quinta-feira, 16 de abril de 2020

OLHANDO PRO CÉU Cientistas descobrem supernova mais brilhante já observada





A supernova SN2016aps tinha uma massa entre 50-100 vezes maior que o Sol


Equipe internacional de astrônomos calculou que explosão estelar ocorrida há quase quatro bilhões de anos emitiu cinco vezes mais energia do que qualquer outro evento do tipo registrado.

Quando os astrônomos descobriram uma supernova em 2016, ela já causava espanto pelo intenso brilho que ofusca sua própria galáxia.
Agora, uma equipe internacional de cientistas acredita que a explosão da estrela ao morrer, conhecida como SN2016aps (e que ocorreu há quase quatro bilhões de anos), é a mais brilhante e possivelmente a mais forte já detectada.
Os astrônomos, que publicaram suas descobertas na revista Nature Astronomy, também suspeitam que a SN2016aps possa ser uma espécie de supernova conhecida como "instabilidade do par pulsacional" - e cuja existência só fora prevista teoricamente.
1.000 dias de radiação
Isso ajuda a explicar por que a SN2016aps parece uma novidade para os astrônomos. Depois de observada inicialmente em 2016, a supernova continuou emitindo radiação por mais de mil dias.
"Em uma supernova típica, a radiação é inferior a 1% da energia total. Mas na SN2016aps, descobrimos que a radiação era cinco vezes a energia de explosão de uma supernova de tamanho normal", disse Matt Nicholl, da Escola de Física e Astronomia na Universidade de Birmingham e um dos autores do artigo Nature Astronomy.
"Esta é a luz mais forte que já vimos emitida por uma supernova", acrescentou.
A equipe de astrônomos de várias instituições observou a SN2016aps por dois anos até que ela diminuísse para 1% do seu ponto mais brilhante. Isso lhes permitiu calcular, entre outras coisas, a massa da supernova: algo entre 50 a 100 vezes maior que a massa do Sol.

As supernovas observadas anteriormente tinham cerca de 8 a 15 vezes mais massa que o nosso Sol. A galáxia em que a supernova foi descoberta nem tem nome. Sua distância é de cerca de quatro bilhões de anos-luz da Terra, de acordo com Edo Berger, da Universidade de Harvard, outro cientista envolvido no projeto. 'Olhando para trás' Não é a supernova mais distante já descoberta - esse registro pertence à DES16C2nm, localizada a 10,5 bilhões de anos-luz de distância. Mas aconteceu longe o suficiente para oferecer aos astrônomos a chance de "viajar pelo tempo" aos primórdios do universo. "Encontrar esta supernova extraordinária não poderia ter acontecido em um momento melhor", disse Berger.

"Com o novo Telescópio Espacial James Webb da Nasa, poderemos ver eventos semelhantes tão distantes que podemos voltar no tempo para a morte das primeiras estrelas do universo".

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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Novo estudo sugere que nossos ancestrais começaram a andar sobre duas pernas devido a supernovas ou explosões de estrelas que atingiram fim de suas vidas.
investigação foi realizada por uma equipe de pesquisadores liderada por Adrian Melott, professor emérito de física e astronomia da Universidade do Kansas, EUA.
Segundo descreve o portal Phys.org, há cerca de oito milhões de anos, as supernovas bombardearam a Terra com energia cósmica, tendo o bombardeamento atingido apogeu há cerca de 2,6 milhões de anos. Na época, uma avalanche de elétrons começou a cair na baixa atmosfera de nosso planeta, provocando uma cadeia de eventos que levou ao bipedismo em nossos ancestrais, indicam cientistas.
Mas como um evento poderia ter provocado o segundo? Supõe-se que a ionização atmosférica poderia ter causado um enorme aumento no raio que, por sua vez, causou incêndios florestais. Isso poderia ser uma das razões pelas quais os hominídeos começaram a andar sobre duas pernas: tiveram que se adaptar às savanas que substituíram as florestas queimadas no nordeste da África.
"Acredita-se que já havia uma tendência para os hominídeos andarem sobre duas pernas mesmo antes deste evento", disse Adrian Melott.
"No entanto, eles se adaptaram principalmente para escalar árvores. Depois dessa adaptação à savana, os hominídeos tinham que caminhar muito mais frequentemente de uma árvore para outra através de prados, então era melhor andar erguidos: eles podiam ver acima da grama e detectar predadores", acrescentou.
Incêndios florestais que criaram savanas
Uma análise geológica nos fundos marinhos do mundo mostrou que a ionização da atmosfera por raios cósmicos viria de uma supernova que explodiu na vizinhança da Terra, a uns 163 anos-luz de distância, durante a transição do Plioceno à Idade do Gelo há 2,6 milhões de anos.
"Aparentemente, essa foi a mais próxima de uma série [de explosões de supernovas] muito mais extensa", disse autor do estudo, acrescentando que essa "teria aumentado 50 vezes a ionização da atmosfera inferior".
O pesquisador Brian Thomas disse que, como resultado da ionização, o número de relâmpagos aumentou, provocando também o aumento de incêndios florestais.
Segundo o autor do estudo, "esse aumento de incêndios estimulou a transição da floresta para a savana em muitos lugares […], o que se acredita estar relacionado à evolução humana no nordeste da África". "Especialmente, no Grande Vale do Rift, onde todos esses fósseis de hominídeos são encontrados", concluiu.

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