quarta-feira, 12 de abril de 2023

MST inclui em jornada de lutas de abril o combate a juros altos

Divulgação/MSTAlimentos saudáveis para todos: Entre outras bandeiras do movimento estão um programa de assentamento das famílias acampadas, crédito e incentivo para agroindústrias Foto: Divulgação/MST

 MST inclui em jornada de lutas de abril o combate a juros altos

Além de fortalecer a luta pela reforma agrária, movimento vai chamar 

trabalhadores do campo e da cidade para debater a questão da política 

monetária do BC 

Por Redação RBA Publicado 12/04/2023 


São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra incluiu a defesa 

da política de juros baixos na pauta de sua 26ª Jornada Nacional de Lutas em 

Defesa da Reforma Agrária. O chamado “abril vermelho” do MST lembra também 

os 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996. O 

combate aos juros altos passou a dividir as prioridades do movimento:

“Nossa tarefa número 1 é defender o governo Lula, que ajudamos a eleger. 

E em segundo lugar lutar contra a política de juros do Banco Central. 

Neste mês de abril vamos chamar os trabalhadores do campo e da cidade 

para explicar tudo isso. Não está em discussão a importância do Banco 

Central, mas essa política desnecessária no atual momento econômico”, 

afirmou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento.


Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (11), ao lado de outras lideranças, 

ele destacou que outro ponto importante deste mês: o assentamento de todas as 

famílias sem-terra que se encontram acampadas. Isso porque desde o golpe 

contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) nenhuma família foi assentada no país.

 “Há hoje 60 mil famílias embaixo de lona. Somando com as cadastradas 

pelo Incra, soma 100 mil”, disse.


Segundo a liderança, na próxima semana haverá a primeira reunião com 

representantes do governo Lula para começar a tratar dessa questão. 

A expectativa é abordar também temas pertinentes, como políticas de 

crédito para os assentados poderem produzir. “Nosso sonho é que 

esse governo apresente um programa de reforma agrária, em que 

desenhe quantas famílias serão assentadas ao longo dos quatro anos, 

quais serão as agroindústrias criadas nesse período e o crédito.”

Jornada do MST é de esperança

Além disso, estão nos planos do MST a retomada de projetos na área 

ambiental. No entanto, para deslanchar esse e outros projetos, é 

necessário ainda superar problemas relacionados ao governo anterior. 

É o caso da violência no campo. Segundo João Paulo, ainda prevalece 

a ofensiva de milícias armadas, ligadas a fazendeiros, que se respaldam 

na antiga lei que permitia a caçadores, atiradores e colecionadores, 

os CACs, a colecionar grandes quantidades de armas e munições.

As ocupações, marca do abril de lutas do MST, serão reduzidas.

 E realizadas apenas com objetivo “didático”. Ou seja, de denunciar 

o latifúndio improdutivo. “Nossa jornada é de esperança. Não é justo 

o agronegócio ficar com a fama quando é a agricultura familiar que 

produz alimentos. Além disso, há aproximadamente 100 milhões de 

hectares usados na agricultura, dos quais 65 milhões com o 

agronegócio e apenas 35 milhões com os pequenos e médios produtores. 

Nossa luta é pela democracia na terra, produção de alimentos, preservação 

ambiental e paz”, afirmou.

Confira a Íntegra da entrevista


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