Chega notícia de Belém referente ao julgamento de Vitalmiro Bastos de Moura. O indivíduo, conhecido como Bida, é o mandante do crime que vitimou Dorothy Stang (foto). A freira norte-americana de 73 anos, naturalizada brasileira, foi assassinada com seis tiros em 2005, na cidade de Anapu, no interior do Pará.
Bida foi condenado a trinta anos de prisão. Os jurados entenderam que ele cometeu crime duplamente qualificado. O indivíduo prometeu remunerar um pistoleiro. Assim foi feito, a religiosa foi assassinada pelas costas. A freira que, com sua atuação em favor do meio- ambiente incomodava suas ações junto as comunidades de Anapu.
Este foi o terceiro de Bida. No primeiro, ocorrido em 2007, houve condenação de 30 anos. Porém a defesa utilizou uma brecha na lei que, na época, que permitia um novo julgamento para todo condenado mais de 20 anos. Neste, houve absolvição. Fato que causou indignação no Brasil e no exterior. O julgamento encerrado ontem repetiu a sentença do primeiro: trinta anos de reclusão para o mandante do crime.
O julgamento foi inusitado. Por causa da desistência dos advogados de defesa Eduardo Imbiriba e Arnaldo Lopes de Paula, o réu teve contou com a atuação de dois defensores públicos, que foram nomeados pelo juiz Raimundo Moisés Flexa. Por desconhecerem as informações dos autos do processo, os defensores atuaram com argumentos que expressavam um caráter mais emocional do que técnico. Em dado momento, compararam o mandante do crime com Jesus, afirmando que o cliente deles era vítima de uma conspiração do governo dos Estados Unidos. E mais, procuraram intimidar os jurados dizendo que estes seriam punidos por Deus caso condenassem o homem errado.
Uma das pessoas presentes, David Stang, irmão de Dorothy, expressou contentamento com o desfecho do julgamento. Ele disse: "A justiça foi feita. Minha irmã estaria muito feliz. Ela acreditava no sistema judicial brasileiro".
O condenado Bida é o único mandante de crime agrário preso no estado do Pará. Encerrado seu julgamento, o próximo passo é a realização d0 julgamento de Regivaldo Pereira Galvão. Este indivíduo, conhecido com "Taradão", é acusado de ser o outro mandante do crime.
A justiça deste país tomou uma atitude de relevo e dignidade.
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