quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Campanha da Fraternidade 2016 é Ecumênica e inspirada na Encíclica do Papa Francisco "Louvado Seja"


1. As Igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).

2. O testemunho ecumênico coloca-se na contramão de todo tipo de competição e de proselitismo, 
tão frequentes no nosso contexto religioso. É uma clara manifestação de que a paz é possível. É um 
apelo dirigido a todas as pessoas religiosas e de boa vontade para que contribuam com as suas 
capacidades para a promoção do diálogo, da justiça, da paz e do cuidado com a criação. É, também, 
uma comprovação de que Igrejas irmãs são capazes de repartir dons e recursos na sua missão.
3. A caminhada ecumênica realizada pelo CONIC tem mais de três décadas. É uma trajetória marcada 
por fraternidade, confiança, parceria e protagonismo. Dessa trajetória, podem ser destacados como 
expressões concretas de comunhão fraterna as três Campanhas da Fraternidade Ecumênicas, 
realizadas nos anos 2000, 2005 e 2010. Todas elas marcaram profundamente a vida das Igrejas que 
nelas se envolveram.
4. A motivação para essas Campanhas fundamentou-se na compreensão de que, no centro da vivência
 ecumênica está a fé em Jesus Cristo. Isso se deu porque o movimento ecumênico está marcado pela
 ação e pelo desafio de construir uma Casa Comum (oikoumene) justa, sustentável e habitável para todos 
os seres vivos. Essa luta é profética, pois questiona as estruturas que causam e legitimam vários tipos 
de exclusão: econômica, ambiental, social, racial, étnica. São discriminações que fragilizam a dignidade
 de mulheres e homens.
5. É exatamente isso que acontece quando, neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil 
(CNBB) coloca outra vez à disposição do CONIC a Campanha da Fraternidade, seu mais conhecido
 projeto de evangelização.
6. Com esse espírito, no ano 2000, na virada do milênio e no contexto do Grande Jubileu, foi realizada 
a primeira Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema “Dignidade Humana e Paz” e com o lema
 “Novo Milênio sem Exclusões”. No ano de 2005, foi realizada a segunda Campanha da Fraternidade 
Ecumênica. O tema foi “Solidariedade e Paz” e o lema: “Felizes os que promovem a paz”. A Campanha 
Ecumênica de 2010 provocou o debate sobre o papel da economia na sociedade. O tema foi “Economia 
e vida” e foi aprofundado com o lema bíblico “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24c).
7. A Campanha da Fraternidade de 2016 apresenta o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e 
tem como lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” 
(Am 5,24). O objetivo principal é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e 
empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade
e o futuro de nossa Casa Comum.
8. Nesse tema e nesse lema, duas dimensões básicas para a subsistência da vida são abarcadas a um
só tempo: o cuidado com a criação e a luta pela justiça, sobretudo dos país pobres e vulneráveis. Nessa 
Campanha da Fraternidade Ecumênica, queremos instaurar processos de diálogo que contribuam para
a reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a política e a economia. Faremos 
essa reflexão a partir de um problema específico que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres
 vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em 
nosso país.
9. Perguntamos: como estão estruturadas as nossas cidades? Quem realmente tem acesso ao 
saneamento básico? No ano de 2014, o sudeste do Brasil viveu uma das maiores crises hídricas já 
registradas na história recente do país. Quem foi responsabilizado por isso? Por que os serviços de 
saneamento básico, considerados como direito humano básico pela Organização das Nações Unidas 
estão em disputa?
10. Com essa CFE colocamo-nos em sintonia com o Conselho Mundial de Igrejas e também com o 
Papa Francisco. Ambos têm chamado a atenção para o fato de que o atual modelo de desenvolvimento 
está ameaçando a vida e o sustento de muitas pessoas, em especial as mais pobres. É um modelo que 
destrói a biodiversidade. A perspectiva ecumênica aponta para a necessidade de união das Igrejas 
diante dessa questão. Nossa Casa Comum está sendo ameaçada. Não podemos, portanto, ficar calados
Deus nos convoca para cuidar da sua criação. Promover a justiça climática, assumir nossas 
responsabilidades pelo cuidado com a Casa Comum e denunciar os pecados que ameaçam a vida no 
planeta é a missão confiada por Deus a cada um e cada uma de nós.
11. É uma alegria compartilhar que nessa CFE, além das cinco Igrejas que integram o CONIC, somaram
 forças também: a Aliança de Batistas do Brasil, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e 
Educação Popular (CESEEP) e a Visão Mundial. Outra novidade é que a IV Campanha da Fraternidade 
Ecumênica será internacional, porque a Misereor, organização dos bispos católicos alemães para a 
cooperação e o desenvolvimento, integrou-se nesse mutirão. Nossa oração e desejo é que mais Igrejas
 e religiões entrem nessa caminhada.

