Para 80% dos brasileiros, Lula tem razão ao criticar taxa de juros
É o que revela pesquisa feita pelo Datafolha. Ainda segundo o instituto, 71% dizem que os juros praticados pelo Banco Central estão mais altos do que deveriam
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Lula está certo ao dizer claramente que o Banco Central deve baixar a taxa básica de juros, a Selic. É o que dizem 80% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha publicada nesta segunda-feira (3) pelo jornal Folha de S. Paulo.
E mais: 71% das pessoas que o instituto ouviu, entre 29 e 30 de março, afirmam que a taxa está mais alta do que deveria, sendo que 55% a consideram muito mais alta do que devia ser.
Só 17% acreditam que os juros básicos estão em um patamar adequado, e 5% responderam que ela está mais baixa do que deveria. Não souberam responder 6%.
Os resultados indicam que, quanto mais se informam sobre o tema, mais os brasileiros percebem a absurda postura do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro.
Pesquisa semelhante feita pela Genial Quaest mostrou que, em fevereiro, o índice de brasileiros que davam razão às críticas do presidente era de 76%.
Hoje, segundo o Datafolha, até a ampla maioria dos eleitores que votaram em Bolsonaro — 77% — acha que os juros estão mais altos do que o recomendado.
“Irresponsabilidade”
Lula vem alertando há meses para o mal que a taxa de juros faz à economia. Em 6 de fevereiro, na posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, alertou: “Como vou pedir para os empresários investirem se eles não conseguem tomar dinheiro emprestado?”.
Mais recentemente, em entrevista concedida em 21 de março, voltou ao tema. “É irresponsabilidade do Banco Central manter a taxa de juros a 13,75%”, disse, lembrando que a inflação não é causada por excesso de demanda, o que poderia justificar a política do BC. “Então, não há nenhuma explicação, nenhuma lógica.”
E o presidente Lula não está sozinho nessa luta contra a sabotagem que Roberto Campos Neto faz ao Brasil. Também em março, o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz chamou os juros no Brasil de “pena de morte econômica”. No mesmo evento, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, os definiu como “pornográficos”.
São várias as manifestações de categorias profissionais contra a taxa de juros, que só tem a aprovação do mercado financeiro, que ganha dinheiro com esse absurdo às custas do povo. Já publicaram seus argumentos contra a política do BC economistas, sindicalistas, industriários e engenheiros.
Da Redação
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