Educação
Madraçal no Planalto
Um dos símbolos da luta pela democracia durante o regime militar, a Universidade de Brasília tornou-se reduto da intolerância esquerdista
Gustavo Ribeiro
ESPELHO - Em 1968, militares invadem a UnB. Em 2011, professores reclamam de controle ideológico (Fotos Monique Renne/CB/D A Press e AE)
A Universidade de Brasília teve seu câmpus invadido por forças de repressão, teve estudantes assassinados, professores perseguidos e funcionários demitidos por defender ideias contrárias às do poder dominante. Isso ocorreu durante os períodos mais duros do regime militar. Naquele tempo, a comunidade da UnB sofria por exigir a volta da democracia ao Brasil. Pois não é que a democracia voltou ao Brasil, mas anda em falta justamente em um dos redutos onde mais se lutou por ela, a UnB? Professores, estudantes e funcionários da Universidade de Brasília têm sido alvo de perseguição da diretoria e de agressões pelo único crime de não pensarem de acordo com a ideologia dominante. A liberdade de expressão sempre foi um valor sagrado nas universidades, mas na UnB ela foi revogada para que em seu lugar se instalasse a atitude mais incompatível que existe com o mundo acadêmico: a intolerância. VEJA foi ao câmpus da UnB apurar as denúncias de que um símbolo da luta democrática no Brasil está se transformando em um madraçal esquerdista em que a doutrinação substituiu as atividades acadêmicas essenciais. Os depoimentos colhidos pela reportagem da revista deixam pouca dúvida de que essa tragédia está em pleno curso. Acompanhem. A procuradora de Justiça Roberta Kaufmann conta que viveu a maior humilhação de sua vida em um auditório da UnB, instituição em que concluiu seu mestrado. Convidada para participar de um debate sobre a adoção de cotas raciais pelas universidades públicas, ela - que é contrária ao projeto - não conseguiu falar. Quando lhe foi dada a palavra, um grupo liderado por professores promoveu um alarido ensurdecedor. Ela foi chamada de racista, ouviu ofensas impublicáveis e só pôde deixar a universidade horas depois, acuada, com medo de que algo pior acontecesse. Seu carro foi vandalizado. Nas portas, foi pichada a frase "Loira filha da p...". Desde então, Roberta nunca mais voltou à UnB sem companhia. Não se trata de um caso isolado. "A UnB se tornou palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para o diálogo. Ou você compartilha do pensamento dominante ou será perseguido e humilhado", diz a procuradora.NA CONTRAMÃO - Salas de aula são utilizadas para festas e consumo de drogas. Professora discorda da liberalidade - e é punida
"O propósito da universidade deveria ser a excelência. Na UnB, isso foi substituído pela partidarização do ensino." Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
"A UnB se tornou palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para diálogo. Ou você partilha do pensamento dominante ou será perseguido." Roberta Kaufmann, procuradora, mestra em direito pela UnB
"A universidade foi tomada por um patrulhamento ideológico tácito, orquestrado para funcionar sem ser notado. Quem pensa diferente é relegado ao limbo." Ronaldo Poletti, professor de direito
"A UnB deixou de ser uma instituição acadêmica para se tornar um instrumento de domínio ideológico." Ibsen Noronha, ex-professor voluntário da Faculdade de Direito
"A UnB vive um processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa." Demétrio Magnoli, sociólogo
"Ninguém tem espaço sem esforço. É preciso analisar se não são os professores que, por uma questão de competência, perderam visibilidade." José Geraldo Sousa Junior, reitor da Universidade de Brasília
JORNALISMO E ÉTICA DAS FONTES
Luiz Martins da Silva
Existe um Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, como há códigos de ética nacionais e mundiais para sinalizar o decoro nas mais variadas categorias profissionais e humanas, mas está passando da hora de existir também um Código de Ética da Fonte Jornalística, pois a informação é um bem público e não uma arma a serviço de interesses, paixões, melindres, sabotagens e todo tipo de maus usos de expedientes que ao longo de séculos a democracia inventou, como é o caso da fonte jornalística.
