sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Gleisi promete construção com aliados, Congresso e instituições em prol do desenvolvimento nacional

 Poder

Gleisi promete construção com aliados, Congresso e instituições em prol do desenvolvimento nacional

“Seguirei dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas”, diz nova ministra das Relações Institucionais

Gleisi, que já ocupou cargos como senadora, deputada federal, ministra-chefe da Casa Civil e diretora de Itaipu, ressaltou que seguirá o mesmo estilo de atuação que adotou em suas funções anteriores. “É com este sentido que seguirei dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Casa Civil, na Diretoria de Itaipu e, atualmente, na presidência do PT”, disse.

A nova ministra também destacou a importância de uma construção conjunta com os partidos aliados, o Congresso Nacional e outras instituições. “É dessa forma que espero corresponder à confiança do presidente, em uma construção conjunta com os partidos aliados, o Congresso Nacional e demais instituições”, afirmou.

Gleisi Hoffmann ainda parabenizou o ex-ministro Alexandre Padilha, que deixou a Secretaria de Relações Institucionais para assumir o Ministério da Saúde. “Parabenizo o ministro Alexandre Padilha pelo trabalho que realizou à frente da SRI e desejo sucesso em sua nova missão no Ministério da Saúde”, declarou.

A nomeação de Gleisi Hoffmann ocorre em um momento de desafios para o governo Lula, que busca ampliar sua base de apoio no Congresso Nacional e avançar com a agenda de reformas e projetos prioritários. A nova ministra, conhecida por sua habilidade política e capacidade de articulação, terá a missão de fortalecer as relações do governo com o Legislativo e outros setores da sociedade.

Ao agradecer o apoio do PT e do presidente Lula, Gleisi reforçou seu compromisso com o país. “Agradeço ao Partido dos Trabalhadores, dirigentes e militantes, pelo apoio que recebi nestes anos em que tive a honra de presidir o partido. Agradeço a confiança e o estímulo do presidente Lula neste novo desafio, na certeza de que vamos fazer o melhor pelo Brasil”, concluiu.

A posse de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais está marcada para o dia 10 de março, marcando mais uma etapa na trajetória política da petista, que agora assume um papel central na articulação do governo federal.

por Camila França

Opinião Política

Carla Araújo: Lula envia recado para o Congresso ao nomear Gleisi ministra

Ao nomear Gleisi Hoffmann ministra da articulação política do governo, o presidente Lula envia um recado ao Congresso, pontuou a colunista Carla Araújo em comentário no UOL News desta sexta-feira (28).

É um recado, digamos assim, para o Congresso, porque ela é também tida como um pouco mais linha-dura para a questão das emendas parlamentares, que agora a gente teve um acordo envolvendo o Executivo, Legislativo e Judiciário.

O ministro Flávio Dino libera as emendas parlamentares, o Congresso se compromete a colocar todos os mecanismos de transparência dessas emendas, o Executivo fez ali o meio de campo via AGU costurando esse acordo.

E a Secretaria de Relações Institucionais, antes ela era mais empoderada com a questão das emendas, antes do Congresso sequestrar essa parte do orçamento no governo Bolsonaro, essa era uma pasta que era ela quem assinava todas essas liberações de emenda.

Carla Araújo

Gleisi Hoffmann ficará responsável pela articulação política do governo, substituindo Alexandre Padilha. A deputada federal, porém, era mais especulada para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo (PT), com apostas de que os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ou no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), assumissem a vaga de Padilha.

A colunista do UOL apontou também quais as expectativas que o governo tem sobre Hoffmann dentro desta sua nova função.

Agora o jogo é um pouco outro, mas Gleisi vem também com a missão de mostrar que o governo vai olhar essa questão das emendas de uma forma, com uma lupa maior cobrando essa transparência que está no acordo feito com o Judiciário.

Então tem mais outra questão também que é isso, ela tem uma boa relação com o Hugo Mota, tem as desavenças no Congresso porque era a presidente do PT e tinha posicionamentos muito fortes.

Mas se espera também dela, pelo menos lá no Palácio do Planalto falaram, uma pessoa bem próxima do Lula falou, a gente também espera um posicionamento dela mostrando para o Congresso de que a gente vai estar de olho aí nessa transparência das emendas.

 Então, ela tem uma série de missões, e lembrando que quando a gente fala que houve essa troca, que antes ela era cotada e era dado que ela iria para a Secretaria-Geral da Presidência.

Na Secretaria-Geral da Presidência, ela teria como grande objetivo fazer a ligação com os movimentos sociais, tentar a esquerda, o governo, chegar mais ali nas ruas, reconquistar as ruas, a oposição prometendo protestos nas ruas, o governo também, a esquerda também organizando um protesto.

Enfim, tem tudo isso, mas aí pelo menos uma fonte me disse, olha, chegou nessa reta final, acho que as conversas caminharam para que o nome dela fosse melhor na articulação com o Congresso mesmo.

Carla Araújo

Para Carla Araújo, a imagem de Lula caminhando mais ao centro fica um pouco mais distante com a chegada da Gleisi.

