segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

 Deepfakes alertam para risco nas eleições

O criador da peça, o jornalista e pesquisador de deepfake Bruno Sartori, relata na publicação ter usado a tecnologia para inserir o rosto de Lula no corpo de outra pessoa e transferir o timbre de sua voz para a fala original.

(crédito:  MAURO PIMENTEL / AFP))(crédito: MAURO PIMENTEL / AFP))

Cada vez mais sofisticadas, técnicas de deepfake e deepdubs colocam na boca de pré-candidatos à Presidência frases que, na verdade, eles nunca proferiram. Muitas vezes, em lugares onde eles também não estiveram. Exemplo recente é um vídeo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizendo amar paçoca e abrindo um pote do doce, conteúdo que ganhou projeção nas redes nesta quinta-feira, 24. O "detalhe", como a própria postagem explica, é que o líder petista não falou nada daquilo, e tudo não passou de uma farsa criada np computador

O criador da peça, o jornalista e pesquisador de deepfake Bruno Sartori, relata na publicação ter usado a tecnologia para inserir o rosto de Lula no corpo de outra pessoa e transferir o timbre de sua voz para a fala original. Ele já compartilhou outros exemplos em seu perfil, como um vídeo que simula o pré-candidato Sérgio Moro (Podemos) recitando um poema satírico e um homem falando com a exata voz da ex-presidente Dilma Rousseff. Procurado pela reportagem, Sartori não quis se manifestar.

Deepfakes, como o nome sugere - algo como "mentira profunda", em tradução livre -, é uma categoria de farsa que vai além das fake news tradicionais. Diferentemente do que ocorre nas montagens tradicionais, os personagens retratados aparecem em vídeos e podem gesticular, falar e inclusive imitar a voz das vítimas - nesse caso, a técnica se chama deepdub.

Os conteúdos são feitos por meio de inteligência artificial. Para desavisados, é muito difícil distinguir o que é real do que é falso - uma dica é se atentar para certa estranheza nas expressões faciais, discrepâncias no tom da pele, entre outras minúcias.

Segundo o pesquisador Anderson Soares, chefe do centro de inteligência artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG), dois fatores criam o ambiente perfeito para a disseminação de deepfakes. Primeiro, o avanço das ferramentas digitais e o amadurecimento da tecnologia nos últimos anos. Segundo, o fato de haver vídeos e áudios disponíveis em abundância para que o computador recolha os dados de aparência e voz de que precisa.

Soares afirma que a tendência é que a técnica se popularize e passe a estar disponível mesmo para quem não trabalha com tecnologia nos próximos anos. Via aplicativo de celular, por exemplo - alguns já existem, como o Reface App. "Em breve, qualquer pessoa vai conseguir produzir um vídeo ou voz falsa, é questão de pouco tempo".

Entretanto, o pesquisador argumenta que o melhor caminho não é proibir o uso da ferramenta. Ela pode ser útil para melhorar a dublagem de filmes, por exemplo, e bani-la afetaria a competitividade do Brasil no ramo da tecnologia. "O caminho é que os órgãos competentes tenham agilidade para coibir práticas antiéticas, sobretudo no que diz respeito às eleições, e a sociedade precisa ser educada para reconhecer vídeos falsos", afirma.

Na campanha eleitoral de 2018, o então candidato a governador João Doria (PSDB) foi alvo de uma deepfake. À época, passou a circular nas redes um vídeo com cenas de sexo envolvendo seis mulheres e um homem, que na gravação foi identificado como sendo o tucano. O material foi explorado por adversários para enfraquecê-lo na disputa.

"Hoje eu vi um vídeo vergonhoso nas redes sociais, que foi produzido por alguém que só quer o meu mal e o mal da minha família. Uma produção grotesca. Fake news. Pedi a um perito criminal que verificasse essas imagens. Pedi também medidas judiciais e criminais contra os autores desse vídeo. Lamento muito que a campanha em São Paulo tenha chegado a esse nível de ferir a nossa família", disse o tucano naquela ocasião.