A matéria de Veja, intitulada “Madraçal no Planalto”, teria tido o destino natural de uma reportagem do gênero “jornalismo investigativo”, que é a de funcionar como um instrumento de utilidade pública e de ser um serviço ao público, se não tivesse chegado ao extremo de um estilo que nos últimos anos tem caracterizado esse periódico, que é a editorialização dos fatos ou mesmo o enviezamento dos mesmos ao ponto do delírio.
Ocorrerá a alguém com saúde, lucidez e sobriedade andar pela Universidade de Brasília e deduzir que, às vésperas de completar meio século, essa instituição se tenha metamorfoseado em algo monstruoso e bestial, digno de ser exposto publicamente como um ente de fundamentalismo ideológico extremado e, o que é pior, de perseguição a quem não concorda com uma suposta ordem discursiva implantada? Ou será que os fatos dependem muito dos olhos de quem os veem?
Brasília e, agora, a UnB sofrem de um estigma reducionista, uma espécie de metonímia ao contrário, o todo pela parte. Brasília tem mais de 2 milhões de pessoas, mas os brasilienses são carimbados como gentílicos de uma Babilônia. A UnB é uma cidade universitária e por ela circulam 40 mil pessoas, avisadamente encaradas como pobres alienados à mercê de uma Sodoma, que em nome do saber lhes ensina toda sorte de pecados, os capitais e os da Capital. E os do Planalto, também. É como se cada habitante deste Planalto fosse responsável direito, não pelo que emana de bom dos palácios, mas pelo que eles expelem de pior. Novo neologismo na praça: “Madraçal”, mistura de madrasa e lamaçal.
Em 1920, Rui Barbosa preparou uma conferência, “A imprensa e o dever da verdade” (reeditada em 2004), na qual afirma que a imprensa representa os olhos da sociedade e que se ela mal vê, tropeça. E advertia para o papel desempenhado pelos jornalistas, pois se não servissem à clareira das estradas, conduziriam o público à escuridão. O discurso de Rui seria pronunciado numa noite e a edição do mesmo se daria em benefício de um asilo de órfãos. Mas o grande jurista adoeceu e o seu texto foi lido por um colega, João Mangabeira.
Socorro, Rui Barbosa! Venha renovar as suas palavras em benefícios dos órfãos, desta feita, dos órfãos de lealdade para com os fatos. E, neste momento, especialmente no que se refere a uma relação entre fonte e repórter, pois se o repórter como guia de cego o leva para o buraco, imagine que desventura da sociedade enxergar mal por conta daqueles que orientam os guias. Ser fonte jornalística é ser fonte de luz, de acordo com uma tradição iluminista segundo a qual a imprensa representa a centralidade num projeto de Esclarecimento, pois ela se situa num ponto equidistante de todos, o cruzamento dos caminhos, a topologia de Hermes, o mensageiro. Lamentavelmente, hoje, essas fontes traem a imparcialidade, o hermetismo inerente ao seu papel, abrem o envelope e alteram o teor da mensagem, entregando à sociedade (via imprensa) não um retrato da realidade e dos fatos, mas uma versão interessada e, portanto, trapaceira. E também abandonam o decoro para com o estilo, baixam o calão e tratam autoridades instituídas pelo voto com alcunhas e como bandidos a serem tocados a pontapés. É o suposto movimento do “Fora, Zé” (referência ao reitor José Geraldo). Descarrega-se sobre ele todo o nojo que as elites brasileiras têm dos Zés. E qual o mal em ser um Zé? Zé não é uma ontologia por si. Ora, o Brasil é um país de Zés, milhões deles sonhando com uma oportunidade chamada universidade.
Fosse a Veja um veículo publicitário e não um serviço jornalístico, mesmo assim, estaria sob o foco de dois grandes códigos brasileiros, o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. O primeiro remete o comprador ao Procon e o segundo remete o cidadão ao Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária). Ambos, em seus princípios, condenam: abusar, enganar e iludir. A imprensa, no entanto, não é fábrica e as notícias não são produtos mercantis. Ou não deveriam ser fornecidas como tal. Na lógica do consumo, se um anúncio é enganoso (teor, preço e efeito) ou abusivo (desrespeitoso, preconceituoso) e se um produto causa danos, existem as reparações. No caso da imprensa, e dos fatos polêmicos, deve haver pelo menos o dever da pluralidade, já que a verdade é uma essência muito complexa. Quando ganha forma, é poliédrica. Na matéria “Madraçal do Planalto”, faltou avisar a Al Qaeda que a UnB é uma sucursal da caverna de Bin Laden.
