Lula: “Quem tem uma gota de sangue nordestino não vota nesse monstro”
Em São Bernardo do Campo (SP), Lula responde ofensa de Bolsonaro contra povo do Nordeste. “Eles têm que saber que nós, nordestinos, ajudamos a construir cada metro de asfalto deste país, cada ponte, cada casa”, disse
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Lula, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad deram início à campanha do segundo turno das eleições, nesta quinta-feira (6), com uma caminhada em São Bernardo do Campo (SP), berço do movimento sindical brasileiro e origem da trajetória política do ex-presidente.
Após serem acompanhados por uma multidão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC até a Praça da Igreja da Matriz, local que marcou a luta contra a ditadura militar, os três conversaram com os eleitores, e Lula aproveitou para responder ao mais novo ataque preconceituoso de Bolsonaro, que chamou os eleitores de Lula no Nordeste de analfabetos.
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O ex-presidente lembrou que o analfabetismo não é uma escolha das pessoas, mas resultado da falta de investimentos em educação, que só foram altos na época do PT. “São Bernardo do Campo, Santo André nunca tiveram direito de ter um universidade federal. Foi um metalúrgico, quase analfabeto, que trouxe a universidade para cá”, citou.
“Eles têm que saber que nós, nordestinos, ajudamos a construir cada metro de asfalto deste país, cada ponte, cada casa. Eles têm que saber que nós não queremos mais passar fome, queremos comer. Não queremos ser apenas pedreiros, queremos ser engenheiros. Não queremos ser apenas empregada doméstica, queremos ser médica, socióloga, professora”, continuou.
E concluiu: “Portanto, queria pedir um favor a vocês. Façam um telefonema para os parentes de vocês no Nordeste. Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar no negacionista monstro que governa este país. Ele tem que aprender uma lição. Ele que vá pegar os votos dos milicianos, daqueles que mataram Marielle, daqueles que são responsáveis pela morte de milhares de pessoas na pandemia, da quadrilha chefiada pelo Queiroz, dos que estão organizando a rachadinha dos filhos dele. Porque nós, paulistas de honra, nordestinos de honra, mulheres e homens trabalhadores, já tomamos uma decisão: dia 30 de outubro, é 13 para governador, 13 para presidente”.
Lula ainda pediu empenho dos eleitores para buscar os votos que faltam tanto para elegê-lo quanto para que Haddad se torne governador de São Paulo. “Vocês agora não são mais cabo eleitoral. Cada um de vocês é um candidato a governador e a presidente”, disse, sugerindo que as pessoas conversem com os conhecidos e comparem o atual governo com as gestões do PT.
“Sabe quanto tempo faz que não aumenta o salário mínimo? Quatro anos. Sabe quanto tempo faz que os aposentados não recebem aumento? Quase cinco anos. A merenda escolar é 36 centavos por criança e faz cinco anos que não aumenta. Sabe que a mulher continua ganhando menos no mercado de trabalho?”, listou Lula, depois de lembrar que Jair Bolsonaro acaba de cortar ainda mais recursos das universidades.
Alckmin e Haddad
Antes de Lula, seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), ressaltou a importância de dar início aos atos de segundo turno em São Bernardo do Campo.
“São Bernardo é a capital da democracia, e Lula vai recuperar a democracia. É a capital dos trabalhadores, e Lula vai recuperar o emprego, a renda, o salário. É a capital da indústria, e Lula vai recuperá-la, e também o comércio e o serviço”, disse.
E ofereceu apoio a Haddad na disputa para o governo de São Paulo. “Haddad, conte conosco. De virada é mais gosto ainda.”
Fernando Haddad, por sua vez, pediu empenho para que o campo progressista tenha uma vitória inédita e eleja tanto o presidente da República quanto o governador do maior estado do país: “Nós temos três semanas para ampliar a vantagem de Lula e para ganhar São Paulo. Vamos à luta ganhar essa eleição”.
Da Redação
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