Não é difícil, hoje, encontrar esse tipo de montagem envolvendo políticos na internet. Um caso famoso foi o que simulou o presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiando as vacinas. Outro mostra o rosto do presidente no personagem mexicano Chapolim Colorado. Também há um exemplo em que o chefe do Executivo canta a canção "Admirável Gado Novo", de Zé Ramalho; Silvio Santos já apresentou o Jornal Nacional; Lula já cantou uma música de Pabllo Vittar; e até o ex-presidente americano Donald Trump já chamou Bolsonaro de "Bolsolino".

Questiona sobre como se prepara para enfrentar vídeos falsos, a equipe de Lula afirmou que não comenta estratégias de comunicação.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

 Por maior qualidade de vida, população busca moradia fora das capitais

Alto preço dos imóveis nas grandes cidades e busca por melhor qualidade de vida aumentam procura por residências fora dos maiores centros urbanos. Unidades compactas, de até 50m², são as que lideram concessão de financiamentos

Foto de uma rua da cidade de Diamantina, em Minas Gerais -  (crédito:  Marden Couto/CB/D.A Press)Foto de uma rua da cidade de Diamantina, em Minas Gerais - (crédito: Marden Couto/CB/D.A Press)

A procura por imóveis fora das capitais cresceu 161% em 2021, com destaque para aqueles de até 50m², que tiveram aumento de 204% no volume de novos financiamentos. É o que mostra um levantamento feito pelo Itaú Unibanco. O crescimento ficou acima da média nas regiões Norte (com 437% de alta), Centro-Oeste (300%) e Nordeste (280%).

A maior procura por espaços menores, no entanto, não significa que outras metragens tiveram desempenho ruim. Exemplo disso é o aumento de 162% no número de financiamentos para moradias com áreas entre 50m² e 100m². Os imóveis de alto padrão também tiveram crescimento relevante: o número de financiamentos de unidades com valor acima de R$ 1 milhão foi 140% superior ao de 2020.

Segundo o diretor do Itaú Unibanco, Thales Ferreira Silva, a valorização do metro quadrado é um dos motivos da nova tendência, mas razões ligadas à pandemia também influíram. "Além da questão do preço, identificamos entre os clientes a busca de ambientes multifuncionais, em meio a um modelo de trabalho cada vez mais remoto ou híbrido", avalia.

"Boa parcela da população passou a ficar mais tempo nos ambientes residenciais e, então, deu mais valor a esses espaços. Residências em cidades fora de grandes centros urbanos, que proporcionam mais qualidade de vida, se destacaram também", completa.

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis do Distrito Federal (Secovi-DF) e CEO da Elo Imóveis, Hiram David, confirma a tendência: "Houve aumento expressivo de procura por casas de campo, em condomínio, chácaras e notória migração para cidades menores próximas aos centros urbanos. Também nas grandes cidades houve demanda por upgrade".

Robinson Silva, sócio do GRI Club, afirma que "o perfil de imóveis mais compactos é uma tendência que a gente vê no Brasil inteiro, e por diversos fatores". "O principal é a renda do brasileiro, que não cresceu nos últimos dois anos; então, as famílias ficam mais confortáveis ao pagar um financiamento de menor valor", ressalta.

Em busca de moradias, brasileiros migram para o interior
Em busca de moradias, brasileiros migram para o interior(foto: Editoria de Arte/CB)

Migração

Segundo Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, o movimento de migração das capitais para municípios menores vem acontecendo há alguns anos, e se reforçou em 2020 e 2021, devido ao aumento intenso do preço dos imóveis nas grandes cidades. "Como mais de 70% do mercado imobiliário brasileiro é formado por residências de R$ 350 mil a R$ 400 mil — e o Casa Verde Amarela compõe cerca de 50% do mercado sozinho —, as grandes capitais já quase não têm mais oferta desses imóveis e esse mercado está indo para as cidades vizinhas", detalha.

