sábado, 26 de novembro de 2022

Eleitora de Lula, Professora Flavia Amoss Merçon Leonardo,quarta vítima de atentado em Aracruz (ES) defendia causas ambientais

 

Professora vítima de atentado em Aracruz (ES) defendia causas ambientais - Reprodução

Eleitora de Lula, Professora Flavia Amoss Merçon Leonardo,quarta vítima de atentado em Aracruz (ES) defendia causas ambientais

Vinícius Rangel

26/11/2022 

Professora e socióloga apaixonada pela profissão, dedicada à defesa do meio ambiente e a causas sociais. Assim era conhecida Flavia Amoss Merçon Leonardo, 38 anos, a quarta vítima dos ataques a tiros a escolas em Aracruz (ES), na sexta-feira (25). Além dela, outras duas professoras e uma estudante de 12 anos morreram.

Além de dar aulas, Flavia fazia doutorado em Antropologia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e era bolsista da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Era formada em Ciências Sociais pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), com mestrado na mesma instituição. 

Pesquisadora e atuante em movimentos sociais 

O programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo lamentou a morte de Flavia. "As Ciências Sociais perdem, hoje, uma pesquisadora com um futuro promissor, que contribuiu grandemente para debater as repercussões do desastre-crime na bacia do Rio Doce [decorrente do rompimento da barragem de Mariana, em 2015] a partir da perspectiva das populações atingidas". 

"A sociedade perde um ser humano engajado num mundo melhor, mais digno e igualitário, e uma professora que vislumbrava no magistério um caminho de mudança", prosseguiu o programa de pós, em carta aberta. 

Dayane Souza, colega de Flavia no mestrado, se lembra com orgulho da amiga. "Ela era conectada com a natureza, socióloga engajada na questão do meio ambiente. Fará muita falta com certeza. Muita dor ver uma colega de área perder a vida dessa forma tão revoltante"

Iriny Lopes, deputada estadual eleita pelo PT, usou as suas redes sociais para falar da participação da socióloga em movimentos sociais e partidários. 

"Deixo aqui meu carinho e solidariedade à família da Flavia e ao seu companheiro, João Paulo Izoton, um querido amigo. A última lembrança que terei da Flavia será da campanha no segundo turno. Ela, João e o pessoal do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participaram ativamente pela eleição do Lula", contou a deputada. 

Iriny pontuou ainda que Flavia foi "mais uma vítima de uma política armamentista, de morte, cultivada há quatro anos por Bolsonaro. Essa ideologia fascista, neonazista têm feito muitas vítimas nesse país, entre elas Flavia e as demais vítimas fatais dessa tragédia em duas escolas de Aracruz", finalizou Iriny na sua rede social. 

O atentado 

Duas escolas foram alvo de um atentado a tiros, na manhã de ontem, em Aracruz, no litoral norte capixaba, cidade localizada a 81 km de Vitória. A ação teve quatro mortos e 12 feridos (cinco seguem internadas, a maioria em estado grave), de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Espírito Santo. 

Um adolescente de 16 anos foi apreendido, suspeito do crime. Segundo a Polícia Civil, ele é filho de um tenente da Polícia Militar e se entregou no momento da detenção. Foi apreendido em casa. O adolescente estaria portando duas armas de fogo, um revólver calibre 38 e uma pistola .40, que pertencia ao pai. 

De acordo com o capitão da PM Sérgio Alexandre, o atirador estava munido ainda de carregadores quando invadiu a primeira unidade de ensino. Ele teria ido diretamente à sala dos professores, onde ameaçou profissionais no local e deu início aos disparos. Em seguida, foi até a segunda escola, localizada na mesma avenida.

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