segunda-feira, 16 de outubro de 2017

ANÁLISE DE MÍDIA DA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO


 
 
  • CAPA – Manchete principal: ”Procuradoria ampliará o sigilo sobre delações”
  • COLUNA PAINEL – MAIA X TEMER:  Ao analisar a reação furiosa de Maia contra o advogado do presidente Michel Temer que reclamou da divulgação da delação de Lúcio Funaro, aliados do presidente da Câmara dizem que os seguidos embates do governo com ele estão deixando mais à vontade os descontentes com o Palácio do Planalto. Não há na Câmara um grupo com força para impor uma derrota a Temer quando a segunda denúncia criminal contra ele chegar ao plenário, dizem aliados de Maia. Mas uma votação pouco expressiva poderia prejudicar a agenda de Temer no resto de seu mandato.
  • COLUNA PAINEL – TEMER ENFRAQUECIDO: Parlamentares que tiveram contato com as bases no feriado prolongado dizem que é cada vez mais custoso sustentar o governo e apostam que muitos deputados podem usar a votação da denúncia para se reconciliar com a opinião pública.
  • COLUNA PAINEL – PMDB X PT:  A dura resposta do PMDB às críticas feitas ao governo pela propaganda do PT antes do feriado reflete sentimento de aliados de Temer de que devem disputar espaço no campo antipetista, hoje dominado pelos presidenciáveis João Doria (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC).
  • ”Dogde quer sigilo de delação até Justiça aceitar denúncia” - A lei que regulamentou o instituto da delação, de 2013, estabelece que "o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia", mas não trata sobre manutenção de sigilo durante a apuração. No caso da Odebrecht, por exemplo, assim que o Supremo autorizou a abertura dos inquéritos, quase todos se tornaram públicos, dando publicidade inclusive para medidas de investigação solicitadas pela Procuradoria. A conduta de Dodge pode refletir nos casos de potenciais delatores, que buscam um acordo com a PGR, entre eles o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-deputado Eduardo Cunha, ambos presos. Nos bastidores, outro delator cogitado é o ex-ministro Geddel Vieira Lima, detido desde setembro na Papuda. Ao todo, são 14 acordos em negociação com a Procuradoria. Embora a íntegra de delações dos executivos da Odebrecht ainda esteja em tese em segredo, depoimentos dos colaboradores referentes a cada inquérito foram divulgados pelo STF. Críticos de Janot apontavam que a ausência do sigilo dava ao investigado conhecimento das apurações, permitindo, eventualmente, a destruição de provas. À Folha a Procuradoria afirmou que Raquel Dodge decidiu privilegiar "o critério estabelecido pela legislação, e eventuais posicionamentos diferentes dependerão de cada situação". De acordo com o órgão, o objetivo é preservar a investigação. "A publicidade poderá ser requerida pelo Ministério Público Federal quando existir plena segurança de que a divulgação dos fatos não acarretará qualquer prejuízo ao trabalho apuratório do MPF e da Polícia Federal", informou o órgão. Defensores da prática adotada por Janot, por outro lado, apontam que o novo procedimento pode criar uma caixa-preta, fazendo com que nunca se conheçam suspeitas sobre políticos delatados. Parlamentares vêm defendendo a medida de preservar o sigilo há tempos, com o argumento de que tinham suas imagens prejudicadas antes da investigação. Quando absolvidos, diziam que o dano já estava consumado desde que seus nomes tinham sido publicados pela imprensa.
  • ”Aliados de Aécio tentam manter votação na terça” - Na avaliação do PSDB e de senadores de outras siglas aliados a Aécio, quanto mais se posterga o caso, menores são as chances de ele recuperar o mandato. Pelas últimas contas, ao menos 30 senadores mostram disposição em votar pela manutenção das medidas impostas pelo STF. Como são necessários no mínimo 41 votos entre os 81 senadores para reformar a decisão da Justiça, com essa quantidade de opositores, o quorum da Casa para votação deve ser alto, superior a 71. Ainda assim, a margem a favor do tucano é apertada. O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), criticou na última semana a decisão do Senado de adiar a análise do caso. Ele é autor de requerimento que pedia urgência na apreciação do ofício, mas foi voto vencido após a Casa decidir esperar o julgamento do STF no último dia 11.
  • ”Temer e Maia têm nova crise, às vésperas de votação de denúncia” - Neste domingo (15), Maia reagiu à declaração de Eduardo Carnelós, advogado de Temer, que chamou "criminoso vazamento" a divulgação dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, que tem o presidente como um dos alvos. Como os vídeos, revelados pela Folha na sexta (13), foram disponibilizados pelo site da Câmara, Maia tomou para si a crítica e, em entrevista à reportagem, chamou o advogado de "incompetente e irresponsável" e disse que ele será processado por servidores da Câmara. Ao rebater Carnelós, mandou um recado direto para Temer: "Daqui para frente, vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão [da denúncia]".
  • No sábado (14), após a Folha revelar o teor dos vídeos, Carnelós divulgou nota afirmando ser "evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país". As gravações também foram disponibilizadas no site da Câmara e, segundo Maia, o material, enviado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), não está sob sigilo. A assessoria do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, no entanto, disse que "tudo que se refere à colaboração" está sob segredo. Maia divulgou uma certidão em que consta que os arquivos digitais anexados à denúncia "foram integralmente reproduzidos nos dispositivos entregues às defesas" de Temer e dos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), todos alvos do processo. Em nota, a presidência da Câmara disse que, "como é possível depreender da leitura das decisões que encaminharam a denúncia e as cópias dos inquéritos à Casa, não há determinação de restrição de acesso a qualquer parte da documentação". À Folha Maia disse que era "uma pena o presidente do Brasil constituir esse advogado na sua defesa".
