quinta-feira, 23 de julho de 2009

QUANDO A CULTURA CHEGA AO MUNDO DO TRABALHO


Morgana Eneile
Em 2006, o Programa de Governo à reeleição do presidente Lula apontava para a criação do ticket cultural através do Programa de Cultura do Trabalhador Brasileiro, combinando renúncia fiscal com recursos próprios das empresas brasileiras.
A assinatura do presidente no projeto de lei do Vale Cultura, a ser enviado nesta quinta-feira (23) ao Congresso Nacional, cumpre o programa apresentado à sociedade de ampliar os mecanismos de acesso direto com um grande diferencial: a autonomia da escolha do produto cultural a ser utilizado. Com os R$ 50 recebidos pode o/a trabalhador/a optar por assistir um espetáculo ou ir ao cinema e ao museu, além de comprar livros, CDs e DVDs.
Há uma mudança de paradigma. Até hoje, os questionamentos sobre a frequência aos serviços culturais se baseava em relações “tostines”: o/a cidadão/ã não vai por que não “gosta” ou não “gosta” por que não tem recursos ou acesso?
Há ainda quem acredite que o benefício será utilizado apenas com o que é considerado “cultura de massa”, operando para ampliar o consumo de serviços já reconhecidos. De outro lado, várias pesquisas já indicaram ser o valor dos ingressos um impeditivo para o acesso. Existe no senso comum uma descrença na capacidade de reflexão por parte do/a trabalhador/a sobre a escolha. Pode até ser que num primeiro momento este utilize os recursos nos tais produtos, mas abre-se uma condição na construção da agenda cultural de cada família atendida, que, ao passar na porta de um espaço cultural, o reconheça como uma possibilidade real e programável.
Outra mudança sensível se dará na pauta sindical.
A luta do movimento sindical brasileiro cumpre um papel fundamental na garantia, manutenção e ampliação dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, bem como historicamente ampliou a pauta das condições em que o exercício do trabalho ocorre, como saúde e segurança, com alimentação, com a família, quando defende as creches e auxílios maternidade e paternidade, e com a formação e educação profissionalizante.
Hoje, 23 de julho de 2009, a luta do movimento sindical poderá se ampliar ao tempo livre. Chegamos ao tempo de buscar a qualidade deste tempo. De compreender que são necessários mais que garantias para a sobrevivência e existência. A luta pelo ócio produtivo, de contemplação do belo e do bom, do alimento da alma.
A qualidade do trabalho passa por ter a oportunidade de construir reflexões sobre seu próprio modo de vida e seu lugar no mundo. O movimento sindical tem a oportunidade de incluir na pauta de cada reivindicação e acordo este benefício. Do mesmo modo que se construíram os vales alimentação e transporte e o seguro saúde, não será sem luta.
Esta vitória é de toda a sociedade. Do segmento da Cultura porque injetará cerca de 600 milhões no mercado, ampliando a economia e as oportunidades para os/as trabalhadores/as culturais. Mas, principalmente, de todos que produzem no seu cotidiano a riqueza do país.
Morgana Eneile é secretária Nacional de Cultura do PT