Que fale Rui Barbosa: "A imprensa é a vista da Nação". E, mais adiante: "Sem vista mal se vive. Vida sem vista é vida no escuro, vida na soledade, vida no medo, morte em vida: o receio de tudo, dependência de todos; rumo à mercê do acaso; a cada passo, acidentes, perigos, despenhadeiros. Tal a condição em que a publicidade se avariou, e, em vez de ser os olhos, por onde se lhe exerce a visão, ou o cristal, que lha clareia, é a obscuridade, onde se perde, a ruim lente, que lhe turva, ou a droga maligna, que lha perverte, obstando-lhe a notícia da realidade, ou não lha deixando senão adulterada, invertida, enganosa".
De toda a malignidade a UnB tem sido atribuída. Até a sua sigla tem sido vilipendiada. Seria, agora, UnD, com D de droga. Há, no entanto, pior tóxico do que os químicos: a distorção da realidade ou a transmissão hiperbólica dos problemas. Eles existem, sempre existiram e, neste momento, a fotografia da UnB não está nada bem, está de “filme queimado”, como diz a moçada, por conta de festas irresponsáveis. E, aqui, um lamento e uma advertência. Quem vem a uma universidade para festejar, para celebrar, para a alegria e comete ilícitos, saiba: o que você faz será aproveitado pelos detratores de uma instituição pública, ávidos por apresentá-la à imprensa e à opinião pública como uma das piores do mundo, mas dela retiram o salário e a vaidade farisaica dos papers e quotations, como se eles decorressem de uma genialidade exclusivamente pessoal. A flor de lótus, a despeito do pântano.
A UnB é diariamente procurada pela imprensa, sempre que ela precisa de uma ancoragem nos mais variados assuntos, do meio ambiente à sismologia. A imprensa é procurada diariamente por fontes que, na contrapartida da denúncia, procuram fornecer aos jornalistas informações sobre tudo de ruim que nela acontece. Nada a reparar se houvesse espírito público, respeito e decoro. Ocorre, no entanto, algo estranho. Quando se trata de falar de si, em geral o cientista fala na primeira pessoa, é o ego que se enuncia. É uma espécie de radicalização do cogito de Descartes, nos seguintes termos: “Penso, logo o mundo existe”. Humilde, Paulo Freire um dia disse: “Nós existimos. Logo, penso”.
A dobradinha fonte-jornalista é um benefício. Um serviço ao público. Se a fonte não tiver ética, no entanto, perde a imprensa e a sociedade. Se ambas não souberem o que é isto, mais vale a máxima de Aristóteles: “Com ética, o ser humano é o melhor dos animais. Sem ética, o pior deles”.
Estudantes contestam Veja com argumentos sólidos
http://blogdoparaiso.blogspot.com/2011/07/estudantes-contestam-veja-com.htmlUma reportagem publicada na mais recente edição da revista Veja chamou muito a atenção dos alunos e dos professores da Universidade de Brasília (UnB). Tanto que fez o Diretório Central dos Estudantes (DCE) divulgar uma carta aberta em resposta à revista. No documento, os estudantes rebatem várias críticas feitas por Veja contra a atual gestão da UnB. Chama atenção a crítica e a resposta referentes ao mecanismo que equipara os votos dos estudantes e dos funcionários aos votos dos professores nas eleições internas.
Para Veja, o mecanismo não é nada democrático. Muito pelo contrário. De acordo com a revista, a igualdade dos votos dos estudantes e dos funcionários com os votos dos professores é uma manobra usada em 2008 para eleger o atual reitor, José Geraldo de Sousa Junior, como a revista faz questão de destacar, “um dos fundadores do PT no Distrito Federal” e “cujo único mérito acadêmico evidente deriva de sua militância política”.