  • "Incompetência é pouco pra justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, essa agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão", afirmou. "Ser tratado como criminoso é muito difícil." Em nota divulgada neste domingo, Carnelós disse que desconhecia que os vídeos estavam no site da Câmara. "Considerando os termos da decisão do ministro Fachin, não poderia supor que os vídeos tivessem sido tornados públicos", afirmou. O advogado disse que não quis criticar Maia. "Jamais pretendi imputar ao presidente da Câmara a prática de ilegalidade, muito menos crime." "Hoje constatei que o ofício encaminhado a S. Ex.ª pela presidente do STF, com cópia da denúncia e dos anexos, indicou serem sigilosos apenas autos de um dos anexos, sem se referir aos depoimentos do delator, que também deveriam ser tratados como sigilosos, segundo entendimento de Fachin, em consonância com o que tem decidido o Supremo", diz Carnelós. O ministro Moreira Franco disse numa rede social que a delação de Funaro foi uma "encomenda remunerada" do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que já havia denunciado Temer por corrupção passiva. "Como faltava-lhe bambu, ocorreria a encomenda remunerada da delação."
  • ”Câmara divulga em seu site áudio de Joesley Batista” - A Câmara disponibilizou em seu site áudios recuperados pela perícia da Polícia Federal que estavam em sigilo por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). Os arquivos encontrados em um dos gravadores empresário e delator Joesley Batista, dono da JBS, foram parte da polêmica que culminou na suspensão temporária dos benefícios de dois executivos da empresa. O presidente Michel Temer, denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em decorrência da delação da JBS, espera há quase quatro meses para ter acesso a essas gravações, com pedidos protocolados no Supremo. O ministro Edson Fachin, relator do caso no STF, decretou sigilo, no fim de agosto, afirmando haver uma conversa com advogados, o que deveria ser protegido por lei. Procurada, a assessoria do ministro diz que esses áudios continuam em segredo até hoje. Neste mesmo material, a Câmara disponibilizou vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, também em sigilo no Supremo. O episódio gerou uma crise política entre o Planalto e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já que Funaro faz acusações a Temer.
  • ”Canonização de mártires brasileiros reúne 35 mil fiéis no Vaticano”
  • ”Odebrecht cria conselho contra corrupção”
  • ”Palocci ajudou a eleger Lula e agora pode virar algoz do ex-presidente” - No início de maio de 2002, Antonio Palocci, então coordenador do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ligou na casa do jornalista Edmundo Machado de Oliveira, seu amigo de três décadas. Queria ajuda para redigir um documento com compromissos do candidato para uma transição gradual do modelo econômico. Lula, explicou Palocci no tom calmo que sempre o caracterizou, precisava dar uma resposta a investidores que viam uma ameaça de ruptura. O risco-país e a cotação do dólar estavam em alta, enquanto os títulos do governo com vencimento em 2003 sofriam forte desvalorização. O governo tucano culpava o "risco Lula", sintetizado por uma avaliação feita pelo megainvestidor George Soros ao jornalista Clóvis Rossi, da Folha: a eleição do petista mergulharia o país no caos. Oliveira, na época editor de economia de "O Estado de S. Paulo", conhecia Palocci desde os anos 1970, quando militaram na corrente trotskista Liberdade e Luta (Libelu). Àquela altura, estavam em sintonia ideológica. Consideravam-se de esquerda, mas estavam convertidos a princípios da ortodoxia econômica. Palocci estava recrutando para a missão outro velho conhecido dos tempos de Libelu, o sociólogo Glauco Arbix — que no governo Lula presidiu o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O trio, explicou Palocci, deveria trabalhar com máxima discrição. Ainda sem entender direito no que estava se envolvendo, o jornalista aceitou. Começava assim a redação do documento que ajudou a pavimentar a vitória de Lula: a Carta ao Povo Brasileiro. "Éramos uma equipe shadow [da sombra]", lembra Oliveira, hoje assessor do PT na Assembleia Legislativa de SP. Pouco mais de 15 anos após aquela conversa, em 6 de setembro, o mesmo Palocci, agora grisalho, mas com a mesma tranquilidade na fala, encarou o juiz Sergio Moro e acusou Lula de ter feito um "pacto de sangue" de R$ 300 milhões com a Odebrecht. Desde então, o choque de petistas com a "traição" de Palocci, que permanece preso no Paraná, se misturou a uma ironia da política: um dos homens que mais contribuíram para fazer Lula presidente é sério candidato a ser o responsável pelo fim da sua carreira. A acusação tem peso, e não apenas por seu autor ter sido ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma. A paternidade sobre a carta, embora fosse um projeto coletivo, projetou Palocci no PT, um partido que naquele momento deixou de ser um eterno derrotado, ao menos no plano nacional, para dar início a 13 anos no poder. Porta-voz daquela campanha, o jornalista e cientista político André Singer, hoje colunista da Folha, diz que o texto é um marco do "lulismo", definido por ele como "o conceito de reduzir a pobreza sem confrontar o capital". "Eu tenho restrições ao conteúdo da carta, mas reconheço que ela cumpriu um papel. Foi uma ponte para a vitória de Lula", afirma Singer, que foi responsável pela redação final do documento.
  • Em seu livro "Sobre Cigarras e Formigas" (2007), Palocci relata que a ideia da carta surgiu num almoço no restaurante português Adega do Leone, em Ribeirão Preto (SP), cidade da qual era prefeito. Estavam à mesa Lula, o então presidente do PT, José Dirceu, o futuro ministro da Fazenda Guido Mantega, o então governador do Mato Grosso do Sul Zeca do PT e os candidatos Aloizio Mercadante (Senado) e José Genoino (governo paulista). Tomada a decisão, Palocci quis propositalmente isolar o PT num primeiro momento. "O que a gente escrevia era muito diferente do que o PT estava habituado", diz Oliveira. Havia três preocupações: assegurar o respeito a contratos, rebater a acusação de leniência com a inflação e, o ponto central, comprometer-se com o superavit primário "o quanto fosse necessário" para debelar a dívida pública. Num mundo ainda sem grupos de WhatsApp, Oliveira, Palocci e Arbix —que não quis ser entrevistado para esta reportagem— trocavam dezenas de e-mails diários. "A gente ia experimentando a forma. Bolávamos a formulação e submetíamos ao Palocci", diz Oliveira. Palocci, por sua vez, testava os conceitos com uma plateia ampla — de João Roberto Marinho, da Globo, a Emílio Odebrecht. A primeira versão, entregue a Lula no início de junho, era 100% econômica, lembra o ex-ministro Luiz Dulci, à época secretário-geral do PT. Tinha algo como metade das 1.746 palavras do formato final. Diferente de Palocci, àquela altura novato na nomenclatura petista, Dulci era próximo de Lula desde antes da fundação do partido — ambos vêm do movimento sindical.