Esse discurso de que o governo poderia ir para uma agenda um pouco mais liberal na economia, e caminhando um pouco mais ao centro, tentando sair da polarização, com a chegada da Gleisi isso pode mudar. Pode não ter esse passinho a mais para o centro. Que é a entrada desses novos ministros. O governo está sendo cobrado por isso para essa chamada governabilidade.

Carla Araújo



Gleisi Hoffmann assumirá Secretaria de Relações Institucionais

 Gleisi Hoffmann assumirá Secretaria de Relações Institucionais

Posse está marcada para 10 de março. “Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo”, afirmou Gleisi, nesta sexta-feira (28)

Ricardo Stuckert

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente Lula e o ministro Alexandre Padilha

Na manhã desta sexta-feira (28), o presidente Lula se reuniu com a deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para convidá-la a assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Gleisi substituirá Alexandre Padilha, que foi recentemente indicado para o Ministério da Saúde. A posse da nova ministra está programada para o dia 10 de março.

Na rede social X, a presidenta do PT agradeceu a confiança do presidente Lula e reforçou sem compromisso em atuar para o desenvolvimento do Brasil. “Com imensa responsabilidade recebo do presidente Lula a condução da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República”, escreveu a petista.

“Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo”, pontuou Gleisi. “É dessa forma que espero corresponder à confiança do presidente, em uma construção conjunta com os partidos aliados, o Congresso Nacional e demais instituições”.

“Agradeço ao Partido dos Trabalhadores, dirigentes e militantes, pelo apoio que recebi nestes anos em que tive a honra de presidir o partido. Agradeço a confiança e o estímulo do presidente Lula neste novo desafio, na certeza de que vamos fazer o melhor pelo Brasil”, concluiu.

O presidente Lula também se manifestou sobre a indicação, destacando que Gleisi “vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados”.

Da Redação

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Moraes fala em soberania após crítica dos EUA: 'Deixamos de ser colônia'

 Moraes fala em soberania após crítica dos EUA: 'Deixamos de ser colônia'

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou hoje que o Brasil deixou de ser colônia e reforçou a "soberania do Brasil". As declarações acontecem um dia após a votação de um projeto de lei nos Estados Unidos que cria sanções que podem afetar o ministro.

O que aconteceu

Moraes iniciou sua fala citando os 73 anos da reunião inaugural da ONU, completados hoje. "Deixamos de ser colônia em 1822 e com coragem estamos construindo uma república independente e cada vez melhor", afirmou Moraes na abertura da sessão do STF.

Presidente do STF saiu em defesa de Moraes. Luís Roberto Barroso disse que a tentativa de fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram a tentativa de golpe "não haverá de prevalecer entre as pessoas verdadeiramente de bem e democratas".

Dino também prestou solidariedade mais cedo ao colega. Em publicação nas redes sociais, Flávio Dino disse que os ministros do Supremo juram defender a Constituição e os princípios de autodeterminação dos povos, não intervenção e igualdade entre os Estados —incisos do artigo 4º da Constituição Federal.

Declarações ocorrem após ofensiva dos EUA e resposta do governo brasileiro. Ontem, um comitê do Congresso americano aprovou um projeto de lei que cria sanções contra Moraes. Entre elas, está o veto à entrada do ministro em território americano.

Projeto de lei tem longo caminho a percorrer. O texto ainda precisa passar pelo plenário da Câmara dos Deputados e pelo Senado americanos, além de ser sancionada depois pela Casa Branca.

Moraes tem sido alvo de pressões por parte do governo americano. Ainda ontem, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou uma mensagem com referências explícitas à determinação feita por Moraes para que contas de bolsonaristas fossem excluídas de um serviço online americano.

"O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil", afirmou o órgão. "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão", diz o texto.

Governo diz que Estados Unidos "distorcem" fatos. O governo Lula (PT) rebateu o alerta lançado pelo Departamento de Estado norte-americano contra o Brasil e sinalizou que não vai aceitar a distorção dos fatos no país. Em uma nota, o Itamaraty respondeu ao governo Trump e deixou claro que não irá aceitar a ingerência em assuntos domésticos e de outros poderes.

Nesses 73 anos de inauguração da sede oficial da ONU, é importante que todos nós reafirmemos os nossos compromissos com a defesa da democracia, dos direitos humanos, da igualdade entre as nações e o nosso juramento integral de defesa da Constituição Brasileira e pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciárioe pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras, pois deixamos de ser colônia em 7/9/1822 e com coragem estamos construindo uma república independente e cada vez melhor.

Alexandre de Moraes, sobre os ataques dos EUA

A tentativa de fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado não haverá de prevalecer entre as pessoas verdadeiramente de bem e democratas. O STF continuará a cumprir seu papel de guardião da constituição e democracia. não tememos a verdade, muito menos a mentira.

Luís Roberto Barroso, ao comentar a fala de Moraes

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

'Big techs não são enviadas de deus e querem dominar a soberania nacional', diz Alexandre de Moraes

 

'Big techs não são enviadas de deus e querem dominar a soberania nacional', diz Alexandre de Moraes

Ministro do STF disse que as plataformas de tecnologia buscam "doutrinar em massa" as pessoas

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas, nesta segunda-feira (24), às plataformas de tecnologia estrangeiras, que, segundo ele, buscam "dominar a economia e a política mundial". 

