Puxada por alimentos, inflação para os mais pobres beira os 11%
Como explica matéria da Folha de S. Paulo, o estudo divide a população brasileira de acordo com seis faixas de renda domiciliar, que vão de muito baixa (menos de R$ 1.808,79) a alta (mais de R$ 17.764,49), conforme a tabela abaixo. O governo Bolsonaro é mesmo mais cruel com os pobres, mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Embora a inflação tenha aumentado para todas as faixas de renda em fevereiro, quando se olha para o IPCA acumulado dos últimos 12 meses, percebe-se que os mais pobres são os que mais sofrem com a escalada de preços. Para as famílias de renda muito baixa, a inflação anual já está à beira dos 11%.
Cada um desses grupos sofre com a inflação por motivos diferentes. Por exemplo, em fevereiro, o aumento de preços para os mais ricos foi sentido particularmente devido ao aumento das mensalidades escolares (reajuste médio de 6,7%) e de cursos extracurriculares (3,9%).
Já para os mais pobres, é o preço dos alimentos que mais impacta no orçamento. E é por isso que a inflação para eles tem sido maior. Comer se transformou em atividade de luxo nos tempos de Bolsonaro. Segundo o Ipea, no mês passado houve aumentos em produtos como feijão (9,4%), farinha de trigo (2,8%), biscoito (2,3%), macarrão (1,1%), café (2,5%), leite (1%) e pão (1%). Alimentos in natura também ficaram mais caros, especialmente batata (23,5%), cenoura (55,4%) e repolho (25,7%).
Por isso, quanto mais pobre no Brasil, mais se sofre com a inflação, explica o Ipea. Enquanto para as famílias de renda muito baixa o IPCA chega a 10,9% nos últimos 12 meses, para os lares de renda alta, esse índice fica em 9,7% (veja o gráfico abaixo).
Insegurança alimentar
A verdade é que Jair Bolsonaro não se preocupou em garantir comida na mesa dos brasileiros. Desde que assumiu a Presidência, desmontou todos os programas de segurança alimentar criados por Lula e Dilma e fez com que o Brasil voltasse ao Mapa da Fome antes da pandemia de Covid-19 começar.
Na época de Lula, as ações para evitar a fome eram várias. Passavam, por exemplo, em apoiar agricultores familiares para que a produção nunca parasse; fazer estoques de alimentos para vendê-los na contrassafra e, assim, evitar que os preços disparassem; usar o Estado e empresas como a Petrobras para investir no país e gerar empregos; e garantir mais renda aos trabalhadores, elevando continuamente o salário mínimo.
Bolsonaro acabou com tudo isso, e o resultado é, como explicou o economista Bruno Moretti à TvPT, uma dupla punição para os trabalhadores. “A população sofre duplamente, com baixa renda em função do mercado de trabalho desaquecido e com o aumento da inflação retirando o poder de compra dela”, apontou Moretti, que é assessor técnico do Senado.
Da Redação
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