  • Ao ler o documento com Lula, partilharam uma avaliação: era preciso temperar a parte econômica com um diagnóstico sobre a situação do país, um aceno a uma militância que estava prestes a engolir conceitos indigestos. "Palocci queria uma versão mais curta. Não queria falar de transição, achava que isso ia passar a impressão de que depois íamos promover uma farra", afirma Dulci. No relato de Palocci em seu livro, Lula aceitou a carta com má vontade, como quem toma um remédio amargo. Dulci tem outra lembrança: "Lula achava que faltava explicar por que íamos fazer aquilo tudo. Ele sistematizou muita coisa na carta". A pedido do candidato, Dulci reforçou a ideia de que os compromissos eram uma transição para um novo modelo. Ganharam destaque petismos típicos, como a frase que abre o documento —"o Brasil quer mudar, mudar para crescer, incluir, pacificar". Juntar a metade econômica do time de Palocci com os conceitos inseridos por Dulci foi a dura missão de Singer. "Tive a função de dar unidade ao texto. Foi difícil", lembra Singer. A adrenalina do Dia D, 22 de junho de 2002, um sábado, comparou-se à de uma redação de jornal, rotina que ele havia largado por opção. "Terminei a redação no mesmo dia, uns 40 minutos antes da apresentação de Lula. Foi muito, muito corrido."
  • Nenhum dos autores da carta quis falar sobre o rompimento de Palocci com Lula. Todos reconhecem, no entanto, o papel central dele na elaboração de um documento que redefiniu o partido. "Palocci não redigiu totalmente, mas ele teve um peso grande. Ele é o responsável pela parte medular da carta", diz Dulci. Anos depois, relembra o ex-ministro, o documento continuou a ser útil para Lula, já no poder, como uma espécie de álibi. "Lula sempre se referia à carta dizendo que tinha que seguir seus compromissos. Lembro que a citou numa reunião quando [o então vice-presidente, José] Alencar pediu a queda dos juros. Depois, noutra, quando discutiram o aumento do salário mínimo." O documento, prossegue Dulci, segue atual. "Não pela dúvida de respeitar contrato, isso não existe mais. Mas por essa crítica a uma ausência de visão de longo prazo, esse excesso de privatismo, essa bajulação ao mercado." Para 2018, ala importante do partido defende reeditar esse discurso na campanha — na qual a ausência de Palocci é uma certeza e a presença de Lula, uma incógnita.
  • ”Ex-governadores querem se candidatar novamente em 2018” - Depois de ter governado o Paraná por 12 anos nas últimas três décadas, Roberto Requião (PMDB) pensa em se lançar nas urnas mais uma vez para comandar o Estado e dá de ombros para o discurso de renovação na política. "A novidade é bobagem", decreta. "Numa Olimpíada, você coloca o atleta experimentado." Na contramão de previsões que apontam para uma disputa marcada pelo descrédito da política tradicional e pela profusão de novatos, o peemedebista e outros 14 ex-governadores estudam candidaturas para voltar ao cargo nas eleições de 2018. O cenário de incerteza gerado pela crise política provocou um recuo de dirigentes partidários que pretendiam renovar seus quadros no ano que vem. O "recall" de nomes já conhecidos e o discurso da experiência voltaram a ser apostas. Além dele, são citados como potenciais candidatos os ex-governadores André Puccinelli (PMDB), em Mato Grosso do Sul, Anthony Garotinho (PR), no Rio, Ronaldo Lessa (PDT), em Alagoas, e Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo, entre outros. Alguns desses nomes deixaram o cargo com boa avaliação popular, mas parte deles terá que enfrentar passivos políticos como baixa aprovação, derrotas nas eleições de seus sucessores e citações em escândalos de corrupção.
  • A nova aposta em velhos conhecidos nas eleições para governador está em sintonia com números detectados pelo Datafolha em sua última pesquisa nacional. Para 79% dos eleitores, é "muito importante" que um candidato a presidente tenha experiência administrativa. Quase dois terços (65%) afirmaram prezar um "passado político conhecido" e só 31% destacam a novidade como característica relevante. Os dados vão contra a expectativa criada pelas cúpulas de diversos partidos após os resultados das eleições municipais de 2016, quando se consagraram os novatos João Doria (PSDB), em São Paulo, e Alexandre Kalil (PHS), em Belo Horizonte. Muitos dirigentes passaram a revisar suas estratégias depois do segundo turno da eleição suplementar para o governo do Amazonas, em agosto deste ano. Houve baixo comparecimento às urnas e quase 50% de abstenção. O eleito foi o veterano Amazonino Mendes (PDT), com 77 anos de idade e três mandatos de governador na bagagem. "A questão da renovação será apenas um ponto do debate nas próximas eleições", avalia Renato Casagrande, ex-governador do Espírito Santo (2011-2014) e secretário-geral do PSB. "O eleitor também está interessado na experiência, em nomes que ele conhece."