“As big techs não são enviadas de deus, como alguns querem, não são neutras. São grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, a soberania nacional de cada um dos países e as legislações para terem poder e lucro”, afirmou Moraes durante a aula inaugural na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo-SP, de acordo com O Estado de São Paulo.

Moraes criticou as empresas pela “liberdade para fazerem o que querem, porque são os maiores grupos econômicos do mundo” e disse que elas se aproveitam de um "ressentimento em certos segmentos sociais" para "doutrinar em massa" as pessoas. 

As declarações surgem após a Trump Media & Technology Group, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble entraram com uma ação em um tribunal dos EUA contra Moraes. 

A moção busca interromper as ordens emitidas por Moraes, uma vez que eles disseram que as decisões do ministro "violam a soberania americana, a Constituição dos EUA e as leis dos EUA".

Na última sexta-feira, o ministro ordenou a suspensão da plataforma de vídeo no Brasil até que ela cumpra as ordens judiciais, depois que as empresas processaram Moraes no Tribunal Distrital dos EUA em Tampa, no estado Flórida, por acusações de censura ilegal.

Moraes, que também liderou a disputa do país contra o X do bilionário nazista Elon Musk, ordenou a suspensão do serviço do Rumble até que a empresa nomeie um representante legal para o Brasil, já que a lei exige que as empresas estrangeiras tenham um para operar localmente.

Moraes também ordenou o pagamento de multas pendentes e o bloqueio da conta de Allan dos Santos, um influenciador digital bolsonarista, e ordenou a suspensão da monetização de seu perfil. 

Allan dos Santos teve sua prisão preventiva determinada por Moraes em 2021, por suspeitas de atuação em organização criminosa, crimes contra honra e incitação a crimes, preconceito e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está nos Estados Unidos. Foi requisitada cooperação jurídica para sua extradição. (Com informações da Reuters). 

por Leonardo Sobreira

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 por tentativa de golpe de Estado

 PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 por tentativa de golpe de Estado

A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022. Bolsonaro é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O que aconteceu

É a primeira denúncia contra um ex-presidente da República por tentativa de atacar o Estado democrático de Direito.  A acusação inédita teve como base o inquérito que investigou o ex-presidente e seus principais auxiliares, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército. Bolsonaro é acusado de liderar a organização criminosa para tentar se manter no poder, mesmo após a derrota para Lula nas eleições de 2022.

As denúncias contra os 34 investigados foram divididas em cinco peças. O objetivo, segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, é otimizar o andamento dos processos. Bolsonaro foi denunciado junto com os ex-ministros Braga Neto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI).Também foram denunciados na mesma peça o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

Evidenciou-se que os denunciados integraram organização criminosa, cientes de seu propósito ilícito de permanência autoritária no Poder. Em unidade de desígnios, dividiram-se em tarefas e atuaram, de forma relevante, para obter a ruptura violenta da ordem democrática e a deposição do governo legitimamente eleito, dando causa, ainda, aos eventos criminosos de 8.1.2023 na Praça dos Três Poderes

Trecho da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e seus aliados

Para a PGR, o ex-presidente liderava o núcleo "crucial" da trama golpista. A denúncia diz que a tentativa de golpe começou com discursos de Bolsonaro atacando o sistema eleitoral ainda em julho de 2021 e culminou com os atos golpistas de 8 de Janeiro. Gonet ainda afirma que a trama só não foi bem-sucedida devido à falta de apoio dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica.

A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder. Enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares, a organização se desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes.

Trecho da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e seus aliados

Depoimentos dos comandantes. Os ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, também depuseram à PF afirmando que Bolsonaro tratou sobre a minuta golpista com eles. Os dois, porém, teriam se recusado a participar do plano. Além disso, a investigação recuperou uma reunião entre Bolsonaro e o general Estevam Theóphilo, em 28 de novembro de 2022, na qual o general teria aceitado a proposta golpista do então presidente. Na época, Theóphilo comandava o Coter, o Comando de Operações Terrestres.

As ações progressivas e coordenadas da organização criminosa culminaram no dia 8 de janeiro de 2023, ato final voltado à deposição do governo eleito e à abolição das estruturas democráticas. Os denunciados programaramessa ação social violenta com o objetivo de forçar a intervenção das Forças Armadas e justificar um Estado de Exceção.

Trecho da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e seus aliados

Gonet vincula a atuação da Abin paralela a Bolsonaro. A denúncia aponta que documentos encontrados pela PF, incluindo troca de mensagens entre Ramagem e o ex-presidente no Whatsapp, mostram que o ex-diretor da Abin assessorava o presidente e produzia discursos com fake news sobre as urnas e sobre fraude nunca comprovada na eleição de 2018. A Abin também teria produzido dossiês e os repassado para apoiadores difundirem desinformação, como ataques ao sistema eleitoral.

