terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Em Davos, Haddad reassume compromisso de crescimento com justiça social

 

Em Davos, Haddad reassume compromisso de crescimento com justiça social

No Fórum Econômico Mundial, ministro da Fazenda cita valorização do salário mínimo e redução de impostos para trabalhadores entre as prioridades. Marina Silva cobra recurso prometido por países ricos

Divulgação

Haddad: “Vamos tirar as famílias do Serasa, para que elas possam voltar ao mercado de consumo” (foto: Divulgação)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levou ao Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça, três recados principais a empresários e investidores.

O primeiro é político: o compromisso do governo Lula com a democracia e com “o combate a todo o tipo de extremismo”, tanto no país quanto no resto do mundo. 

O segundo, no terreno da economia, é o empenho em realizar a retomada da economia brasileira sem deixar de lado a justiça social e a sustentabilidade fiscal e ambiental.

Por fim, a terceira mensagem é a de que o Brasil voltou a ter um governo comprometido com a preservação do meio ambiente. “A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer”, disse a jornalistas, na segunda-feira (16), quando chegou à Suíça.

Socorro às famílias

Nesta terça-feira (17), Haddad e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participaram de um painel sobre o Brasil. Ao ser perguntado sobre que medidas deve tomar na economia, o ministro ressaltou que seguirá a agenda delineada no plano de governo do presidente Lula.

Haddad lembrou que o novo governo tomou medidas antes mesmo de tomar posse, com a aprovação da PEC do Bolsa Família, que permitirá ações importantes, como a volta do combate ao desmatamento e a redução da miséria e da pobreza.

Ele também citou as medidas anunciadas na semana passada, que certamente reduzirão o rombo no orçamento deixado por Bolsonaro, e mencionou os próximos passos a serem tomados este ano.

O primeiro é lançar o programa Desenrola Brasil, que vai ajudar as famílias com menor renda a se livrar de suas dívidas. “Vamos tirar as famílias do Serasa, para que elas possam voltar ao mercado de consumo”, explicou. 

Menos impostos para os pobres

Em seguida, o governo quer que o Congresso vote, ainda no primeiro semestre, a primeira parte da reforma tributária, que vai modificar a cobrança de impostos sobre consumo. Esse tipo de imposto, que recai sobre itens como alimentos e vestuário, por exemplo, são especialmente cruéis para a classe trabalhadora, porque reduz o poder de compra.

questão do Imposto de Renda deve ser discutida no segundo semestre, adiantou Haddad. “Queremos votar também uma reforma sobre a renda, para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto. Precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda no Brasil.”

Além disso, Haddad reforçou o compromisso de valorizar o salário mínimo acima da inflação, para que “as famílias de baixa renda possam voltar a consumir”. 

Aos investidores, o ministro da Fazenda disse que o Brasil vai apostar em parcerias público-privadas e também em obras financiadas pelo Estado. E que o Brasil pretende fortalecer a integração entre os países sul-americanos para que o continente se torne mais atrativo para investimentos estrangeiros.

Marina: ricos devem ajudar na preservação

Marina Silva, por sua vez, cobrou o compromisso das nações desenvolvidas de repassarem aos países em desenvolvimento os US$ 100 bilhões para a proteção ambiental, que foram acertados no Acordo de Paris, em 2015.

Na época, os países ricos se comprometeram a iniciar os repasse em 2020. “Os 100 bilhões que eram o compromisso dos países desenvolvidos ainda não foram aportados. Nós temos que ter um aporte de recursos para ações de mitigação, como também de adaptação”, defendeu.

Da Redação

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