  • ”Humorista e seguidores atacam repórter da Folha em redes sociais” - O humorista Danilo Gentili questionou em sua conta numa rede social reportagem publicada pela Folha a respeito de filme do qual é protagonista e roteirista, o que levou seus seguidores a criticar o jornal e atacar o repórter que produziu o texto. Publicada na última sexta (13), a reportagem "Comédia juvenil ri de bullying e pedofilia" trata do filme "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", inspirado em livro de Gentili. No mesmo dia, o humorista divulgou uma gravação da íntegra da entrevista que concedeu ao repórter Diego Bargas e questionou sua isenção. "Esse cara do vídeo abaixo se chama Diego Bargas, e, como pode ver nas imagens que postei aqui, ele se comporta mais como militante político do que como jornalista isento. Sendo assim, que credibilidade teria um torcedor do PT entrevistando eu, um artista que está literalmente na lista negra do PT?", escreveu Gentili no Facebook. Lançou material parecido no Twitter, onde tem 16 milhões de seguidores. No meio artístico, Gentili foi um dos principais apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff. Nos posts, Bargas elogia nomes do PT, como Dilma, Lula e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. "Danilo Gentili me esmagou como uma barata, só porque ele pode, só porque eu ousei o desafiar", escreveu o repórter nas redes sociais. Bargas foi desligado do jornal na última sexta-feira (13) por, segundo a Direção de Redação, ter desrespeitado orientação reiterada sobre comportamento nas redes sociais. Os jornalistas da Folha são orientados a evitar manifestar posições político-partidárias e a não emitir nas redes juízos que comprometam a independência de suas reportagens. O jornal ofereceu assistência jurídica ao repórter para se defender de ameaças e ilegalidades nas redes sociais.
  • ”Com indefinição do PSDB, Bolsonaro atrai simpatizantes de tucanos” - Em momento de turbulência e incertezas no PSDB quanto a 2018, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) atrai a simpatia de aliados dos tucanos. O MBL (Movimento Brasil Livre), entusiasta de eventual candidatura presidencial do prefeito paulistano, João Doria (PSDB), até duas semanas atrás, agora ensaia uma aproximação com o deputado, que concentra esforços em se mostrar um liberal. Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que declara apoio ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na eleição presidencial, flerta com Bolsonaro nas redes sociais. "A disputa interna torna o PSDB mais vulnerável à medida que, para ganhar a indicação, você eventualmente queima pontes políticas e fica com dificuldade de criar uma agenda positiva", afirmou o cientista político Rafael Cortez, analista na consultoria Tendências. Ele soma à indefinição do candidato a crise na cúpula do PSDB e o desgaste gerado pelo apoio ao governo Michel Temer, que dificulta a associação de sua imagem à renovação política. "Esses fatores têm um custo reputacional grande para a legenda, que, me parece, vai sustentar em parte o voto para Bolsonaro ao longo da campanha." Nas últimas duas semanas, o MBL, importante impulsionador de Doria nas redes sociais, tem dedicado espaço a Bolsonaro em tom elogioso. Há poucos dias, publicou foto do deputado com a palavra "Golaço!" em letras garrafais. Enumerou bandeiras do pré-candidato como "solução para a questão indígena que não afete o agronegócio".
  • ”Polícia mata 1 adolescente por semana em SP”
  • ”Promotoria investigará ataques a terreiros religiosos no interior de SP”
 
 
  • CAPA – Manchete principal: ”Áreas do pré-sal terão investimento de R$ 100 bi”
  • O JORNAL NÃO LIBEROU A EDIÇÃO DIGITAL DE SEGUNDA-FEIRA ATÉ O FECHAMENTO DESTE MATERIAL
 
 
 
  • CAPA – Manchete principal: ”Vídeo de delação provoca crise entre Maia e Planalto”
  • ”Vídeos de Funaro abrem nova crise Temer-Maia” - As informações utilizadas na reportagem são semelhantes às publicadas pela Folha. No entanto, o Estadão acrescenta: Embora as imagens de Funaro impressionem o Planalto e tenham impacto no governo, a avaliação é de que essa nova polêmica com Maia pode trazer mais problemas para o presidente do que o conteúdo dos vídeos. No Planalto, o teor da primeira nota de Carnelós foi considerado um “tiro no pé”. Temer, então, mandou seu advogado distribuir a segunda nota, na qual ele negou ter imputado “crime” a Maia, para amenizar a tensão com o deputado.
  • ”MP faz ‘atalho’ com delações, afirma PF” - A Polícia Federal afirmou em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o Ministério Público, ao deter a exclusividade sobre os acordos de delação premiada, atua como investigador, acusador e julgador. Segundo o despacho, para os delegados da PF, a colaboração é “apenas uma técnica operacional destinada a acelerar os caminhos da investigação policial”, enquanto o MP faz um “atalho entre o fato e a condenação”. O documento de 39 páginas é subscrito pelos delegados Élzio Vicente da Silva, superintendente da Polícia Federal em Brasília, e Denisse Dias Rosas Ribeiro, chefe do Núcleo de Inteligência da regional. As duas páginas iniciais, no entanto, são assinadas pelo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. O parecer obtido pelo Estado foi enviado ao ministro Marco Aurélio Mello em 8 de setembro e apresenta um modelo de termo de colaboração adotado pela PF. A manifestação foi anexada ao processo que tramita no Supremo que vai decidir se é constitucional a PF fechar delações premiadas ou não. Na manifestação, Daiello afirmou a Marco Aurélio que “a Polícia Federal apenas usa a colaboração do investigado para fomentar a obtenção de provas, no interesse da investigação em curso ou a se iniciar”. “Nos acordos firmados pela Polícia Federal, não há intromissão na esfera de atribuições ou competências de qualquer instituição”, afirmou o diretor-geral.
  • Para os delegados, o entendimento sobre colaboração premiada entre a Polícia Federal e o Ministério Público são distintos. O texto da PF aponta “discrepância” entre o que cada um compreende sobre delações. Segundo o relatório da PF, o MP incorpora no sistema de Justiça brasileiro modelos de outros países para fechar acordos. “O Ministério Público atua importando modelos que (ainda) não estariam amparados em nosso ordenamento jurídico (como por exemplo: o americano, de plena negociação do órgão acusador com o investigado e sua defesa; ou o italiano, em que o MP é uma magistratura), estabelecendo antecipadamente as penas, condições de cumprimento, multas, em contrapartida à delação de fatos, pessoas e circunstâncias”, diz o texto. Ao adotar esses modelos, de acordo com o parecer dos delegados, “uma única instituição (o Ministério Público) deteria todos os papéis do sistema de persecução criminal, atuando como investigador (obtenção de material destinado a provar determinado fato), como acusador (titular da ação penal) e julgador (estabelecendo penas e multas vinculantes do juízo), desequilibrando a balança da paridade de armas”.