"O aumento na procura e na venda é reflexo da alta dos custos de construção e de terrenos, que resulta na elevação dos preços de venda dos imóveis", concorda Bruno Sindona, CEO da Sindona, desenvolvedora de empreendimentos populares. "Neste momento de alta de aluguel, as pessoas mudam e buscam moradia onde conseguem pagar. As classes C e D estão sendo expulsas dos grandes centros", ressalta. "A renda não acompanhou os aumentos de preço dos imóveis nem dos custos de construção. Os imóveis têm se valorizado cerca de 6% ao ano, mas os custos de construção têm subido ainda mais, perto de 20%", explica.

Pandemia

Robinson Silva, do GRI Club, acredita que as mudanças foram bastante influenciadas pela pandemia da covid-19. "A maioria das empresas levou o trabalho de home office muito a sério, e muitas pessoas acabaram saindo das zonas centrais das cidades e procurando regiões um pouco mais afastadas, pela qualidade de vida um pouco melhor", detalha.

Para ele, no entanto, o deslocamento de pessoas para locais mais afastados não deve continuar no mesmo ritmo. "Essa ação aconteceu, teve um momento, mas deve se equilibrar à medida que as empresas comecem a voltar ao trabalho presencial. Então, a distância pode impactar algumas pessoas que fizeram a opção de morar um pouco mais afastadas", diz.

A opinião do CEO da Elo Imóveis difere. "Essa mudança é definitiva. Os recursos tecnológicos estão viabilizando essa nova forma de viver. Basta perceber o crescimento das empresas on-line, dos serviços virtuais e a perda de valor das empresas de varejo. A população está mais voltada para melhor qualidade de vida, e a casa é o atual maior objeto de desejo", pontua Hiram David.

"O conforto de maior convívio em família, economia de tempo de deslocamento, uma vida mais tranquila e a possibilidade de residir em local distante da sede da empresa resultou na procura por imóveis mais confortáveis, maiores, possivelmente com um quarto a mais ou escritório, em locais mais aprazíveis que os centros urbanos. A migração foi uma consequência inteligente", finaliza.

*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo.

Fernanda Strickland
Maria Eduarda Angeli*

postado em 27/02/2022 06:00

sábado, 26 de fevereiro de 2022

 A política econômica que Lula irá fazer

O ex-presidente Lula - Shutterstock
O ex-presidente Lula




José Luiz Portella 

Com a reiteração das pesquisas, os agentes econômicos e empresários almejam vislumbrar a política econômica que Lula efetuará nesse eventual futuro mandato.

Lula é escorregadio, dá sinais para todos os lados, embora a retórica mais forte seja de rompimento com o modelo de Teto de Gastos e preocupação fiscal.

No mercado, os otimistas creem que isso está no preço do discurso populista eleitoral, depois muda.

Os economistas liberais, mais pessimistas, vaticinam que Lula não fará uma política econômica ortodoxa, como fez com Palocci. É verdade, igual, não fará.

Ouvindo alguns diferentes economistas que conversam com Lula, e tirando a média das percepções, Lula não fará uma política econômica ortodoxa, à la Palocci, nem heterodoxa, à la Mantega.

Mesmo os economistas situados mais para a heterodoxia, eles admitem que Lula não irá segui-los por completo. E não sabem dizer até que ponto ele comporá com o mercado financeiro.

Lula é Lula. Quer dizer: um farejador de atalhos para se manter no caminho do Poder.

Ele fabrica miragens, que ora são oásis, ora são desertos. Ora, não são nenhuma das anteriores.

Lula não vai governar contra o mercado financeiro o quanto vocifera. Isso é retórico. Sentado na cadeira, sabendo da importância do mercado, ele arruma um pretexto para negociar.

Ele não perdeu o vezo negociador sindicalista.

Todavia, não cederá como nos tempos de Palocci. Porque o cenário é diferente.

Lá, o risco de Lula colocou o dólar a R$ 4,00, correspondente hoje a mais do que R$ 8,00.

E precisava mais do apoio da elite econômica como um todo do que hoje. Fez primeiro a Carta aos Brasileiros, no governo assumiu de forma ortodoxa. Assim como quando viu Dilma ruindo, indicou Trabuco, que gerou Levy, que foi pior para Dilma, que perdeu o discurso. Lula que colocou o jabuti na árvore, quando viu que a enchente estava se aproximando.

