ainda será definida. A sigla de Paes, comandada pelo ex-ministro Gilberto Kassab, mantém publicamente a intenção de lançar um candidato à PresidênciaEstadão faz o mesmo: Ciro: ‘Derrotar Bolsonaro é urgente, mas mais grave é o que pretendemos colocar no lugar’. “Pré-candidato do PDT afirmou que o petista tem 'despolitizado' o debate em torno das eleições e agido de modo a 'destruir' partidos aliados, como PSOL e PSB”.

Estadão relata ainda que partidos políticos devem R$ 84 milhões aos cofres públicos, embora estejam ‘ricos’ com o fundo eleitoral. Boa parte dos débitos se refere a multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, mas há pagamentos atrasados para Previdência e FGTS de funcionários. E o maior devedor é o PT. A legenda deve R$ 23,6 milhões, quase quatro vezes o valor devido pelo segundo colocado, o Democratas (DEM), com R$ 6,5 milhões. A existência de dívidas não impede que os partidos continuem recebendo recursos públicos do Fundo Partidário (cerca de R$ 1 bilhão) e do Fundão Eleitoral. 

BRASIL NA GRINGA

Os protestos no final de semana contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe ganha repercussão internacional. O inglês The Guardian noticia que manifestantes antirracismo marcham no Brasil após refugiado ser assassinado no Rio“Milhares saem às ruas nas principais cidades após assassinato de homem congolês na famosa praia do Rio”, relata o correspondente Tom Phillips“O assassinato racial – capturado em imagens arrepiantes de câmeras de segurança – foi seguido dias depois por outro assassinato em que um homem negro desarmado foi baleado por um vizinho branco que alegou tê-lo confundido com um ladrão”, escreve.

O francês Le Monde também faz alarde com os protestos. Brasil indignado após assassinato de congolês no Rio de Janeiro“Moïse Kabagambe, 24 anos, que trabalhava como diarista, foi espancado até a morte no dia 24 de janeiro em uma praia frequentada pela classe privilegiada carioca”, resume. “Diversas manifestações ocorreram em todo o país contra o racismo sistêmico de classe e cor da pele”, informa.

O português Diário de Notícias informa — com destaque na capa da edição desta segunda-feira — que Bolsonaro irrita EUA por visitar Putin em plena crise na Ucrânia. “Ele é conservador por isso eu vou estar lá sim”, garante o presidente do Brasil, apesar de o encontro ser visto com maus olhos por Washington, que pretende isolar Moscou.

NYT traz reportagem mostrando que os hábitos de consumo de moda da classe média alta tem relação direta com o desmatamento. Sua bolsa ajudou a destruir a floresta tropical? “Um relatório recente examina as ligações entre as marcas de moda e o desmatamento da Amazônia”, aponta. “A floresta tropical e a passarela podem parecer mundos separados, mas o desmatamento na Amazônia é parcialmente alimentado por algo que está em exibição em todas as capitais da moda este mês: couro”, diz o jornal. “A maior parte desse couro vem do gado, e a floresta tropical na Amazônia brasileira está sendo cada vez mais cortada e queimada para criar mais espaço de pastagem”. E alerta: o Brasil respondeu por 19% das exportações de couro curtido globalmente em 2020.

Em artigo publicado no NYTVanessa Bárbara alerta que Bolsonaro tentou impedir que crianças fossem vacinadas e falhou“O início da campanha de vacinação do Brasil para crianças acima de 5 anos foi motivo de felicidade para quase todos – exceto o presidente, é claro”, observa. “A maioria das escolas retomará as aulas presenciais em fevereiro, após as férias de verão, e será um profundo alívio ver milhões de crianças parcialmente imunizadas”.

INTERNACIONAL

Em reportagem que ganhou a manchete de primeira página, o New York Times mostra como os partidos estão matando a concorrência: “Tirando os eleitores da equação”“O número de distritos competitivos da Câmara está caindo, já que tanto os republicanos quanto os democratas usam o redistritamento para conseguir assentos seguros”, informa.

Washington Post coloca na manchete principal que os esforços diplomáticos devem se intensificar esta semana, já que EUA prevêem que a Rússia pode tomar Kiev em dias“A Rússia descarta as novas avaliações da inteligência dos EUA de que uma invasão russa em grande escala poderia deixar até 50 mol civis mortos ou feridos como ‘alarmismo’”, relata. 

Ainda sobre a crise na Ucrânia, o NYT informa e dá chamada na capa para o papel do presidente da França, Emmanuel Macron, que tenta evitar uma guerra europeia e reformular a segurança europeia“A diplomacia do presidente francês esta semana em Moscou e Kiev será um exercício delicado, dadas as reservas europeias e a determinação americana”, relata. 

O francês Le Monde coloca no alto da home page: Macron em Moscou para uma missão diplomática arriscada. E o LibérationEmmanuel Macron em Moscou em busca de “redução da escalada”. Recebido esta segunda-feira no Kremlin por Vladimir Putin, o presidente francês quer colocar a Europa, menos alarmista que Washington, no centro do jogo diplomático. Uma aposta arriscada, mas necessária diante da ameaça de guerra.