MUTIRÃO DA CIDADANIA NA VILA PLANALTO -DF DIA 25 DE JULHO DE 2009 - SÁBADO

NA PRAÇA CENTRAL DA VILA

PRAÇA NELSON CORSO, AO LADO DO POSTO POLICIAL

A partir das 8 horas da manhã

O Mutirão da Cidadania é uma atividade desenvolvida pela CMP com objetivo de impulsionar a organização das comunidades urbanas em defesa dos seus direitos e pela garantia de políticas públicas nas diferentes áreas sociais, com ampla participação popular.Na Vila Planalto, o Mutirão da Cidadania funcionará no dia 25 de julho próximo, a partir das 8 hs, na Pça. Central da Vila, onde estaremos cadastrando todos os inquilinos do bairro, como também os que moram em espaço cedido ou em condições precárias, para que ingressem no Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Lula. O objetivo é também organizar o Movimento dos Inquilinos e Inquilinas da Vila Planalto para, junto à CMP, acessar coletivamente os recursos financeiros e orçamentários disponibilizados pelo Programa, especialmente para as famílias com renda até três salários mínimos. Parte das terras pertencentes ao Governo Federal, dentro do Distrito Federal, também serão destinadas aos trabalhadores nessa faixa de renda.Além de atividades de lazer para a população infanto-juvenil da Vila, o Mutirão da Cidadania contará com a presença de um grupo de médicas e médicos brasileiros formados em Cuba, que farão palestras e darão dicas de saúde preventiva para acomunidade. Com esse Mutirão da Cidadania, a CMP contribui para a organização coletiva da comunidade da Vila Planalto, um bairro popular localizado na região central do Plano Piloto de Brasília, que ainda abriga um expressivo contingente de pioneiros,trabalhadores que, com seus cérebros e suas mãos garantiram a construção da Capital Federal. No crescente processo imigratório e de diversificação social e urbana, a Vila também conta hoje com grande contingente de novos moradores e de uma grande população jovem, com imenso potencial para o trabalho libertário e transformador.



OS MÉDICOS FORMADOS EM CUBA E A DEFESA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS


Formados pela Escola Latinoamericana de Medicina (Cuba), os médicos são vinculados ao movimentos sociais, como à CMP, e aos partidos políticos progressistas. São aproximadamente trezentos médicos brasileiros que já se encontram de volta ao Brasil, depois de seis anos estudantes na ELAM. Ainda há mais novecentos jovensbrasileiros em Cuba, cursando Medicina.A ELAM foi criada em 1999, em projeto concebido por Fidel Castro. Essa faculdade cubana forma médicos para trabalharem na América Latina, África e Ásia, dentro de uma concepção de medicina social, integral e comunitária, totalmente identificada com os princípios do nosso Sistema Único de Saúde: universalidade,equidade e integralidade na atenção e assistência à saúde.Ou seja, todos e todas sem exceção têm esse direito, sem discriminação dequalquer espécie. E, no SUS, o direito à saúde é integral, abarcando todas asnecessidades do usuário, desde a prevenção, no local de moradia, até o atendimentode média e alta complexidade. Um direito que, nestes 20 anos de SUS, ainda não se consolidou em nível nacional. Aqui mesmo em Brasília, temos a segunda pior cobertura do Programa Saúde da Família (menos de 10% da população) comparada com as demais cidades brasileiras. Além do mais, temos a medicina privada, os planos de saúde privados e a indústria farmacêutica privada (também conhecida a “máfia dos remédios”) como osmaiores inimigos do SUS e que operam diariamente para desfigurá-lo e desconstruí-lo.Um abaixo assinado em defesa do SUS também estará circulando entre a população da Vila Planalto como parte do Mutirão da Cidadania. A Central de Movimentos Populares (CMP) foi fundada em 1993, aglutinando movimentos populares em nível nacional, de diferentes áreas: Moradia, Meio Ambiente, Saúde, Educação, Economia Solidária, Negros e Negras, Mulheres, GLBTT, Transporte, Pessoa Portadora de Deficiência, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer, Criança e Adolescente, Comunicação e Rádios Comunitárias. A CMP é autônoma em relação a partidos e governos, mas, como instrumento da classe trabalhadora, tem claro, desde a sua origem, qual o seu lado na “luta de classes”: estamos do lado da igualdade e da justiça social, da distribuição da renda e da riqueza, por políticas públicas com participação popular e pelo Socialismo!


CMP – Central de Movimentos Populares

SDS – Edifício Venâncio IV – sala 415

Tels: 32230073 ou 32747333



APOIO

SINDJUS/ DF - SINDSAÚDE/ DF
Creche Comunitária da Vila Planalto
Igreja “Deus é Amor”
CELUZ – Centro Espírita
Associação de Oficineiros da Vila Planalto

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