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Cercado por medidas cautelares do Supremo, Bolsonaro percebeu que a única porta que está inteiramente aberta para ele é a da cadeia. Poderia tentar vir em outra direção. Mas age como se preferisse ir em cana antes mesmo de uma condenação definitiva.
Aliados do centrão foram a campo para conter os impulsos autodestrutivos de Bolsonaro. Se forem malsucedidos, as explicações que os advogados do réu foram intimados a prestar até o final do dia podem ficar obsoletas antes de chegar à mesa de Alexandre de Moraes.
Na segunda-feira, Bolsonaro foi à Câmara para mobilizar sua facção e fornecer às redes sociais de terceiros as imagens de sua tornozeleira e o blábláblá da "humilhação". Moraes enxergou na coreografia uma violação à ordem de abstinência digital.
Nesta terça-feira, em pleno recesso legislativo, Bolsonaro ficou de levar sua pose se vítima para passear em duas comissões da Câmara: a de Segurança Pública e a de Relações Exteriores. Segue um script de confrontação esboçado em reunião da véspera.
Hugo Motta, o presidente da Câmara, levou o é à porta. Bolsonaro deu meia-volta, cancelando sua ida à Câmara. Terceirizou a algaravia aos parlamentares bolsonaristas.
Bolsonaro cobra de sua facção legislativa mobilização para aprovar a anistia na Câmara e o impeachment de Moraes no Senado. Deseja que o pedaço troglodita do agronegócio cante o hino nacional por ele e financie o ronco de caminhões nas ruas.
A caminho da cadeia, Bolsonaro roda um filme repetido. Demora a perceber que roleta russa também é suicídio, mesmo que na modalidade recreativa de um desafio constante à própria sorte.
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