  • Uma ação que tramita no STF questiona dispositivos da Lei das Organizações Criminosas, de 2013, que atribuem a delegados de polícia competência para propor acordos de colaboração premiada. A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que, como cabe à própria instituição fazer a denúncia, só ela poderia efetuar a colaboração.
  • ”’Rei do ônibus’ acusa Lava Jato de omitir  deputado em processo” - O empresário Jacob Barata Filho, conhecido como o “Rei do Ônibus”, acusa a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de omitir uma suposta participação do deputado Julio Lopes (PP-RJ) na investigação sobre o setor de transportes fluminense para manter o caso sob sua guarda e competência. Detentor de foro privilegiado, o parlamentar só pode ter suas condutas apuradas perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Em resposta a uma das duas denúncias do Ministério Público Federal contra o empresário aceitas pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, a defesa de Barata Filho requereu anulação do recebimento da acusação formal “com a imediata remessa da investigação” para a Corte. O empresário é acusado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, operação desautorizada de instituição financeira, manutenção de contabilidade paralela de instituição financeira e participação em organização criminosa. De acordo com o procurador regional da República José Augusto Vagos, da força-tarefa da Lava Jato no Rio, os “desmembramentos devidos” já foram realizados. “A origem da Operação Ponto Final é um acordo de colaboração homologado no STJ ( Superior Tribunal de Justiça), que fez os desmembramentos devidos, separando para processamento nas instâncias competentes quem tinha e quem não tinha foro”, diz Vagos, em nota.
  • ENTREVISTA: JOÃO DORIA, prefeito de São Paulo - ”’Sou liberal. Centro é a posição mais equilibrada’, diz Doria” - Em um movimento para tentar se diferenciar da direita radical, o prefeito João Doria, disse que “a posição mais ao centro é a mais equilibrada, para um país que precisa de paz e crescimento”. Em entrevista ao Estado, ele afirmou que a migração de parte de seu eleitorado para a pré-candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PSC) é uma “questão momentânea”. Doria voltou a negar que é pré-candidato, mas declarou que aceitaria o apoio de Bolsonaro num eventual 2º turno. O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), viu na semana passada seu cacife eleitoral abalado após uma pesquisa mostrar um aumento da rejeição dos paulistanos às suas viagens pelo Brasil. “As viagens não são em busca de voto, mas de vantagens para a cidade de São Paulo”, disse o tucano em entrevista ao Estado, em Milão, onde cumpriu mais uma agenda internacional. Doria abordou os pontos sensíveis de sua pré-candidatura, mas sempre tomando o cuidado de negá-la. Ao mesmo tempo em que elogia o Movimento Brasil Livre (MBL), que se aproxima do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o prefeito rejeita o rótulo de “direita”. “Sou um liberal. A posição mais ao centro é a mais equilibrada”, afirmou. Quanto aos temas tabus, o prefeito emite sinais trocados: evita se posicionar sobre casamento gay e se coloca contra a legalização da maconha e do aborto. Leia os principais trechos da entrevista:
  • Por que viajar tanto pelo Brasil se o senhor não é candidato à Presidência?
  • As viagens não são em busca do voto, mas de vantagens para a cidade de São Paulo. Independentemente das homenagens que recebo, e que educadamente agradeço, temos feito acordos operacionais com várias prefeituras. Sou vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos. Compete a mim fazer programas de integração com outras prefeituras.
  • Como explica essa rejeição às viagens detectada em pesquisa?
  • Normal. Na medida em que se explica que as viagens são em benefício da cidade, a rejeição gradualmente vai caindo. As pessoas vão entendendo que São Paulo não é uma província, mas uma cidade global. A rejeição tende a cair.
  • A cidade enfrenta problemas de zeladoria, como semáforos quebrados e mato crescendo em praças. São problemas que o Cidade Linda não resolve...
  • É preciso ter investimentos mais constantes para a zeladoria urbana. No caso dos semáforos, ficamos seis meses presos ou limitados pelas falta de uma licitação que deixou de ser feita na gestão anterior. O TCM (Tribunal de Contas do Município) durante quase três meses segurou esse processo. Nos próximos dias vamos lançar um programa, o “Semáforo Expresso”, que será feito por meio de motocicletas. Técnicos vão usar motos para chegar mais rapidamente aos semáforos com problemas.
  • Há um movimento que defende um controle maior sobre os museus, por causa da exposição do MAM. É a favor de algum tipo de regulamentação sobre o que pode ser exposto em museus?
  • Não sou. Sou contra a censura de qualquer natureza, mas é preciso ter cuidado e zelo. Naquele episódio de São Paulo, um museu sério como o MAM cometeu um erro de não colocar um monitoramento na porta da sala onde havia a performance do artista. Bastaria ter monitores orientando as pessoas. É preciso ter cuidado para não avançar nos limites da intolerância.
  • Qual sua posição sobre a legalização do aborto?
  • Sou contra, exceto nos casos em que a Constituição já prevê.
  • E sobre o casamento gay?
  • Esse é um tema que precisa ser estudado e avaliado. Tema de um debate mais profundo.
  • O que pensa do “escola sem partido”?
  • Escola é feita para ensinar, não para fazer política.
  • Descriminalização da maconha, uma bandeira do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso? - Sou contra, embora respeite muito as posições do ex-presidente. Ele é um sábio, além de respeitável sociólogo.
  • Como seria sua relação com o MST se fosse presidente? E como seria sua tolerância com as invasões?
  • De diálogo. Invasão é crime. E como tal não pode ocorrer. O governo deve defender a propriedade.
  • O senhor é a favor da autonomia do Banco Central?
  • Totalmente a favor. É necessário. O Banco Central não pode ser monitorado pelo governo. No governo atual, esse é um bom exemplo de como ter um BC independente, com gestão eficiente.
  • Qual seria a política sobre a taxa de juros?
  • Temos que ter câmbio flexível e autonomia do BC. Quero aproveitar para fazer um registro positivo em relação ao ministro Henrique Meirelles: a política econômica está sendo feita com zelo e cuidado. Não funciona ter política de juros com viés político.