Especificamente em relação ao sistema eletrônico de votação e aos ministros do Supremo Tribunal Federal/Tribunal Superior Eleitoral, as ações da célula de contrainteligência intensificaram-se a partir da radicalização dos discursos públicos de Jair Bolsonaro, em meados de 2021, caracterizando o início coordenado da execução do plano maior de ruptura com a ordem democrática.

Trecho da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e seus aliados

A PGR também lista orientações e planos de Ramagem e Heleno para pressionar a PF a não cumprir ordens do STF. Foram encontradas orientações idênticas com os dois, sugeriam a Bolsonaro a edição de pareceres da AGU para que PF não cumprisse ordens consideradas "ilegais" para investigar Bolsonaro e seus aliados. Para a PGR, orientações de Heleno e Ramagem confirmam que ataques ao sistema eleitoral não foram "aleatórios".

General com plano para assassinar Lula "assessorou" Bolsonaro após derrota. A denúncia também leva em contra trocas de mensagens do general Mário Fernandes com Mauro Cid, na véspera do primeiro pronunciamento público do ex-presidente após ser derrotado em 2022. Apontado como o mais radical entre os militares, o general da reserva tinha em um HD planos detalhados para assassinar Lula, Alckmin e até o ministro do STF Alexandre de Moraes. Fernandes está preso desde novembro do ano passado.

No dia 9 de dezembro de 2022, o ex-presidente falou a apoiadores no Alvorada. Em mensagem de Whatsapp para Mauro Cid um dia antes, Fernandes afirmou ter se encontrado com Bolsonaro e ouvido do então presidente que a diplomação de Lula, no dia 12, não seria uma "restrição" e que "qualquer ação nossa pode acontecer até dia 31". Ele também indicou ser o elo com os manifestantes, incluindo representantes do agronegócio e dos caminhoneiros, grupos que estavam na linha de frente das manifestações em frente aos quartéis-generais em 2022.

O caso agora deve ser analisado pela Primeira Turma do STF. Uma mudança no regimento interno do tribunal, em 2023, estabeleceu que as ações penais sejam julgadas nas Turmas. Como têm cinco ministros, as Turmas são menores e mais ágeis para julgar estes tipos de ações que podem levar à prisão.


Veja a lista dos 34 denunciados pela PGR

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Alexandre Rodrigues Ramagem

Almir Garnier Santos

Anderson Gustavo Torres

Ângelo Martins Denicoli

Augusto Heleno Ribeiro Pereira

Bernardo Romão Correa Netto

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Cleverson Ney Magalhães

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Fabrício Moreira de Bastos

Filipe Garcia Martins Pereira

Fernando de Sousa Oliveira

Giancarlo Gomes Rodrigues

Guilherme Marques de Almeida

Hélio Ferrreira Lima

Jair Messias Bolsonaro

Marcelo Araújo Bormevet

Marcelo Costa Câmara

Márcio Nunes de Resende Júnior

Mario Fernandes

Marília Ferreira de Alencar

Mauro César Barbosa Cid

Nilton Diniz Rodrigues

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Rafael Martins de Oliveira

Reginaldo Vieira de Abreu

Rodrigo Bezerra de Azevedo

Ronald Ferreira de Araújo Júnior

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Silvinei Vasques

Walter Souza Braga Netto

Wladimir Matos Soares


Bolsonaro e outras 39 pessoas foram indiciadas pela PF no final do ano passado. Foram 37 indiciamentos em novembro, incluindo o de Bolsonaro, e mais três em dezembro. O ex-presidente também foi indiciado em outros dois processos, que tratam de fraude em cartão de vacinação e desvio de dinheiro na venda de joias que ele recebeu de presente como chefe do Executivo. A PGR ainda não apresentou denúncia nesses dois casos.

Em nota, a defesa do general Braga Netto chamou a denúncia de "fantasiosa". Os advogados do ex-ministro afirmam que não tiveram amplo acesso aos autos e que a PF e o MPF ignoraram o pedido do general para prestar esclarecimentos."É inadmissível numa democracia, no Estado democrático de Direito, tantas violações ao direito de defesa serem feitas de maneira escancarada", diz a nota.

A defesa de Marcelo Câmara afirmou que a denúncia está "lastreada em uma investigação confusa e com foco político" e que acredita na absolvição pelo STF.

Mais cedo, em visita ao Senado, Bolsonaro disse que não estava preocupado com a possibilidade de processo judicial. "Eu não tenho nenhuma preocupação. Zero!", afirmou. Após a denúncia, o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, afirmou que não há "absolutamente nenhuma prova contra Bolsonaro". Ele acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de "esculachar o Ministério Público Federal na fabricação dos inquéritos" e de "torturar" Mauro Cid para "'delatar' o que não existiu" visando atender interesses do presidente Lula.


Cronologia do plano golpista, segundo as investigações:

5 de julho de 2022 - Reunião ministerial cuja gravação foi encontrada com Mauro Cid. Nela, Bolsonaro discursa para 22 ministros e os conclama a agir, além de fazer vários ataques ao sistema eleitoral: "Nós não podemos esperar chegar 23, olhar para trás e falar: o que que nós não fizemos para o Brasil chegar à situação de hoje em dia?"

