quarta-feira, 31 de julho de 2024

AEROPORTO DE CARGAS E PASSAGEIROS DE ANÁPOLIS - UM PRESENTE COM JOTAKÁS PARA OS 117 ANOS DA CIDADE

De JK( Juscelino Kubitschek) a JK(Jorge Kajuru)

quarta-feira, 31 de julho de 2024

AEROPORTO DE CARGAS E PASSAGEIROS DE ANÁPOLIS - UM PRESENTE COM JOTAKÁS PARA OS 117 ANOS DA CIDADE

Por ocasião de seu aniversário de 117 anos neste 31 de Julho, Anápolis foi presenteada com a  federalização do seu Aeroporto, agora transformado em Aeroporto de Cargas e de Passageiros administrado pela Infraero. Trata-se de um evento que reafirma a importância estratégica da cidade no processo de interiorização da civilização brasileira ao longo da história. 

Publicada no Diário Oficial da União, a Portaria que concede outorga definitiva a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para administrar, operar e explorar o terminal,  foi assinada no último dia 26 de Julho pelo Ministro dos Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho. 

No ato, o Ministro Silvio Costa parabenizou o Senador Jorge Kajuru pelo trabalho de articulação dos aportes institucionais  e financeiros de mais de 100 milhões de reais que viabilizaram a concessão :

"Estamos assumindo um compromisso com o Senador Kajuru com a decisão do governo do Presidente Lula de trabalhar para que esse aeroporto seja entregue a população do estado de Goiás e buscar o desenvolvimento dessas cidades que é fundamental para o desenvolvimento da região"

Segundo o Diretor de Operações da Infraero, Eduardo Gonzaga, essa portaria do Ministro concede definitivamente a outorga do Aeroporto de Anápolis para a empresa. 

"Já estamos montando equipe para fazer a inspeção, definir os projetos e obras prioritárias para este aeroporto importante que se incorpora à nossa rede"

Com a consolidação do Aeroporto de Cargas, Anápolis completa o modal que faltava para se tornar efetivamente um dos principais centros logísticos do país, já que a cidade já é cortada por rodovias federais de grande circulação e, também, por linhas férreas que fazem ligação com portos em extremos do território nacional.

O entendimento é que a transferência do terminal anapolino para a Infraero faz com que ele passe a ter relevância nacional. 

A partir da publicação da Portaria 344 no Diário Oficial da União, a transição operacional do Aeroporto de Cargas de Anápolis do Estado de Goiás para a Infraero deve ser concluída no prazo de até 120 dias.

O Senador Jorge Kajuru  esteve à frente de reuniões em Brasília visando a federalização do aeroporto de Anápolis.  

O objetivo principal da federalização é "criar um modal de logística sem precedentes em Goiás, uma vez que a estatal Infraero possui décadas de expertise na administração e desenvolvimento de grandes aeroportos em todo o Brasil".

Atualmente o aeroporto possui uma pista operacional de 1.245 metros de comprimento por 45 metros de largura, capaz de receber aeronaves de médio porte. 

Com a federalização essas medidas serão ampliadas para 3 mil metros de comprimento por 45 metros de largura, com capacidade para receber aeronaves de última geração como o Airbus A320neo e o Boeing 737 - 800.

 A federalização e transferência para a gestão da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) amplia a relevância e o potencial logístico do terminal. 

As negociações para a federalização foram lideradas pelo senador Jorge Kajuru que em 2023 estabeleceu com o Presidente Lula as tratativas que culminaram na assinatura da portaria pelo ministro Silvio Costa Filho no último dia 26.

 A Infraero terá 120 dias para concluir a transição operacional e assumir a administração, operação e exploração do aeroporto.

A federalização do terminal representa um marco importante para o desenvolvimento logístico de Goiás. Com a expertise da Infraero, espera-se a ampliação da capacidade operacional do aeroporto, incluindo a homologação de uma nova pista de cargas de 3 mil metros, capaz de receber aeronaves de grande porte.


UMA HISTÓRIA COM JOTAKÁS

Aerovias, rodovias, ferrovias e as mais que presentes infovias destes tempos de Inteligência Artificial são múltiplas modalidades de transporte que sustentam o desenvolvimento econômico que se estabelece a partir de uma região. 

No caso do município de Anápolis em Goiás, abarca-se importantes momentos que marcaram sua história como polo econômico do centro do Brasil, estrategicamente localizado entre duas capitais que ajudou a construir, a capital estadual Goiânia e a federal Brasília.