  • O MBL, que é identificado com a direita radical, se afastou do senhor e se aproximou de Jair Bolsonaro. Começou a criticá-lo, algo que não fazia antes. Como avalia esse movimento?
  • Essa é uma circunstância momentânea. Esse não é um movimento de todo o MBL, mas de alguns. O MBL cresceu muito. Hoje eles têm algumas frentes e vertentes, mas eu respeito muito o valor, a trajetória e aquilo que eles defendem.
  • Pesquisa também mostrou que parte do eleitorado tradicional do PSDB e seu migrou para Bolsonaro. Como explica isso?
  • Isso é cíclico. Amanhã pode mudar. Há um certo ciclo. Esses ciclos vão ocorrer várias vezes até outubro do ano que vem.
  • Então esse eleitorado não migrou para a direita mais radical?
  • Não. É uma circunstância momentânea e que vai mudar, talvez mais de uma vez.
  • A eleição de 2018 é melhor com ou sem o Lula?
  • Com democracia.
  • Está descartada a possibilidade de o senhor deixar o PSDB?
  • Não penso em deixar o PSDB. Não há razão concreta para isso. Recebi convites de outros partidos, o que me honrou muito. São partidos aliados e que me ajudam na gestão em São Paulo. A hora da política é no ano que vem.
  • O senhor é pré-candidato à Presidência?
  • Não.
  • Se Geraldo Alckmin pedir, aceitaria disputar o governo de São Paulo em 2018?
  • Toda solicitação que venha do governador Alckmin vai merecer meu respeito e atenção. Ele não solicitou. Se tivermos alguma conversa no futuro nesse sentido, qualquer ponderação e diálogo que envolva o governador Geraldo Alckmin terá a minha participação e meu interesse em atendê-lo.
  • Em Belém, o senhor disse que não é de direita, mas de centro. Foi uma maneira de se diferenciar de Bolsonaro?
  • Eu sou um liberal. A posição mais ao centro é a mais equilibrada para um País que precisa de paz e crescimento econômico.
  • Como enxerga esse discurso extremado do Bolsonaro?
  • Ele tem suas convicções. É um direito dele.
  • Estaria com ele no segundo turno?
  • Apoio não se nega, se incorpora.
  • ”Chavismo elege 17 governadores em eleição considerada teste para Maduro”
  • ”Falta de recursos ameaça pesquisa do Brasil em torre gigante da Amazônia” - Aventureiros e empreendedores costumam dizer que o passo mais difícil de qualquer jornada é o primeiro. Não é o caso no Observatório da Torre Alta da Amazônia (Atto, em inglês). Lá, o número mágico costuma ser o 1.498, que é a quantidade – aparentemente infinita – de degraus que você precisa escalar para chegar ao topo do espigão de aço branco e laranja que se projeta do solo da floresta, com 325 metros de altura. Inaugurada há dois anos, em agosto de 2015, a torre Atto é um projeto binacional Brasil Alemanha que busca entender o papel da Amazônia no clima do planeta e os efeitos das mudanças climáticas no funcionamento da floresta. Construir a torre numa área remota de floresta tropical intocada foi um desafio imenso. Mas o segundo passo, de produzir ciência com ela, está provando ser um desafio ainda maior. O investimento para construir o observatório foi de R$ 26 milhões, divididos igualmente entre os dois países. O Brasil entrou com R$ 13 milhões, pagos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do governo federal, mais um aporte de R$ 2 milhões da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado (Fapeam) para abrir a estrada de terra que liga a base ao Rio Uatumã. Após uma série de atrasos e dificuldades, a torre começou a coletar dados de forma sistemática neste ano. Mas já começa a faltar algo essencial: dinheiro. A conclusão da obra coincidiu com o agravamento da crise e o colapso do orçamento federal de ciência e tecnologia. A Alemanha já tem ¤ 13 milhões (cerca de R$ 50 milhões) reservados para a produção de ciência no Atto nos próximos três anos, incluindo recursos do Ministério da Educação e Pesquisa (BMBF) e do Instituto Max-Planck. Do lado brasileiro, por enquanto, nada. O projeto tem uma sobra de R$ 5,8 milhões do aporte inicial da Finep, mas esses recursos são reserva- dos para infraestrutura e compra de equipamentos, e não podem ser usados para bolsas ou financiamento de pesquisas. “É como se a gente tivesse comprado um ônibus, mas não tem dinheiro para comprar gasolina”, diz o pesquisador Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Ele é um dos únicos cientistas brasileiros com instrumentos já conectados àTorre Alta – comprados com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que também financia suas pesquisas. “Não sabemos até quando essa situação será sustentável”, diz Artaxo. “Não adianta ter a infraestrutura física se você não tem a infraestrutura acadêmica e os recursos necessários para dar apoio à pesquisa.” Os alemães também estão preocupados. O acordo de colaboração prevê investimentos igualitários dos dois países. “Temos dinheiro agora, mas não dá para continuar muito tempo assim”, diz a pesquisadora Susan Trumbore, diretora do Instituto Max Planck de Biogeoquímica e coordenadora da participação alemã no Atto. “Não temos intenção de fazer isso sozinhos, de jeito nenhum. Sem a parceria brasileira, não vai funcionar.” Pesquisadores ouvidos pela reportagem temem que o Brasil se torne um coadjuvante no estudo da sua própria floresta. Vários cientistas brasileiros que participaram de um workshop científico do Atto em Manaus na semana passada só conseguiram viajar com passagens pagas pelo governo alemão.
  • O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações informou que a manutenção do Atto custa R$ 1 milhão por ano, e que “vai liberar esses recursos assim que os valores descontingenciados ( do orçamento ministerial) estiverem disponíveis”. “Para o ano de 2018, a verba também está garantida”, completou. Sobre as pesquisas, o ministério afirmou que “garante os valores necessários para os projetos de cientistas brasileiros, quando houver (recursos)”.
