sexta-feira, 10 de maio de 2013

Debate universalização da banda larga



Participantes do debate:

Veridiana Alimonti - advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)

Marcio Patusco - diretor de Atividades Técnicas do Clube de Engenharia

Dia: 10, sexta-feira

Horário- 10h

Local – Sinttel-Rio(rua moraes e silva, 94, maracanã, rj)

Texto baseado na proposta da Campanha Banda Larga é um direito seu! para a
universalização do acesso à banda larga:

O acesso à Internet em alta velocidade é e será cada vez mais
condição para o acesso à informação e a serviços essenciais, para o pleno
exercício da liberdade de expressão, para a participação democrática e
para a inclusão econômica e social. A comunicação via rede de dados
deverá substituir, em um futuro próximo, os diferentes serviços de
comunicação hoje existentes, sendo acessada por variadas plataformas,
antes restritas a serviços específicos. O que chamamos de “banda larga”, em
não muito tempo, tomará da telefonia fixa (STFC) o posto de infraestrutura
básica de telecomunicações. Em grande medida, atingirá também a
radiodifusão aberta, no mínimo, como pesada concorrente.

Por esta razão, muitos países vêm desenvolvendo políticas de
disseminação do acesso à “banda larga”. Por "banda larga" entendemos uma
infraestrutura de telecomunicações que permite o tráfego de dados (bits) a
altas velocidades (acima de 1,5 Mbps de acordo com padronização da União
Internacional de Telecomunicações), viabilizando o seu emprego não apenas
para a comunicação bidirecional de voz, mas também e sobretudo para a
navegação na Internet, envio e recepção de sons e imagens com elevada
quantidade de informação e outras práticas sociais interativas.

Garantir o direito ao acesso e uso da banda larga só será possível
através de agressivas políticas públicas pró-ativas que tenham em seu cerne a
oferta dessa infraestrutura em regime público (ainda que o regime privado
seja mantido em alguns casos).

Para termos a dimensão da concentração que se deve combater no
provimento do acesso à banda larga, dados do início de 2012 demonstram
que a competição entre pelo menos dois grandes operadores só se dava em
cerca de 5% dos municípios, no caso da banda larga fixa, ou em 10% deles, no
caso da banda larga móvel por 3G. A NET, por exemplo, estava presente em
menos de 100 dos 5.500 municípios brasileiros. A GVT alcançava pouco mais
que esse número. Ainda que se trate dos municípios mais populosos, é
evidente que não será exclusivamente por meio da competição que virá a
resposta definitiva à questão de expansão de acesso e barateamento do
custo da banda larga no país.

Importa explicitar que por universalização do serviço entendemos o
acesso efetivo ao mesmo e não apenas a disponibilização de infraestrutura,
muitas vezes a altos preços. Por isso, as metas deverão se referir à uma
proporção determinada de pontos de acesso coletivos e a domicílios
efetivamente conectados ao invés de localidades atendidas. Também, o
controle tarifário, ao contrário da experiência da telefonia fixa, atenderá
estritamente aos ditames da modicidade tarifária.

Quanto ao argumento de que o regime público não gera suficientes
incentivos a investimentos, retomamos que a realidade atual nos mostra que é
a rede pública do STFC que tem sido a âncora fundamental para o
crescimento da penetração do serviço de banda larga, provido
majoritariamente na tecnologia DSL. O regime privado, por sua vez, não gera
incentivos a investimentos em áreas não rentáveis.
É preciso reconhecer que o grande volume de investimentos no STFC se
deu por conta do regime público e de suas das metas de universalização
Desse modo, o incentivo a investimentos derivará de metas de universalização
estrategicamente delineadas, um modelo de custos bem estruturado e
fiscalização sobre bens reversíveis.

Antes de tudo, é preciso que o caráter estratégico desse serviço e das
redes de banda larga encontre correspondente compatível nas prerrogativas
e, consequentemente, na atuação do Governo e da Anatel. É preciso
também que essa atuação não despreze a sociedade civil quando da
formulação e implementação das políticas de comunicação. É urgente a
retomada de espaços institucionalizados de participação social na condução
dessas políticas, reivindicação que vem sendo sistematicamente preterida
pelo Ministério das Comunicações.

Vamos ao debate.



Um abraço,
Marcello Miranda  (21) 88536551

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