Alunos da UnB incentivam jovens de Brazlândia a entrar na universidade
Projeto Conexões dos Saberes realizará oficinas sobre comunicação, meio ambiente e saúde com crianças e jovens de baixa renda
Juliana Braga
Hoje, ela ajuda jovens que passam por situação semelhante e também sonham em entrar na universidade. Há dois anos, Andrea é bolsista do projeto Conexões do Saberes. Financiado pelo Ministério da Educação, o projeto é tocado por 33 instituições de ensino superior, a UnB entre elas.
Nesta terça-feira, dia 18 maio, 45 alunos da UnB começam o trabalho de campo do projeto, com oficinas temáticas no Núcleo de Extensão da UnB em Brazlândia. O grupo é formado por 35 estudantes de baixa renda e 10 indígenas.
O Conexões de Saberes trabalha com as dificuldades de acesso e permanência de jovens de camadas populares nas universidades públicas, por meio de atividades de pesquisa, formação de jovens e extensão comunitária. Em Brazlândia, as oficinas serão desenvolvidas dentro de quatro eixos, em escolas de ensino básico. Cerca de 100 jovens serão atendidos.
ATIVIDADES - O primeiro eixo, Carta de Letras, ensinará a crianças a língua e a cultura francesas para que, no final do projeto, elas se correspondam por cartas e e-mails com crianças de outros países. O segundo será uma brinquedoteca na qual os alunos da UnB trabalharão com as crianças noções sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. No terceiro, os estudantes farão oficinas sobre cuidados com a saúde, dando ênfase à sexualidade dos jovens.
O quarto eixo do projeto, no qual Andrea vai trabalhar, chama-se Nas Ondas da Mídia. Alunos do ensino médio farão análise da construção do discurso das notícias e ao final farão seus próprios jornais, fotografias e vídeos. “Será trabalhada a formação política de jovens com mais de 14 anos, a partir da análise de notícias”, explica a coordenadora do programa Maria de Fátima Makiuchi.
Andrea ficou sabendo do Conexão de Saberes por meio de cartazes na universidade e se interessou pela bolsa de R$ 300 que o programa oferecia. “Não sabia direito do que se tratava. Mas a bolsa me ajudaria a pagar xerox e livros que eu precisava”, detalha a estudante.
BAIXA RENDA - A base do projeto é esta: financiar o estudo de jovens carentes. Em troca, eles incentivam outros jovens a entrar na vida acadêmica, inclusive colhendo subsídios para a formulação de políticas públicas do MEC. Andrea está animada para iniciar essa nova fase do projeto. “Estou um pouco receosa, porque com jovens é mais difícil, temos que nos esforçar para manter o interesse deles. Mas quando dá certo é muito gratificante”, conta.
O Conexão de Saberes oferece 35 vagas para alunos de camadas populares mais dez para estudantes indígenas para que eles tenham a oportunidade de pensar sobre o acesso e a permanência na universidade. O único pré-requisito é que tenham a tarde da sexta-feira livre para que possam fazer um acompanhamento das atividades.
Andrea conta que participar do Conexão dos Saberes já mudou sua visão sobre a situação do jovens de camada popular na universidade. “A gente percebe que isso tudo é um mito. Apesar da maior parte dos estudantes serem do Plano Piloto, a universidade é pública, é um direito deles também!”, argumenta. Segundo ela, é gratificante poder passar isso para os jovens, para que eles exijam também melhores condições de ensino.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
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