Na carta em resposta à Veja, os estudantes rebatem esta crítica com um argumento contundente – se eu fosse o repórte que escreveu a matéria, sentiria vergonha, ao ler a resposta dos estudantes. Eles escrevem que a revista “esquece que a "manobra" foi aprovada em conselho de maioria docente, composto pelas direções de todas as faculdades e institutos, eleitas autonomamente, como prevê a arcaica Lei de Diretrizes e Bases (LDB)”.
E não é só isso. “Mais grave ainda, a revista parece ignorar que a paridade foi uma conquista política do movimento estudantil de 2008, quando derrubamos uma reitoria corrupta, cujos contratos e movimentações ainda hoje são investigados pelo Ministério Público da União. Em vez disso, a Veja atribui a ida do ex-professor da UnB, decano da antiga reitoria no período Timothy e ex-diretor da polêmica Finatec, Márcio Pimentel, para o Rio Grande do Sul, a uma suposta perseguição política”.
Sem mais comentários.
Carta aberta de resposta à revista Veja do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães - Gestão Amanhã Vai Ser Maior
Brasília, 05 de julho de 2011
"A Universidade de Brasília nasce com uma função clara, fundamentar uma utopia: ordenar, concatenar as ações, para fazer frente ao espontaneísmo fatalista e, sobretudo, para impedir que os oportunistas façam prevalecer propósitos mesquinhos. (…) Pensaremos o Brasil como problema, nosso país não precisa de mais uma universidade conivente com a miséria de nosso povo."
Darcy Ribeiro - Universidade para quê?A UnB está longe de ser a universidade que queremos! Quando idealizada por Darcy Ribeiro, nos anos 60, a Universidade de Brasília simbolizava o que havia de mais libertário e transformador na educação brasileira. Muito antes de se concretizar, porém, o sonho foi interrompido pela Ditatura Militar.
Hoje, julho de 2011, chega a ser surpreendente que um professor conhecido por defender em sala de aula a "gloriosa revolução de 64", Ronaldo Poletti, seja fonte privilegiada de uma reportagem sobre suposto "patrulhamento ideológico" e perseguição política no ambiente acadêmico. A dita reportagem "Madraçal do Planalto", da edição de 04 de julho de 2011 da revista Veja, recorre ao termo normalmente utilizado para se referir a escolas fundamentalistas radicais islâmicas para inventar uma UnB baseada em rumores e suposições.
A mesma revista que, em 2005, elogiou o protagonismo do movimento estudantil ao combater Severino Cavalcanti, hoje define como manobra política ilegal a eleição de uma reitoria de forma paritária (com pesos iguais para professores, estudantes e técnicos-administrativos). Esquece que a "manobra" foi aprovada em conselho de maioria docente, composto pelas direções de todas as faculdades e institutos, eleitas autonomamente, como prevê a arcaica Lei de Diretrizes e Bases (LDB) .
Mais grave ainda, a revista parece ignorar que a paridade foi uma conquista política do movimento estudantil de 2008, quando derrubamos uma reitoria corrupta, cujos contratos e movimentações ainda hoje são investigados pelo Ministério Público da União. Em vez disso, a Veja atribui a ida do ex-professor da UnB, decano da antiga reitoria no período Timothy e ex-diretor da polêmica Finatec, Márcio Pimentel, para o Rio Grande do Sul, a uma suposta perseguição política.
A revista, que se diz ferrenha defensora do combate à corrupção, tenta transformar investigados em vítimas. Atitude esperada da mesma publicação que, em 2009, identificou o ex-governador do DF, José Roberto Arruda, como símbolo da volta por cima. Não esperamos nada diferente desta revista, mas é necessário repudiar o falso rótulo da imparcialidade adotado, formador de opinião de parcela considerável de nossa população, cujo acesso a meios de comunicação plurais é extremamente restrito.
O desconhecimento do repórter Gustavo Ribeiro, graduado pela Universidade Católica de Brasília, sobre a realidade da UnB é certamente um dos problemas na elaboração da matéria. É possível que ele ignore o fato de que diferente das instituições privadas, onde as direções são indicadas pelos proprietários, nas universidades públicas federais as coordenações dos cursos são eleitas diretamente por seus estudantes, professores e técnicos-administrativos. Tal ignorância e má-interpretação dos fatos o impedem de perceber que a saída da professora Inês Maria Pires de Almeida da direção da Faculdade de Educação, por exemplo, se deu por uma votação legítima e democrática da comunidade que escolheu outro modelo de gestão.
