quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Faz o L! Renda das famílias cresce com força e sustenta a economia

 

  

Faz o L! Renda das famílias cresce com força e sustenta a economia

Renda disponível Bruta das Famílias aumentou 7% desde janeiro, na comparação com mesmo período de 2022

Fábio Rogério - Arquivo/JCS

Aquecimento: aumento do consumo é resultado das atuais políticas de geração de emprego e renda, de benefícios sociais como o Bolsa Família, da retomada do aumento real do salário mínimo, entre outras medidas

A política de fortalecimento da renda das famílias, retomada pelo governo Lula, ajuda a explicar o surpreendente desempenho da atividade econômica no país, especificamente do consumo. Esse cenário é resultado das atuais políticas de geração de emprego e renda, de benefícios sociais como o Bolsa Família, da retomada do aumento real do salário mínimo, da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, além de outras ações que, segundo tem reafirmado o presidente, fazem a roda da economia girar.

O assunto é destaque na edição desta quarta-feira (11) do jornal Valor Econômico, que cita a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e entrevista especialistas como Fernando Montero, economista-chefe da Tullett Prebon.

O economista observa que a Renda Nacional Disponível Bruta das Famílias (RNDBF) e sua versão restrita, divulgadas pelo BC, crescem, em termos reais (descontada a inflação), na casa de 7% ou até mais em 2023, em relação ao mesmo período do ano passado: 7,7% no trimestre móvel até agosto, 7,9% no acumulado do ano e 9,1% em 12 meses até agosto, no conceito restrito. Segundo Montero, são taxas muito elevadas em agregados que ocupam fatias enormes — mais da metade — do PIB brasileiro.

Em sua análise, o BC considerou como agregados de renda a remuneração do trabalho, benefícios previdenciários, transferências de programas sociais e outras fontes, como aluguéis e aplicações financeiras — a RNDBF restrita, por sua vez, exclui esses dois últimos.

O Valor Econômico destaca que, na ata de sua última reunião, o Copom listou a “elevação da renda disponível” como um dos motivos para o crescimento da atividade econômica ter se mostrado mais resiliente nos últimos trimestres. Uma possibilidade, avalia o órgão, “é que a elevação de renda disponível, seja em função do dinamismo do mercado de trabalho, da queda de preços de alimentos ou de programas de transferência de renda, também tenha fornecido algum suporte para o consumo”.

O Copom destacou também “que a conjectura de um crescimento sustentado pela elevação da renda é corroborada pela resiliência no consumo de serviços das famílias” e discutiu, consequentemente, o possível impacto que poderia ocorrer sobre a inflação de serviços no caso de crescimento sustentado pela renda e pelo consumo.

Mudança de percepção

Ainda que a elevação dos programas de transferência de renda já estivesse embutida nas projeções dos economistas desde a campanha eleitoral ano passado, a mudança de percepção, entre os beneficiários, de um auxílio temporário para um suporte permanente é uma das nuances que podem explicar a surpresa com o consumo. A análise é de Marco Caruso, economista-chefe da equipe do PicPay (antes Original), outro entrevistado pelo jornal. “Nesse mesmo escopo, dados do Ipea mostram que a desinflação tem sido maior para a baixa renda, que tem maior propensão a consumir”, afirma Caruso.

Já Fernando Montero destaca o processo de desinflação, em um regime de rendimentos indexados como no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, o valor da cesta básica, calculada pelo Dieese, caiu pelo quinto mês seguido, 1,83% em setembro. Ela está 2,13% mais barata que um ano atrás, para um salário mínimo 8,9% maior, observa o economista. “Desinflação de comida com inflação de serviços pode ser indiferente para classe média, mas faz diferença para camadas humildes que gastam na comida e ganham nos serviços”, diz ao jornal.

Contribui ainda mais para o cenário de alimentos, segundo o economista, o fato de o IBGE ter elevado, de novo, sua estimativa para safra brasileira neste ano. Agora, ela deve subir quase 21%, ante a safra já recorde de 2022. “O aumento de grãos deste ano excede um quarto de tonelada por brasileiro”, nota Montero.

Plano Safra recorde

O fortalecimento da produção no campo também se deve ao compromisso do governo Lula com a retomada do desenvolvimento. Em junho, por exemplo, o presidente anunciou o Plano Safra 2023/2024, o maior da história do país, com recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais.

Os valores se destinam ao crédito rural tanto para produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) quanto para os demais e representam um aumento de 27% em relação ao financiamento do ano passado, de R$ 287,16 bilhões.

Também em junho, Lula anunciou o Plano Safra da Agricultura Familiar, que destinará, para a safra 2023/2024, um total de R$ 71,6 bilhões de crédito rural por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Trata-se do maior valor já destinado na série histórica, sendo 34% superior ao anunciado na safra passada.

Ao todo, se somadas outras ações – como compras públicas, assistência técnica e extensão rural, Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), Garantia-Safra e Proagro Mais –, o volume investido chega a R$ 77,7 bilhões.

O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, comemorou o fortalecimento da renda das famílias brasileiras. “A ‘expansão surpreendente da atividade’ econômica do Brasil neste ano, com aumento de renda das famílias, queda da inflação e as pessoas consumindo mais, começa com L. Alguém arrisca um palpite?”, disse o parlamentar, nas redes sociais.

Visão de futuro

Nos últimos meses, foram divulgadas diversas pesquisas que confirmam a visão do presidente Lula de que a economia brasileira iria crescer acima do previsto.

Ouça o Boletim da Rádio PT:

Na terça-feira (10), o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou a estimativa de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 deve ser “mais forte que o esperado”, de 3,1%. O organismo revisou o índice previsto em julho, de 2,1%. Caso a projeção se confirme, a expansão neste ano será maior que a de 2,9% de 2022. O Fundo destaca ainda que o crescimento do PIB brasileiro apresenta ritmo superior ao de 3% esperado para a economia global neste ano.

Na semana passada, o Banco Mundial (Bird) mais que dobrou a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2023, de 1,2%, em junho, para 2,6%, em outubro. Já a ONU estima um aumento de 3,3% neste ano, acima da taxa global, de 2,4%.

Da Redação, com Valor Econômico

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