sábado, 3 de dezembro de 2011

DILMA CORAGEM

Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio de Janeiro, em novembro de 1970. Ao fundo, os oficiais que a interrogavam sobre sua participação na luta armada escondem o rosto com a mão (Foto: Reprodução que consta no processo da Justiça Militar)


Esta foto inédita da presidenta Dilma Roussef em interrogatório em 1970 está no livro A VIDA QUER CORAGEM (Editora Primeiro Plano), do jornalista Ricardo Amaral, que chega às livrarias na primeira quinzena de dezembro.O livro conta a trajetória de Dilma Rousseff da guerrilha ao Planalto.

A foto foi tirada em novembro de 1970, quando a hoje presidente da República tinha 22 anos e respondia a um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro, após 22 dias de tortura. Desencavada do processo contra Dilma  por Ricardo Amaral, que foi assessor da Casa Civil e da campanha presidencial, a foto revela um episódio da vida da presidenta que volta e meia surpreende o grande público, que poucas informações tem sobre o período da Ditadura Militar no Brasil.

Um destes episódios pode ser conferido ainda no início da campanha presidencial, no lançamento de Dilma na WEB, http://www.dilmanaweb.com.br/o blog da então pré-candidata do PT Dilma Roussef, realizado na Sala Goiás do Brasil 21, entre 16 e 17 horas do dia 19 de abril de 2010. Dilma e sua assessoria da campanha digital promovem uma coletiva diferente. Alguns jornalistas participam da sessão presencial com a ex-ministra e outros tantos acompanham a entrevista/apresentação do site por telões nos compartimentos anexos a sala. Um novo modelo de coletiva formatado pela cultura web
Ao final da coletiva, Dilma foi perguntada virtualmente por uma pessoa jovem se ela via novelas e que livros ela estava lendo.
Dilma citou dois livros, um deles, As brasas, que tinha terminado de ler, do húngaro Sándor Márai, um romance sobre a amizade, a paixão amorosa e a honra.
Quanto às novelas, que considera uma expressão muito própria do Brasil, ela disse não ver por absoluta falta de tempo.Citou Caminho das Índias, por abordar a Índia, este país estranho e lembrou "aquela do Sinhozinho Malta", personagem interpretado por Lima Duarte na novela Roque Santeiro. Mencionou ainda "O Bem Amado", esta segunda também de Dias Gomes. E pontificou com a novela "Irmãos Coragem", de Janete Clair, que foi ao ar durante um ano, de meados de 1.970 a 71, nos tempos cruentos da ditadura militar. Dilma gostou de "Irmãos Coragem", que tinha na abertura um clássico na voz de Jair Rodrigues:
"Manhã, despontando lá fora.
Manhã já é sol já é hora"
Ocorre que exatamente nesta nesta época, conforme comprova a foto agora revelada, Dilma amargou os porões da repressão. Presa em Janeiro de 1.970, só saiu no final de 72, período em que foi barbaramente torturada, enquanto nos lares do "Brasil grande que ia pra frente, ame-o ou deixe-o", as telas azuladas da televisão preto e branco mostravam a Copa do Mundo 70, vencida pelo Brasil, e a estréia do fenômeno teledramatúrgico "Irmãos Coragem". Fica aqui a pergunta de quando Dilma viu a novela. Na prisão, improvável. Restam a segunda versão de 1995 ou as reprises compactadas do original.
Foi um exercício impactante ir atrás da preferência de Dilma por esta novela. Digitando seu nome e a data da novela no Google, veio uma enxurrada de sites de editorias inacreditáveis, todos de extrema direita, narrando de forma distorcida e depreciativa a luta da militante política Dilma Roussef.
Como o personagem João Coragem, foi preciso garimpar no lixo web para trazer a tona a verdadeira história de Dilma. A história de uma menina de vinte e poucos anos que queria um país mais justo. O grande Brasil que ela  viria governar.

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