8 de novembro de 2022 - Mauro Cid envia áudio ao generalFreire Gomes dizendo que Bolsonaro estava recebendo pessoas que o pressionavam a agir

9 de novembro de 2022 - Mário Fernandes imprime o plano Punhal Verde Amarelo, que previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, e o leva ao Alvorada. Ministério da Defesa divulga nota informando que encaminhou relatório sobre urnas ao TSE

12 de novembro de 2022 - Braga Netto se reúne com Mauro Cid e kids pretos em Brasília. As provas reunidas pela PF indicam que os militares começaram a colocar em prática o plano golpista após essa reunião

19 de novembro - Minuta golpista é apresentada a Bolsonaro no Alvorada por Felipe Martins e padre José Eduardo de Oliveira e Silva

29 de novembro - Militares e apoiadores de Bolsonaro disseminam carta aos generais os pressionando a aderir a teses golpistas

7 de dezembro - Nova versão da minuta, com ajustes, é apresentada por Bolsonaro aos comandantes do Exército e da Marinha e ao ministro da Defesa, no Alvorada

8 de dezembro - Kids pretos ativam celulares que foram utilizados no plano Punhal Verde e Amarelo. Mário Fernandes se encontra com Bolsonaro

9 de dezembro - Bolsonaro rompe silêncio, fala com apoiadores, faz ajustes em minuta e se encontra com Estevam Theóphilo, que teria apoiado o golpe.

14 de dezembro - Braga Netto xinga Freire Gomes de "cagão" em mensagem de WhatsApp para Ailton Barros, militar expulso do Exército que participava das articulações para pressionar os comandantes a aderir ao golpe

15 de dezembro - Kids pretos se mobilizam em Brasília e chegam a se aproximar da casa de Moraes para executar o plano Punhal Verde e Amarelo. O plano, porém, é desarticulado por falta de apoio do comandante do Exército.

Mateus Coutinho, em Brasília

18/02/2025 20h52

Atualizada em

18/02/2025 23h00


Como 'apagão' da economia criativa pesa na queda de popularidade de Lula

 

Opinião

Como 'apagão' da economia criativa pesa na queda de popularidade de Lula

Alê YoussefColunista de Nossa

18/02/2025 05h30

Um verdadeiro "apagão" da economia criativa, representado pela ausência de um projeto do governo para o setor, pode ser considerado a "dimensão cultural" que também pesa na queda de popularidade do Presidente da República e se soma a outros problemas crônicos do governo, como a dificuldade de gestão de politicas sociais mais alinhadas com a contemporaneidade e a desconexão com as novas relações de trabalho, especialmente o chamado empreendedorismo popular.

Esse tipo de empreendedorismo está visceralmente vinculado com o comportamento jovem e o gosto das novas gerações por atividades derivadas da criatividade: games, audiovisual, música, eventos, tecnologia, moda, exemplos óbvios de áreas profissionais que são preferidas pelos jovens de hoje, mas que não são percebidas ou estimuladas pelo governo federal.

Durante o período de transição, após a eleição de 2022 que salvou nossa democracia — no momento de recriação do Ministério da Cultura — decidiram extinguir a antiga Secretaria de Economia Criativa, incorporando essa função à Secretaria de Fomentos Culturais.

"O que estava disfarçado de um mero ajuste burocrático foi um tiro de canhão que inibiu a possibilidade do MinC articular políticas efetivas para esses setores criativos emergentes e direcionou a pasta para ações focadas na base partidária militante e em políticas de teor mais ideológico, que estão anos-luz distantes da realidade e dos desejos das juventudes brasileiras."

Sem essa agenda no Ministério da Cultura, o setor criativo buscou apoio em outras áreas do governo como nos Ministérios da Industria, Comércio e Serviços, Microempresas e até na área econômica. Em geral, as tratativas não tiveram sucesso.

A discussão sobre a reforma tributária, por exemplo, simplesmente ignorou as especificidades do setor. A estruturante regulamentação do VoD (Video por Demanda) — outro exemplo que beneficiaria muitas dessas áreas, gerando milhares oportunidades de forma transversal — está parada no Congresso Nacional e dificilmente deve ser tratada como prioridade nesse momento politicamente tão problemático.

Outra face desse descompasso é a defasagem dos currículos das políticas de formação profissional. Os ministérios da Educação e do Trabalho não priorizam a qualificação de um enorme contingente de jovens ávidos para atuar nas diversas áreas da criatividade brasileira.

O mais intrigante de todo esse contexto, entretanto, é que, enquanto na esfera federal a  economia criativa foi suprimida, em diversos governos estaduais e municipais as secretarias de cultura foram rebatizadas de Secretarias de Cultura e Economia Criativa. Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, assim como capital paulistana, são exemplos disso.

"Como efeito colateral desse cenário, nas eleições municipais as principais produtoras de funk e de games, assim como a maior parte dos micro e pequenos empreendedores criativos da cidade de São Paulo não apoiaram o candidato do governo federal."

