Participantes apresentam espetáculo de compositores clássicos. As aulas são abertas e não exigem conhecimento de música
Francisco Brasileiro - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Artistas renascentistas criaram a ópera como uma forma de resgatar o antigo espetáculo cênico grego, que reunia o teatro com elementos musicais. Hoje qualquer pessoa que tenha disposição para estudar e ensaiar podem compor o elenco desses espetáculos. A oportunidade é oferecida pelo projeto de extensão Ópera Estúdio da Universidade de Brasília. A UnB Agência traz os detalhes do projeto em mais uma reportagem da série que apresenta a X Semana de Extensão.
Um coro, cantores líricos que encarnam personagens épicos ou dramáticos, o acompanhamento de uma orquestra ou piano, cenário e figurinos minuciosamente trabalhados. Esses são os elementos do estilo celebrado por compositores como Wagner e Verdi. A história romântica de um rapaz que recorre a uma poção do amor é o tema deO elixir do amor, do italiano Gaetano Donizetti. Isis Gamell, 46 anos, participou do encanto da história graças ao projeto da UnB.
A professora da rede pública integrou o coro da peça que se apresentou no Teatro da CAESB, em Águas Claras, no início do ano “Estavam todos inseguros, mas o apoio foi tão grande que na hora a gente esqueceu o medo”, conta. Para Isis, o ponto forte do grupo é a postura competente e acolhedora dos professores e voluntários. “Eles mostram que a música erudita pode ser feita por qualquer pessoa”, elogia. O mesmo espetáculo será apresentado novamente em novembro.
O Ópera Estúdio foi um dos ganhadores do Programa de Extensão Universitária - ProExt, do Ministério de Educação, em julho desse ano. Os ganhadores receberão financiamento de R$ 50 mil. “Com o valor do prêmio vamos abrir uma oficina para confecção de figurino e cenários para as apresentações”, explica Airan, maestro auxiliar do grupo. A oficina vai começar a funcionar a partir de 2011, conforme o recebimento dos recursos.
ESPAÇO DEMOCRÁTICO – Ela conheceu o projeto durante apresentação da peça O barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini, na Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional, ainda em 2008. “Na época havia apenas alunos no coro, mas o grupo começava a abrir para a comunidade”, lembra. “A única exigência era que as pessoas amassem cantar e estivessem dispostas a trabalhar duro”.
“O projeto faz um resgate da ópera como um espetáculo democrático, e não elitista como ficou historicamente conhecido”, conta o aluno Airan, que também é aluno do 8º semestre do curso de bacharelado em Regência da UnB e trabalha na preparação do elenco para as apresentações, que são em média duas por ano.
Ópera Estúdio conta com 80 pessoas, entre estudantes professores e membros da comunidade. “Os estudantes que participam do projeto tem direito a créditos de extensão, mas todos recebem um certificado”, explica a professora Irene Bentley, do Departamento de Música, coordenadora do projeto. “A ideia é também levar as apresentações para quem normalmente não tem acesso. E quem gosta tem a oportunidade de aprender e se aprofundar”, explica a professora.
Para participar do projeto, basta enviar um email paraoperaestudio@unb.br. As aulas e ensaios acontecem semanalmente no Departamento de Música da UnB e na Faculdade UnB Planaltina.
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