quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

"Não me preocupo com pesquisa", diz Lula em momento de baixa na avaliação do governo

 "Não me preocupo com pesquisa", diz Lula em momento de baixa na avaliação do governo

Presidente diz ser "muito cedo" para fazer pesquisas para 2026 e para avaliar o governo

30 de janeiro de 2025, 12:38 h

30.01.2025 - Presidente Luiz Inácio da Silva durante coletiva à imprensa, no Palácio do Planalto. Brasília - DF
30.01.2025 - Presidente Luiz Inácio da Silva durante coletiva à imprensa, no Palácio do Planalto. Brasília - DF (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - A queda na aprovação do presidente Lula (PT), revelada pela primeira pesquisa Genial/Quaest de 2025, não abala a confiança do petista. Diante da queda de 52% para 47% na avaliação positiva do governo e do aumento na reprovação de 31% para 37%, Lula minimizou os resultados e afirmou que pesquisas servem para orientar ajustes, não para gerar preocupação.

“Quando o companheiro [Paulo] Pimenta [ex-ministro da Secom] estava na comunicação, de vez em quando ele aparecia com uma pesquisa dizendo o que o povo estava pensando. E eu falava: 'mas é assim mesmo'. Você tem o primeiro ano de governo, que como você ganhou as eleições, o povo tem muita expectativa e está muito tranquilo. No segundo ano, seja para o presidente, para o governador ou prefeito, começa o povo a saber se a expectativa que ele tinha está sendo cumprida. Eu dizia para o Pimenta: 'não se preocupe com pesquisa, porque o povo tem razão, a gente não está entregando aquilo que a gente promete, então como o povo vai falar bem?'", declarou Lula.

O levantamento, realizado entre os dias 23 e 26 de janeiro, ouviu 4,5 mil pessoas em entrevistas presenciais e apontou que 50% dos entrevistados acreditam que o país está indo na direção errada, contra 39% que pensam o contrário. Em dezembro, essa percepção negativa era de 46%.

Perda de apoio em segmentos chave - A queda na avaliação do governo foi mais acentuada em segmentos que historicamente apoiaram Lula. No Nordeste, por exemplo, a aprovação caiu de 48% para 37%. Entre as mulheres, a rejeição subiu de 27% para 36%. Entre os eleitores com Ensino Médio ou Superior, a avaliação negativa cresceu de 33% para 43% e de 39% para 47%, respectivamente. Também houve piora na percepção entre aqueles que ganham entre dois e cinco salários mínimos, com aumento da avaliação negativa de 32% para 41%.

Lula, no entanto, diz que não há motivo para preocupação. “Eu sou um cara que não se preocupa com pesquisa. A pesquisa não é feita para você gostar ou não gostar. A pesquisa é feita para você analisar, verificar se aquilo tem um fundo de verdade e você começar a fazer as correções necessárias. É muito cedo para você fazer pesquisa sobre 2026 e para você avaliar o governo”, argumentou o presidente.

Economia e polêmica do PIX impactam percepção - A pesquisa também indicou que a percepção sobre a economia segue em deterioração. Para 39% dos entrevistados, a situação econômica piorou nos últimos 12 meses. A avaliação positiva caiu de 33% em outubro para 27% em dezembro e 25% na pesquisa atual. Além disso, 83% relataram alta no preço dos alimentos no último mês.

A regulamentação do PIX foi citada como o maior erro do governo, com 66% dos entrevistados considerando que o governo errou mais do que acertou no episódio. Por outro lado, o aumento do Bolsa Família foi apontado como a melhor medida do governo, com 7% das menções.

Lula, porém, se mostrou otimista em relação aos resultados de sua gestão. “Eu deixei a Presidência em 2007 com 87% de 'bom' e 'ótimo', eu tenho consciência do que nós estamos fazendo, muita consciência. Eu não gosto de fazer bravata. Eu tenho consciência de cada coisa que eu falo para vocês. Cada coisa que eu falar nós vamos entregar. Não é apenas um programa de governo, é uma profissão de fé”, declarou.

Perspectivas para o governo - Apesar da queda na avaliação, Lula ressaltou que está confiante na capacidade de sua gestão de entregar resultados a longo prazo. O presidente destacou a implantação do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos de R$ 1,8 trilhão para infraestrutura, geração de empregos e desenvolvimento do país.

“Na reunião ministerial que fiz no dia 7, cheguei à conclusão de que em dois anos de governo nós preparamos este país mais do que nos outros oito anos meus. Só o PAC são R$ 1,8 trilhão que vão ser jorrados neste país para gerar emprego, ativos produtivos, estradas, pontes... Isso vai acontecer, não tem choro nem vela. Por isso eu não me preocupo com pesquisa”, afirmou.

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