A verdade é que a juventude criativa está ressignificando suas posições políticas em busca de um pragmatismo de vida real. Aquele histórico discurso de Mano Brown na Cinelândia em 2018 segue mais atual do que nunca. Sete anos depois.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

 

Jeferson Miola: Plano de Trump para Gaza desvia atenção sobre roubo de US$ 524 bi de gás e petróleo dos palestinos

 Tempo de leitura: 4 minFacebookTwitterWhatsAppTelegramLinked
Ilustração: Renato Aroeira (@arocartum)

Por Jeferson Miola, em seu blog

Em Auschwitz, Treblinka e em outros campos de concentração, os nazistas não descartavam nenhum objeto com valor monetário pertencente aos judeus.

Eles roubavam até o ouro dos dentes arrancados da boca de judeus assassinados nas câmaras de gás.

Antes disso, os algozes nazistas já haviam roubado e saqueado todos os bens, pertences e propriedades das vítimas.

Depois de despojados desses últimos itens de valor que ainda portavam nos seus corpos, os cadáveres seguiam para incineração nos fornos ou enterro em valas coletivas, como lixo.

Aquela realidade tétrica dos anos 1930/1940 do século passado guarda, lamentavelmente, uma tétrica similitude com o que acontece com o povo palestino hoje, confinado no campo de concentração de Gaza.

Ali, naquele inferno nazi-sionista, e amontoados como entulho, os palestinos aguardam seu extermínio enquanto são observados por um mundo passivo, impotente e, por isso, cúmplice com o Holocausto palestino.

Israel está fazendo igual ou até pior que Hitler. Está roubando tudo, sobretudo o direito daquele povo a existir. Israel está levando a pleno êxito o propósito de extermínio total, da “solução final”.

Em artigo no Al Jazeera em março de 2024 o professor Sultão Barakat, das Universidades Hamad Bin Khalifa e York, denunciou “tropas israelenses saqueando as propriedades de palestinos que fugiram de sua agressão brutal. Soldados podem ser vistos sorrindo para a câmera e exibindo relógios, joias, dinheiro e até mesmo tapetes e camisas esportivas que eles roubaram de casas palestinas. Artefatos históricos roubados de Gaza foram até mesmo colocados em exposição no Knesset [parlamento israelense]”.

Para Barakat, a pilhagem israelense não surpreende. Muito ao contrário. Tais cenas “lembram muito o que os palestinos viram acontecer com suas propriedades enquanto fugiam da limpeza étnica pelas forças sionistas na Nakba de 1948”.

“Como o historiador israelense Adam Raz descreve em seu livro Saque de propriedade árabe na Guerra da Independência [2020], combatentes e civis judeus saquearam tudo, desde joias, livros e vestidos bordados até alimentos e gado, móveis, utensílios de cozinha e até ladrilhos” das casas de palestinos, assinala Barakat.

Com o Estado de Israel estabelecido, o roubo de palestinos ganhou “maior escala”. Além das terras e propriedades, “os recursos naturais palestinos, particularmente a água, também foram saqueados. Hoje, a guerra em Gaza está servindo como uma cobertura conveniente para outro roubo em grande escala; desta vez, Israel está buscando saquear as reservas marítimas de gás offshore que são propriedade do estado da Palestina”.

Estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento/UNCTAD realizado em 2019 concluiu que “territórios palestinos têm gás e petróleo que podem gerar centenas de bilhões de dólares”. Reservatórios com quantidades significativas de gás e petróleo estão localizados no território ocupado da Cisjordânia, e também na costa mediterrânea da Palestina, na Faixa de Gaza.

A UNCTAD calcula que as reservas de petróleo representam 1,7 bilhão de barris [ou US$ 71 bilhões] e 122 trilhões de pés cúbicos de gás natural [ou US$ 453 bilhões], significando uma riqueza total de 524 bilhões de dólares, a valores de 2019, data do estudo.

Esta cifra extraordinária, que permitiria à Palestina se afirmar como um Estado soberano, rico e sustentável, constituído por uma população diminuta, equivale ao PIB de Israel, de 528 bilhões de dólares [FMI/2024], e é superior ao PIB de mais de 170 países do mundo.

No artigo do professor Barakat citado acima, o autor denunciou que no final de outubro de 2023 o Ministério de Energia e Infraestrutura de Israel concedeu a empresas israelenses e estrangeiras o direito de exploração de gás natural de propriedade palestina, localizado dentro das fronteiras marítimas da Palestina. Um ato escancarado de roubo, pilhagem e pirataria.

Barakat entende que “é preciso se perguntar por que empresas estrangeiras, incluindo a italiana Eni, a britânica British Petroleum e a Dana Petroleum, uma subsidiária da Korea National Oil Corporation, decidiram continuar sua participação neste acordo, principalmente em meio à contínua campanha israelense do que a Corte Internacional de Justiça identificou como um caso plausível de genocídio”.

