domingo, 18 de dezembro de 2022

  

Papa Francisco discursa na sessão plenária do 7º Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais no Palácio da Paz e Reconciliação em Nursultan em 14 de setembro de 2022
Papa Francisco discursa na sessão plenária do 7º Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais no Palácio da Paz e Reconciliação em Nursultan em 14 de setembro de 2022 Filippo Monteforte / AFP

O papa Francisco afirmou que o processo que condenou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no âmbito da Lava-Jato, posteriormente anulado, "começou com notícias falsas na mídia" que "criaram uma atmosfera que favoreceu a colocação de Lula em um julgamento". A declaração ocorreu em entrevista ao jornal espanhol ABC, publicada neste domingo.

Francisco foi questionado sobre o caso do petista, eleito presidente nas eleições deste ano após ser preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao jornal espanhol, o papa classificou o processo como "paradigmático" e alertou para a gravidade das fake news envolvendo líderes políticos e sociais: "podem destruir uma pessoa".

Os processos contra Lula foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021 por questões técnicas: o juiz Sergio Moro, hoje senador eleito e então responsável pelo caso, foi considerado parcial para punir Lula e os processos deveriam tramitar no Distrito Federal, não no Paraná.

Na avaliação de Francisco, o procedimento relativo a Lula "parece não ter sido adequado". O papa disse que "é preciso cuidado com aqueles que montam um cenário para um julgamento, seja ele qual for. Eles fazem isso pela mídia de forma que tenha efeito sobre aqueles que irão decidir".

Francisco ainda destacou que "um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de primeira classe, sem nenhum interesse que não seja o de garantir uma justiça limpa". "Esse caso do Brasil é histórico. Não estou me envolvendo em política, eu só falo sobre o que aconteceu", destacou.

Por O Globo

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