terça-feira, 6 de junho de 2023

Lula lança Desenrola Brasil para socorrer 70 milhões de endividados

 

Lula lança Desenrola Brasil para socorrer 70 milhões de endividados

Governo editou medida provisória do programa nesta segunda-feira (5). A partir de julho, quem ganha até 2 salários poderá renegociar dívidas de até R$ 5 mil

Ricardo Stuckert

O governo Lula cumpre mais uma promessa de campanha e tira do papel o Desenrola Brasil

Em apenas cinco meses de governo, mais uma promessa de campanha de Lula vira realidade. O presidente assinou, nesta segunda-feira (5), medida provisória para tirar do papel o Desenrola Brasil, programa que irá beneficiar cerca de 70 milhões de brasileiros endividados. O Desenrola, que contempla duas faixas de endividados, irá combater a inadimplência e permitir a volta do consumo sustentável das famílias, um dos motores do crescimento econômico no país.

“Vamos refinanciar para o devedor, mas o credor não vai ter que ficar esperando o pagamento”, garantiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva, logo após a edição da medida. “Ele vai ter a certeza do recebimento. Queremos melhorar as condições de descontos dos credores e facilitar a vida dos devedores”, disse Haddad. Ele avalia que cerca de 30 milhões de inadimplentes serão diretamente beneficiados pelo programa.

Segundo o governo, o Desenrola terá mais duas etapas após a publicação da medida provisória: a adesão dos credores e a realização de um leilão por categoria de crédito – como dívidas bancárias, dívidas de serviços básicos, dívidas de companhia – e a adesão dos devedores e período de renegociação. “Nesse primeiro momento, as pessoas que têm dívidas em até R$ 100 poderão ser desnegativadas”, informa a Fazenda.

Participantes da Faixa 1

Participarão da chamada Faixa 1 quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.640, ou aqueles inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais. A renegociação será feita a partir de dívidas bancárias e não bancárias que geraram negativação do CPF em até R$ 5 mil. De acordo com o Ministério da Fazenda, “o potencial em dívidas a serem negociadas é de mais de R$ 50 bilhões, o que deve beneficiar 43 milhões de pessoas”. 

A nossa previsão é que o setor bancário privado também vá participar do programa”, destacou Haddad. “O programa depende da adesão dos credores, uma vez que a dívida é privada”, justificou. “Mas nós entendemos que muitos credores vão querer participar do programa dando bons descontos justamente em virtude da liquidez que vão obter, porque vai ter garantia do Tesouro”.

O governo explica que a plataforma desenvolvida para o Desenrola irá acelerar as negociações, eliminando intermediários e reduzindo burocracias. “Cabe ressaltar que os pagamentos serão realizados diretamente do banco para os credores que participaram do  ão – incluindo bancos, varejistas, companhias de saneamento, eletricidade, empresas de cartão de crédito, etc. Não é possível mandar o dinheiro para o devedor pagar o credor”, detalha a Fazenda.

Pagamentos

A renegociação irá cobrir dívidas negativadas até 31 de dezembro de 2022. 

Ainda de acordo com o governo, o pagamento poderá ser à vista ou por financiamento bancário em até 60 meses, sem entrada, com 1,99% de juros ao mês e primeira parcela após 30 dias. A operação poderá ser feita pelo celular, já que o governo irá disponibilizar um aplicativo para facilitar as operações.

Caso a pessoa decida parcelar o pagamento, pode-se optar por débito em conta, boleto bancário ou pix. O pagamento à vista será feito via Plataforma e o valor será repassado ao credor.

A Fazenda deu o seguinte exemplo: “Uma dívida que custava R$ 1.000 e depois de renegociada baixou para R$ 350. O devedor escolhe um banco para pagar à vista ou fazer um financiamento de R$ 350 para ser parcelado nas condições mencionadas acima. Ao oferecer garantia para os novos financiamentos, o governo garante maiores descontos nas dívidas e taxas de juros mais baixas”.

A Fazenda faz, contudo, um alerta: caso o devedor deixe de pagar as parcelas da dívida, “o banco iniciará o processo de cobrança, e poderá fazer nova negativação”.

Competitividade entre credores

A meta do governo é estimular a competitividade entre os credores, já que o devedor terá liberdade para escolher a instituição cadastrada na plataforma desenvolvida pela Fazenda para a quitação do débito. O resultado será melhores ofertas aos endividados.

“Na Faixa I, não poderão ser financiadas dívidas de crédito rural, financiamento imobiliário, créditos com garantia real, operações com funding ou risco de terceiros e outras operações definidas em ato do Ministério da Fazenda”, informa ainda a pasta.

Faixa II

Quem tem dívidas com bancos estará na Faixa II do programa. Dessa forma, as dívidas poderão ser renegociadas diretamente com o banco credor, sem garantia do fundo do governo.

“Nesse caso, o governo oferece às instituições financeiras, em troca de descontos nas dívidas, um incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito”, destaca a Fazenda.

Acesse a medida provisório do Desenrola Brasil

Da Redação, com Ministério da Fazenda

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