10 anos da LAI: herança do PT aprimora exercício da cidadania no Brasil
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Sancionada por Dilma Rousseff, em 2012, a Lei de Acesso à Informação (LAI) completa 10 anos como herança do governo do Partido dos Trabalhadores (PT). A LAI é considerada por especialistas uma das principais conquistas na política de transparência e acesso do povo a informações públicas e sobre o funcionamento das instituições brasileiras.
Nesta quarta-feira, 18, durante audiência pública da Comissão de Legislação e Justiça Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados, o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), afirmou que a LAI aprimorou o exercício da cidadania ao garantir a transparência dos dados e de informações públicas a todos os brasileiros e brasileiras.
Reginaldo Lopes é autor do projeto de lei que deu origem à lei (PL 219/2003). No evento, o parlamentar acusou o atual presidente Jair Bolsonaro de atacar sistematicamente a legislação. A favor do sigilo de 100 anos, Bolsonaro defende gabinetes paralelos, quebras de sigilos e não tem interesse algum em transparência no seu desgoverno.
Transparência com o PT
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma entrevista à imprensa, comparou a falta de transparência do governo atual com o que acontecia nas administrações petistas.
Graças à LAI, qualquer cidadão brasileiro tem o direito de solicitar à administração pública dados sobre orçamento, execução, folhas de pagamento e vários outros tipos de informações, como por exemplo números de leitos hospitalares disponíveis em um estado, compras de remédios, livros didáticos e vários outros itens.
De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), ao longo dos dez anos de existência da lei, mais de 1 milhão de pedidos de informação foram realizados no Brasil. Do total, 68% tiveram acesso concedido às informações, 11% estavam fora do escopo da lei, 8% foram negados, 5% foram parcialmente concedidos, em 3% dos casos a informação pedida não existia, em outros 3% o órgão que recebeu o pedido não era responsável pelos dados solicitados e outros 2% foram pedidos duplicados.
A LAI entrou em vigor há 10 anos, em 16 de maio de 2012, após ser regulamentada por decreto. Antes disso, o projeto passou 8 anos em discussões no Congresso Nacional.
Bolsonaro desrespeita a LAI
Apesar do reconhecimento público da lei, Reginaldo Lopes acusou Bolsonaro de tentar, em reiteradas ocasiões, tornar a norma obsoleta durante a audiência pública. Ele lembrou que o atual presidente, “que fala muito em honestidade”, com apenas 20 dias no cargo emitiu um decreto transferindo a responsabilidade da classificação de documentos que poderiam ser tidos como sigilosos dos ministros para todos os assessores deles. Após pressão da sociedade, Bolsonaro revogou o decreto.
Lopes destacou ainda que Bolsonaro também tentou suspender a vigência da LAI durante a pandemia da Covid-19. Segundo ele, é preciso atualizar a lei para reduzir o tempo de sigilo de documentos e informações públicas.
Atualização da LAI
Para evitar que autoridades públicas, a exemplo de Bolsonaro, escondam informações que poderiam ser divulgadas, o líder da Bancada do PT anunciou que protocolou nesta quarta, 18, projeto de lei que reduz para 25 anos o tempo máximo de sigilo para questões consideradas sensíveis. “É contra a memória de um povo classificar (como sigiloso) mais do que isso”, explicou.
O parlamentar ressaltou ainda que apresentou outro projeto de lei que amplia a transparência nos dados da Segurança Pública no País. Conhecida como a LAI da Segurança Pública, a proposta já foi aprovada em todas as Comissões temáticas e aguarda ser incluída na pauta de votações do plenário da Câmara.
A audiência pública de homenagem à LAI foi requerida pelos deputados Rogério Correia (PT-MG) e Pedro Uczai (PT-SC). O deputado Padre João (PT-MG) também participou do evento.
Da Redação, com informações do PT na Câmara e Instituto Lula
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