A resposta pode ser porque o Holocausto palestino, além de atender ao plano nazi-sionista de limpeza étnica, é enormemente benéfico aos negócios daqueles conglomerados econômicos transnacionais, e por isso representa uma poderosa moeda de troca do sionismo a favor do seu projeto genocida.

Quando o assunto é o povo palestino, os interesses econômicos ficam acima de princípios básicos de humanidade.

Barakat lembra que além da ilegalidade da concessão israelense das riquezas palestinas, a participação da italiana Eni nesse negócio ilegal viola normas da União Europeia, que determinam que “todos os acordos entre o Estado de Israel e a União Europeia devem indicar inequivocamente e explicitamente sua inaplicabilidade aos territórios ocupados por Israel em 1967”.

O povo palestino está no centro do jogo macabro de Israel, dos Estados Unidos e seus países vassalos.

A Riviera de Gaza-Auschwitz, projeto de Donald Trump, demanda a limpeza étnica total, com o extermínio de todo e qualquer vestígio humano e material do povo palestino ou, então, a diáspora radical.

Tragicamente, é preciso reconhecer que se Trump decidir avançar na concretização dessa idéia infame, ele não será detido.

A construção de um resort no Mediterrâneo para o gozo da elite mundial aparenta ser parte de um plano maior que o negócio turístico-imobiliário do conglomerado Trump em associação com capitais estadunidenses e europeus, porque pode estar encobrindo o roubo, também, de mais de meio trilhão de dólares de gás e petróleo dos palestinos.

Os negócios de Trump e dos grandes capitais abastecem o motor da máquina nazi-sionista-assassina de Netanyahu.

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

 


 

Câmara: PT, 45 anos de luta por direitos dos trabalhadores e em defesa da democracia

Plenário da Câmara dos Deputados ficou lotado com militantes, autoridades e parlamentares durante sessão solene

Thiago Coelho/Câmara dos Deputados

Na sessão, discursos emocionados sobre a trajetória de luta do PT

Em sessão solene na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (12), parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) celebraram os 45 anos de fundação do partido. Eles destacaram as conquistas históricas protagonizadas pela sigla e a resistência democrática frente aos ataques da extrema direita nos dias atuais. Os discursos emocionados relembraram a trajetória de luta do PT e a promessa de continuar defendendo a democracia, a justiça social e os direitos dos trabalhadores. Além disso, foram homenageados os militantes que, ao longo de décadas, construíram e fortaleceram o partido em todo o País.

A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a trajetória do partido é baseada em uma história de “luta, resistência e conquistas que mudaram a vida de milhões de pessoas no Brasil”. Ela ressaltou que o PT “nasceu diferente e transformador”, organizado a partir de núcleos de base, contrariando as “tradições políticas autoritárias e excludentes”. “O partido surgiu no chão das fábricas, nos campos e assentamentos, nas escolas e nas ruas, recebendo a contribuição de militantes políticos, religiosos, intelectuais e artistas, formando um mosaico riquíssimo da alma brasileira”, afirmou.

Gleisi também enfatizou que a história do PT está “indelevelmente associada à reconquista e ao aprofundamento da democracia no Brasil”. A deputada enfatizou o combate da legenda à ditadura militar e à defesa de direitos como a liberdade de organização e manifestação.

Gleisi Hoffmann ainda citou as principais conquistas dos governos petistas, como o programa Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular, o aumento real do salário mínimo, a maior reforma agrária da história e a retomada do crescimento econômico. Além disso, recordou das políticas de inclusão, como a Lei de Cotas no ensino superior e no serviço público, e a criação de ministérios voltados para as mulheres, igualdade racial, direitos humanos e povos indígenas.

Impeachment e perseguição política

Gleisi Hoffmann também criticou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, classificando-o como “golpe”, e mencionou a perseguição política que se seguiu, incluindo a condenação ilegal de Lula. Ela celebrou a vitória de Lula nas eleições de 2022, que representou a “vitória sobre o terror e o ódio, da mentira e da máquina”, e frisou a importância do PT na reconstrução do País.

Lindbergh Farias também criticou os adversários políticos e relembrou os momentos difíceis enfrentados pelo partido. “Eles diziam que o PT tinha acabado, mas em 2022 elegemos Lula presidente da República novamente”, disse. Ele sublinhou a importância da militância petista. “Houve uma militância corajosa que não se acovardou, mesmo diante da perseguição. Essa militância se agigantou e nos fez vencer”.

Transformação do Brasil

O deputado Carlos Veras (PT-PE), primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, relembrou sua filiação ao PT aos 16 anos e destacou o papel do partido na transformação do Brasil. “Tive a honra de me filiar ao Partido dos Trabalhadores aos 16 anos de idade, com a esperança de que, através dele, transformaríamos nosso país e daríamos oportunidade àqueles que mais precisam”, afirmou. Ele ressaltou as políticas sociais dos governos petistas, como o combate à fome e a expansão do acesso à educação e à saúde. “Foi o governo do PT, dos presidentes Lula e Dilma, que acabou com a fome neste país e levou o direito à moradia, à saúde e à educação de qualidade”, disse. Veras também ressaltou a necessidade de continuar lutando por melhorias: “Já tiramos o Brasil do Mapa da Fome uma vez e, até o final do governo Lula, vamos tirar novamente”.

