Na tarde de ontem, 17/04, aconteceu um fato inusitado na cena política do Distrito Federal (DF). Depois da justiça ter cassado o mandato do governador José Roberto Arruda e da renúncia do vice Paulo Octávio, foi realizada eleição para o cargo de mandatário do executivo. Diferente das eleições comuns, esta foi indireta. O palco, ou melhor, a seção eleitoral funcionou na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Coube aos deputados distritais a tarefa de eleger o governador-tampão do DF.
Alguns políticos inscreveram seus nomes. Depois, aos poucos, foram retirando suas candidaturas. Sobraram os nomes de Antonio Ibañes (PT), Rogério Rosso (PMDB) e Wilson Lima (PR). Após os discursos dos postulantes ao cargo, foi realizada a votação oral. Resutado: Rosso- 13 votos, Ibañes- 6 e Lima- 4. Fim de um ato da triste comédia.
Por incrível que pareça essa eleição aconteceu. Entre os eleitores de Rosso estão: Eurides Brito, Geraldo Naves e Rogério Ulysses. Os três estão envolvidos no escândalo do Mensalão do DEM. Para quem não lembra, Eurides é aquela deputada que aparece numa das gravações botando dinheiro dentro da bolsa. Ulysses foi outro pilhado no vídeo recebendo propina (detalhe: seu partido fazia oposição ao governo Arruda). Naves, até a semana passada, esteve recluso no presídio da Papuda por tentar subornar uma testemunha. Deu par sacar o quanto os eleitores de Rosso deram seus votos de maneira descompromissada?
Por essas e outras, se torna urgente que a justiça decrete intervenção no DF e que o presidente nomeie um governador interino. O fantasma da intervenção faz com que os distritais se sintam intranqüilos. Suas atuações ficariam limitadas. Por isso, a pressa em querer logo eleger indiretamente o novo gestor do DF. Por isso, houve a eleição de ontem. Na verdade, um festival de insensatez.
Certamente, as pessoas que demonstram simpatia pela escolha indireta do governador o fazem por dois motivos: (1) por medo da intervenção ou (2) por desconhecerem que esse processo eleitoral é, totalmente, viciado. Enfim, apenas se dá uma nova roupagem. Mas o problema da legitimidade e da falta de ética continuam evidentes.
Que não tarde a intervenção!!!
POIS MAS UMA VEZ ESTAMOS PASSANDO POR UMA VERGONHA QUE NÃO FOI CRIADA POR MIM , COM CERTEZA
ResponderExcluirQuerida Regina!
ResponderExcluirInfelizmente, você, eu e demais membros da sociedade do DF, estamos passando por este constrangimento moral. Por isso, há o desejo de que a intervenção não tarde a chegar.
Obrigado por seu comentário!