  • ”Crédito para empresas atinge o menor nível dos últimos oito anos no País” - Os sinais de retomada da economia ainda não foram suficientes para reverter o quadro de escassez de crédito para as empresas brasileiras. A carteira corporativa de crédito caiu em agosto pela 20.ª vez consecutiva, levando sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) ao menor nível desde 2009. De dezembro de 2015 até agora, o crédito empresarial caiu de 28,45% para 22,21% do PIB, segundo os números do Banco Central. Dois fatores explicam esse cenário. De um lado, estão empresas com elevada capacidade ociosa que pararam de buscar crédito no mercado porque não têm investimentos para fazer. Do outro, estão companhias inadimplentes, que precisam se financiar – ou rolar dívidas – e não obtêm aprovação dos bancos. Nos dois casos, no entanto, as empresas não conseguem sequer crédito para capital de giro. Os níveis mais baixos de crédito para pessoa jurídica influenciam de forma direta o ritmo de retomada da economia. “Essa escassez afeta a expansão das empresas. Sem crédito para (capital) giro, ela não antecipa compras de insumos ou contratação de novos trabalhadores; sem crédito para investimento, ela não constrói novas fábricas e não compra novas máquinas. E o País segue andando de lado”, afirma o pesquisador do Ibre/FGV e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público, José Roberto Afonso. Executivos de grandes bancos de varejo no País dizem que, apesar de haver uma seletividade maior na concessão de crédito, os bancos estão mais dispostos a emprestar, mas a demanda por parte das empresas ainda não é relevante. “Eu diria que já estamos vendo alguns sinais de retomada e que a crise ficou sim para trás. É normal que a retomada na jurídica demore mais mesmo, pois muitas empresas ainda estão com capacidade ociosa”, diz o diretor vice-presidente do Bradesco, Domingos Figueiredo Abreu.
  • Na direção oposta, o financiamento das famílias engatou uma retomada consistente nos últimos meses. Desde de outubro do ano passado, o saldo de concessão de crédito para as pessoas físicas não para de crescer. Ele representa hoje 24,88% do PIB; há 10 anos, em 2007, representava 14,01% do PIB, segundo dados de José Roberto Afonso. Até dezembro de 2016, a participação das empresas na carteira total de crédito do País era sempre superior à fatia do crédito pessoal. De lá para cá, porém, as posições não apenas se inverteram, como a diferença entre as duas modalidades vêm crescendo. Em agosto, 52,84% da carteira total de crédito referiam-se a empréstimos e financiamentos para pessoa física e 47,16%, para empresas, segundo dados do BC. No mesmo período do ano passado, esses porcentuais eram de 50,58% e 49,41%, respectivamente. Considerando um prazo mais longo, em dezembro de 2015, o crédito corporativo era responsável por 53,03% dos empréstimos. A participação do BNDES na concessão de créditos reflete bem essa mudança. Pelos dados do Banco Central, apesar de ter crescido acima da média, os empréstimos do banco somaram em agosto R$ 3,6 bilhões para pessoa jurídica enquanto só os aposentados do INSS conseguiram R$ 5,5 bilhões de crédito consignado. A retomada da concessão de crédito a famílias em detrimento de empresas está relacionada, segundo especialistas, ao nível de inadimplência. Em maio deste ano, tanto pessoas físicas como jurídicas atingiram recorde de negativados – 61 milhões e 5,1 milhões, respectivamente, segundo a Serasa Experian. A diferença é que, no caso das famílias, vem diminuindo, enquanto no das empresas permanece o mesmo. Na comparação de agosto deste ano com o mesmo período em 2016, a inadimplência da pessoa jurídica no crédito livre, por exemplo, ficou inalterada em 5,5%. Já na mesma modalidade para pessoa física, houve redução de 6,2% para 5,7%. “Os bancos só vão acelerar o crédito para as empresas quando essa inadimplência começar a cair”, afirma Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Hoje, 47% das empresas não estão conseguindo gerar caixa nem para pagar despesa financeira. E não há crédito para refinanciar dívidas”, afirma o diretor de competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho.
  • ”TCU cobra do BNDES agenda de devolução”
 
 
  • CAPA – Manchete principal: ”Aumento do PIS e Cofins assusta setor de serviços”
  • ” Setor de serviços teme carga tributária maior” - O setor de serviços está preocupado com o risco de o governo aumentar sua carga tributária, ao tentar compensar a perda de base de arrecadação do PIS/Cofins, devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar o ICMS da base de cálculo dos tributos.
  • Emerson Casali, consultor institucional de entidades do setor de serviços, destaca que o ideal é que o governo não promova qualquer aumento de alíquota para compensar perdas. Mas, se seguir por esse caminho, Casali defende que não seja feito ajuste linear, apesar de a Receita ter dado sinalizações de que essa seria a estratégia. "A ideia é que não tenha realinhamento. A situação está difícil, a economia ainda não se recuperou e um aumento de carga tributária pode prejudicar", disse. O tributarista Rodrigo Brunelli, do escritório Ulhôa Canto, também avalia que eventual medida elevando o PIS/Cofins para compensar a decisão do STF prejudicaria bastante o setor de serviços. Além do efeito direto, ele ressalta que as empresas dessa área geram poucos créditos tributários para serem aproveitados, o que aumenta o efeito negativo de uma elevação de alíquota. "É um cenário bem preocupante", disse.
  • ”Nordeste fica para trás na recuperação do varejo” - A região Nordeste ficou para trás no processo de recuperação do varejo este ano. Cálculos da consultoria Tendências, com base na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, mostram que o volume de vendas do varejo restrito da região recuou 0,2% no acumulado do ano até agosto, na contramão do aumento de 0,7% da média nacional. Dos nove Estados nordestinos, seis tiveram redução das vendas de janeiro a agosto: Sergipe (-6,5%), Ceará (-3,8%), Piauí (-2,7%), Bahia (-1,8%), Paraíba (-1,5%) e Rio Grande do Norte (-0,3%). Houve aumento no Maranhão (3,3%), Pernambuco (4,2%) e Alagoas (7,7%). Segundo economistas, o desempenho reflete a maior fragilidade do mercado de trabalho da região. Dados do Ministério do Trabalho mostram que, de janeiro a agosto, a geração de vagas formais foi positiva no Sudeste (72.855), Sul (47.732) e Centro-Oeste (70.210). No Nordeste, porém, foram fechados 76.467 postos.