Uma das novidades da Campanha é a parceria com a Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica da
 Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.
Desde 1958, a Misereor contribui para fortalecer a voz dos povos do Sul, que lutam e buscam caminhos
 que possam conduzir ao bem-viver dos homens e mulheres. A CF/2016 está em sintonia, também, com o 
Conselho Mundial das Igrejas e com o Papa Francisco.
A Comissão da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é composta pelas seguintes Igrejas: 
Católica Apostólica Romana, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil,
 Presbiteriana Unida do Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia; como também pelo Centro Ecumênico de 
Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), Visão Mundial, Aliança de Batistas do Brasil, 
Diretoria do Conic e Misereor.


Objetivo geral:

Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por 
políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.

Objetivos específicos

a) Unir Igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do
 direito ao saneamento básico;
b) Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;
c) Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água;
d) Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico;
e) Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico;
f) Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão 
realidade pelo trabalho e esforço conjunto;
g) Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública 
como obrigação do Estado; h) Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à 
proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas. 

A inspiração do autor para a criação do material que nortearás os trabalhos deste ano foi inspirado no 
Livro de Amós, capítulo cinco, versículo 24: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual 
riacho que não seca” (Am 5,24).
Anderson Augusto de Souza Pereira é o autor do cartaz da Campanha da Fraternidade 2016. De forma 
objetiva, Anderson conta como se inspirou para criar o material que norteará os trabalhos em 2016, 
tendo como tema o ecumenismo. Abaixo, as explicações sobre sua inspiração quando da criação do 
material que traduz em imagens o chamamento que a campanha requer que é o Cuidado da Casa 
Comum:


Explicação sobre a arte do Cartaz

“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).
Este foi o versículo que inspirou o processo de criação do cartaz dessa Campanha da Fraternidade
 Ecumênica.
Assumir a responsabilidade com a Casa Comum exige uma profunda mudança no estilo de vida e nos 
valores que orientam nossa ação. Nosso modelo de sociedade está baseado no consumo e na aparência. 
Para suprir essas necessidades, sacrificamos a Casa Comum, que é o espaço em que habitamos.
Nem sempre estamos atentos para atitudes simples, por exemplo, o descarte correto do lixo, ligar 
nossas casas às redes de esgoto, cuidar da água, entre outras. A falta desses cuidados fere a Criação, 
de forma que, no lugar de flores, jardins e frutos diversos vemos esgoto a céu aberto, rios poluídos e 
monoculturas. A diversidade da criação de Deus desaparece.
A terra alegre fica triste. No entanto, a fé em Jesus Cristo nos anima a assumirmos o cuidado com a 
Casa Comum como resposta ao amor incondicional que Deus oferece a cada um e cada uma de nós. 
Assumir esse compromisso reacende a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a 
justiça e o direito.
É isso que expressa o rosto da mulher em destaque no cartaz. Queremos que as mudanças dos 
paradigmas e valores que nos orientam nessa sociedade de consumo transformem o rio poluído em 
água cristalina e habitado por muitos peixes, a terra seca em uma terra renovada e abundante. Com 
essa transformação, poderemos dançar e celebrar a esperança de que o projeto da Casa Comum não 
terá fim, mas continuará por gerações e gerações.

Todos os temas e lemas da Campanha da Fraternidade

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