Das trilhas ancestrais percorridas no cerrado  pelo viajante Auguste Saint Hilaire há mais de dois séculos até as infovias da indústria de dados de hoje, pode-se compreender a vocação de entroncamento econômico para a região de Anápolis.  

O botânico francês Saint Hilaire, que em lombo de burro alcançou as nascentes do Rio das Antas registrando a natureza cerratense e costumes do gentio local,  internacionalizou a região. 

Do velho alambique em que se arranchou, deu as primeiras notícias em francês da aprazível região habitada por animais da espécie Tapirus Terrestres que ensejava o nome de Antas para a localidade e a Fazenda em que pernoitou.

     Por Antas transitava comitivas viajantes composta de centenas de mulas em múltiplos sentidos, buscando origem e destino das mercadorias como ouro,açúcar, sal, algodão e manufaturados da nascente economia industrial nos litorais. 

Rio de Janeiro e Salvador eram rotas permanentes destas comitivas, as vezes compostas de mais de trezentas mulas indo por três meses e voltando no mesmo rastro por outros três.

       Ainda na região, Saint Hilaire hospedou-se no Engenho São Joaquim a convite de seu proprietário Comendador Joaquim Alves de Oliveira e produziu importantes registros daquele que foi o maior empreendimento econômico da Província de Goyaz no século dezenove, chegando mesmo a se confundir com  a contabilidade provincial, tal a magnitude da sua produção de mercadorias e transações comerciais. Nos dias de hoje chama-se Fazenda Babilônia, empreendimento turístico sustentado pelo Memorial do Engenho São Joaquim.

Revive-se esta questão em face da federalização do Aeroporto de Cargas de Anápolis, assim chamado o empreendimento que há mais de vinte anos busca consubstanciar-se como ponto convergente de rodovias, ferrovias, aerovias e as mais que presentes infovias.

Em 18 de abril de 1956, Juscelino assinou nesse aeroporto, a Mensagem nº 156, a "Mensagem de Anápolis" – que dispunha sobre a mudança da Capital Federal e a criação da sua construtora Novacap – que foi enviada ao Congresso Nacional, onde tramitou sob a forma do Projeto de Lei nº 1.234, de 1956, aprovado, na Câmara, em 23 de agosto de 1956 e transformado na Lei nº 2.874, de 1956, sancionada em 19 de setembro do mesmo ano.

O Presidente Juscelino Kubitschek relata  o acontecimento da assinatura da "Mensagem de Anápolis" em uma de suas entrevistas já nos anos 1970.

É essa passagem da entrevista com o relato que estamos buscando para fazer uma reconstituição da cena da assinatura da "Mensagem de Anápolis", uma vez que não existe ou não se conhece nenhum registro filmado ou fotografado desse importante acontecimento histórico.

 Segundo relatos publicados, aconteceu que, naquele 18 de abril de 1956, o presidente da República embarcou num avião da FAB, no Rio de Janeiro, para uma viagem a Manaus. 

JK havia planejado pousar em Goiânia, uma cidade recém construída, para assinar e festejar a mensagem ao Congresso do projeto de lei sobre a mudança da capital federal. 

O criador da capital queria fazer um ato público, a ter lugar na principal praça da capital do estado, durante o qual assinaria a mensagem que seria enviada ao Congresso Nacional.

Antes da descida, o avião presidencial deparou com uma imensa aglomeração à espera da chegada da comitiva. À frente, porém, uma nuvem branca, cerrada e densa, estacionou exatamente em cima da pista. A solução foi se encaminhar a Anápolis, que possuía seu aeroporto onde JK já estivera por outras vezes durante a sua campanha para presidente e que tinha até vôos internacionais, onde o avião posou antes das cinco horas da manhã.

Depois de aterrissar, a delegação se encaminhou para a casa que servia de residência ao casal que cuidava do aeroporto, onde foi oferecido um café da manhã à comitiva.

Na presença de poucas pessoas, JK sacou da caneta e assinou ali mesmo a mensagem para o Congresso sobre a transferência da Capital do Rio para Brasília e ainda marcou a data de inauguração. 

Antes de assinar, de próprio punho riscou a palavra Goiânia e escreveu Anápolis. 

Assim começava a Brasilíada, série de aventuras e feitos históricos do Povo Brasileiro com a construção da sua nova capital Brasília.




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