terça-feira, 7 de junho de 2022

 

Lula comemora crescimento da população negra na política brasileira

No evento Quilombo nos Parlamentos, nesta segunda-feira (6), Lula defendeu pré-candidaturas negras para estabelecer um “verdadeiro quilombo” no Congresso. “É uma coisa extraordinária”, afirmou
 07/06/2022 10h18 - atualizado às 13h34
Foto: João Rasi

No evento, Lula também tratou do legado dos governos petistas para a população negra

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou à distância do evento “Quilombo nos Parlamentos”, realizado nesta segunda-feira, (6) em São Paulo. Por conta do diagnóstico de Covid-19, ele precisou entrar ao vivo de sua casa e elogiou a união de diversos movimentos e partidos em torno do lançamento de pré-candidaturas negras para disputar vagas nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e no Senado nas eleições de outubro.

Eu estou nessa trincheira da luta pela democracia no país há muitos anos. E é a primeira vez que me deparo com um encontro extraordinário como esse, onde o movimento negro, as pessoas que lutam para sobreviver a cada dia, tomam a decisão de lançar candidaturas pelos mais diferentes partidos políticos para tentar estabelecer dentro do Congresso Nacional um verdadeiro quilombo. É uma coisa extraordinária”, disse Lula.

LEIA MAIS: Pré-candidatos detalham estratégias de combate ao racismo no evento Quilombo dos Parlamentos.

Para o ex-presidente, ajudar a construir o protagonismo dos movimentos negros na política brasileira é importante para fazer com que a população possa ter ainda mais espaços para serem ocupados nos diversos segmentos da sociedade, uma tendência que vem se fortalecendo.

“É importante a gente ter em conta que uma campanha política é feita de esperança, feita de compromisso que a gente possa ter com as pessoas e nós precisamos contar para a sociedade brasileira uma narrativa não apenas do nosso passado, daquilo que nós precisamos construir com a participação do povo negro na vida política, econômica e na vida social deste país, ocupando todos os espáços a que temos direito e os negros mais ainda porque durante séculos foram subjugados de tudo neste país”, afirmou.

O grito dos movimentos é essencial para isso, segundo ele. “É por isso que é importante essa organização de vocês, é por isso que é importante esse grito de vocês. É por isso que é importante essa manifestação pública de dizer: nós queremos ser tratados como gente, nós não queremos mais ser tratados como coadjuvantes, nós queremos ser sujeito da história, queremos construir a história e contar a nossa história. Se um dia mataram Zumbi, hoje é importante eles aprenderem a conviver com os milhões de Zumbis que estão sendo criados nesse país”, declarou.

Assista ao encontro na íntegra abaixo:

Legado de ações afirmativas

Lula também citou o legado dos governos petistas para a população negra, que incluiu a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do Estatuto da Igualdade Racial e da Lei de Cotas nas universidades e no serviço público.

Os resultados na educação estão entre os mais importantes. Em 2000, somente 30% dos negros entre 15 e 17 anos cursavam o ensino médio. Em 2010, já eram 50% e em 2018, o número chegou a 65%. Nas universidades, a participação da população negra, que era de 23,2% em 2002, subiu para 43,7% em 2015. Em 2018, pela primeira vez os negros se tornaram maioria nas universidades públicas.

Os programas sociais também foram principalmente voltados para as desigualdades que atingem esse setor majoritário da população. O Bolsa Família tinha 73% de famílias negras em 2014. Mais de dois terços dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida baixa renda eram negros.

Do site lula.com.br

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