  • O Nordeste liderou o crescimento do varejo no último ciclo de consumo do país. De 2005 a 2014, o volume de vendas do varejo restrito na região cresceu 8,7% na média por ano, acima do aumento médio nacional de 7%, de acordo com os dados do IBGE. Foi um período marcado pela expansão do Bolsa Família e aumento real do salário mínimo. "Sobrou pouca margem para o governo estimular o consumo. Além disso, o setor produtivo que saiu primeiro da crise foi agronegócio, concentrado no Sul, interior do Sudeste e Centro-Oeste", diz Fabio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Segundo ele, o Nordeste representa 20% do comércio nacional. Segundo cálculos da Tendências, a massa de recursos distribuída pelo Bolsa Família para o Nordeste cresceu, em média, 11,6% de 2007 a 2013, em termos reais. Neste ano, esse bolo de recursos deve sofrer queda real de 2%, para R$ 11,8 bilhões. Será o terceiro ano seguido de baixa, após as perdas apuradas em 2015 (-6,7%) e 2016 (-5%).
  • ”Punir adolescentes como adultos não reduzirá homicídios, sugerem dados” - Dos 9.340 menores que estavam internados em setembro na Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), menos de 2,54% estavam detidos por homicídios; roubo e tráfico de drogas representavam, respectivamente, 41% e 43,32% das detenções, de acordo com dados divulgados pelo Núcleo de Produção de Informações Estratégicas da Fundação Casa. "Eu acompanho isso há muitos anos, e o índice de adolescentes internados por homicídios nunca ultrapassa 4%", afirma Marília Rovaron, cientista social do Cenpec, especializada em Fundação Casa. "Há um mito de que são os adolescentes que cometem os crimes mais violentos. Muito pelo contrário, são eles que são mortos", afirma Marília, que diz que os números de São Paulo reforçam a tese de que a redução da maioridade penal - que voltará a ser discutida no Senado no fim deste mês - não contribuiria para reduzir homicídios no Brasil. A votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/2012, que reduz a maioridade penal em casos como homicídio doloso de 18 para 16 anos, está prevista para ser examinada no dia 27 de outubro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.
  • Investir em estratégias para manter as crianças na escola seria mais eficiente para combater homicídios do que enviá-las para presídios lotados, na opinião de Daniel Cerqueira, doutor em Economia pela PUC-Rio e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), especialista em economia do crime e políticas de segurança pública. No artigo "Redução da Idade de Imputabilidade Penal, Educação e Criminalidade", ele calcula que a universalização do ensino médio para pessoas com mais de 15 anos de idade teria o efeito de diminuir em 42,3% o número de homicídios no país. "Perde-se tempo com retórica que dá votos e sacia a sede de vingança da população assustada, quando se deveria focar em garantir oportunidades, supervisão e orientação para que o garoto de hoje não seja o bandido de amanhã", afirma Cerqueira.
  • Marília destaca também que o sistema penitenciário não terá condições de abrigar todos esses novos presos caso a punição pelo código penal passe a valer para jovens a partir dos 16 anos, já que essa é justamente a faixa etária da maior parte dos jovens detidos.
  • ”Indicação ao banco do Brics deve sair em duas semanas”
  • ” Gasto com pessoal volta a subir e 16 Estados já superam limites legais”
  • ”Atraso e paralisação atingem 37,5% das obras com dinheiro do FGTS “
  • ” Empresas ampliam defasagem salarial de novos contratados” - Encontrar trabalhadores no mercado formal dispostos a receber salários inferiores aos de quem foi desligado se tornou uma missão mais fácil este ano para as empresas. A proporção da remuneração dos admitidos em relação a dos demitidos, que era de 93% em janeiro, recuou para 87% no mês seguinte e tem se mantido próxima a esse patamar desde então, mesmo percentual registrado em agosto. Os cálculos foram feitos pela MB Associados, a pedido do Valor, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
  • Esse movimento tem ocorrido principalmente na indústria, setor em que um recém-admitido no mercado formal recebe, em média, 81% de quanto ganhava um trabalhador desligado, também considerando a média dos 12 meses encerrados em agosto. Entre o fim de 2011 e início de 2012, pico da série calculada pela consultoria, um recém-admitido no mercado formal entrava ganhando, em média, 94% do valor pago a um funcionário desligado. Naquele período, o mercado de trabalho mais apertado, com pouca oferta de mão de obra e desemprego baixo, ainda favorecia a contratação de pessoas com pouca experiência ganhando salários mais elevados.
  • ” Temer vê chances de eleger seu sucessor”
  • ”Maia chama advogado do presidente de 'incompetente'”
  • ”Brecha e histórico apontam efeito reduzido de cláusula de barreira”
  • ”Psol e Alencar definem hoje seu futuro” - O deputado federal Chico Alencar (RJ) deve anunciar hoje, em reunião da executiva nacional do Psol, em Brasília, sua decisão sobre concorrer ou não à Presidência da República em 2018. Essa pelo menos é a expectativa de lideranças do partido. Alguns de seus dirigentes têm pressa. Querem garantir a unidade interna até o 6º Congresso Nacional, marcado para dezembro, quando os delegados vão escolher em votação o candidato que representará a sigla na eleição presidencial. Mais do que suas perspectivas eleitorais, o que preocupa Chico Alencar, é uma eventual concorrência com Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A interlocutores, o deputado revelou que teme ser preterido mais adiante. Isso porque algumas correntes do Psol mais à esquerda enxergam com bons olhos uma candidatura presidencial de Boulos, que ainda não é filiado ao Psol e dificilmente concorrerá ao Planalto em um cenário com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa.
  • ” Exportação ajuda a elevar produção industrial”
  • ”Brasil amplia dependência da venda de matérias-primas, aponta Unctad”
  • ”Pré-sal sustenta sozinho alta da produção nacional de óleo e gás”
  • ” Volta das transportadoras às compras anima os fabricantes de caminhões”
 
 

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