Hoje, dada as circunstâncias que Bolsonaro criou impulsionando a candidatura Lula, este ganhou mais independência com relação ao julgamento do mercado. Pode ser mais herege.

Lula vai acabar com o Teto de Gastos, isso vai, mas terá uma âncora fiscal mais branda e flexível.

Provavelmente, um limite para despesas de custeio e outro para investimentos. Com flexibilidade maior para os gastos com investimentos. Neste ponto, ele vai se aproximar mais de um orçamento de capital que Keynes pregava, no caso de Lula só para investimentos, a permitir que haja um gasto contracíclico, sobretudo na hora que o pêndulo da economia se mova para a recessão.

Dificilmente utilizará uma meta de superávit primário dos tempos do tripé, a não ser que flexibilize a meta, possibilitando fazer déficit primário em momentos áridos de deserto.

Lula nunca privatizará a Petrobras e tende a encontrar um meio, possivelmente o Fundo de Estabilização, para conter o impacto do aumento de combustíveis.

Lula vai tentar mexer na reforma trabalhista sim, mas tende a negociar alguns pontos. E vai taxar mais os ricos, mas deve aliviar a taxação das empresas. Que, se não me engano, foi desenhado por Ricardo Carneiro. Pode ser aprimorado.

Parte de seus economistas não refutam alguma reforma administrativa, mas que atinja só quem ganha salários altos. A definir.

Lula também não descarta a reforma tributária, tem habilidade para lidar com os governadores para tal, mas não irá às últimas consequências, podendo criar um modo de compensação para os governadores, de parte das perdas que alguns terão. Isso não está definido. São ideias em pleno voo, o foco está em vencer as eleições em primeiro turno, para afastar assombrações e começar logo a transição.

Lula sabe que pegará um governo destroçado no sentido institucional, e que não receberá a mesma herança bendita de FHC, que o permitiu surfar na crista da onda quando chegou o "boom" das commodities.

Tem consciência que precisará gastar boa parte de um suposto primeiro ano de governo mudando e alterando a estrutura e o aparelhamento de Bolsonaro. Vai aparelhar com os aliados.

E a mudança suscita retardamento nas ações. Lula se preocupa com o desempenho no primeiro ano, pois sabe em que solo irá pisar, e o tempo que gastará retirando as minas que Bolsonaro deixará enterradas.

Tudo isso são previsões muito prováveis hoje, importante é que Lula é Lula, um ser que tem metamorfoses espetaculares, pode saltar triplo carpado em ocasiões, embora isso esteja mais limitado agora, e que é sagaz, liso e vai se guiar pela estabilidade no Poder.

Quando apertado por um amigo na contradição, usa a afetividade como escapatória, abraça, conta uma piada, serve uma 51.
Se você quer seguir Lula, não use o Twitter, siga o caminho do Poder, ele vai estar lá. Lula é Poder. Vai priorizar consolidá-lo. O que significa agir conforme o movimento nesta direção.

Lula vai se aproximar de parte do mercado, quando estiver no Poder, provavelmente via André Esteves, a ver.

O maior problema de Lula hoje é acertar as alianças regionais, pois se ele é obedecido de forma castrense quando o assunto é presidência, no âmbito regional, o PT tem autonomia que ele procura não mitigar.

Nem ortodoxo, nem heterodoxo, irá na linha que Kassab vai no PSD, nem de direita, nem de esquerda, nem de centro. Lula acima de tudo.

Na verdade, o economista de Lula é Lula mesmo.

O Poder é o GPS, Waze e satélite.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

 

No restaurante de Bela Gil, Lula recebe apoio de lideranças da luta por "comida de verdade"

Evento nesta quinta (24) debateu reforma agrária e o desmonte das políticas públicas voltadas à alimentação saudável

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
 
Encontro ocorreu em jantar organizado no restaurante Camélia Ododó, em São Paulo (SP)  - Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta quinta-feira (24), de um jantar organizado por militantes da alimentação saudável, no restaurante Camélia Ododó, da nutricionista e apresentadora Bela Gil, em São Paulo (SP). O encontro debateu o combate à fome, políticas em defesa da soberania e segurança alimentar e marcou a declaração pública de apoio do grupo à candidatura de Lula (leia a carta aberta).

