É realmente fascinante esta possibilidade que a Internet nos traz de reunir um grande número de pessoas em torno de uma mesma causa. Formar grupos de afins e concentrar forças para que importantes ações se concretizem na sociedade. Teclando um simples computador de dentro de sua casa, pessoas podem expandir suas idéias para além do que imaginam.
Eu não acredito na multidão, na massa, pois elas tendem a seguir um padrão de comportamento e assim serem superficiais e vazias. Pensar o que todos pensam, dizer o que todos dizem, escutar o que todos escutam, se vestir como todos se vestem, querer o que todos querem; atitudes norteadas pelo senso comum para uma aceitação grupal. Imperam nelas a comodidade e a lei do mínimo esforço no que tange ao pensamento, ao questionamento e a mudança de atitude. Imerso neste grande contingente de pessoas, o indivíduo se sente livre pelo anonimato, o que pode ser muito perigoso, mas no fundo se sente solitário. Portanto como confiar nas atitudes geradas pela massa? Como não viver a ditadura desta maioria?
Uma ferramenta valiosa para nos dar uma perspectiva frente a este quadro é a Internet. Através dela, idéias profundas podem ser difundidas para abrirem novos caminhos e trazerem descobertas, juntando as minorias e somando energia para o esforço de pensar, de questionar, de refletir, de criar e de agir. Desta maneira, pode-se destacar da multidão e da massa, o público.
Diferentemente da massa, o público possui maturidade intelectual e psicológica para ser racional, crítico, para ser ele mesmo, exercendo sua individualidade, mas sem deixar de considerar o outro. Ele desenvolve argumentos pela própria reflexão de suas experiências, por um processo de individuação, não aceitando ser manipulado facilmente por modelos estipulados pela maioria. Precisamos de grandes porções de pequenos públicos!
Claro que os conceitos citados acima, de multidão, massa e público, são teoricamente idealizados. Na prática, todos nós podemos ter ações que representem porções diferentes das características de cada um deles.
De certa forma, na minha vida, escolhi levantar algumas bandeiras. Uma delas é tentar ao máximo proporcionar aos outros e a mim oportunidades de sermos mais público do que multidão, do que massa. Até a próxima!
João Carlos De Luca, músico e radialista. Mais informações: http://www.joaocarlosdeluca.com/
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