Aliás, fatos concretos são raros nesse texto supostamente jornalístico. É citado um caso de vandalismo contra o carro da advogada do DEM e mestre pela UnB, Roberta Kaufman. Algo que, se de fato tivesse sido praticado, de forma alguma mereceria nosso apoio. Muito pelo contrário. No entanto, qual a real possibilidade de uma advogada de tamanha influência ter sido agredida desta forma sem prestar sequer uma denúncia? É possível acreditar que tal ocorrido passaria em branco justo na "Universidade das Cotas"? Sem nenhuma divulgação midiática? O mínimo a ser feito pelo repórter era uma checagem dos fatos e o fornecimento de informações mais precisas. Em vez disso, ele optou por dar voz a professores "com medo de represálias", offs no mínimo estratégicos.
Para justificar a saída do professor voluntário da Faculdade de Direito, Ibsen Noronha, o repórter apostou em uma retaliação fantasiosa. O fato de que o jurista se recusou a adequar-se ao regime de professor substituto, com dedicação de 40 horas à Universidade, como é exigido dos demais professores, foi estrategicamente ignorado. Assim como o fato de que foi oferecida e recusada pelo professor a condução de outras disciplinas.
Em uma sucessão de mentiras, o texto nada jornalístico da revista Veja se constrói. Antes fosse a UnB um antro da esquerda! Fato é que as mínimas conquistas obtidas pelo movimento estudantil dos últimos anos estão cada vez mais ameaçadas. O Congresso Estatuinte Paritário, prometido em 2008, onde deveriam ser discutidos de maneira aprofundada o funcionamento e a função da universidade, aparece cada vez mais distante. O projeto de uma gestão compartilhada está longe de sair do papel como prometido.
O que temos é uma reitoria que cada vez mais cede às pressões de uma direita organizada. Que aprova o recredenciamento de fundações privadas corruptas em sua prática e essência, como a Finatec. Que ao mínimo estardalhaço, diz que festas atrapalham o aprendizado. Que está longe de priorizar a assistência estudantil, o acesso e permanência de estudantes de baixa-renda, no ambiente elitizado que é a universidade pública brasileira. Que ainda reserva à prática extensionista o lado mais fraco do tripé "ensino-pesquisa-extensão" e é conivente com a existência de cursos pagos, dentro de uma instituição que deveria ser 100% gratuita.
No entanto, apesar das naturais divergências do movimento estudantil com a administração superior da universidade, reconhecemos que hoje a universidade vive em um ambiente mais democrático, quando comparado a períodos anteriores. A própria foto de abertura da matéria utilizada pela revista é de uma manifestação estudantil contrária à reitoria, onde era cobrado o cumprimento de prazos e promessas não cumpridos, referente à conclusão das obras de expansão da Universidade.
Na Universidade, sempre tivemos espaço para nos manifestar. Fosse contra a reitoria ou o governo federal, como na ocasião do corte orçamentário para a educação e na priorização da construção de um Beijódromo, frente a salas de aula e prédios de moradia estudantil. O movimento estudantil da UnB segue livre e independente em defesa dos interesses dos estudantes, da universidade e da democracia. Certamente não é o caso da revista, que não entrevista nenhum estudante ou técnico-administrativo, deixando clara a visão de democracia que defende o veículo.
Temos muitos problemas na UnB e nas universidades brasileiras em geral, mas somente com mais debates e democracia conseguiremos resolvê-los. Quando nossa universidade é criticada por sua diversidade étnica, racial, sexual, cultural e política, ou por funcionar “em prol de uma causa” - a formação de cidadãs e cidadãos conscientes, emancipados e transformadores - só nos resta ter orgulho. Orgulho da UnB!
Leia aqui a matéria da Veja na íntegra
Leia aqui outras manifestações sobre a UnB em resposta à revista Veja
#OrgulhoUnB
Diretório Central de Estudantes Honestino Guimarães da UnB
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Engraçado como são as coisas. a imprensa, principalmente os blogs vivem de espinafrar com Arruda.
ResponderExcluirO Arruda sim, governou Brasília! Completamente diferente desse governo Agnulo.
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