“O Brasil precisa entrar num novo tempo. É preciso popularizar. É preciso tirar o conceito de alimentação saudável/orgânica da boca dos especialistas para a boca do povo”, afirmou o ex-presidente. Ele defendeu que a alimentação saudável esteja em pauta tanto quanto assuntos como emprego e educação.

A anfitriã Bela Gil defendeu a reforma agrária como forma de incidir também nas questões ambientais e de saúde pública e ressaltou que a fome é um projeto político que retira das pessoas a autonomia para fazer escolhas alimentares adequadas.

“Democratizar a alimentação significa democratizar a terra. O Brasil é um dos países com maiores índices de concentração de terra, resgatar a reforma agrária é fundamental”, disse.

Além da própria Bela Gil, da chef de cozinha Bel Coelho e de integrantes da comunidade Levante Slow Food Brasil, estiveram presentes lideranças como João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Regina Tchelly do projeto Favela Orgânica, Denise Cardoso, presidente da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), Lina Luz da Escola de Gastronomia Social do Ceará, Marcos José de Abreu (Marquito), ambientalista e vereador pelo PSOL em Florianópolis, e Juliano de Sá, presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) do Rio Grande do Sul.


Registro do encontro realizado no restaurante Camélia Ododó, em São Paulo (SP) / Foto: Ricardo Stuckert

"As participações demonstraram a diversidade de experiências locais brasileiras comprometidas com as lutas pela garantia do direito humano à alimentação adequada para a população brasileira", avaliou a integrante da rede Slow Food Brasil, a nutricionista Bruna Crioula.

Ela explica que a defesa da "comida de verdade" é uma bandeira comum na mobilização social para promover mudanças radicais nos sistemas alimentares e que, no encontro, um dos objetivos foi garantir o compromisso do ex-presidente com o fortalecimento da agricultura familiar agroecológica e/ou orgânica.

  

Copaíba: conheça os benefícios da planta medicinal que chama a atenção de cientistas

Muito comum no Brasil, árvore ganhou "cartilha" que destaca as propriedades que fazem bem à saúde
Copaíba da espécie Copaifera reticulata. Foto: Reprodução/Guia das Copaíbas

RIO — Combater bactérias, fungos e parasitas, controlar inflamações, aliviar a dor, diminuir a ansiedade, amenizar a enxaqueca e até tratar corrimentos vaginais. Substâncias naturais encontradas em variados tipos de Copaíbas possuem essas e outras ações que fazem bem para a nossa saúde. A planta medicinal é bem comum em solo brasileira e é a queridinha daqueles que optam pela fitoterapia. Os múltiplos benefícios da árvore vêm chamando a atenção de cientistas de todo o mundo.

A pesquisadora Mariana Santiago, aluna de doutorado na Universidade Federal de Uberlância (UFU), começou a estudar as Copaíbas ainda em sua graduação, quando analisou a atividade antibacteriana de algumas espécies. O interesse pela planta cresceu e o trabalho foi aprofundado no mestrado, feito na Universidade de Franca, que resultou no "Guia das copaíbas: pra quê serve?", uma cartilha que lista as principais propriedades naturais cientificamente comprovadas de nove espécies de Copaíbas encontradas no Brasil. O trabalho foi publicado por meio do projeto ObservaPICS da Fiocruz/PE.

As propriedades benéficas da Copaíba estão presentes em seu óleo, que pode ser extraído do tronco da árvore. Muitas pessoas usam o líquido de forma tópica (passando na pele) ou ingerem pela boca. De acordo com Santiago, quanto mais puro for esse óleo, mais conservadas estarão as propriedades da planta.

