sábado, 1 de agosto de 2009

ANÁPOLIS 102 ANOS - SANT"ANNA, A PADROEIRA

SANT'ANNA, por VEIGA VALLE
O vitral do átrio da igreja matriz, sempre iluminado
Uma versão em tecido
Exposta todos os anos por ocasião da festa em louvor à Sant'Anna, padroeira de Anápolis, a imagem esculpida pelo artista goiano Veiga Valle é uma relíquia guardada na Igreja Matriz.
VEIGA VALLE - (José Joaquim da Veiga Valle) Nasceu em Pirenópolis, Antigo Arraial da Meia Ponte em 1806 e faleceu na Cidade de Goiás, antiga Vila Boa de Goiás, em 1874. Escultor de méritos indiscutíveis, é a maior referência da arte sacra goiana e o mais importante artista de Goiás até o século XIX. Filho de família importante na vida social e política do Estado, exerceu diversos cargos públicos: - vereador, deputado provincial, juiz- e recebeu diversas comendas, como alferes e major da Guarda Nacional. A atração exercida pela escultura foi mais forte que as honrarias dos cargos, levando o jovem artista a realizar uma volumosa obra, que, segundo Elder Camargo Passos, maior pesquisador da vida do santeiro, somam mais de 200 peças.
Outra importante herança deixada pelo grande artista é a sua descendência, sendo conhecida a importância da família Veiga no universo cultural do Estado de Goiás. Seus descendentes se destacam nas letras, na música e as artes plásticas. Veiga Valle esculpia suas peças em madeira, preferencialmente o cedro, submetida a um processo próprio para evitar rachaduras e ação de insetos, recoberta por pequenas camadas de gesso e argila, denominadas encarnação, e uma nova camada de douração e finalmente a pintura que, quando raspada com delicados instrumentos, mostrava os sutis detalhes dos filetes dourados. Outra das características do trabalho escultórico de Veiga Valle é o tratamento e forma que dá às dobras do manto, por meio de cavidades feitas a goiva, que lembram o aspecto de bainhas côncavas de folhas vegetais.
Segundo Elder Camargo de Passos, “Na sua imensa trajetória de santeiro, o artista produziu uma variedade imensa dos mais variados santos, que na época expressava-se conforme a devoção de cada pessoa que os encomendava. Destacam-se as madonas, representadas por Nossa Senhora da Conceição D’Abadia, dos Remédios, das Dores, da Penha, do Bom Parto, das Mercês, da Guia, do Carmo, do Rosário, da Natividade e outros mais”.
A primeira exposição dos trabalhos do santeiro foi realizada em 30 de março de 1940, no Edifício do Liceu de Goiás, organizada pelo Dr. Edilberto da Veiga Jardim, prefeito da cidade, sob a orientação do pintor baiano João José Rescala.
Na 2ª exposição, na EGBA, Escola Goiana de Belas-Artes, em 1954, por ocasião do Congresso Nacional de Intelectuais, em Goiânia, houve nova mostra de suas obras, em sala especial, com um total de 20 peças. Em 1964, durante a Mostra do Barroco Goiano, promovida pela Universidade Católica de Goiás novamente são mostradas peças do escultor. Em 1968, em Salvador, BA, por ocasião do I Festival do Barroco, foi realizada nova exposição. Em 1972, em Goiânia, no Colégio de Aplicação da UFG, outra retrospectiva. A seguinte foi na Cidade de Goiás, no Museu de Arte Sacra da Boa Morte, em 1974, nas comemorações do centenário do seu falecimento. Em 1976, em Pirenópolis, sua terra natal, suas obras participaram da mostra da Semana da Arte. Sua mais importante retrospectiva foi realizada no Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1978, organizada por Elder Camargo de Passos, Antolinda Borges, Antônio Santoro, Maria Luíza Brandão e João Couto. Em 1984, o Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que possui em exposição permanente um rico acervo de obras do escultor, promoveu uma exposição com obras de colecionadores particulares.
Hoje Veiga Valle é reconhecido como um dos mais importantes vultos da arte sacra do Brasil no século XIX, com intensa referência bibliográfica e farto material de divulgação de seu trabalho.
Segundo o Professor Luiz Curado, em artigo publicado em 1954: “Se não ousamos afirmar ter sido Veiga Valle um gênio, pelo menos, temos que admitir que possuía uma fecunda inspiração genial, palpitante em suas obras. Seria mesmo mais acertado – um inspirado – que um autodidata.”

A SEGUIR José Joaquim da Veiga Vale, Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

José Joaquim da Veiga Vale (Arraial da Meia Ponte, atual Pirenópolis, 9 de setembro de 1806 – Goiás, 24 de janeiro de 1874 [1]), em geral conhecido simplesmente por Veiga Vale, foi um artista escultor do estado brasileiro de Goiás.
Nascido em Meia Ponte, exerceu vários cargos públicos[2] até mudar-se para a cidade de Goiás em 1841, onde se casou com Joaquina Porfiria Jardim. [1] Lá, trabalhou na douração dos altares da matriz, passando a trabalhar, depois, com a escultura de imagens sacras, cuja obra atendeu a várias igrejas e irmandades de Goiás.[2] Teve um filho, também escultor, Henrique da Veiga Vale. [1] Sua obra começa a ser estudada a partir da década de 1940, quando são feitas catalogações de sua obra, além de exposições, como a no Museu de Arte de São Paulo. [2] Veiga Vale esculpia imagens não inteiriças, braços, mãos e faces eram encaixados após serem esculpidos em separado, em geral usando o cedro, sua espécie preferida de madeira para a escultura.[3] Pela época em que viveu, seria de se supor que suas esculturas apresentassem estilo neoclássico, o que não aconteceu provavelmente pelo isolamento da província de Goiás naquela época, o que fez com que o barroco perdurasse por bastante tempo.

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