segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Flávio Dino: combate ao terrorismo bolsonarista será intensificado

 

Flávio Dino: combate ao terrorismo bolsonarista será intensificado

Criminoso que tentou explodir caminhão em Brasília confessa inspiração no armamentismo de Bolsonaro. Tentativa de intimidar participação popular no dia 1º fracassa: “A posse do presidente Lula ocorrerá em paz”, diz Dino

Para o bem da democracia, acampamentos bolsonaristas precisam ser desmontados, argumenta o futuro ministro da Justiça (Imagem: Sergio Lima - Site do PT)

A escalada armamentista patrocinada por Jair Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia brasileira com mais um ato de terrorismo cometido na Capital Federal. No último sábado (24), o bolsonarista George Washington confessou ter instalado um artefato explosivo em um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília para “dar início ao caos” na cidade. O objetivo: levar à decretação de estado de sítio para quebrar a ordem institucional. Autuado por terrorismo, o criminoso revelou ainda que o golpe fora tramado no acampamento bolsonarista instalado no quartel-general do Exército.

No apartamento onde estava hospedado, foi encontrado um arsenal de armas e munições, que o terrorista pretendia distribuir entre apoiadores de Bolsonaro. Washington tem registro de  Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) desde o ano passado e gastou, segundo seu depoimento, mais de R$ 160 mil na compra de armas e munições.

“O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil, dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’, e também a minha paixão por armas que tenho desde a juventude, afirmou o criminoso, em seu depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal. A polícia investiga a participação de outros terroristas apoiadores de Bolsonaro no ato.

Washington confessou ainda que decidiu agir após os atos de terrorismo ocorridos no último dia 12, quando criminosos bolsonaristas atacaram a sede da Polícia Federal em Brasília e atearam fogo em carros e ônibus. Na ocasião, os golpistas contaram com o silêncio de Bolsonaro e de seu ministro da Justiça, Anderson Torres.

A tentativa de intimidar a participação popular na posse do presidente Lula no próximo dia 1º, no entanto, fracassou mais uma vez. “A posse do presidente Lula ocorrerá em paz”, garantiu o futuro ministro da Justiça Flávio Dino, neste domingo (25). “Todos os procedimentos serão reavaliados, visando ao fortalecimento da segurança. E o combate aos terroristas e arruaceiros será intensificado. A democracia venceu e vencerá”, advertiu Dino.

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Acampamentos bolsonaristas

Dino foi categórico quanto à necessidade de os acampamentos de arruaceiros bolsonaristas serem desfeitos o quanto antes. “É hora de pôr fim a isto. É urgente que isto ocorra”, clamou o futuro ministro, em entrevista à GloboNews, na manhã desta segunda-feira (26).

“A própria Constituição diz que são crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de anistia”, lembrou Dino. Para o futuro ministro, os acampamentos bolsonaristas se tornaram “incubadoras de terroristas” e precisam ser desmontados para o bem da democracia brasileira.

Armamentismo de Bolsonaro

De acordo com Dino, não resta dúvidas de que a estratégia de Bolsonaro de armar a população foi profundamente nociva para o país e trouxe consequências trágicas com o aumento da violência. “O armamentismo [de Bolsonaro] gera outras degenerações. Superá-lo é prioridade”, avisou o ministro nomeado, pelo Twitter.

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De fato, o afrouxamento no controle da circulação de armas e munições no país resultou em uma disparada nos registros no país. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU),  nos últimos dois anos, houve um recorde de 554.875 novas armas registradas no Brasil. Entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, o número de armas registradas subiu 33,28%, de acordo com a Polícia Federal.

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O aumento é resultado direto da ofensiva de Bolsonaro contra o Estatuto do Desarmamento, por meio de dezenas de decretos, portarias que afrouxaram as regras para a compra e o registro de armas de fogo. Com isso, o número de CACs passou de 117 mil, em 2018, para os atuais 673,8 mil, segundo o Instituto Sou da Paz.

“Irei propor que o Procurador Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável”, anunciou Dino. “O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas”.

Da Redação

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