— É muito comum encontrar óleos de copaíbas que estão misturados com outras substâncias, já que o processo de extração não é capaz de produzir uma quantidade grande (nível industrial. Então, acabam misturando com outros óleos, com água, e acabam criando formulações com óleo de copaíba. Quanto mais pura for a substância que você adquirir, maiores a chances de obter o efeito desejado.

Cada espécie de Copaíba possui seus benefícios próprios, portanto, nem todas apresentam ação anti-inflamatória ou antibactericida. O Brasil concentra um terço dos tipos de Copaíbas já catalogadas em todo o mundo: 32 espécies das 96. Portanto, em solo brasileiro há uma variedade de árvores que podem contribuir para a manutenção da saúde. 
Para comprar um bom óleo de Copaíba Santiago orienta procurar por empresas que tenham compromisso com a sustentabilidade e possuem histórico de trabalho com a substância, ou então, pequenos produtores, normalmente encontrados em feiras livres, ou até mesmo em hortas comunitárias.

O fato de se tratar de um fitoterápico não faz do óleo de Copaíba inofensivo quando consumido exageradamente: em altas doses, ele pode causar problemas gástricos. O produto não é recomendado para gestantes ou lactantes, e também para pessoas que já tenham problemas gástricos.

"Uma planta medicinal é um remédio como qualquer outro que tem a capacidade de afetar o funcionamento do nosso organismo, por isso é importante associar o conhecimento popular, que aprendemos muitas vezes com nossos avôs, pais, tias, etc., com o conhecimento científico, para que possamos fazer uso desse recurso vegetal de forma segura e obter efeito desejado.", escreveu a pesquisadora na cartilha.

— Se tratando de fitoterapia e o uso de plantas medicinais é muito difícil dizer o que é correto e errado, por mais que medicina moderna esteja avançando, por muitos anos a população sobreviveu com esses saberes. Não podemos dizer que é errada a forma como as pessoas aprenderam a usar essas substâncias, pois elas vêm de um lugar de heranças culturais. Nossa intenção com a cartilha é alinhar as descobertas cientificas com esses saberes populares, potencializando ambos.

COPAÍBAS E SUAS PROPRIEDADES MEDICINAIS

Copaifera reticulata

- Proteção contra bactérias;

- Proteção contra picada de insetos;

- Proteção contra ácaros;

- Proteção contra parasitas e vermes;

- Proteção das células do cérebro;

- Contra úlceras;

- Combate inflamações;

- Contra ansiedade;

- Alivia a dor em ferimentos;

- Protege as células do estômago;

- Alivia a tosse;

- Trata corrimento vaginal.

Copaifera multijuga

- Proteção contra picadas de insetos;

- Combate inflamações;

- Proteção contra parasitas e vermes;

- Proteção contra bactérias;

- Alivia a dor em ferimentos;

- Ajuda na cicatrização;

- Protege as células do estômago;

- Proteção contra vírus;

- Diminui a febre;

- Combate enxaqueca

Copaifera langsdorffii

- Combate inflamações;

- Proteção contra bactérias;

- Proteção contra fungos;

- Proteção contra parasitas e vermes;

- Combate doenças de pele;

- Ajuda na cicatrização;

- Protege as células do estômago.

Conheça outras espécies de Copaíbas e suas propriedades medicinais no "Guia das copaíbas: pra quê serve?"

 VITÓRIA DA CULTURA BRASILEIRA: LEI ALDIR BLANC 2 E LEI PAULO GUSTAVO APROVADAS NA CÂMARA!!! 


Uma conquista histórica para a cultura brasileira! Com uma grande mobilização nacional do setor cultural brasileiro, artistas, gestores, trabalhadores e trabalhadoras da cultura, prevaleceu a unidade em torno da agenda nacional da cultura e foram APROVADAS NA CÂMARA nesta quinta-feira as Leis Paulo Gustavo (PLP 73/2021) e Aldir Blanc 2 (PL 1518/2021). 


Os projetos são complementares, e abrangem tanto o caráter Emergencial de reparação das perdas que o setor cultural vem sofrendo diante da pandemia, caso da Lei Paulo Gustavo, como institui uma política permanente de fomento direto e descentralizado à cultura brasileira, como prevê a Lei Aldir Blanc 2 . 