Já o Wall Street Journal reporta a ponte aérea de armas liderada pelos EUA para a Ucrânia busca reforçar a capacidade de Kiev de resistir à Rússia“As armas e munições solicitadas por Kiev estão sendo transportadas para mitigar uma decidida vantagem militar russa e impedir uma possível invasão”, informa.

Financial Times alardeia que a UE busca reduzir custos do gás se crise na Ucrânia atingir suprimentos de energia“Negociações diplomáticas continuam em ambos os lados do Atlântico para diminuir o confronto com a Rússia”. Segundo o jornal, a prioridade do planejamento de emergência da UE é lidar com qualquer redução nas importações de gás da Rússia, que é o maior fornecedor da Europa. Bruxelas está examinando como proteger os consumidores de uma potencial crise de energia como parte dos planos para proteger os lares, empresas e fronteiras da Europa das consequências de uma escalada militar russa na Ucrânia.

Times diz que Boris Johnson apertou o botão de reset com sua nova equipe no número 10. O jornal relata que o primeiro-ministro quer que os rebeldes tenham um “senso de perspectiva”, e diz que sua nova equipe está prometendo restaurar o governo “adulto”. O Guardian informa que meio milhão de pessoas enfrentam atrasos em ver um especialista em câncer do NHS na Inglaterra. O jornal diz que a divulgação vem como uma discussão sobre a rapidez com que os hospitais podem limpar um registro de pedidos pendentes do sistema de saúde pública para tratamento obrigou os ministros a adiar a publicação de um plano para enfrentá-lo.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Busca de nióbio na Amazônia cresce no governo Bolsonaro

Estadão: São Paulo tem 2,2 milhões com 2ª dose da vacina atrasada

O Globo: Mercado se recupera com R$ 35 bilhões de estrangeiros

Valor: Déficit aumenta na indústria, e exportações perdem sofisticação

BBC Brasil: Como visita de Bolsonaro à Rússia pode afetar relação com EUA

UOL: Mudança climática ameaça produção de alimentos; Brasil será prejudicado

G1: Pagamento irregular do auxílio emergencial pode chegar a R$ 808,9 milhões

R7: Pagamento do abono salarial deve injetar R$ 20 bilhões na economia a partir desta terça (8)

Luís Nassif: Militares brigam por espaço na chapa eleitoral de Bolsonaro

Tijolaço: Contas públicas: onde está o drama?

Brasil 247: China também apoia a entrada da Argentina nos BRICs

DCM: Exploração de nióbio vira febre na Amazônia

Rede Brasil Atual: Privatização dos Correios terá dificuldade de prosseguir em ano eleitoral

Brasil de Fato: Alimentação em xeque: produção de feijão perde espaço para soja; cenário inflaciona produto

Ópera Mundi: Honduras publica lei de anistia a presos políticos do golpe militar de 2009

Vi o Mundo: Professor Nicolelis adverte: Muita gente vai morrer no Brasil devido à falsa narrativa, disseminada inclusive por cientistas, de que a ômicron era leve

Fórum: Campanha de Moro terá advogado de Temer como coordenador jurídico

Poder 360: Lula tem 20% dos que votaram em Bolsonaro em 2018

Congresso em Foco: Senadores entram com ação contra procurador que pediu bloqueio de bens de Moro

New York Times: Novos mapas de votação apagam assentos competitivos nas casas

Washington Post:  Aumenta negociações para impedir a Rússia

WSJ: Força aérea dos EUA intensifica remessas militares para a Ucrânia

Financial Times: UE busca reduzir custos do gás se crise na Ucrânia atingir suprimentos de energia

The Guardian: Meio milhão de pessoas enfrentam atrasos em consultar especialista em câncer do NHS

The Times: Johnson aperta o botão de reset com uma nova equipe número 10

Le Monde: Na França, criação massiva de empregos em 2021

Libération: Um outro EhPad é possível?

El País: PP dependerá de Vox para governar Castilla e León

La Vanguardia: A longa estiagem consome as águas dos reservatórios

Clarín: O governo aposta nos governadores para fechar acordo com o fundo

Página 12: Personalizado por especialistas

Granma: Cuba como Camilo, jovem e jovial

Diário de Notícias: Eutanásia reúne apoio claro para passar no parlamento

Público: Quase mil médicos de família vão atingir este ano a idade de aposentadoria 

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Vida longa à rainha

Süddeutsche Zeitung: A crítica de Scholz é exagerada

Moskovskij Komsomolets: Ex-comandante das Forças Aerotransportadas, Shpak ridicularizou os mapas do “ataque russo à Ucrânia”

The Moscow Times: Surto de vírus; “alarmismo” na Ucrânia

Global Times: China abraça o mundo mais de perto com confiança

Diário do Povo: Xi parabeniza Mattarella pela reeleição como presidente italiano

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