Resistência e democracia

O deputado Odair Cunha (PT-MG) celebrou a resistência e a luta do PT ao longo de 45 anos, ao destacar o papel do partido no fortalecimento da democracia. “Celebrar os 45 anos do PT é fazer história da nossa democracia. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu é que a democracia é uma conquista que se constrói com as próprias mãos”, observou. Ele também lembrou o Manifesto de Fundação do partido e a importância de continuar sonhando com um Brasil mais justo e solidário. “Sonhamos com um país justo, solidário e fraterno, e hoje temos a oportunidade de fazer isso acontecer novamente sob a liderança do presidente Lula”, disse Cunha.

Mulheres no poder

A deputada Jack Rocha (PT-ES), coordenadora da Bancada Feminina do PT na Câmara, reafirmou a importância das mulheres no Parlamento. “Democracia se faz com a participação das mulheres na política e nós estamos diante de uma bancada histórica feminina. Esse partido presidido por uma mulher fez com que nós pudéssemos também nos enxergar como sujeitas de direito, como já fizemos há muito tempo, para disputar espaços importantes e representarmos aqui a voz de tantas brasileiras e também de tantos brasileiros”, afirmou.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), homenageou a deputada Gleisi Hoffmann, que está deixando o comando do partido após sete anos. Ela é a primeira mulher eleita para dirigir o PT nacionalmente. “Quero homenagear a presidenta Gleisi por tudo o que ela fez pelo país, pelo PT e pelo governo do presidente Lula. Sem a Gleisi o PT não estaria vivo como está hoje. Sem a Gleisi nós não teríamos vencido a eleição para a Presidência da República. Ela construiu uma aliança potente, ela construiu as bases fundamentais para garantir a vitória do presidente Lula”, reconheceu.

Jack Rocha também ressaltou a importância de Gleisi no PT. “Ela [Gleisi] merece toda a nossa honradez, toda a nossa galhardia, todo o nosso reconhecimento, porque levou a militância nos períodos mais dolorosos a acreditar na esperança e na utopia de voltar a governar o nosso país. Presidenta Gleisi, a senhora é a nossa inspiração”.

Militância

Os parlamentares também homenagearam os militantes que contribuíram para a história do PT, desde os fundadores até os jovens militantes. Gleisi afirmou que “sem vocês, Lula não teria subido novamente a rampa do Palácio do Planalto”. José Guimarães destacou que a vitória só foi possível porque o PT tem algo que é “sagrado, a militância”. “É essa militância que dá vitalidade ao PT, essa militância que sustenta o nosso sonho, essa militância que faz com que a nossa bancada tenha coragem de enfrentar o bolsonarismo aqui no plenário Ulysses Guimarães, é essa militância que impulsiona as mudanças que o governo presidente Lula está fazendo”.

Emoção e testemunho

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora-geral da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, emocionou a todos com seu discurso. “Eu me sinto neste momento como uma criança, numa emoção que jamais senti em minha vida. Eu tenho esse partido no meu coração, eu tenho um partido do qual sou fundadora também, mas que trouxe a mim e a muitas mulheres da favela a esperança de que nós estaríamos e teríamos vez e voz”, afirmou. Ela relembrou a caminhada do PT e a importância de Lula como líder operário que conquistou o coração dos brasileiros. “Nós estamos aqui porque nós reconhecemos que Luiz Inácio Lula da Silva foi, com muito sacrifício, um líder operário que pode falar às massas além dos trabalhadores e pode tocar os nossos corações onde nós estávamos”, disse.

Benedita também destacou o papel das mulheres no PT e a importância de Gleisi Hoffmann como presidenta do partido. “Nós temos ela como presidenta, porque nesse partido nós não nos curvamos a nenhum regulamento que pudesse nos proibir de ter voz e de organizarmos e estarmos nesse partido”, observou.

Ela encerrou seu discurso dizendo que é “testemunha de um partido que cresceu e que sempre esteve com os mais pobres, os mais vulneráveis, os chamados miseráveis dessa terra”. “É por isso que ele está de volta, Luiz Inácio Lula da Silva, porque nós temos um partido, nós não temos apenas um ajuntamento de pessoas, com proposta, com programa. Nós temos um partido que é uma escola política, um partido que nos faz permanecer firmes e fortes diante das adversidades e ganhamos todas. Porque somos um partido dos trabalhadores e um partido das trabalhadoras. Viva o PT! Viva as mulheres! Viva os homens! Viva essa força! Feliz aniversário, PT”.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e os parlamentares do PT Airton Faleiro (PA)Juliana Cardoso (SP)Valmir Assunção (BA), Erika Kokay (DF)Vicentinho (SP)Reimont (RJ)Dandara (MG)Carlos Zarattini (SP)Adriana Accorsi (GO)Bohn Gass (RS)Camila Jara (MS)Welter (PR)Zé Neto (BA) e Arlindo Chinaglia (SP) também fizeram o usa da palavra e homenagearam os 45 anos do PT.

Do PT Câmara