No conjunto, representam um grande avanço e um investimento de quase R$ 7 bilhões para a cultura, um dos setores mais afetados pela pandemia, nos próximos 2 anos. 


Entenda o que foi aprovado e os próximos passos 


A Lei Paulo Gustavo, de autoria do Senador Paulo Rocha (PT-PA) e relatado na Câmara pelo Deputado José Guimarães (PT-CE), prevê o repasse de R$ 3,8 bilhões do Fundo Nacional da Cultura e do Fundo Setorial do Audiovisual, para ações de fomento à cultura em caráter Emergencial de forma descentralizada através dos estados e municípios, no âmbito do Sistema Nacional de Cultura. Aprovada na Câmara com emendas e modificações no conteúdo, o Projeto precisará ainda voltar ao Senado, antes de seguir para a sanção presidencial. 


Já o PL 1518/2021, de autoria dos Deputados Federais Jandira Feghali, Alice Portugal e Renildo Calheiros, da bancada do PCdoB, institui a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento ao Setor Cultural, já com parecer favorável do relator aprovado pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, e também tramitando em regime de urgência, prevê a criação de uma política nacional de fomento direto ao setor cultural, com aporte anual R$ 3 bilhões de reais para execução descentralizada por estados e municípios. Aprovada na Câmara, a matéria segue para votação no Senado. 


Com unidade, amplitude e generosidade conquistamos 2 importantes vitórias para a cultura brasileira! A cultura une e através dela construiremos um Brasil melhor!


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Saudações Culturais!


Articulação Nacional de Emergência Cultural

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

 FPA Informa 296 - NAPP Nordeste debate políticas públicas para o Brasil

Caixa de entrada

Fundação Perseu Abramo listmaster@fpabramo.org.br por  gmail.mcsv.net 

15:44 (há 7 horas)
para mim
Fundação Perseu Abramo - Informativo FPA
Se não estiver visualizando clique aqui
24 DE FEVEREIRO DE 2022 | ANO 07 - ED. 296
 

NAPP Nordeste debate políticas públicas para o Brasil
Apontar perspectivas para a Região Nordeste e para o Brasil com base nas boas práticas e nos estudos feitos pelos Estados nordestinos nos últimos anos, período em que o país vem enfrentando uma crise socioeconômica, política e institucional. Este é o objetivo do seminário “Nordeste: País Brasileiro”. Leia mais

 
PERIFERIAS

Revista traz perspectivas para 2022: um ano de disputas
O ano de 2022 já inicia com um forte debate público sobre as eleições presidenciais. A edição janeiro/fevereiro da revista Reconexão Periferias faz um chamado à reflexão sobre esse momento, para pensar sobre o papel que as periferias brasileiras podem ter nessas disputas eleitorais, e, para além, nas disputas sociais estruturais e também nas cotidianas. Leia mais

ECONOMIA

Economias brasileira e russa e as consequências do capitalismo
Nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, a edição de economia do Pauta Brasil discutiu as convergências e conflitos entre as economias brasileira e russa. Participaram do programa Eduardo Costa Pinto e Marcelo Zero, com mediação de Ellen Coutinho, diretora da Fundação Perseu Abramo. Leia mais

CULTURA

Legados da Semana de 22 e tarefas para a geração atual
O programa Pauta Brasil desta sexta-feira (18) discutiu o Centenário da Semana de 22 e o Brasil de hoje. Leia mais

Receitas da Zilah e umas histórias sobre elas
Resenha de Walnice Nogueira Galvão

Receitas que se entrelaçam com a crônica de uma família e a história do Brasil. A comida se revela como núcleo pulsante de todo um contexto sociopolítico e afetivo.
Leia mais

Direitos: democracia vs. neofascismo
Luiz Marques 

A luta pelo aprofundamento do “direito a ter direitos” sob viés, de fato, democratizante problematiza a estruturação e as tremendas desigualdades de classes no capitalismo.
Leia mais

 

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